POV IVY
Ivy olhou para Kael, sentindo o ar quase vibrar entre eles. A intensidade no olhar dele era quase sufocante, mas ao mesmo tempo irresistível. Ela podia ver a luta que ele travava consigo mesmo, a tensão em seus músculos, os punhos cerrados ao lado do corpo.
O coração dela batia acelerado, como se o simples fato de estar tão perto dele fosse demais para seu corpo suportar. Algo profundo e desconhecido pulsava em suas veias, uma eletricidade que parecia puxá-la em direção a ele, como se fosse inevitável.
Enquanto ele estava de olhos fechados, lutando com algo interno, sem pensar muito, ela deu um passo à frente, e outro, até que o calor dele era quase palpável. O cheiro único de Kael, amadeirado e intenso, a envolveu, tornando impossível pensar em qualquer outra coisa.
Antes que pudesse se convencer a recuar, Ivy ergueu uma das mãos, tocan
POV KAELKael estava deitado, a luz da lua entrando pelas janelas altas do quarto de Ivy, iluminando os contornos suaves de seu corpo enquanto ela dormia profundamente ao seu lado. Sua respiração era calma, regular, e o leve subir e descer de seu peito era quase hipnotizante. Ele não conseguia tirar os olhos dela.Ele havia cedido. Depois de dias – semanas – lutando contra o vínculo, contra o que o destino colocava diante dele, finalmente havia permitido que aquele desejo o dominasse. E agora, enquanto observava Ivy adormecida, envolta em seus lençóis, Kael sentia uma mistura de emoções que não conseguia decifrar completamente.Por um lado, havia o alívio – o alívio de finalmente dar voz àquilo que queimava dentro dele, ao vínculo que ele lutava para ignorar, mesmo que não a marcando. Por outro, havia a culpa. Ele sabia que o que tinham compartilhado naquela noite era profundo e marcante, especialmente para ela. Ivy era inexperiente, e ele precisava ter certeza de que não a havia mach
POV IVYA água morna do chuveiro escorria por seu corpo, trazendo um alívio momentâneo para a leve dor que sentia. Seus músculos ainda estavam tensos, resquícios da intensidade da noite anterior. Ivy deixou a cabeça cair para trás, deixando que a água molhasse seus cabelos enquanto fechava os olhos.Ela nunca havia se sentido daquela forma antes. Completa. Era a única palavra que conseguia usar para descrever o que estava sentindo. Não era apenas o toque ou os beijos de Kael, mas algo mais profundo, algo que ela não conseguia nomear."Eu cedi... tanto quanto ele," pensou, mordendo o lábio inferior. Por mais que Kael tivesse tentado lutar contra o vínculo, ela sabia que também havia feito o mesmo. E agora, mesmo com as palavras duras dele naquela manhã, não conseguia ignorar a sensação de que aquilo era... certo.Depois de se vestir, Ivy desceu para o café da manhã. O cheiro de pão fresco e café encheu o ar, mas a visão de Kael sentado à m
O aroma forte de café recém-passado enchia o ar da cafeteria, misturando-se ao cheiro adocicado dos pães e bolos dispostos na vitrine. Ivy sentiu um calor confortável no peito ao ver Nina se aproximando com um sorriso largo e os braços já estendidos para um abraço apertado."Meu Deus, eu não acredito que estou te vendo!" Ivy disse, segurando a amiga com força, como se quisesse garantir que ela era real."Eu também não! Você sumiu, sua maluca!" Nina respondeu, rindo, mas seus olhos carregavam algo a mais, algo que Ivy não conseguia decifrar.Sentaram-se em uma mesa afastada, longe do fluxo constante de clientes. O garçom logo trouxe os cafés, e Ivy segurou a xícara entre as mãos, sentindo o calor do líquido contra sua pele gelada de ansiedade."Eu tenho tanto para te contar!" Ivy começou, mordendo o lábio com um misto d
