O que o preocupava não era sua realidade atual, que realmente era crítica, mas as consequências de sua ausência para seu povo e para seu filho. Tanto tempo para construir a paz e tudo se perdeu tão facilmente. Ele estava num planeta inferno. Não fazia sentido ele ter ido parar num planeta inferno. Pelo que tinha de informações, normalmente eram mandados para esse tipo de planeta suicidas, pessoas que tivessem tomado atitudes mesquinhas e egoístas, pessoas que não se importavam nem um pouco com outras... Mas lá estava o Rei Falcão, aprisionado em um lugar onde a morte não o livrava do martírio daquela vida. Ao morrer, independente da forma, pra sempre se renascia no mesmo lugar que desapareceu. E quem não tijnha poderes acabava por se tornar um escravo. Trabalhava cada dia numa função em prol da geração de energia para os que tinham poderes, aqueles que conseguiam controlar o vento e a água. Falcão não era um mestre do ar mas tinha um bom domínio da técnica em Finiti, mas renascido,
Alice despertou deitada numa confortável cama. Ao seu lado estava Drevuz, preocupadíssimo.- Me perdoe, eu não tinha entendido que você não estava bem, que queria que eu parasse, achei justamente o contrário - dizia ele, ainda desesperado, mas aliviado por ela ter acordado.Alice tentou erguer seu corpo, mas ainda sentiu dores, preferiu permanecer um pouco mais deitada.- Aconteceu algo com meu cérebro exatamente no auge do meu prazer. Eu comecei a receber uma quantidade de informações, ter acesso a elas e quando cheguei ao orgasmo, eu tive a sensação simultânea de todos que eu já havia tido. Foi algo absolutamente maluco e meu corpo não aguentou. Quando eu te abracei eu estava prestes a desmaiar e você ter achado que isso era um sinal pra continuar, me derrubou de vez. Mas antes disso eu já tinha recuperado todas as minhas lembranças. - Ela fez uma pausa, olhou para o lado, desviando o olhar, com algum pesar. - Minha primeira morte foi em um acidente de avião.
Após o trabalhoso transporte de toda a população de Finiti para Vésper e uma aparente calmaria momentânea, Hagar, Nerfate, Krakor e Dafa decidiram que seria interessante irem para algum planeta do outro lado do Universo para aguardarem um possível sinal de algum dos outros dos doze. A melhor escolha segundo eles seria ir para algum planeta de nível mais baixo, já que o tempo lá, passaria mais rápido do que em planetas de nível mais alto. A chance de terem algum problema que não pudessem dar conta seria bem menor também. Henri e eu, que estávamos juntos com eles, achamos que seria uma excelente oportunidade de conhecermos e aprendermos coisas novas e quem sabe não acabarmos descobrindo algo sobre Nazer e Nazerith. Dafa e Hagar ensinaram Athos a produzir um sinal de localização e a identificá-lo também, dessa forma, ele poderia, de onde ele estivesse, sab
Saímos do portal e Athos sequer passou por ele. O elfo alado aparentemente nos enviou para o destino e conseguiu seguir para outro lado sozinho. Cada um caiu do céu, de uma altura considerável, equivalente a alguns andares de um prédio, ao seu modo. Todos conseguiam flutuar, exceto eu e Henri que separados ainda tínhamos alguma dificuldade com elementos e fomos pegos de surpresa. Hagar nos fez flutuar, mas ninguém chegou a pousar. Fomos atingidos por uma energia, um choque elétrico que derrubou a todos.Uma espécie de amazona gritava utilizando todo tipo de ataque contra uma quantidade enorme de inimigos, centenas, talvez milhares.Aquele golpe de energia jogou todos para longe e nós caímos no espaço que ficou vazio entre ela e uma porção de guerreiros que a rodeavam.Os que ficaram mais próximos olhavam para o céu e não para nós.- Bel! É você mesma, Bel? - gritou Dafa para a amazona. Todos olharam para trás, para o centro daquele círculo e também a identificaram como p
