____ Você teve alguma visita? - Vanessa perguntou enquanto dava inúmeras voltas no macarrão com o garfo.Fiquei paralisada com a pergunta, pois sabia que se contasse que nosso supremo havia entrado aqui, sem que ninguém o notasse, ela iria embora sem pensar duas vezes. Eu não estava afim de falar no assunto, pois, por alguma razão, ele mexe muito comigo.___ Não. - respondi, mas não a olhei nos olhos- Por quê?___ Bem, eu vi uma camisola sua rasgada. Achei que tivesse recebido alguém.Gelei, mas minha amiga estava concentrada demais na comida para perceber meu nervosismo.____ Eu a rasguei de propósito, tentando me transformar.- Menti.___ Você encontrou seu companheiro?____ Não.____ Então como pretendia se transformar?___ Havia um pouco de esperança dentro de mim.Ela balançou a cabeça como se o que eu tivesse falado fosse um absurdo, o que era, de certa forma.____ Já decidiu o filme?- Tentei mudar o foco do assunto.____ Não. - ela pausou para lamber os dedos- Vou deixar você faz
Forçava minha mente a pensar no que fazer, até que comecei a caminhar sobre os vidros quebrados em direção à varanda. Meus movimentos eram tão rápidos que duvidei se estava no controle. Olhei ao redor em busca de ajuda, mas diante dos inúmeros edifícios e do barulho de pessoas conversando, nada era possível.Uma movimentação estranha no beco escuro ao lado do prédio chamou minha atenção.Farejei o ar e identifiquei o cheiro da minha amiga, misturado com ervas. Sabendo que descer pelo elevador poderia ser tarde demais, arrisquei e saltei. Senti a brisa fria da noite cobrir-me como lençóis invisíveis.Aterrissei de pé na calçada, olhando ao redor para garantir que ninguém tivesse visto. As pessoas agiam estranhamente iguais. Corri em direção ao beco e deparei-me com homens de preto, rostos cobertos por máscaras de palhaço. Senti o cheiro deles."Humanos."Ajoelhei-me atrás de uma lata de lixo, observando-os colocar algo em uma van preta com um símbolo de cobra vermelha e o número dez des
Lucian...__ Lucian?Alma bateu na porta do escritório, onde eu tentava controlar meu fascínio por Aurora à base do álcool e tentava trabalhar lendo uma pilha de papéis das alcatéias.__ Entre.Alma entrou e parou em frente à minha mesa.Levantei a cabeça para fitá-la.__ O que deseja?__ Dante e a protegida dele chegaram.__ Hum, estou contente, leve-os até seus aposentos. - Abaixei a cabeça novamente.__ Lucian! - Alma me repreendeu.__ O quê?__ Seu primo chegou.Revirei os olhos.Quando abri minha boca para respondê-la, Dante apareceu na porta do escritório.__ Tudo bem, Alminha. Pode deixar que eu falo com esse lobo ranzinza. - Dante beijou o rosto da senhora que se derretia toda por ele.Observei toda a cena em silêncio.__ Quanto tempo. - Ele disse.__ Não foi o suficiente para sentir vontade de te ver de novo.Nos encaramos sérios e logo começamos a sorrir.__ É bom te ver, meu primo. - Ele disse me cumprimentando com um aperto de mãos.__ Igualmente.Dante é xerife na cidade d
Aurora...Meu corpo estava dolorido, e tudo estava escuro. Escutava algo apitar bem distante, com um intervalo pequeno de tempo. Tentei abrir os olhos, mas estavam tão pesados quanto uma barra de ferro." Onde estou?"Demorou para que eu tivesse consciência de que estava em um hospital. As imagens da noite anterior vieram à mente; aos poucos, consegui abrir os olhos. Tudo ao redor rodava, a cor branca do quarto onde eu estava causava um grande incômodo, assim como o cheiro ativo de desinfetante e remédio.Quando meus sentidos estavam todos no lugar, me dei conta de toda minha situação.— Vanessa! - sentei rápido na cama - os fios que estavam sobre meu corpo saíram todos com o impacto. Logo a porta do quarto foi aberta, dando visão a Charles e duas enfermeiras. Foi aí que percebi que estava no hospital da alcatéia do meu pai.— Aurora? Você reagiu! - Charles e as enfermeiras pareciam felizes, mas eu sentia o oposto.Me sentia tonta, então voltei a me deitar; uma agonia me consumia por d
