Ao pousarmos, eu não estava mais sentindo a ponta dos meus dedos, as mãos formigavam, assim como meus braços.
- Nazer, algo estranho está acontecendo - O rapaz dizia, como se estivesse sentindo o mesmo que eu.- Eu não estou conseguindo me mexer, os braços estão formando e agora as pernas também. - Eu disse quase caindo, sem conseguir direito parar em pé.- Está acontecendo o mesmo comigo. - O rapaz disse também.Nazer estava completamente inerte, sem saber o que fazer. Olhou para os lados e não viu nada, nem ninguém. Usou seus poderes com o vento para nos manter próximos e sustentados no ar, para não cairmos.- Nazer, meu coração está... lento... Sinto que vai... parar de bater. - Eu sentia o mesmo que ele e não conseguia sequer falar alguma coisa. Minha voz já não saiPrecisávamos entender quais poderiam ser os poderes do General César para conseguir mantê-lo aprisionado. Se ele possuísse o poder do teletransporte já não teríamos mais o que fazer. Nazer acreditava que não era o caso. Ele deve ter recebido alguma ajuda para conseguir chegar até ali. Era a hipótese que fazia mais sentido.- Nazer, ainda existem os calabouços subterrâneos do quartel? - Perguntei sabendo exatamente do que se tratava. Aos poucos minhas memórias e as de Henri eram uma só, como se tivéssemos vivido aquilo mesmo. Mas ainda tínhamos sentimentos e vontades independentes.- Não, não existem mais! O Rei Falcão deu ordem para que tudo que simbolizasse esse nosso passado sangrento e de repressão não existisse mais. - Respondeu.- Ainda existem os calabouços! - Disse, u
O ódio e a raiva dominavam sua mente. Outra batalha perdida e ele só sobreviveu porque buscava um plano reserva de ataque e por isso não estava no meio do restante dos guerreiros que foram derrotados e mortos.Retornar vivo para seu povo com notícias de uma derrota tão avassaladora era sinônimo de covardia. Um único homem, muito menor que qualquer um da sua raça e menos poderoso que a maioria. Mas esse único homem foi capaz de derrotar toda a equipe de combate Corace, naquela ofensiva. E, por mais que tentasse, não conseguia encontrar o responsável. Seguiu os rastros, mas eles acabavam numa cabana. Era como se ele tivesse desaparecido no ar.Pensou em se matar. Ainda assim não seria honrado.Teria que voltar para sua comunidade e pedir que cumprissem o ritual de penitência até a morte.Como aquele mundo tão maravilhos
Quando me aproximava da linha de frente da contenção dos ataques, aconteceu o que parecia uma chuva de meteoros, imensas bolas de fogo caindo em direção da fortaleza. E antes que eu pudesse tentar pensar em fazer algo, um rapaz que eu não conhecia, diferente dos outros, que não estava vestido como um soldado do Vento, conseguiu destruir as bolas de fogo, com o poder do vento, espalhando pequenos estilhaços no ar, atingindo os inimigos. Quando subi na torre, outro ataque começava, dessa vez alguém havia causado um enorme incêndio na floresta que rapidamente se espalhava em direção da fortaleza. O rapaz fez uma nova tentativa de impedir o ataque, mas agora, não teve o mesmo sucesso de antes. Eu resolvi tentar, me concentrei em apagar o fogo, em retirar todo o oxigênio que estava em volta das chamas e quando estava o mais focado possível, e
"Os Reis se uniram novamente e com seu poder subiram aos céus para tentar salvar o mundo." Nossa audição parecia muito mais aguçada, agora. Estamos no espaço e com um pouco de concentração podíamos ouvir algumas conversas, alguns sons, com bastante clareza. Mas a missão científica, mesmo com o poder que tínhamos adquirido não era nada fácil.Dash, que descobrimos que tinha um poder que era algo como copiar as habilidades de alguém que tocasse, agora com os mesmos poderes que nós, ou pelo menos quase, já que mesmo que ele copie, o ritmo de evolução é diferente e nós já tínhamos evoluído bastante, estava em solo e iria manipular o ar para nos indicar o local exato onde eu deveria ir. Com o movimento de rotação e translação do planeta, mesmo que lentos, esse ponto mudava e ele tinha que se basear em cálculos corretos e usar a força correta. Nesses pontos iriamos criar bolhas de gases mais pesados que iríamos puxar de outra ponta do planeta. A ideia era a de que, em uma alta al
