“O medo de perder algo que amamos é tão desesperador que às vezes parece que o chão irá desabar sobre nossos pés.”
Sara Aster.
- Vamos entrar? – falei, tentando interromper aquele clima tenso. Ana parecia querer devorá-lo com os olhos, enquanto ele me olhava sem graça.
Ana foi na frente e eu aproveitei para puxar Daniel para canto da sala.
– Se essa garota ficar se engraçando pra você, eu arrebento a cara dela! – disse de uma vez.
– Hey, vamos com calma! Eu não quero nada com ela. Sua amiga não tem a menor chance!
– É o que todo homem diz. – falei mais pra mim mesma.
– Mas eu não sou um homem qualquer. Eu sou o seu irmão, lembra? – piscou pra mim.
– A vida não me deixa esquecer. – suspirei. - Algo me diz que essa visita não vai dar muito certo.
– Não se preocupe. Qualquer coisa a gente chama a Marisa. – ele conseguiu arrancar um risinho de mim.
“Prefira ser ferido fisicamente do que emocionalmente, pois você pode colocar um band-aid no dedo, mas não pode colocar um em seu coração.” Autor Desconhecido. - Dan, me perdoa. Eu fui uma idiota, infantil, imatura, eu admito. Mas... por favor... não vamos continuar assim. – Elisa ... – suspirou. – Tá chateado comigo? – perguntei receosa. – Não. – falou indiferente. – Então por que está me tratando assim? – falei impaciente. – Me desculpe, Elisa. Não é minha intenção te tratar assim. – sinalizou com as mãos para que eu fosse sentar ao seu lado. Imediatamente obedeci. - Por favor, não vamos mais brigar por coisas idiotas. Podemos acabar nos magoando e fazendo besteiras. – Eu jamais iria me perdoar se em uma dessas besteiras você virasse pai. – sorri forçado. – Por que você saiu daquela forma? – falei, enquanto me ajeitava na cama, de forma que ficasse em seu colo. – Precis
“Às vezes é melhor estar no fundo do poço, afinal a única opção que nos resta é sair de lá.” Sara Aster. - Elisa, Elisa, acorde. – senti leves batidas no rosto. Aquela voz... abri meus olhos.– Gabriel? – olhei as coisas ao meu redor e percebi que não estava na rua. Estava deitada em uma maca. – Onde estamos? – No hospital. Você desmaiou no meio da rua. – explicou. – Eu lembro que ficou tudo preto. Mas se estamos em um hospital, por que você estava batendo na minha cara? – perguntei. – Me desculpe. É que o desespero foi mais forte. – sorriu sem graça. - Você já estava desmaiada há quase vinte minutos! – Como você sabe que eu desmaiei no meio da rua? – É... é que... a Marisa mandou que eu te seguisse. Ela ficou com medo de que acontecesse alguma coisa e me mandou ir atrás de você. – Hum... – foi o que consegui dizer no momento. – Já liguei pro seu irmão. Ele já está chegando.
“Cair, todos caem. Mas quem decide se fica no chão ou não, é você!”Autor Desconhecido.- O quê? – Gabriel estava perplexo. – Tá maluca, Elisa?– Nunca estive tão sã em toda a minha vida! – afirmei.– Você ouviu o que acabou de dizer?– Sim.– Tem certeza?– Absoluta. Gabriel, não vai ser um namoro real, apenas vamos fingir. Preciso dar a volta por cima, e nada melhor pra mostrar isso do que apresentando meu novo namorado. Quero deixar Daniel com ciúmes. Quero mostrar que eu sou mais forte do que ele pensa. Que eu mudei, que eu vou mudar. Não serei mais uma menina mimada que fica chorando porque perdeu o pirulito. Agora eu vou atrás do que eu quero. Por favor, me ajude. – implorei.Ele pareceu pensar em qual decisão tomaria. Fiz u
"E quanto mais se ama, mais se aprende a sofrer." Sara Aster. Tá, eu admito. Fiz a maior besteira do século. Sei que posso me arrepender para o resto da minha vida, mas eu precisava fazer. É muito difícil amar o próprio irmão. Eu tinha medo de perdê-lo. Era quase como se o nosso relacionamento fosse sustentado apenas por uma linha de costura prestes a se romper. Eu sempre esperava que a qualquer momento ele dissesse que cansou de toda aquela loucura, que tinha encontrado uma garota pra fazer uma família de verdade e que jáestava cheio de tudo aquilo. Não queria desistir tão fácil, porque eu sabia que se não desse certo com Daniel não daria com mais ninguém. Eu teria que reconquistá-lo. Teria que voltar ao início, quando nos conhecemos. Precisava fazer algo, e precisava fazer logo. Algumas medidas tinham que ser tomadas. Já disse como eu adoro conselhos de classe? Graças a eles não tive aula e Gabriel viri