Era noite quando finalmente chegamos à alcatéia Lua Negra, a alcatéia do supremo. Os guardas fizeram inúmeras perguntas para nos permitir passar. Eles enviaram um dos lobos para a casa de Lucian, alertando-o sobre os dois visitantes que estavam a caminho.Oscar estava dirigindo, ambos em silêncio, mergulhados em nossos próprios pensamentos. Espiei pela janela do carro e admirei o céu escuro adornado pela vasta quantidade de estrelas que faziam ziguezague entre si.As ruas eram iluminadas por luminárias no topo dos postes, com belas casas por toda parte. A alcatéia era muito bonita e bem cuidada, mas eu não tinha cabeça nem disposição para observá-la melhor. Encostei as costas no banco do carro e fechei os olhos, rezando para que tudo o que estava acontecendo fosse apenas um pesadelo.— Falta pouco para chegarmos — disse Oscar, rompendo meus pensamentos.Abri os olhos, virando a cabeça levemente para lhe lançar um sorriso sem muita vontade para não ser indelicada.— Mais à frente, há um
___ Não vou me sujeitar aos seus jogos, falei, irritada.Contei ao meu supremo tudo como tinha acontecido, desde a hora do sequestro até o meu despertar do coma cinco dias depois. No entanto, o que pensei que ficaria a meu favor, ocorreu exatamente ao contrário. Lucian rosnava, fazendo o chão tremer, ao ouvir que fui atrás dos humanos. Ele queria ir lá fora ter uma "palavrinha" com meu amigo, mas, claro, não permiti.— Não é um jogo. -ele me puxou pela cintura e encostou seu rosto no meu- Será que não entende que, quando se trata da tua segurança, eu vou mover céus e terra por você?— Botando lobos para me vigiar?— Para protegê-la. - Ele insistiu, ordenando que eu levasse um exército inteiro até a floresta comigo. Ele queria ficar sabendo de cada passo que eu desse.Bufei.— Já está decidido, Aurora. Você só irá nessa floresta se levar consigo seguranças." Tem sorte de ser o supremo."" Lobisomem folgado."— Eu sei me defender. - Desafiei.Ele se virou, encarou o teto e repetiu pela
Já era por volta das três horas da manhã, e eu ainda não conseguira dormir. Me virava de um lado para o outro na cama, tentando achar uma posição confortável, mas sabia que meu problema era interno. Tantas coisas me afligiam que eu não sabia como canalizar toda aquela pressão.Tudo parecia pesar sobre meus ombros: o sequestro da minha amiga, meus irmãos na mira de um psicopata, outro sequestrado, as mentiras da minha mãe, o medo do que vou enfrentar daqui pra frente e ele... Lucian! Não tenho ideia de como vou conseguir passar por tudo isso. Algo dentro de mim grita que virão muitas surpresas, a questão é: serei capaz de passar por tudo isso? Se bem que não tenho muita escolha; é enfrentar ou esperar para morrer.____ Já vi que não terá jeito de me fazer dormir hoje, mesmo querendo muito. - Sentei-me na cama e encostei meu rosto nos joelhos.Sem querer, minha visão bateu em uma jarra com água em cima de uma mesa no quarto, e percebi que estava com sede, muita sede. Levantei da cama, e
Caminhava pelos corredores escuros do moderno palácio de Lucian; a noite passada não foi nada gentil, além da insônia, o lycan não saía da minha cabeça."Será que Lucian tem conhecimento de que há um aqui em suas terras?""Provavelmente sim."" A menos que ele seja surdo."Não suportei ficar mais um segundo na cama. Desejava ir à floresta o mais rápido possível, pois quanto antes eu fosse até lá, mais rápido iria embora daqui.___ Aurora.Ouvi Oscar me chamar; olhei para trás, e ele já estava na minha cola. Senti alívio ao ver que ele estava bem e que suas habilidades de vampiro haviam voltado por completo.— Oi.—Bom dia, tenho uma novidade.- Ele pegou meu braço e me puxou para um canto.— Parece bem importante.Ele estava eufórico, e eu vi uma pequena faísca de felicidade saindo de seus olhos cor de avelã.— É muito importante.- Ele olhou para mim e engoliu seco antes de começar a falar- Uns amigos vampiros conseguiram pegar um humano que é braço direito dos membros do governo; ele