"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Clarice Lispector.
Fiz que sim. Queria dizer que estava, mas era meio difícil, por um momento esqueci como se falava.
Me deu um beijo e de provocação só colocou a cabecinha do pênis. Ele foi colocando aos poucos, enquanto massageava meus seios. Parecia que ele queria me torturar, pois saiu de dentro de mim.
– Está me castigando? – perguntei alisando seu peito. Senhor, que corpo maravilhoso.
– Sim. Você foi uma menina muito má. – colocou a cabecinha novamente. Só de raiva, com as pernas, puxei-o para mim.
Talvez essa tenha sido a maior besteira que eu fiz, porque esqueci que ainda era virgem. Senti uma dor horrível, horrível mesmo, tipo “puta que pariu”. Por pouco não gritei. Uma lágrima escorreu.
– Elisa! Por que fez isso? Estava tentando penetrar
"Existem momentos na vida em que a gente precisa ser mais forte do que acha que pode." Lucas Silveira. Elisa Seis anos se passaram. Seis longos anos, nos quais só vi Daniel quatro vezes. Nas férias do primeiro ano em que viajamos e nos três anos seguintes em comemorações de fim de ano. Depois disso, alguma coisa aconteceu e ele foificando cada vez mais distante, até que um dia paramos de nos falar de vez. – Tem certeza de que está preparada pra voltar, Elisa? Você sabe que ele vai estar lá! – em todos esses anos, Gabriel foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Ele sempre esteve ao meu lado, tanto nos momentos bons, quanto nos péssimos. Nossa relação era como se fôssemos irmãos, coisa que eu e Daniel deveríamos ser. – Eu sei. – o clima dentro do carro, parado de frente para a antiga casa onde morei, não era nada agradável. – Elisa, não creio que você vai voltar a ag
“Carregamos algumas feridas conosco em todos os lugares. E mesmo quando a ferida se fecha, a dor ainda pode permanecer.” Autor Desconhecido. A minha sorte é que Gabriel estava atrás de mim, me amparando, porque senão eu cairia dura no chão. – Hã... meu querido irmão, será que podemos conversar? – olhei para a noivinha. – A sós. – Claro! – sorriu torto - Era exatamente o que eu iria propor. – Ótimo. Vamos. – saímos da casa e fomos para a fonte que costumávamos visitar. Ali ninguém nos perturbaria, eu poderia gritar o quanto quisesse e ninguém notaria se um corpo desaparecesse. Fui andando na frente e quando parei, fiquei de costas para ele. Respirei fundo para não perder o controle e me virei já falando: – Que história é essa de você se casar e ainda por cima dessa garota estar grávida? Perdi alguma coisa? – ele olhava para baixo mexendo na grama com o pé e com as mãos nos bo
“Eu conto as minhas mentiras como se fossem verdades e você conta suas verdades como se fossem mentiras”. Autor Desconhecido. Daniel Sentado naquele banco, olhando a mulher incrível que Elisa se tornou voltar para casa cavalgando, me fez perceber que as coisas estavam mais diferentes do que eu pensava.A única coisa que não mudava era a capacidade dela se fechar em seu próprio mundo e acreditar somente na realidade que queria. Mas numa coisa Elisa tinha razão, eu estava tratando mal a Sara. As coisas precisavam mudar. Voltei para casa, fui pro meu quarto, tomei um banho e deitei na cama. Fiquei pensando no que faria a partir de agora, e nas coisas que aconteceram. Aquele lugar me trazia a lembrança mais feliz que eu já tive: ter Elisa em meus braços, fazê-la minha, tomá-la por completo. Fechei os olhos e as cenas voltaram vívidas em minha mente, deixando um leve sorriso
