Dominic Lexington Desci as escadas segurando a Baby pelas mãos. De alguma maneira, usei a desculpa de que não queria que ela fugisse de mim, mas a realidade era muito mais fodida. Eu basicamente esperava poder tocá-la pelo máximo de tempo possível. Quando chegamos ao andar de baixo, fomos recebidos por uma enxurrada de olhares surpresos. Eles esperavam mesmo que eu não fosse descer com ela? Eu teria derrubado aquela porta e trazido a Baby nos meus ombros se fosse necessário.— Prepararem algo. Nós vamos jantar. Levem para a sala da lareira.— Sim senhor. – Ava concordou. Eu não estava olhando o bastante para ela, mas percebi pela forma como encarava a amiga que ela sabia exatamente o motivo para Baby estar agindo daquela maneira.Andei ao lado da Baby até a deixar sentada em uma poltrona, e a cobri com o cobertor guardado ali. Beijei o topo de sua cabeça, como se ela fosse o mais frágil dos seres. E, sinceramente, foi uma atividade nova para mim também.— Vou acertar algumas coisas
Baby Ortiz Levei mais uma garfada a boca. Eu ainda estava sentindo aquela angústia me matando por dentro, mas de alguma maneira, comecei a sentir um pouco mais de fome. Nem sequer havia notado que o meu corpo estava fraco, até sentir a vida fluindo pelas minhas veias em forma de carboidratos. Nós dois estávamos sentados no chão, em frente a lareira. Os pratos estavam espalhados sobre uma pequena mesa de centro, e nós dois apoiávamos a comida com as mãos, o que é claro, dificultava usar talheres adequadamente, então, minhas mãos estavam bem sujas, mas o senhor grande formal estava impecável. Olhei para o Dominic, e a forma como ele estava sentado, tão grande, parecia desproporcional. Ri da situação, imaginando como devia estar desconfortável para ele daquela maneira, e ainda assim, ele estava ali, por mim.Estava começando a ficar difícil não gostar dele.— O que foi? – Ele virou o rosto na minha direção, chupando os filetes de macarrão que ainda ficaram pendurados para fora de sua bo
Dominic Lexington — Você não vai me deixar escapar ileso, vai?Ela sorriu contra a minha mão, e a vontade de devorar os lábios rosados até que eu pudesse machucá-los foi quase incontrolável. Mas então ela sorriu, e eu notei covinhas rasas lindas demais. Demorei um tempo para notar que havia me perdido naquele rosto. Já tive mulheres lindas na minha vida. Virgens, embora isso nunca tenha feito muita diferença. Era algo que meus irmãos valorizavam bem mais que eu. Ainda assim, eu nunca me perdi na beleza delas. Sempre foi algo mais para alívio do que por emoções. Na realidade, até aquilo me parecia distante, e eu teria dito que era impossível antes da Baby surgir na minha vida pela primeira vez.— Ok, vou precisar de algo bem mais forte desta vez. – Me afastei um pouco dela. Obviamente, havia acabado de encontrar a desculpa perfeita.Baby sorriu mais um pouco, sentando como uma garota curiosa por uma boa história. Virei a garrafa de whisky, e me sentei na poltrona dessa vez. Eu precis
Baby Ortiz Sem mentiras.Sem mentiras...Minha mente havia divagado nisso o dia inteiro, e em certo ponto, acabou se tornando uma espécie de tortura. Depois de quase enlouquecer, percebi que precisava contar a ele sobre a minha avó. Dominic não tinha obrigações com ela. Na verdade, ele talvez não fizesse nada a respeito, mas ainda assim, precisava explicar. Eu precisava que ele entendesse os meus motivos para não querer continuar nessa casa.Da última vez em que eu a vi, ela estava tão frágil que senti meu coração despedaçar um pouco mais. A minha avó foi a única pessoa na minha vida que realmente me amou e cuidou de mim como um ser humano, então eu tinha que retribuir agora.Fechei os olhos com força, me jogando na poltrona do escritório do Dominic. Abracei as minhas próprias pernas e encarei o relógio marcando altas horas da noite. Passava das onze e ele ainda não havia chegado em casa. Suspirei, ainda esperando por ele. Não sei em que momento acabei adormecendo ali, mas acordei so
Baby Ortiz.Descobri que a cor favorita do Dominic é azul-escuro, num tom quase preto. Também acabei de saber que ele é ítalo-americano, o que não deveria ter sido uma surpresa, considerando as feições marcantes em seu rosto, mas ainda assim me deixou um pouco assustada. Ele vinha do mesmo lugar aonde eu deveria estar morando agora. De repente, uma paranoia tomou conta de mim. E se ele conhecia o meu noivo? E se Dominic e eu acabássemos nos encontrando com as pessoas do meu passado em algum momento? Acho que não saberia lidar com isso.Passava das três da tarde quando me sentei em um banco no jardim, logo abaixo das macieiras. Snow havia se sentado encostado nas minhas pernas. O safado estava praticamente em cima dos meus pés. Eu comecei a ler um livro triste, e embora Dilan não fosse um homem de tantas palavras, estava por perto, e vez ou outra, seu cenho franzia. Então, passei a ler mais alto para que ele pudesse acompanhar a história triste também. Duas horas depois, eu havia acaba
Baby Ortiz Meu coração quase parou de bater. Tenho certeza de que as maçãs do meu rosto estavam vermelhas, porque Ava me olhou desconfiada assim que parou de admirar a peça branca de seda entre os dedos dela.— O que foi?Engoli em seco. Eu podia ser bastante ingênua, mas entendia o motivo para ele não me querer usando alguma peça intima. – Ele pediu para que eu... Eu... – Meus olhos estavam arregalados, o que só serviu para a minha amiga arrancar o bilhete das minhas mãos e lê-lo com os próprios olhos. – Ele não quer o que eu estou pensando, não é? Porque eu não estou nenhum pouco preparada para isso.Ava sorriu largamente. Ela podia ter experiência com coisas do gênero, mas esse não era o meu caso. – Ah, vai se dar bem. Vai ser especial, amiga.Me sentei na cama, sentindo como se o meu coração fosse soltar pela boca a qualquer momento. Me senti ofegante, sem ar, como se estivesse me afogando em medo e paranoia. Estava começando a hiperventilar, quanto Ava se abaixou no meio das min
Dominic Lexington Deveria esperar por ela no último degrau da escada, enquanto a via descer, mas esse tipo de coisa não deveria acontecer entre Baby e mim, então decidi que deveríamos nos encontrar no jantar.Saí do trabalho, tomei um banho rápido no escritório e parti para a festa. Como estávamos organizando toda aquela coisa, eu deveria chegar primeiro para me certificar de que tudo saísse como planejado.Sai pisando duro até chegar ao pequeno palco bem posicionado logo a frente. Obviamente, teríamos um leilão, e eu ainda não fazia ideia de como Baby se sentiria quanto a isso. Dizer que mulheres não estavam na jogada seria mentira, mas ainda não envolvia sexo ou um ano ao lado de desconhecidos. Nesse caso, tratava-se de algo um pouco menos sexual, e mais para mercado de noivados de mafiosos frios.— Dominic... – Uma voz grave ecoou atrás de mim. Me certifiquei de não parecer apressado ao me virar.— Katty... – Ela ainda tinha as mesmas cordas vocais um pouco atrofiadas pelo cigarr
Dominic LexingtonA música no salão não passava de uma maldita distração. Eu cumprimentei dois homens mal-encarados quando entrei, e de alguma maneira, eles sorriram assim que puseram os olhos sobre mim. Talvez, o fato de estar entre os vinte homens mais ricos do mundo fosse o segredo. Parei diante de um palco, com uma extensão de passarela montada. Aquilo não era o tipo de coisa que eu costumava concordar, mas estava de saco cheio da monotonia que tenho passado desde que a minha noiva. Não, ex noiva... Enfim, eu não pretendo pensar naquela filha da mãe agora.Um homem anunciou que o leilão começaria em apenas cinco minutos, e todas as pessoas procuraram seus respectivos lugares a partir daquele momento. Não se enganem. Não havia mulheres nesse lugar, exceto, as que entrariam no palco, e elas, bom... elas seriam a mercadoria.Procurei por uma cadeira e me sentei na primeira fileira. A placa estava bem ao meu lado, e eu não tinha qualquer intenção de levantá-la esta noite. Meus pensame