"A única maneira de nos livrarmos da tentação é ceder a ela."
Oscar Wilde.
Elisa
Não estava mais aguentando ficar no mesmo ambiente que Daniel e aquela... aquela...
Argh! Precisava de ar, precisava pensar. Até quando eu aguentaria aquilo tudo?Fui para o jardim da frente da casa, me sentei na base da fonte, peguei uma flor e fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido. Quanto mais independente eu parecia, mais dependente de Daniel eu ficava. Mas que droga! Por que as coisas não podiam ser simples? Por que eu tinha que amar logo a ele com tantos homens lindos e ricos por aí? O pior é que ainda teria que explicar aquela história de casamento à Marisa antes que ela me queimasse viva. Já bastavam os chutes que eu levei por baixo da mesa após termos t
"A alegria torna o homem sociável, a dor individualiza-o." Christian Hebbel. Como assim “vamos adotar uma criança”? Essa quantidade não está boa, não? – perguntei. – Bom, posso explicar? – Tom pediu. – Por favor! – Eu tenho... quer dizer, eu tinha um primo que levou uma vida muito promíscua e que acabou engravidando uma mulher. Ela não queria a criança, mas ele não permitiu que ela abortasse. Quando a criança nasceu ele pegou-a e passou a cuidar dela. Há alguns dias esse mesmo primo sofreu um acidente e acabou falecendo. Como eu era a pessoa mais próxima dele, ele pediu em testamento para que eu cuidasse da criança. – Qual é o nome da criança? – Daniel perguntou. –Maryana. Ela tem quatro anos, fará cinco em breve. – Gostaríamos que você e Sara cuidassem dela enquanto estiverem por aqui. – acrescentou Helen. – Vai ser bom par
“As coisas mudam. O amor muda. Ele pode fazer um estrago, mas também pode ser o conserto.Uma faca de dois gumes, sem a qual, sua vida seria apenas mais uma monotonia.” Sara Aster. Cheguei antes no carro e fiquei esperando Daniel. – Está tudo bem, Elisa? – perguntou ao abrir a porta. – Por que não estaria? – entrei no carro. Passamos o caminho todo em silêncio. Eu não estava bem, queria chorar, ficar na minha cama ouvindo músicas depressivas e tentar me conformar. E pra piorar tudo minha barriga estava doendo. Por causa de todo aquele estresse não tinha comido nada ainda. – Tem certeza de que está tudo bem? – aquela pergunta me lembrou dos tempos antigos. Sempre que ele me perguntava aquilo eu sempre dizia a verdade, mas agora não podia ser assim. – Tenho. Voltamos ao silêncio mortal. – Chegamos. O centro de adoção era grande, tinha uma arquitetura parecida c
"Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre." Tati Bernardi. - Bom dia, Mary! – um coral composto por mim, Marisa, Gabriel, Tom, e Helen que segurava Nicolas falou. Minha mais nova filha se espreguiçou, abrindo os olhoslentamente. – Quem são esses, mamãe? – bocejou. – Essa é a sua nova família. – sentei ao seu lado. – Essa é a Marisa, esse é o Gabriel, essa é a tia Helen, e esse o tio Tom, e esse bebezinho é o seu priminho Nicolas. – Helen não aceitou ser chamada de avó, disse que estava muito nova para merecer esse título, então resolvemos dizer a verdade, ou melhor, apenas metade dela. – Oi Mary, eu sou a melhor amiga da sua mamãe, sabia? Nós vamos fazer muitas coisas juntas hoje! – O papai também vai? – se animou. – Onde ele está? – levantou o pescoço, procurando por algum sinal
“Falamos da vida como se vivêssemos. Falamos de amor como se amássemos. Falamos até da morte como se tivéssemos morrido. E ainda falamos de nós, como se nos conhecêssemos.” Diego Nunes. – Bom dia, Merced... – falei ao entrar na cozinha e ver Marisa e Mary tentando cozinhar. – O que vocês estão fazendo? – o detector de fumaça ativou com a fumaça que saía do fogão, molhando toda a cozinha. – Ai, meu Deus! – Marisa exclamou. – Desliga, tia, desliga! – as duas se desesperaram. Fui até o fogão, com cuidado pra não escorregar, e virei o botão, apagando o fogo. Peguei uma luva de pano toda encharcada, coloquei, e abri o forno. Tirei de lá um tabuleiro cheio de. algo queparecia carvão. Virei na pia e vários pedaços de alguma coisa preta caíram. Depois de alguns segundos a água cessou. – Alguém pode me dizer o que era isso? – perguntei jogando o tabuleiro na pia. – Hã. um bolo? – Marisa res
"Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem." Lao-Tsé. Fui forçada a abrir os olhos pela cólica que eu sentia. – Hmmm... – revirei na cama, tentando encontrar a melhor posição para que a dor parasse. O que eu tinha feito? Consegui estragar tudo. Beijei Gabriel na frente do Daniel e da Marisa. A última coisa que eles deveriam estar querendo no momento era ver a minha cara. Eu estava me sentindo muito mal. Muito mal mesmo. Percebi que as minhas roupas estavam secas, alguém havia me trocado. Com esforço, levantei e fui até o primeiro andar. Tom estava na sala, vendo jogo de pôquer. – Onde estão todos? Onde está a Mary? – Ah, Elisa, que bom que você acordou! – me ajudou para que eu me sentasse. – Eles foram para o hospital. – Aconteceu alguma coisa? – me contraí de dor. Maldita men
"Jamais deixe partir quem se importa com você, quem te ama, quem te diverte, quem te faz sorrir, porque sem eles você não é feliz. " Autor Desconhecido Depois de toda aquela confusão, passou-se praticamente um mês. Me dediquei totalmente ao meu trabalho, ficando a semana toda no museu. Já estava me tornando peça de exposição. Alice e Victor se divertiam as minhas custas por causa do que eu tinha visto. Eusabia que eles me zoariam eternamente e eu estava certa sobre isso. Sempre jogavam uma piadinha sobre o assunto. Nos finais de semana Mary saía comigo e com Daniel e durante a semana ficava com Marisa, Gabriel ou quem estivesse em casa. Marisa e eu nos resolvemos no dia seguinte em uma choradeira sem fim. Ela me explicou que pensou que fosse brincadeira, mas tinha ficado nervosa e começou a passar mal. Então tentou se afastar de Gabriel o mais rápido possível. Obviamente, eu quase desci a mão na cara dela por
"Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo." Nemo Nox. Acordei com o choro de Nicolas. Olhei no relógio e eram três da manhã. Peguei-o no colo e tentei niná-lo, mas não adiantou. – Você deve estar com fome. - desci com ele até a cozinha e coloquei-o no carrinho que Helen deixava lá. Nicolas tinha um carrinho para o segundo andar e outro para o primeiro. Era complicado subir e descer escada todos os dias segurando um carrinho. Enquanto esquentava a mamadeira, balançava o carrinho pra ver se ele se acalmava e parava de chorar. – Tudo bem por aqui? – Daniel apareceu na cozinha com o cabelo bagunçado e somente de calça, revelando aquele físico incrível. – Parece que a noite foi boa. – falei ao observar as marcas de batom em seu pescoço e alguns possíveis chupões. Torci muito para não encontrar Sara ou as coisas não f
“Proteja aquilo que você ama de todas as maneiras e todas as formas possíveis. O que nos pertence deve ser defendido com unhas e dentes. Até o fim. Para que você não se arrependa depoispor não ter lutado corretamente pelo que era capaz de verdadeiramente fazê-lo feliz.” Sara Aster. - Mamãe, quem é ele? – Mary perguntou, se escondendo atrás de mim. – Ele é o pai do papai. – ou seja, o vovô. Mesmo só tendo o visto uma vez de relance, era impossível esquecer um homem como ele. Principalmente depois de tudo o que ele fez. – O que faz aqui, Jonathan? Pensei que soubesse que sua presença não é bem vinda aqui. – Helen estava agressiva. – Então essa é a nova prole da família? – se aproximou de Nicolas. – Se eu fosse você não faria isso. – Tom ficou no meio, impedindo-o. – E você deve ser o otário que ela está enganando. Daniel veio para perto de mim e sussurrou no meu ouvido: