Baby Ortiz — ABUELA? – gritei. – Abuelita?Praticamente invadi a casa, ordenando que Dilan e outro segurança ficassem do lado de fora. Obviamente Ava estava ao meu lado, e o Snow estava naquela posição estranha, como se nem pudesse latir, mas estivesse a beira de partir alguém ao meio. Isso me deixou tensa, em alerta.— Fiquem aqui! – Falei para Ava, só que ela não me ouviu. Snow também não. Ambos me seguiram.— Essa é sua ideia de programa? Uma casa assombrada e caindo aos pedaços? – Ava suspirou, se agarrando em meu braço. – Podíamos ter contratado uma empresa de turismo macabro. Não precisava disso.— Não é nada do que está pensando. – Suspirei, tentando fazer com que ela me soltasse.Ela ainda parecia tremer de medo... – Se um lunático me esfaquear, a culpa é sua. Eu juro que volto como obsessor e grudo no seu pé.Ri um pouco. Minha vó teria brigado comigo por isso. Ela nunca deixou que eu risse das pessoas. Não era certo, e isso me ensinou muito. Ela me ensinou muito, como o meu
Dominic LexingtonA conversa com os russos tinha sido melhor do que eu esperava. Consegui convencê-los de todos os trâmites, mas agora tínhamos um casamento a vista. Estava mais que óbvio que aqueles filhos da mãe pediriam algum vínculo para selar o contrato. A filha do Cesare deveria servir, se não tivesse treze anos de idade e fosse rebelde como a louca da mãe dela era, então, eu coloquei meu irmão como isca, e eles a fisgaram. Estava olhando para ele, e por mais que devesse ser um momento feliz, onde ele receberia uma mulher pura e intocada, seu temperamento estava em um patamar de loucura.Eu também não me sentia tão diferente de como Cesare estava. Bebendo um pouco de whisky, eu deveria me soltar, estar agarrando as mulheres como o Cavalieri fez desde que pisamos na boate nova que ele abriu recentemente, mas estava sentado, observando meu irmão, enxergado a merda em que ele havia se enfiado. Pensando se isso aconteceria comigo. Eu não podia esperar para descobrir. Precisava fazer
Dominic Lexington Dominic: Ainda não me disse como foi o passeio...Enviei aquela droga há duas horas, mas ainda não havia uma resposta, e eu estava começando a perder a paciência. Depois de abrir a mensagem pela decima vez e perceber que Baby sequer havia visualizado, decidi que ligaria para um dos meus seguranças.— Dilan... – Minha voz transmitia frieza, não por que estava calmo, mas ultimamente tinha desenvolvido uma certa antipatia por ele. Claro que isso se devia ao fato de que Baby parecia valorizá-lo bastante, então, irracionalmente estava descontando no cara. O que ela tinha que me fazia ser tão possessivo? Quero dizer, a Ketty o teve como seu segurança pessoal por muito tempo, mas isso nunca me causou algum tipo de desconfiança. Eu confiava nela, quando não deveria. Ainda assim, me mantinha racional o bastante para não me livrar dele, mas com a Baby, a noção de racionalidade pareceu bem mais complicada. – Onde a Baby foi hoje?Esperava que a Baby tivesse saído com suas am
Baby Ortiz.Os trovões soavam do lado de fora das janelas. A chuva soprava seu vento frio e úmido para dentro do quarto. As janelas ainda estavam abertas, porque eu não tive forças o bastante para me levantar e fechá-las. Não tenho tido forças para mais nada ultimamente.Eu sei, pessoas se preocupam comigo. A questão era que eu não deveria estar aqui. Eu não podia mais deixar a minha avó sozinha, mas era exatamente o que aconteceu, e eu estava fazendo justamente o tipo de coisa que jurei a ela nunca fazer. Eu a abandonei para salvar a minha vida, e não sei em que momento tudo isso mudou. Sei apenas que estava brincando de casinha com um homem que me comprou, e não queria que isso acabasse nunca.Eu traí a mim mesma, e isso dói tanto.E agora? Bom, acho que isso pode ser um novo tipo de traição a mim mesma, já que praticamente me pendurei no colo do Dominic. Estava abraçando ele como se fosse a única pessoa que eu quisesse ver.Por que de todas, somente ele? Não fazia sentido algum. Eu