É impressionante como quando você quer alguma coisa o tempo para. Nunca pensei que uma semana poderia ser tão longa. Cada dia parecia uma eternidade. Sete dias. Apenas sete dias era o que me impedia de recomeçar a vida. Cada minuto que eu passava naquela casa, sentia que estava mais perto da loucura. As piores horas eram quando Daniel ia me examinar. Eu me sentia uma completa... derrotada. “É difícil esperar por algo que você sabe que nunca poderia acontecer, mas é mais difícil de largar, quando é a única coisa que você quer.” Clarisse Lispector. Gabriel me visitava todos os dias. Ele era um amor. Fazia questão de não me deixar sozinha com medo de que eu tentasse colocar fogo na casa com todo mundo dentro. – Já disse que eu não vou fazer isso! – quantas vezes eu repeti aquela frase na esperança que ele acreditasse em mim? Acho que perdi a conta na primeira hora. – Tudo bem. Eu acredit
"Para ver muita coisa é preciso despregar os olhos de si mesmo." Friedrich Nietzsche. - Ah, que saudades de você minha querida! – a mãe de Ana dizia enquanto nos servia uma xícara de chá. – Mas o que houve com a sua cabeça? – Ah, nada demais. Um pequeno acidente. Já estou bem melhor. – tentei mostrar o sorriso mais simpático que tinha. – Tia, Ana está? – Ainda não chegou da escola. Mas esperem um pouco, já está na hora dela sair. Como está sua mãe? – Bem. – E esse rapaz? Quem é? – Oh, me perdoe. Esqueci de apresentar. Esse é o meu namorado. Gabriel. – É um prazer, senhora. – beijou as costas da mão dela. – Elisa, não tem mais desse onde você encontrou não? Ele é o tipo de rapaz que eu adoraria ter como genro. – Gabriel parecia nervoso. Graças a Deus, para a salvação de todos daquela situação desconfortável, Ana che
“Amanhã pode ser tarde. Tarde pra dizer que ama, pra dizer que perdoa, pra você dizer que desculpa, pra você dizer que quer tentar de novo.” Autor Desconhecido. - Não temos nada pra conversar. – fechou a porta, passou por mim e foi direto para o banheiro. – Ah, temos. Temos muita roupa suja pra lavar. – segui-o. – Como o quê, por exemplo? – virou-se repentinamente fazendo com que eu esbarrasse em seu peito. Só pude dizer uma coisa: – Me perdoa. – baixei a cabeça. Ele parecia confuso, como se tivessem acabado de dizer que ele ganhou na mega sena. – Hã? – Me perdoa. Você tinha razão. – minha voz quase não saía. Era difícil admitir aquilo. – O que disse? – Me perdoa. – Não, não. A outra parte. – Você tinha razão. – falei entredentes. – Você o quê? – Você tinha razão, tá bom? Ouviu agora ou quer que eu grite pro mundo? – aumentei
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." Clarice Lispector. Fiz que sim. Queria dizer que estava, mas era meio difícil, por um momento esqueci como se falava. Me deu um beijo e de provocação só colocou a cabecinha do pênis. Ele foi colocando aos poucos, enquanto massageava meus seios. Parecia que ele queria me torturar, pois saiu de dentro de mim. – Está me castigando? – perguntei alisando seu peito. Senhor, que corpo maravilhoso. – Sim. Você foi uma menina muito má. – colocou a cabecinha novamente. Só de raiva, com as pernas, puxei-o para mim. Talvez essa tenha sido a maior besteira que eu fiz, porque esqueci que ainda era virgem. Senti uma dor horrível, horrível mesmo, tipo “puta que pariu”. Por pouco não gritei. Uma lágrima escorreu. – Elisa! Por que fez isso? Estava tentando penetrar