EduardoNo caminho paramos no supermercado e deixei que Bella comprasse o que quisesse, foi divertido ver a carinha de surpresa dela e os olhinhos brilhando. Como toda criança, ela aproveitou para pegar apenas porcarias cheias de açúcar.Chegamos ainda pela manhã, o dia não estava muito quente, então nadar no lago estava fora de questão.— O que acha de pescar?— Sim, sim, sim! Mas os soltaremos depois, não vamos, papai?— Sim, meu amor! — Digo rindo, organizo tudo, coloco o colete salva vida nela, e ela vai saltitante ao meu lado.Ficamos por uns dez minutos, e ela me contava como gosta da aula de ballet, que era a aula que ela mais gostava, contou sobre a amiguinha do ballet que não gostava dela, sei que é errado, mas como uma criança não gosta da outra?— Fisgou! — Grito.— O que papai? Nossa mexeu, mexeu papai! — Ela diz gritando e se mexendo animada.— Fica quieta princesa, senão nosso barco vira, e a água está gelada. — Digo enquanto verifico a vara, que de fato tinha um peixe.
StellaNo caminho me lembrei de quando Léo me trouxe para Boston, parece que foi ontem e não meses. Foi impossível não rir sozinha no ônibus, ao lembrar da cara dele ao ver meu novo endereço.— Dá um tempo para ele, logo ele aceita. Você vai ver, logo ele vai te visitar. Esqueceu que você é a princesinha dele! — Sorrio, tentando manter viva a esperança do apoio dos meus pais.— Prometo que vou manter a chama da esperança acesa, mas no momento, só tem uma brasinha, que está quase apagando. — Ele segura em minha mão e diz:— Independente deles aprovarem ou não, eu te apoio, e sempre estarei contigo!— Pro que der e vier? — Pergunto.— Sim, sempre! Pacto de gêmeos, lembra? — Sorrio com o jeitinho dele e dou um beijo rápido em sua bochecha.Alguns minutos depois, chegamos a Boston, e começamos a procurar o bairro do apartamento que encontrei na internet.— Maninha, esse lugar é mais longe do que de casa ao centro de Boston, tem certeza de que me passou o endereço certo?— Tenho Leo, olha
StellaChego na minha cidade e vou direto para a casa da Emma, eu tenho a chave, então já vou entrando para surpreendê-la e eu que sou surpreendida.Emma e Léo estavam aos beijos no sofá, eu arregalo os olhos e abro a boca surpresa, estou tão feliz por eles, não resisto, engrosso minha voz e digo:— Que pouca-vergonha é essa? — Eles me olham assustado.— Stella, o que faz aqui? — Léo é o primeiro a se recuperar do susto.— Por que não me contaram? — Digo jogando almofadas neles. — Agora ficam me olhando com cara de bobo.— Porque não avisou que vinha, eu ia buscar você! — Léo diz voltando a si e me abraçando apertado, me girando na pequena sala.— Queria fazer uma surpresa, mas eu que fui surpreendida — digo rindo. — Mas me conta, desde quando?— Não sei ao certo, depois que você foi embora, meio que nos apoiamos, você faz falta bruxa. E esse cabelo! Ficou linda! Faz tempo que não te via. — Emma diz, me abraçando. — Eu gostava do meu cabelão! — Digo chateada.— Mas o que aconteceu? Po
StellaEu e Emma estávamos dormindo quando a campainha tocou, nos assustando.— Quem será que é a esta hora? — Pergunto sonolenta, já que ficamos até de madrugada fofocando e eu demorei a dormir.— Oi, dona Suely, pode entrar, a Stelinha está dormindo no quar. — Emma para a palavra no meio, quando me vê parada no batente da porta.— Mãe! — Digo, ao me recuperar e corro para os abraços da minha mãe, e nunca me senti tão em casa, tão feliz, sempre fui muito apegada a ela, mesmo com nossas brigas ocasionalmente. — Estava morrendo de saudades.— Oh! Minha menina, que saudades estava de você! Olha, você cortou o cabelo, ficou tão linda, está mais magra, tem que se alimentar direito, lembra o que o Dr. Zack falou sobre alimentação.— Obrigada mãe! Sim, estou me alimentando direitinho, não se preocupe, devo ter emagrecido devido à correria. Mas me diga, como a senhora está? — Digo sorrindo e abraçando-a mais uma vez.— Estou bem minha filha, mas sinto sua falta, você faz muita falta! — Ela f