Dominic Lexington Desci as escadas segurando a Baby pelas mãos. De alguma maneira, usei a desculpa de que não queria que ela fugisse de mim, mas a realidade era muito mais fodida. Eu basicamente esperava poder tocá-la pelo máximo de tempo possível. Quando chegamos ao andar de baixo, fomos recebidos por uma enxurrada de olhares surpresos. Eles esperavam mesmo que eu não fosse descer com ela? Eu teria derrubado aquela porta e trazido a Baby nos meus ombros se fosse necessário.— Prepararem algo. Nós vamos jantar. Levem para a sala da lareira.— Sim senhor. – Ava concordou. Eu não estava olhando o bastante para ela, mas percebi pela forma como encarava a amiga que ela sabia exatamente o motivo para Baby estar agindo daquela maneira.Andei ao lado da Baby até a deixar sentada em uma poltrona, e a cobri com o cobertor guardado ali. Beijei o topo de sua cabeça, como se ela fosse o mais frágil dos seres. E, sinceramente, foi uma atividade nova para mim também.— Vou acertar algumas coisas
Baby Ortiz Levei mais uma garfada a boca. Eu ainda estava sentindo aquela angústia me matando por dentro, mas de alguma maneira, comecei a sentir um pouco mais de fome. Nem sequer havia notado que o meu corpo estava fraco, até sentir a vida fluindo pelas minhas veias em forma de carboidratos. Nós dois estávamos sentados no chão, em frente a lareira. Os pratos estavam espalhados sobre uma pequena mesa de centro, e nós dois apoiávamos a comida com as mãos, o que é claro, dificultava usar talheres adequadamente, então, minhas mãos estavam bem sujas, mas o senhor grande formal estava impecável. Olhei para o Dominic, e a forma como ele estava sentado, tão grande, parecia desproporcional. Ri da situação, imaginando como devia estar desconfortável para ele daquela maneira, e ainda assim, ele estava ali, por mim.Estava começando a ficar difícil não gostar dele.— O que foi? – Ele virou o rosto na minha direção, chupando os filetes de macarrão que ainda ficaram pendurados para fora de sua bo
Dominic Lexington — Você não vai me deixar escapar ileso, vai?Ela sorriu contra a minha mão, e a vontade de devorar os lábios rosados até que eu pudesse machucá-los foi quase incontrolável. Mas então ela sorriu, e eu notei covinhas rasas lindas demais. Demorei um tempo para notar que havia me perdido naquele rosto. Já tive mulheres lindas na minha vida. Virgens, embora isso nunca tenha feito muita diferença. Era algo que meus irmãos valorizavam bem mais que eu. Ainda assim, eu nunca me perdi na beleza delas. Sempre foi algo mais para alívio do que por emoções. Na realidade, até aquilo me parecia distante, e eu teria dito que era impossível antes da Baby surgir na minha vida pela primeira vez.— Ok, vou precisar de algo bem mais forte desta vez. – Me afastei um pouco dela. Obviamente, havia acabado de encontrar a desculpa perfeita.Baby sorriu mais um pouco, sentando como uma garota curiosa por uma boa história. Virei a garrafa de whisky, e me sentei na poltrona dessa vez. Eu precis
Baby Ortiz Sem mentiras.Sem mentiras...Minha mente havia divagado nisso o dia inteiro, e em certo ponto, acabou se tornando uma espécie de tortura. Depois de quase enlouquecer, percebi que precisava contar a ele sobre a minha avó. Dominic não tinha obrigações com ela. Na verdade, ele talvez não fizesse nada a respeito, mas ainda assim, precisava explicar. Eu precisava que ele entendesse os meus motivos para não querer continuar nessa casa.Da última vez em que eu a vi, ela estava tão frágil que senti meu coração despedaçar um pouco mais. A minha avó foi a única pessoa na minha vida que realmente me amou e cuidou de mim como um ser humano, então eu tinha que retribuir agora.Fechei os olhos com força, me jogando na poltrona do escritório do Dominic. Abracei as minhas próprias pernas e encarei o relógio marcando altas horas da noite. Passava das onze e ele ainda não havia chegado em casa. Suspirei, ainda esperando por ele. Não sei em que momento acabei adormecendo ali, mas acordei so