- De onde você tirou essa ideia de desafiar o Alfa? - Krakor perguntou com um ar de julgamento a respeito da minha decisão.- De histórias que ouvi em minha primeira vida - respondi. - Não fazia ideia se daria certo. - Parece que deu, foi brilhante, mas não significa que você possa sobreviver. - Krakor, apesar de demonstrar uma reação diferente do que eu esperava, não parecia a melhor pessoa para motivar alguém em desvantagem evidente. - Ah, a morte seria um cenário super positivo. Existem problemas muito maiores para esperar-se de um combate contra uma simbiose de lobo alfa. - Hagar não ajudava muito, também. Os lobos continuavam nos cercando, mas com um espaço maior. O Alfa tinha saído, após a provocação, mas demonstrando que voltaria em pouco tempo. Cada vez que um deles tentava se mexer, saindo do grupo, os lobos rosnavam. O Alfa retornou com outros que traziam uma série de armas. - Cada um de nós terá o direito de escolher 2 armas dentre essas 15. Alé
O problema de levar o povo daquele planeta para Vésper era que eu não sabia como os lobos reagiriam ao fato de lá não existirem as mesmas luas, com as mesmas características de Inc, aquele planeta onde estavam. Outro problema estava ligado a conhecimentos que eu estava recebendo do lobo interior que passou a fazer parte de nós. - Vocês sabiam que era possível ter uma simbiose tripla e ela ser feita com um ser que já tinha uma simbiose antes? - O questionamento foi um pensamento meu que foi colocado pra fora, dentre um emaranhado de conflitantes pensamentos que passaram a me dominar. - Realmente não, mas você já era uma exceção, então, não temos como saber muito. Mas será que podemos deixar essa conversa para depois? Realmente preciso voltar para Ux, nesse exato momento estamos nos preparando para atacar Hades, no submundo. - Quando Athos disse isso, eu caí de joelhos e era como se uma voz gritasse dentro de mim, como se alguém me chamasse. - Athos, tenho que ficar aqui m
- Eu falei que tomaríamos café com Perséfone, não falei? - Cochichei para Krakor, tirando uma onda um pouco, no mesmo estilo dele, enquanto estávamos todos sentados diante de uma imensa mesa, no Palácio de Perséfone, tendo justamente café sendo servido. Aparentemente a planta foi trazida da Terra por alguém e o costume de tomar sua bebida com visitantes, copiado.- Quer dizer, então que alguém está confrontando Hades, nesse momento? Corajoso ele. - Perséfone, lindíssima, como praticamente todas as mulheres que conheci até aqui, mas como cada uma delas, com detalhes únicos que dava algum destaque especial inexplicável. Seus cabelos longos de cor rosa, sua expressão terna, suas formas, valorizadas pela roupa justa e decotada que usava, com detalhes em peças de bronze e em pedras brilhantes.- Não era bem o objetivo dele, mas no final das contas, acabou fazendo-se justiceiro e pronto, estamos todos nesse barco - Krakor contou do jeito dele.- Perséfone, desculpe perguntar, mas
Freya saiu dando um beijo em Perséfone e eu achei aquele momento absolutamente estranho. A sensação que tive era que algo não parecia certo no comportamento dela.- O que foi garoto? Ficou interessado nela? - perguntou Krakor, com seu tradicional humor agressivo.- Se eu disser que sim você me permite ir atrás dela se me atormentar? - respondi baixo, passando por ele, na expectativa de não perdê-la de vista.- Ah, a paixão, a paixão! Histórias tão confusas do coração! - Krakor cantando conseguia ser ainda mais inconveniente.Eu fui me esgueirando pelo trajeto e encontrei Tocqueville que estava na entrada do buraco que dava acesso a caverna que era chamada de submundo daquele planeta. Ficava atrás dos jardins do Castelo. Apesar de um pouco assustador na entrada, não era o que se podia dizer de algo muito difícil de se acessar, bem diferente do que t
- Bom, alguém já planejou o que fazer se Hades vier por aquela passagem? - Hagar perguntou retornando de algum ponto que investigava da caverna por algum motivo. - Parece que todos resolveram sair sem falar nada para algum lugar e retornarem de lados diferentes ao mesmo tempo. Espero que tenham ideias - disse Nerfate. - Estava testando as estruturas desse lugar, a atmosfera é ainda mais densa aqui dentro do que lá fora. Controlar elementos não é nada fácil aqui. Imagino que mesmo que ele ainda assim consiga fazer isso, destruir qualquer pedaço dessa estrutura parece um grande desafio. - Essa era a análise de Bel. - Você que o conhece tão bem, Perséfone, consegue nos dizer o quanto ele consegue controlar os elementos aqui e se por acaso ele tem algum ponto fraco que possamos utilizar? - A pergunta de Dafa revelava um ar esperançoso, que não parecia muito comum para ela.