Sem saber direito o que fazer, me aproximei do grupo,colocando-me ao lado de Richard, sorrindo para ele. Por mais quesoubesse que era apenas uma encenação, a forma como elepousou a mão na curva das minhas costas me fez estremecer.— A propósito, esta é a minha esposa, Isabelle. — Richardme apresentou com alguma formalidade. Ele claramente não sesentia à vontade com aquele homem.Dominic Ungaretti estendeu a mão, e eu a peguei hesitante.Para mim era como tocar em algo proibido. Poderia jurar que nomomento em que nossas peles se encontrassem, algum tipo dechoque seria causado. Um choque ruim.— É um prazer, senhora. — Continuei hesitante, enquantoele se inclinava para beijar a minha mão. — Esta aqui é Deanna,minha linda esposa.Que o homem era bem bonito, isso eu não podia negar. Egentil também. Falava da esposa com um brilho nos olhos que dariainveja em qualquer uma.— Percebi que está grávida, Sra. Ungaretti. Parabéns. Paraquando é?— Só de dois meses e meio. Estou na esp
Nos dias seguintes, Washington continuou a ser umredemoinho frenético de reuniões, sessões legislativas ecompromissos políticos. Como eu não morava lá e só compareciaalgumas vezes no mês, eram muitas coisas para resolver.Eu estava determinado a aproveitar o tempo que Isabelle eeu tínhamos na capital, então reservei um dia para mostrar a elaalguns dos pontos turísticos mais emblemáticos. Juntos, visitamos oCapitólio, com seu imponente domo que se erguia majestosamentecontra o céu azul. Passeamos pelo National Mall, admirando osmemoriais de Abraham Lincoln e Thomas Jefferson. Paramos paraque ela tirasse uma foto na Casa Branca, mesmo que isso nãofosse mais uma novidade para mim. E, é claro, fizemos uma visitaao Monumento a Washington, que se erguia com grandeza acimada cidade.A presença de Isabelle trouxe um novo brilho a esses lugaresfamiliares. Ver sua admiração genuína pelas maravilhas da capitalme lembrou das coisas pelas quais vale a pena lutar. Passamos atarde jun
A química entre nós tinha um poder que eu talvez nãoconseguisse compreender, porque não tinha experiência para isso.Os olhares que vínhamos trocando, o jeito como qualquer toquecausava uma descarga elétrica muito intensa, as desculpas queencontrávamos para estarmos sempre perto um do outro...Tinha se tornado inegável.Mas, mais do que apenas o desejo, que era bastante óbvio,havia sentimento. Nós estávamos nos descobrindo.Eu sabia que algo iria acontecer naquela noite, mas asemoções de Richard eram tão difíceis de ler, que ainda tive algumasdúvidas sobre estar ou não iludida.Só que tudo o que precisamos foi cruzar a soleira da porta efechá-la. Aquele nem era o meu quarto, mas meu marido não soltoua minha mão e não me deixou ir para qualquer outro lugar que nãofosse aquele. Nós nos refugiamos naquele cômodo, como se nãohouvesse mais nada lá fora. Nem as razões para o nossocasamento e nem todos os segredos que nos rondavam.No momento em que ficamos sozinhos, foi o tempo d
Richard não parecia pronto para me deixar descansar, tantoque no momento em que me recuperei do primeiro orgasmo, elevoltou a chupar meus seios, um de cada vez. Eu sentia as reaçõesdo contato, mas não conseguia me manifestar com muita ênfase,porque, é claro, ainda estava um pouco zonza.Demorei a perceber sua boca maliciosa que descia devagar,até que sua língua começou a circular meu umbigo. Arqueei osquadris, enquanto minha respiração se tornava irregular outra vez.Parecia que eu tinha um peso no peito que me impedia de encontraro ar. Mas, mais do que isso, a cabeça girava.— Richard! — chamei, em meio à voz ofegante, tudo soandocomo uma bagunça.Recebi uma mordidinha no pé da barriga, e outra no monteno meio das minhas pernas. Então a língua encontrou meu clitóris,que foi circulado, em total surpresa.Eu podia ser inexperiente, mas entendia como as coisasfuncionavam. Já tinha me tocado algumas vezes e já tinhaconseguido me dar orgasmos, embora não tão intensos como o qu
