- De jeito nenhum! Agora você não pode se misturar com ninguém da família Ribeiro, eles são todos uns sujos e desprezíveis.Sara falou com um tom cheio de desdém.Ela detestava Aline, queria mais é que Aline desaparecesse.Sempre que Aline aparecia, Mateus ficava balançado, até o irmão dela parecia defender aquela sem-vergonha.Mas o que Aline tinha de tão especial?Francisco estava no limite com as atitudes da irmã.Ele arrancou o celular das mãos dela:- Sara, você não tem nada que se meter na minha vida! Além disso, tem uma coisa que nunca te contei, o seu queridinho Mateus falou que, se você não melhorar esse seu temperamento, pode perder seu emprego no Grupo SY..- Como assim? Isso não é possível! Como o Mateus poderia me mandar embora? Irmão, foi você que pediu para o Mateus falar isso comigo?- Foi o próprio Mateus que me disse. Ele falou que, se você não mudar, não tem lugar para você no Grupo SY.Sara ficou furiosa, mordendo o lábio até ficar branco.Ela apertou as mãos, lembr
- Mulher má? Sra. Laura, de quem você está falando?Laura viu Maria não muito longe e se agitou:- É ela! Foi ela e o marido dela que mataram o Afonso! Ela é a esposa do Gabriel... Eu quero confrontá-la!Esposa do Gabriel?Será... a mãe da Aline?Os olhos de Sara brilharam, - Sra. Laura, eu vou com você falar com ela.Maria estava na cadeira de rodas pensando na vida quando Laura entrou em seu campo de visão.O olhar de Maria estremeceu: - Laura... é realmente você. Eu estava hesitante se deveria procurá-la, você...- Você vem comigo testemunhar! Você diz a eles que foi o Gabriel quem matou o Afonso!Laura puxou seu braço com emoção.Maria estava na cadeira de rodas, que não estava com o freio de mão puxado, e na confusão, a cadeira balançou.- Escute, não se exalte...- Você matou o Afonso! Venha se entregar comigo!Maria a empurrou, tentando se explicar adequadamente.- Você e a Aline são iguais! Ambas desgraças! Até se atrevem a matar o pai do Mateus!Sara segurou Laura e, com ódi
Ela entrou no carro como se estivesse fugindo, deu partida e acelerou como uma louca.Só parou quando estava bem longe do sanatório.O carro parou com um chiado agudo dos freios, ficando atravessado numa área deserta.A cabeça da Sara foi jogada para frente pelo tranco da frenagem.Ela segurava o volante com força, pálida...Respirando pesadamente...Foi a Laura que empurrou aquela mulher!Não foi ela!Ela não fez nada!Mesmo que a Laura fale bobagens, quem acreditaria nas palavras de uma louca?Além disso, o depoimento de um paciente psiquiátrico não serve como prova em juízo!Do que ela está com medo? Ela não tem motivo para ter medo.Pensando nisso, Sara olhou para o espelho do carro.Pegou um lenço de papel e secou o suor frio do rosto com força.Seus olhos, antes assustados e confusos, agora calculavam friamente.Desde que ela não admita nada, ninguém saberá o que aconteceu hoje.Dessa vez, Aline e Mateus estão acabados!Quem diria, Deus estava do seu lado!Deu-lhe a chance de, at
Logo, o legista chegou ao local.- Você é da família da vítima?Aline, agarrando-se ao corpo que gradualmente se tornava frio e rígido, olhou para cima hesitante e atordoada.Vítima?- Minha mãe não está morta, ela só está dormindo. Doutor, por favor, salve-a... Ela já ficou em coma antes, por muitos anos, mas depois acordou, então... ela vai acordar de novo.O legista, acostumado com cenas de separação entre vida e morte, suspirou.- Desculpe, eu não sou médico que salva vidas, sou o legista que examina corpos. A vítima se chama Maria?Aline, abraçada a Maria, parecia não ouvir nada do que acontecia ao seu redor; ela só sabia que Maria não estava morta, ela precisava levar Maria ao médico...Ou talvez não precisasse levar ao médico, ela queria levar Maria para casa...Ela tentou levantar Maria, mas sozinha não conseguiu.- Senhorita, sua mãe teve uma morte não natural, precisamos examinar a causa da morte, você pode soltá-la, por favor?Aline, imóvel e com o rosto entorpecido, se recu
