StellaCorro para o meu quarto fechando a porta rápido, meu coração está acelerado, minha respiração está rápida e curta, sinto que tem uma briga de borboletas em meu estômago.— O que foi isso, Stella? — Digo tentando me acalmar, eu não sou inocente, sei o que estava prestes a acontecer, já tive alguns namorados e muito passa mão, inclusive já fiz boquete para meu ex-namorado, mas nunca finalizamos, nunca transei de verdade, e se a Bella não aparecesse, acho que perderia minha virgindade no meio da sala de estar, em um sofá de couro branco, com meu chefe gostoso. — Puta que pariu! Se controla Stella! Com que cara, olharei para ele amanhã. Já sei, não sairei do quarto, vou fingir estar com dor de cabeça, ou sei lá o que. É, eu não vou, amanhã eu tinha que trabalhar. Que ele suma novamente.Tiro minha roupa e tomo outro banho, deixo a água morninha cair pelo meu corpo e fico lá por um bom tempo, quando já estou com os dedos enrugados, desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, saio do b
EduardoFico sozinho na cozinha, respiro fundo!Ela está certa, não posso mais deixar o desejo me dominar. Será difícil, mas terei que ficar o mais longe possível de Stella.Só que com nossas conversas, eu fiquei muito intrigado com a história dela, por que será que o pai não aceita que ela realize o seu sonho? Eu teria orgulho se minha filha passasse em um concurso tão prestigiado.Pego o meu celular e envio uma mensagem para o meu detetive.“Senhor Buick, por favor, investigue o senhor Jimmy Melfi, quero relatórios detalhados.”“Considere feito, senhor Hoork.”…Na manhã seguinte, sai antes que todos acordassem, não queria encarar Stella, após a noite de ontem.Vou direto para o escritório, estou absorto revisando um contrato quando Michael entra na minha sala.— Como vai meu amigo traíra? — — Por que sou traíra? — Pergunto sem levantar a cabeça. — Por quê? Você ainda pergunta o porquê? Como me escondeu aquela beldade por tanto tempo?— Não sei do que está falando? — Levanto-me, v
EduardoNo caminho de volta para o escritório, me pego, pensando em Savanna, de nossos agradáveis momentos no clube. Recordo-me com carinho de como ela adorava essas tardes, sempre acompanhada de suas amigas. Encontrei algumas delas ao sair, e a saudade de Savanna veio com tudo. Sinto falta da sua presença, éramos inseparáveis e compartilhávamos nossos pensamentos e momentos vividos, trocávamos ideias, fazíamos planos para o futuro. Futuro esse que nunca chegará.Lembro de um dia em que estávamos tendo conversas bobas e aleatórias, em nosso quarto. Estávamos exaustos, pois havíamos acabado de chegar de um evento beneficente.— Vamos tomar um banho de banheira para relaxar? — Ela pergunta travessa. Rio do seu jeitinho, a pego no colo e seguimos para o banheiro rindo como duas crianças que estão prestes a aprontar.Nossa sintonia era única, nos entendíamos muito bem e sempre sabíamos o que o outro queria ou precisava, ela não era só minha esposa, mas minha melhor amiga também.Após um s
StellaEstou terminando algumas anotações em uma cafeteria próximo à escola da Bella, quando meu celular começa a tocar. Me assusto quando vejo o nome da escola no identificador, hoje ela tinha atividade extra, então não sairia antes das dezoito horas. — Alô. — Digo ao atender.— Responsável pela Isabella Hoork?— Sim, eu sou a Stella, a babá dela.— Tentamos falar com o senhor Hoork, mas ele não atendeu, a Isabella caiu no parquinho, estamos chamando a ambulância, consegui vir para acompanhá-la?— Claro, estou perto, chego em dois minutos. — Deixo dinheiro na mesa e saiu correndo, nem sei em quanto tempo cheguei, mas foi rápido o suficiente, para ter tempo de acompanhar Bella entrando na ambulância, eu ligo para Eduardo que atende no primeiro toque.Digo o que está acontecendo e não espero sua resposta, minha preocupação é Bella que continua desacordada.Ao chegar ao hospital, eles a levaram para realizar exames, enquanto fui até a recepção para fazer a ficha. Ao finalizar a ficha,