Eduardo— Filha, parece que a chuva não vai diminuir, e com chuva não tem muito o que fazer aqui.— Verdade, papai, eu já estou entediada. — Bella diz com os braços cruzados e cara de tédio. Não resisto, solto uma gargalhada e pergunto:— E você sabe o que é tédio?— Claro né! Pai, olha para mim, não está claro? — Fico olhando para aquela linda menininha com cara de anjinho, minha filha, minha vida, sorrindo e negando com a cabeça.— E quem te ensinou falar assim menina? — Digo pegando-a no colo e fazendo cosquinhas. A gargalhada dela ecoa pela casa, me trazendo paz.Arrumamos nossas coisas e pegamos a estrada, eu dirijo devagar e com muita atenção, a chuva está forte, decido parar em uma lanchonete na beira da estrada, até que a chuva diminua um pouco. — Sabe que só vai comer essas porcarias hoje, amanhã volta a vida saudável.— Pode ficar tranquilo, papai, a Stella só faz comidas saudáveis. — E lá está ela de novo, eu realmente estou tentando, esquecê-la, mas volta e meia ela está
Eduardo— Stella? Stella? — Dou alguns tapinhas nela que não acorda, começo a ficar desesperado, arrumo-a no sofá e levantou as pernas dela, li uma vez que isso ajuda, alguns minutos se passaram, quando estou quase indo na cozinha, pegar água para molhar seus pulsos, ela desperta meio desorientada. Ao perceber minha presença, ela dá um pulo do sofá, olha para o cristal quebrado no chão.— Me desculpe senhor Hoork! Juro que pagarei. Vou limpar essa bagunça, eu só preciso, preciso comer algo, estou há muito tempo sem comer. — Ela diz apressada e atropelando as palavras, ela está muito nervosa, ainda está muito pálida. É nítido que está fraca, mas quando ela disse que ficou sem comer novamente fiquei muito bravo, como aquele babaca fica com ela e não dá comida para ela.— Ficou com o namora e esqueceu de comer? — Pergunto irritado.— Eu não estava namorando, fui visitar minha família e tudo aconteceu. Deixe-me arrumar essa bagunça. — Ela dá dois passos, eu seguro seu braço, ela me olha s
StellaAssim que entrego o lanche para Bella, subo para o meu quarto tentar dormir um pouco, mas as coisas que meu pai me disse, não saem da minha cabeça. Sabendo que não dormirei, coloco uma blusa de moletom que roubei do meu irmão, com o cheirinho dele, assim o sinto comigo, desço para o jardim, lá tem uma árvore linda que com certeza me dará um pouco de paz.Amo estar em contato com a natureza, já pensei várias vezes em me tornar vegetariana, mas amo uma carninha e na minha profissão ficaria um pouco difícil também.Ao chegar na belíssima árvore, eu a abraço apertado para tirar todas as energias negativas, não sei se funciona, mas mal sei que não fará mal.Penso um pouco em Eduardo, como ele é bipolar, ao mesmo tempo, em que está estourando de raiva, bufando como um touro bravo, ele está mansinho como um filhote de gatinho, que homem doido, só quer mexer com meu psicológico. E ainda vem com aquela desculpinha idiota. Envio uma mensagem para Emma, digo que estou bem, para não se pr
Eduardo Achei que Stella ia fugir após o beijo, para ser sincero, eu queria que ela tivesse fugido. Ela desperta algo dentro de mim, que eu não conheço, que eu nunca senti, que não controlo e isso me dá medo.Preciso perguntar o que a Abigail tem, não é normal essa atitude, desde sábado ela está me olhando estranho, mas não lembro ter feito nada que a desagrade. Ficamos um pouco atrás de Abigail, caminhando em silêncio.Ao entrar na cozinha, Stella dá um abraço apertado em Abigail, que retribuo perguntando como foi avisita aos pais, ela nega com a cabeça e diz:— Para ser sincera, não muito diferente do que imaginei que seria. Me diga como estão seus netinhos? — Eu me apoio no batente da porta e fico observando a interação das duas.— Estão bem graças a Deus, o menor está muito esperto e arteiro, e o maior na fase da teimosia. — Elas conversam enquanto Stella dá uma aquecida no macarrão do tal Chef italiano, após alguns minutos, quando Stella já estava pegando os pratos, Abigail per