Dominic LexingtonBaby: Me tocando...Dominic: Como assim “se tocando?”Ainda estava paralisado, olhando aquela tela do celular, e amaldiçoando todas as minhas gerações por não ter colocado a droga de uma câmera no quarto da Baby. Isso teria resolvido alguns dos meus problemas, mas seria certo? Bom, não havia nada decerto no que eu estava fazendo com aquela menina.— O que deu em você? Está branco igual a um papel. – Cesare brincou.Cavalieri me encarou, analisando meu rosto, depois voltou a fumar seu charuto. – Ele está obcecado com a garota, deixe ele.— O quê? – Cesare quase cuspiu as palavras. – Aquela garota? A...— Chega! – Gritei. – Não estou obcecado por ninguém. Conhece os meus motivos para tudo isso. Vocês dois conhecem. Sabem o que eu estou fazendo e o porquê.Eles se entreolharam, enquanto eu seguia encarando a merda da tela. Os pontinhos saltavam, mas as palavras nunca vinham, porque ela estava a fim de me fazer perder a porra do juízo, pegar um avião e voar de volta até
Dominic Lexington Amor? Enfim...Lambi os lábios, aflito pela droga da resposta. Baby sempre foi muito corajosa, e sincera. Nós dois sabíamos que ela me diria a verdade, mas se ela estivesse se tocando por algum imbecil, as coisas não ficariam boas.Baby: Em você.Encarei aquelas duas palavras. Porra.MerdaMerdaMerdaPor que ela não pode simplesmente facilitar para mim?Dominic: Certo... No que exatamente você está pensando, meu anjo?Minhas mãos estavam um pouco suadas. Obviamente, eu já tive aquele tipo de conversa, mas nada me impediu de encontrar a pessoa e me enfiar nela logo depois. Com a Baby, no entanto, as coisas eram diferentes. Nunca forçaria uma mulher. Nunca a faria se deitar comigo se não fosse o que ela quer. Claro, perdi a cabeça com ela algumas vezes, aquela mulher me tirava do sério, e sinceramente, estava destinada a me pertencer antes mesmo de ela saber que eu existia, então o nosso começo foi um pouco mais complicado. Mas agora que eu conhecia a inocência real,
Dominic Lexington — Da próxima vez que resolver invadir o meu quarto, certifique-se de que não estou ocupado.Cavalieri jogou a cabeça para trás, soltando uma rajada de risos e fumaça. Aquele desgraçado parecia mais uma chaminé que uma pessoa agora. Não era o tipo de percepção incomum, suas emoções não eram as de um ser humano na maior parte do tempo. – É só você responder o caralho dos meus chamados, assim ninguém vai pensar que você está morto lá dentro.Suas palavras fizeram meu autocontrole murchar um pouco. Eu estava acostumado com essa ideia, mas não era o que eu queria. Quer dizer, alguém quer isso? Essa droga me afastou de coisas importantes para mim em certo ponto, e foi uma merda perceber que o que desejei quando jovem, não se traduzia em realidade quando podia se ver de fora agora.— Que porra está acontecendo entre vocês? – Cesare perguntou, apontando o dedo indicador entre mim e Cavalieri.— Nada! – Respondi rápido demais, e obviamente o deixei desconfiado. Estava descon
Baby Ortiz Me olhei no espelho pela vigésima vez. Ter optado por calças jeans e blusas comuns não havia me tornado simples o bastante. Eu ainda parecia uma patricinha rica, o que significava que as pessoas iam querer me assaltar. Suspirei. Era a roupa mais simples que eu consegui encontrar no meio de uma pilha desarrumada em cima da cama.A porta do quarto se abriu. – Nossa, esse Dilan é um babaca! – Ava chegou reclamando, como sempre fazia. Nós duas desabafávamos uma com a outra, mas nós nunca tivemos certeza se estávamos realmente sendo ouvidas. A gente nunca tocava no assunto depois, e isso era o melhor.— O que ele fez? – Estava tão distraída que não me lembrei desta regra.— Disse que era um passeio, e não rodar a bolsinha na rua. – Ela cruzou os braços. – Fala sério! – Ava suspirou. – Ele precisa relaxar. Devíamos aproveitar esse tempo para ir a uma boate, sabia? Curtir um pouco. Dançar. Você gosta de dançar, Baby?Ainda me olhando no espelho, remexi no cabelo, até decidir que