2 meses depoisNão era o conto de fadas, nem a história de Uma LindaMulher que a mídia descrevia. Não fora amor à primeira vista comocontávamos em várias entrevistas. Só que as mentiras a respeito donosso relacionamento, que nós mesmos construímos, foram setornando um pouco menos... mentirosas, por assim dizer.Quando eu e Richard entrelaçávamos as mãos aocaminharmos em meio aos flashes de paparazzi ávidos por umpedaço de nós, o contato era genuíno, e eu podia sentir o polegardele acariciando a minha pele.Quando sorríamos, eu me sentia um pouco cúmplice dele,porque estávamos associando algo da conversa daquele momentoa alguma coisa que acontecera conosco.Quando terminávamos dias atribulados, tanto para ele quantopara mim, tínhamos o conforto dos braços um do outro. E por maisque qualquer um pudesse alegar que ele era frio, que tinha um jeitocomedido demais, à noite o homem se transformava e virava umdemônio, que me fazia implorar por mais e mais, até queestivéssemos os
Saltei do carro e agradeci ao meu motorista, como sempre.Era meio da madrugada, e eu sabia que ele estava cansado.Poderia ter pegado um táxi, sem problemas, mas era uma exigênciada equipe de segurança que eu desse sempre preferência por estarem veículos blindados, com alguém de confiança no volante.Esse era o preço de ser quem eu era. Quando me tornassepresidente, as coisas seriam piores.Ainda assim, eu poderia ter seguido normalmente o protocoloe retornado para Nova Iorque só na manhã seguinte, mas estavaindo para o hotel, passar a noite, quando senti uma necessidadeenorme de estar com minha esposa.Chegava a ser irônico isso. O casamento era para ser apenaspor contrato, mas eu estava totalmente rendido por ela.Entrei na casa e subi as escadas já tirando o paletó. Agravata fora arrancada no meio do voo, mas eu não poderiaaparecer totalmente desalinhado em público, nem mesmo no meiode uma madrugada.Entrei no meu quarto, esperando que Isabelle pudesse estardormindo na
Acordei primeiro e deixei Isabelle exausta na cama, enquantoeu ia para a sala de musculação iniciar o meu dia. Nós só nosencontramos na hora do café da manhã, porque ela já estavasentada à mesa, e eu me inclinei para beijá-la.Eu via os empregados sorrindo ao perceberem o clima entrenós. O motorista, os seguranças, minha governanta... Desde o inícioIsabelle conquistou a todos. O público também. Desde que noscasamos e que ela passou a se tornar ativa em várias causas,minha popularidade cresceu.Só que não era apenas por isso que eu estava apaixonado.Era... por tantas coisas...Naquela manhã ela não estava sorrindo como na noiteanterior. Eram os momentos em que eu me perguntava o quepoderia haver de errado que transformava seu humor em poucossegundos. Talvez fosse algum tipo de depressão sobre o qual elaainda não se sentia segura de falar. Fosse como fosse, queriaajudar.Ela deu uma olhada no celular, soltou um suspiro e se voltoupara mim, tentando fazer parecer como se na
Ele não precisava dizer muitas coisas para que euentendesse que Kenneth tinha sido desmascarado. E que eu tinhasido jogada no meio da areia movediça também.Eu e Richard ficamos nos olhando por algum tempo. Ele,muito sério. Eu, muito desesperada. Sentia meu corpo tremer eminha respiração ficar ofegante, porque algo me dizia que aquelaconversa seria dolorosa.Ele me deu as costas e foi caminhando na direção da mesa,com as mãos nos bolsos.— Richard... — comecei chamando o nome dele com um tomfrágil, praticamente me acusando.Ainda sem olhar para mim, ouvi a voz dele sem nenhumainflexão. Como se ele tivesse perdido a alma.— Eu vi o contrato. Não quero mais mentiras, Isabelle. Ele éreal?Eu poderia dizer que não, tentar me proteger. Só que eusabia que Richard não acreditaria.— É real.Havia muitas outras coisas que eu ainda precisava dizer,explicar, mas tudo o que me restou foi me sobressaltar e dar umgritinho quando ele deu um tapa em um objeto de vidro que estavasobre a