"A alegria torna o homem sociável, a dor individualiza-o."
Christian Hebbel.
Como assim “vamos adotar uma criança”? Essa quantidade não está boa, não? – perguntei.
– Bom, posso explicar? – Tom pediu.
– Por favor!
– Eu tenho... quer dizer, eu tinha um primo que levou uma vida muito promíscua e que acabou engravidando uma mulher. Ela não queria a criança, mas ele não permitiu que ela abortasse. Quando a criança nasceu ele pegou-a e passou a cuidar dela. Há alguns dias esse mesmo primo sofreu um acidente e acabou falecendo. Como eu era a pessoa mais próxima dele, ele pediu em testamento para que eu cuidasse da criança.
– Qual é o nome da criança? – Daniel perguntou.
–Maryana. Ela tem quatro anos, fará cinco em breve.
– Gostaríamos que você e Sara cuidassem dela enquanto estiverem por aqui. – acrescentou Helen. – Vai ser bom par
“As coisas mudam. O amor muda. Ele pode fazer um estrago, mas também pode ser o conserto.Uma faca de dois gumes, sem a qual, sua vida seria apenas mais uma monotonia.” Sara Aster. Cheguei antes no carro e fiquei esperando Daniel. – Está tudo bem, Elisa? – perguntou ao abrir a porta. – Por que não estaria? – entrei no carro. Passamos o caminho todo em silêncio. Eu não estava bem, queria chorar, ficar na minha cama ouvindo músicas depressivas e tentar me conformar. E pra piorar tudo minha barriga estava doendo. Por causa de todo aquele estresse não tinha comido nada ainda. – Tem certeza de que está tudo bem? – aquela pergunta me lembrou dos tempos antigos. Sempre que ele me perguntava aquilo eu sempre dizia a verdade, mas agora não podia ser assim. – Tenho. Voltamos ao silêncio mortal. – Chegamos. O centro de adoção era grande, tinha uma arquitetura parecida c
"Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre." Tati Bernardi. - Bom dia, Mary! – um coral composto por mim, Marisa, Gabriel, Tom, e Helen que segurava Nicolas falou. Minha mais nova filha se espreguiçou, abrindo os olhoslentamente. – Quem são esses, mamãe? – bocejou. – Essa é a sua nova família. – sentei ao seu lado. – Essa é a Marisa, esse é o Gabriel, essa é a tia Helen, e esse o tio Tom, e esse bebezinho é o seu priminho Nicolas. – Helen não aceitou ser chamada de avó, disse que estava muito nova para merecer esse título, então resolvemos dizer a verdade, ou melhor, apenas metade dela. – Oi Mary, eu sou a melhor amiga da sua mamãe, sabia? Nós vamos fazer muitas coisas juntas hoje! – O papai também vai? – se animou. – Onde ele está? – levantou o pescoço, procurando por algum sinal
“Falamos da vida como se vivêssemos. Falamos de amor como se amássemos. Falamos até da morte como se tivéssemos morrido. E ainda falamos de nós, como se nos conhecêssemos.” Diego Nunes. – Bom dia, Merced... – falei ao entrar na cozinha e ver Marisa e Mary tentando cozinhar. – O que vocês estão fazendo? – o detector de fumaça ativou com a fumaça que saía do fogão, molhando toda a cozinha. – Ai, meu Deus! – Marisa exclamou. – Desliga, tia, desliga! – as duas se desesperaram. Fui até o fogão, com cuidado pra não escorregar, e virei o botão, apagando o fogo. Peguei uma luva de pano toda encharcada, coloquei, e abri o forno. Tirei de lá um tabuleiro cheio de. algo queparecia carvão. Virei na pia e vários pedaços de alguma coisa preta caíram. Depois de alguns segundos a água cessou. – Alguém pode me dizer o que era isso? – perguntei jogando o tabuleiro na pia. – Hã. um bolo? – Marisa res
"Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem." Lao-Tsé. Fui forçada a abrir os olhos pela cólica que eu sentia. – Hmmm... – revirei na cama, tentando encontrar a melhor posição para que a dor parasse. O que eu tinha feito? Consegui estragar tudo. Beijei Gabriel na frente do Daniel e da Marisa. A última coisa que eles deveriam estar querendo no momento era ver a minha cara. Eu estava me sentindo muito mal. Muito mal mesmo. Percebi que as minhas roupas estavam secas, alguém havia me trocado. Com esforço, levantei e fui até o primeiro andar. Tom estava na sala, vendo jogo de pôquer. – Onde estão todos? Onde está a Mary? – Ah, Elisa, que bom que você acordou! – me ajudou para que eu me sentasse. – Eles foram para o hospital. – Aconteceu alguma coisa? – me contraí de dor. Maldita men