Após explicarmos para Hagar, durante uma excessiva quantidade de bebida tomada, a qual ninguém sabia que existia em uma adega do Palácio (sequer sabia sobre a existência de uma adega), sobre os fatos que aconteceram desde a morte do Rei Falcão, até o sequestro dos últimos mestres do ar e a fuga do General, ele começou a ponderar sobre tudo que acontecia. Para ele, certamente havia alguém por trás do plano de Zeon, alguém mais poderoso que ele mesmo e esse alguém estava por trás desse ataque.- Não consigo entender como eu pude sair desse planeta, da última vez que estive aqui, levando apenas uma garrafa desse néctar maravilhoso. Além de muito saboroso, faz a gente pensar com muito mais clareza, não existe bebida assim em nenhum outro lugar do Universo onde já estive. - Enquanto pensava alto, teorizava sobre cada ato e consequência a respeito
- Acho que depois de tudo que preparamos, seja interessante criar um guia para recém-chegados, não acha, Krakor? - Perguntou, Athos, num tom de quem já tinha feito aquele processo de resgate algumas vezes.- Acho que não, Athos, cada um vem de lugares diferentes, com experiências diferentes e o que você criou é tão belo, não acho que transformar isso numa gravação repetida honraria tal iniciativa. Que cada um seja uma grande novidade, mesmo que precisemos explicar algumas coisas várias vezes. - Krakor parecia um senhor muito simpático, mas Hagar e Nerfate olhavam para ele com surpresa, como se outra pessoa quem estivesse falando aquelas palavras.- Krakor, você consegue dizer quanto tempo passou aqui? Claramente, pela minha experiência, seu fluxo temporal foi muito maior que o nosso. - Hagar realmente era o mais surpreso e tinha uma visão das coisas, muito a frente do superficial. Parecia entender as coisas tão rapidamente, com tanta facilidade, era como se lesse as entrelinha
Nazer e Nazerith enfim estavam reunidos, mas aprisionados. Não faziam ideia de qual planeta estavam, muito menos do que os prendia. A estrutura era comprimida, e eles só conseguiam ficar deitados no local, com um pequeno espaço suficiente para se virarem. O ar era extremamente denso e eles não conseguiam manipular o suficiente para que causasse algum efeito que pudesse libertá-los dali. Nazer tentou mudar a pressão das moléculas do ar, mas não conseguia resultados. De tempos em tempos, quando sentiam muita fome, alguém surgia e jogava por baixo de um pequeno vão de abertura alguns manuais de objetos simples que nenhum deles nunca viu. Ler a respeito de algo que não conheciam, por mais simples que fosse, era suficiente para saciar a fome deles e fazer seus cérebros produzirem energia par ao corpo sobreviver. Logo notaram que a intenção de quem os sequestrou era que eles apenas permaneces
O que o preocupava não era sua realidade atual, que realmente era crítica, mas as consequências de sua ausência para seu povo e para seu filho. Tanto tempo para construir a paz e tudo se perdeu tão facilmente. Ele estava num planeta inferno. Não fazia sentido ele ter ido parar num planeta inferno. Pelo que tinha de informações, normalmente eram mandados para esse tipo de planeta suicidas, pessoas que tivessem tomado atitudes mesquinhas e egoístas, pessoas que não se importavam nem um pouco com outras... Mas lá estava o Rei Falcão, aprisionado em um lugar onde a morte não o livrava do martírio daquela vida. Ao morrer, independente da forma, pra sempre se renascia no mesmo lugar que desapareceu. E quem não tijnha poderes acabava por se tornar um escravo. Trabalhava cada dia numa função em prol da geração de energia para os que tinham poderes, aqueles que conseguiam controlar o vento e a água. Falcão não era um mestre do ar mas tinha um bom domínio da técnica em Finiti, mas renascido,