EduardoBella despertou lentamente no início da noite, os olhinhos piscando para se acostumar com a claridade do quarto de hospital. Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios, “Minha menina está bem!” — Foi meu primeiro pensamento. Seu coração ainda batia acelerado, mas ela sabia que estava bem e segura.O braço engessado era um lembrete do que havia acontecido, mas era um pequeno preço a pagar comparado ao tombo que levou. Enquanto ela ainda estava desacordada liguei na escola, precisava saber o que aconteceu para tomar medidas drásticas, “minha filha poderia ter morrido!”Eles disseram que onde Bella caiu, soltou um parafuso, fazendo com que a proteção caísse e em consequência, Bella foi junto ao chão. Conversarei com meus Advogados e tomarei a decisão certa perante essa irresponsabilidade.Logo, o silêncio do quarto foi interrompido pelo som do celular tocando. Era uma chamada de vídeo de Stella. Com um sorriso trêmulo, Bella aceitou a chamada e viu o rosto familiar aparecer na
Stella O resto da semana passou como um furacão. Não vi mais o Eduardo, estamos meio que nos evitando. Bella voltou muito mais manhosa do que de costume da casa de sua avó, o que me deu mais trabalho do que de costume.— Stella, quero água. — Bella diz ao me ver entrar no quarto de brinquedo.— Está do seu lado Bella. — Respondo já irritada.— Você é minha babá, tem que fazer o que eu mando. — Revirou os olhos. Penso se devo dar uma lição ou não, mas como hoje estou prestes a ficar naqueles dias, minha paciência não é das melhores. — Minha avó, disse que você tem que fazer o que eu mandar. — Continua ela.— Fala para sua avó ficar com você uma semana e não um dia, e veremos se ela não muda de ideia. Bella você quebrou o braço esquerdo, e não a perna. Ande até o copo com água, se está com sede.— Não pode falar assim comigo, eu pago o seu salário. — Ela diz toda cheia de si.— Sinto em dizer, minha querida, mas não é você quem paga meu salário e sim o seu pai. Então se está com sede,
Stella— Ernandes, pode me deixar na escola e voltar para a mansão, eu vou resolver algumas coisas pessoais, e vou direto para o curso.— O senhor Hoork sabe? — Ernandes pergunta, enquanto estou entrando no carro.— Ele me deu folga, então não devo satisfação a ele.— Não está mais aqui quem falou. — Ele diz rindo e levantando as mãos em sinal de rendimento.— Desculpa se fui grossa, mas aquele homem bipolar me enlouquece. — Ernandes dá um sorrisinho e eu desfiro um tapinha fraco em seu ombro.— Está pronta? Ou precisa pegar mais alguma coisa?— Sim, podemos ir. — Quando Ernandes, liga o veículo, seu celular toca, Ernandes aperta um botão no volante, antes que ele diga algo, a voz de trovão, que me faz arrepia, é ouvida por todo o carro:— Peça para Stella descer do carro agora. Vou levá-la. — Esquecendo que ele pode me ouvir, eu e minha boca grande dizemos:— Não digo que é bipolar? Uma hora me leva, depois do nada, não leva mais, e agora quer levar de novo! Pensa que sou criança! —
StellaApós andar por sei lá quanto tempo, chego em uma praça muito linda, começo a chorar.— Deus, por que está fazendo isso comigo? Por que está me fazendo me apaixonar por ele? Ele é tão, tão nem sei descrever.— Às vezes parece que Deus nos prega uma peça, não é pequena? — Olho assustada, pois não havia percebido ninguém chegar, ainda com lágrimas nos olhos sorrio para a simpática senhora que se senta ao meu lado. — Desculpa, não queria te assustar.— Oh! Não! Estava distraída. — Ela sorri para mim e diz:— Quando conheci meu marido, éramos como cão e gato, naquela época o marido era escolhido pelos pais. Quando o vi pela primeira vez fiquei com medo, ele era alto, forte, era um soldado aposentado, devido a um acidente que o fez perder as pernas, mas de família muito rica, só por isso, meu pai aceitou. E eu odiei meu pai com toda a minha força, como ele me casaria com um aleijado, eu pensava enquanto o olhava. — Ela sorri sem alegria. — O casamento foi inevitável. Ele era dez anos