"Jamais deixe partir quem se importa com você, quem te ama, quem te diverte, quem te faz sorrir, porque sem eles você não é feliz. " Autor Desconhecido Depois de toda aquela confusão, passou-se praticamente um mês. Me dediquei totalmente ao meu trabalho, ficando a semana toda no museu. Já estava me tornando peça de exposição. Alice e Victor se divertiam as minhas custas por causa do que eu tinha visto. Eusabia que eles me zoariam eternamente e eu estava certa sobre isso. Sempre jogavam uma piadinha sobre o assunto. Nos finais de semana Mary saía comigo e com Daniel e durante a semana ficava com Marisa, Gabriel ou quem estivesse em casa. Marisa e eu nos resolvemos no dia seguinte em uma choradeira sem fim. Ela me explicou que pensou que fosse brincadeira, mas tinha ficado nervosa e começou a passar mal. Então tentou se afastar de Gabriel o mais rápido possível. Obviamente, eu quase desci a mão na cara dela por
"Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo." Nemo Nox. Acordei com o choro de Nicolas. Olhei no relógio e eram três da manhã. Peguei-o no colo e tentei niná-lo, mas não adiantou. – Você deve estar com fome. - desci com ele até a cozinha e coloquei-o no carrinho que Helen deixava lá. Nicolas tinha um carrinho para o segundo andar e outro para o primeiro. Era complicado subir e descer escada todos os dias segurando um carrinho. Enquanto esquentava a mamadeira, balançava o carrinho pra ver se ele se acalmava e parava de chorar. – Tudo bem por aqui? – Daniel apareceu na cozinha com o cabelo bagunçado e somente de calça, revelando aquele físico incrível. – Parece que a noite foi boa. – falei ao observar as marcas de batom em seu pescoço e alguns possíveis chupões. Torci muito para não encontrar Sara ou as coisas não f
“Proteja aquilo que você ama de todas as maneiras e todas as formas possíveis. O que nos pertence deve ser defendido com unhas e dentes. Até o fim. Para que você não se arrependa depoispor não ter lutado corretamente pelo que era capaz de verdadeiramente fazê-lo feliz.” Sara Aster. - Mamãe, quem é ele? – Mary perguntou, se escondendo atrás de mim. – Ele é o pai do papai. – ou seja, o vovô. Mesmo só tendo o visto uma vez de relance, era impossível esquecer um homem como ele. Principalmente depois de tudo o que ele fez. – O que faz aqui, Jonathan? Pensei que soubesse que sua presença não é bem vinda aqui. – Helen estava agressiva. – Então essa é a nova prole da família? – se aproximou de Nicolas. – Se eu fosse você não faria isso. – Tom ficou no meio, impedindo-o. – E você deve ser o otário que ela está enganando. Daniel veio para perto de mim e sussurrou no meu ouvido:
"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros." Caio Fernando Abreu. – Me solta! – chutei sua parte genital como podia e corri até a estante onde deixávamos as espadas, floretes e sabres. Peguei uma espada. – Não se aproxime de mim! – era notável que eu mal conseguia segurar firmemente no cabo. – O que vai fazer agora que seu querido irmão não está aqui para protege-la? – a cada palavra dava um passo em minha direção. – Eu não preciso dele para me proteger. – fiz um corte em seu braço. – Não foi o que pareceu esta manhã. – ele diminuiu mais a distância entre nós, e fiz outro corte, dessa vez em seu rosto. – Elisa, você está realmente conseguindo me tirar do sério, e isso não é legal. – Se você se afastar, não terá problema. – Não pensei que houvesse problema par