O sol já se punha no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e roxo quando Ivy terminou de expor sua ideia.“ Eu preciso invadir o orfanato “ ela disse, segurando firme a mão de Nina. “ Se ninguém quer me contar sobre o meu passado, eu mesma vou descobrir.”Nina, que até então ouvia atentamente, suspirou e se recostou na cadeira.“ Ivy, isso é perigoso. O que você espera encontrar lá?”“ Qualquer coisa. Registros, documentos, fotos… qualquer pista sobre quem eu sou de verdade. Eu não posso mais ficar no escuro.”Nina observou sua amiga por um momento, depois balançou a cabeça e sorriu.“ Você realmente não tem medo de nada, né?”“ Não quando se trata da minh
Ivy mal conseguia recuperar o fôlego quando Kael, ainda tomado pela fúria, virou-se para Nina, seus olhos intensos e predatórios analisando cada detalhe da mulher que ele agora via como uma ameaça. A aura dominante que emanava dele era sufocante, e mesmo Nina, que sempre demonstrava confiança, desviou o olhar momentaneamente em um ato involuntário de submissão.“ Quem diabos é você? “ Kael rosnou, a voz carregada de autoridade e impaciência.“ E por que saiu de sua alcateia? Fale rápido, antes que eu mesmo arranque as respostas à força.”Nina manteve o queixo erguido, mas sua postura era cautelosa. Ela respirou fundo antes de responder, escolhendo as palavras com cuidado.“ Meu nome é Nina, e eu... fazia parte da Alcateia da Lua. Meu antigo Alfa queria Ivy, mas eu não sabia o motivo.
A tensão ainda pulsava em suas veias como um tambor distante, ecoando as emoções confusas que a dominavam. A raiva queimava em seu peito, mas era incapaz de apagar o desejo incômodo que surgia sempre que Kael estava por perto. Era uma batalha silenciosa dentro dela, um conflito entre a rebeldia de sua mente e a rendição de seu corpo.Com um suspiro pesado, Ivy afundou os ombros e deslizou as mãos pelos cabelos, tentando aliviar a pressão que apertava seu peito. Foi então que sentiu o pequeno volume em seu bolso. Seu celular. O choque da descoberta a fez congelar por um segundo. No meio do caos daquela noite - a fuga, o ataque, Kael a carregando de volta como se ela fosse sua propriedade - ela sequer havia pensado em checar como Nina estava.Com os dedos trémulos, desbloqueou o aparelho e abriu a conversa com a amiga.Ivy: Como você es
Kael estava sentado em seu pequeno escritório, as luzes amenas lançando sombras longas pelas paredes de madeira escura. Ele massageou as têmporas, tentando conter a raiva que ainda ardia em seu peito. Orion rugia dentro de si, inquieto, exigindo que impusesse sua autoridade sobre Ivy. Ela o desafiava de uma forma que ninguém jamais ousara, e o fato de seu lobo não querer puni-la, mas sim protegê-la, só aumentava sua frustração.Seu punho cerrado repousava sobre a mesa, os nós dos dedos brancos com a força que exercia. Ele respirou fundo, fechando os olhos por um momento e permitindo que as memórias da noite voltassem à sua mente.Quando chegou à mansão naquela tarde, o crepúsculo já tingia o céu de tons alaranjados. Seu primeiro instinto foi procurar por Ivy. O cheiro dela estava por toda a casa, mas ao perguntar
Kael empurrou a porta do quarto sem sequer bater.O ambiente estava mergulhado na penumbra, a única iluminação vinda da luz suave da lua que atravessava a cortina entreaberta. O cheiro dela preencheu o espaço no instante em que ele cruzou a soleira “um aroma doce e envolvente que fazia Orion rugir dentro dele, ansioso, possessivo.Ivy estava sentada na beira da cama, os cabelos ainda bagunçados pela confusão daquela noite. Seus olhos encontraram os dele sem hesitação, brilhando com uma mistura de desafio e frustração.Kael respirou fundo, tentando manter o controle que lhe escapava como areia por entre os dedos. Seu lobo exigia que ele a tomasse, que a marcasse, que acabasse com aquele jogo de resistência. Mas ele não podia. Não ainda.Sua voz saiu baixa, carregada de perigo:“Você tem noção do que fez?”Ivy ergueu o queixo, desafiadora como sempre. Ele odiava e amava isso nela ao mesmo tempo.“Eu precisava ver minha amiga. Eu não sou