"A única maneira de nos livrarmos da tentação é ceder a ela."Oscar Wilde.ElisaNão estava mais aguentando ficar no mesmo ambiente que Daniel e aquela... aquela...Argh! Precisava de ar, precisava pensar. Até quando eu aguentaria aquilo tudo?Fui para o jardim da frente da casa, me sentei na base da fonte, peguei uma flor e fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido. Quanto mais independente eu parecia, mais dependente de Daniel eu ficava. Mas que droga! Por que as coisas não podiam ser simples? Por que eu tinha que amar logo a ele com tantos homens lindos e ricos por aí? O pior é que ainda teria que explicar aquela história de casamento à Marisa antes que ela me queimasse viva. Já bastavam os chutes que eu levei por baixo da mesa após termos t
"A alegria torna o homem sociável, a dor individualiza-o." Christian Hebbel. Como assim “vamos adotar uma criança”? Essa quantidade não está boa, não? – perguntei. – Bom, posso explicar? – Tom pediu. – Por favor! – Eu tenho... quer dizer, eu tinha um primo que levou uma vida muito promíscua e que acabou engravidando uma mulher. Ela não queria a criança, mas ele não permitiu que ela abortasse. Quando a criança nasceu ele pegou-a e passou a cuidar dela. Há alguns dias esse mesmo primo sofreu um acidente e acabou falecendo. Como eu era a pessoa mais próxima dele, ele pediu em testamento para que eu cuidasse da criança. – Qual é o nome da criança? – Daniel perguntou. –Maryana. Ela tem quatro anos, fará cinco em breve. – Gostaríamos que você e Sara cuidassem dela enquanto estiverem por aqui. – acrescentou Helen. – Vai ser bom par
“As coisas mudam. O amor muda. Ele pode fazer um estrago, mas também pode ser o conserto.Uma faca de dois gumes, sem a qual, sua vida seria apenas mais uma monotonia.” Sara Aster. Cheguei antes no carro e fiquei esperando Daniel. – Está tudo bem, Elisa? – perguntou ao abrir a porta. – Por que não estaria? – entrei no carro. Passamos o caminho todo em silêncio. Eu não estava bem, queria chorar, ficar na minha cama ouvindo músicas depressivas e tentar me conformar. E pra piorar tudo minha barriga estava doendo. Por causa de todo aquele estresse não tinha comido nada ainda. – Tem certeza de que está tudo bem? – aquela pergunta me lembrou dos tempos antigos. Sempre que ele me perguntava aquilo eu sempre dizia a verdade, mas agora não podia ser assim. – Tenho. Voltamos ao silêncio mortal. – Chegamos. O centro de adoção era grande, tinha uma arquitetura parecida c
"Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre." Tati Bernardi. - Bom dia, Mary! – um coral composto por mim, Marisa, Gabriel, Tom, e Helen que segurava Nicolas falou. Minha mais nova filha se espreguiçou, abrindo os olhoslentamente. – Quem são esses, mamãe? – bocejou. – Essa é a sua nova família. – sentei ao seu lado. – Essa é a Marisa, esse é o Gabriel, essa é a tia Helen, e esse o tio Tom, e esse bebezinho é o seu priminho Nicolas. – Helen não aceitou ser chamada de avó, disse que estava muito nova para merecer esse título, então resolvemos dizer a verdade, ou melhor, apenas metade dela. – Oi Mary, eu sou a melhor amiga da sua mamãe, sabia? Nós vamos fazer muitas coisas juntas hoje! – O papai também vai? – se animou. – Onde ele está? – levantou o pescoço, procurando por algum sinal
“Falamos da vida como se vivêssemos. Falamos de amor como se amássemos. Falamos até da morte como se tivéssemos morrido. E ainda falamos de nós, como se nos conhecêssemos.” Diego Nunes. – Bom dia, Merced... – falei ao entrar na cozinha e ver Marisa e Mary tentando cozinhar. – O que vocês estão fazendo? – o detector de fumaça ativou com a fumaça que saía do fogão, molhando toda a cozinha. – Ai, meu Deus! – Marisa exclamou. – Desliga, tia, desliga! – as duas se desesperaram. Fui até o fogão, com cuidado pra não escorregar, e virei o botão, apagando o fogo. Peguei uma luva de pano toda encharcada, coloquei, e abri o forno. Tirei de lá um tabuleiro cheio de. algo queparecia carvão. Virei na pia e vários pedaços de alguma coisa preta caíram. Depois de alguns segundos a água cessou. – Alguém pode me dizer o que era isso? – perguntei jogando o tabuleiro na pia. – Hã. um bolo? – Marisa res