Baby Ortiz — ABUELA? – gritei. – Abuelita?Praticamente invadi a casa, ordenando que Dilan e outro segurança ficassem do lado de fora. Obviamente Ava estava ao meu lado, e o Snow estava naquela posição estranha, como se nem pudesse latir, mas estivesse a beira de partir alguém ao meio. Isso me deixou tensa, em alerta.— Fiquem aqui! – Falei para Ava, só que ela não me ouviu. Snow também não. Ambos me seguiram.— Essa é sua ideia de programa? Uma casa assombrada e caindo aos pedaços? – Ava suspirou, se agarrando em meu braço. – Podíamos ter contratado uma empresa de turismo macabro. Não precisava disso.— Não é nada do que está pensando. – Suspirei, tentando fazer com que ela me soltasse.Ela ainda parecia tremer de medo... – Se um lunático me esfaquear, a culpa é sua. Eu juro que volto como obsessor e grudo no seu pé.Ri um pouco. Minha vó teria brigado comigo por isso. Ela nunca deixou que eu risse das pessoas. Não era certo, e isso me ensinou muito. Ela me ensinou muito, como o meu
Dominic LexingtonA conversa com os russos tinha sido melhor do que eu esperava. Consegui convencê-los de todos os trâmites, mas agora tínhamos um casamento a vista. Estava mais que óbvio que aqueles filhos da mãe pediriam algum vínculo para selar o contrato. A filha do Cesare deveria servir, se não tivesse treze anos de idade e fosse rebelde como a louca da mãe dela era, então, eu coloquei meu irmão como isca, e eles a fisgaram. Estava olhando para ele, e por mais que devesse ser um momento feliz, onde ele receberia uma mulher pura e intocada, seu temperamento estava em um patamar de loucura.Eu também não me sentia tão diferente de como Cesare estava. Bebendo um pouco de whisky, eu deveria me soltar, estar agarrando as mulheres como o Cavalieri fez desde que pisamos na boate nova que ele abriu recentemente, mas estava sentado, observando meu irmão, enxergado a merda em que ele havia se enfiado. Pensando se isso aconteceria comigo. Eu não podia esperar para descobrir. Precisava fazer
Dominic Lexington Dominic: Ainda não me disse como foi o passeio...Enviei aquela droga há duas horas, mas ainda não havia uma resposta, e eu estava começando a perder a paciência. Depois de abrir a mensagem pela decima vez e perceber que Baby sequer havia visualizado, decidi que ligaria para um dos meus seguranças.— Dilan... – Minha voz transmitia frieza, não por que estava calmo, mas ultimamente tinha desenvolvido uma certa antipatia por ele. Claro que isso se devia ao fato de que Baby parecia valorizá-lo bastante, então, irracionalmente estava descontando no cara. O que ela tinha que me fazia ser tão possessivo? Quero dizer, a Ketty o teve como seu segurança pessoal por muito tempo, mas isso nunca me causou algum tipo de desconfiança. Eu confiava nela, quando não deveria. Ainda assim, me mantinha racional o bastante para não me livrar dele, mas com a Baby, a noção de racionalidade pareceu bem mais complicada. – Onde a Baby foi hoje?Esperava que a Baby tivesse saído com suas am
Baby Ortiz.Os trovões soavam do lado de fora das janelas. A chuva soprava seu vento frio e úmido para dentro do quarto. As janelas ainda estavam abertas, porque eu não tive forças o bastante para me levantar e fechá-las. Não tenho tido forças para mais nada ultimamente.Eu sei, pessoas se preocupam comigo. A questão era que eu não deveria estar aqui. Eu não podia mais deixar a minha avó sozinha, mas era exatamente o que aconteceu, e eu estava fazendo justamente o tipo de coisa que jurei a ela nunca fazer. Eu a abandonei para salvar a minha vida, e não sei em que momento tudo isso mudou. Sei apenas que estava brincando de casinha com um homem que me comprou, e não queria que isso acabasse nunca.Eu traí a mim mesma, e isso dói tanto.E agora? Bom, acho que isso pode ser um novo tipo de traição a mim mesma, já que praticamente me pendurei no colo do Dominic. Estava abraçando ele como se fosse a única pessoa que eu quisesse ver.Por que de todas, somente ele? Não fazia sentido algum. Eu