- Desculpa, minha mãe tem problemas mentais, não está lúcida.Vitor não queria deixar passar nenhuma pista, então perguntou:- Me disseram que sua mãe tinha problemas com a vítima antes, chegou até a agredi-la. Isso é verdade?Mateus não negou:- É verdade, ela, por não estar lúcida, frequentemente confunde pessoas e teve pequenos atritos com vários pacientes do sanatório.A resposta foi sem falhas.Depois de ouvir, Vitor sorriu levemente, seu olhar astuto e penetrante se fixou em Laura, que estava atrás de Mateus.Ao ser observada, Laura começou a tremer:- Eu não a empurrei... não fui eu... ela... ela caiu sozinha... eu realmente não a empurrei...- Você viu ela caindo com seus próprios olhos?Vitor de repente se aproximou de Laura, pressionando-a.Isso assustou Laura consideravelmente.Ela se recusou a falar novamente, apenas balançava a cabeça.Nesse momento, Vitor sugeriu:- Verifiquem no sanatório se alguém tinha problemas com a vítima ou algum ressentimento desconhecido.O olhar
Aline pegou o cartão e disse:- Obrigada, Vitor.O diretor do sanatório disse:- Vocês ajudem Aline, e chamem um carro fúnebre para levá-las para casa.Rapidamente, Aline e alguns cuidadores transportaram o corpo de Maria.Quando ela passou por Mateus, ignorou-o completamente e continuou seu caminho.Mas Mateus segurou seu braço. Aline forçou um sorriso e disse:- Sr. Mateus, estou coberta de sangue, vou sujar sua mão.Entre eles, parecia haver uma barreira invisível, separando-os em dois mundos. Essa barreira, transparente, intocável e invisível, mas inquebrável. Ela se soltou de sua mão e passou por ele sem olhar para trás.Mateus ficou parado, sentindo suas mãos frias e entorpecidas. Seu coração parecia ter perdido um pedaço naquele instante....O corpo de Maria foi levado para um quarto. Aline fechou a porta, pegou uma toalha limpa, molhou-a em água morna e cuidadosamente limpou o corpo de Maria. Ela encontrou no armário um vestido bordado com flores de lótus, o favorito de M
- Aline... sei que tá difícil, deixa rolar se sentir vontade de chorar.Olhando para o rosto dela, excessivamente tranquilo, Antônia sentiu um frio na espinha.O olhar de Aline estava vazio, sem vida, um retrato da derrota e do desalento.Dizem que, antes da morte, as pessoas exalam um ar de decadência.E era esse exato ar de morte que parecia envolver Aline.Antônia abriu a porta pra ela.Aline entrou carregando a urna funerária.Colocou a urna cuidadosamente sobre a mesa e, de repente, perguntou:- Antônia, você pode me ajudar a encontrar um cemitério? Quero enterrar minha mãe amanhã cedo.Ela estava anormalmente calma, a mente, cristalina.As instruções dela eram claras e organizadas.Antônia, por um momento, ficou sem reação, mas logo disse:- Claro, vou ver isso agora mesmo.Depois de um tempo, Antônia voltou:- Conversei com uns amigos e achei o Cemitério de Santarém. O lugar é bonito e fica a uma distância boa daqui. O que você acha?- Ótimo, também ouvi falar bem do Cemitério d
.Nessa noite, Antônia não saiu. Com medo de Aline se machucar, decidiu ficar e fazer companhia.O celular de Aline não parava, mas ela mesma não tinha cabeça pra lidar com isso, então foi Antônia quem atendeu as ligações.Entre os que ligaram estavam Rui e Francisco.Depois de falar com eles, Antônia disse a Aline:- Rui e Francisco queriam vir aqui, mas eu disse pra não virem.Aline concordou com um aceno.- Tá bom. Eu não quero ver eles.O que ela queria era ficar sozinha, velando Maria, em silêncio, por toda a noite.- Eu pedi pra eles irem cedo ao Cemitério de Santarém amanhã. No funeral da sua mãe, é bom que algumas pessoas venham prestar suas condolências. Ah, e o sanatório ligou. O diretor disse que vai levar algumas pessoas ao cemitério para prestar homenagem e trazer os pertences da sua mãe pra você.Aline não contestou.- Tá nas suas mãos.- Aline, você quase não comeu hoje. Vou pedir uma canja pra você, tenta comer um pouco.Aline não recusou.- Tá bom.Antônia não sabia exp