Hyperion:
As coisas se agravaram quando o primeiro general do antigo e secular império entrou na sala do trono em Sina cidade capital numa tarde escura e sombria relatando as terríveis noticias que se abateram contra seus aliados:
--Senhor, o caos se instalou no império de Warlen Hanzor imperador de Morgoth, o ataque surpresa de Hagardia foi rápido, brutal e preciso, logo chegou à capital Calatar, dizimando a população e destruindo tudo o que viam pela frente, as hordas de Lorde Anothron invadiram a fortaleza que agora esta em chamas, toda a família imperial foi assassinada e da cidade apenas cinzas sobraram, alguns dizem que Lorde Anothron usou os dragões do fogo para atacar nossos aliados, isto reafirma serem reais os rumores que correm a boca miúda de que Anothron esta usando a magia do diamante escarlate para invocar os dragões senhores do fogo, agora que nossos aliados foram definitivamente derrotados temos que nos preparar senhor, é necessário que façamos novas alianças e me parece viável aceitar o pacto proposto pelo imperador Mariel Frost de Behemoth!
--Sim, general Beltran, mas o que o imperador Mariel pede como sinal de confiança talvez seja muito caro, a mão de minha filha para seu príncipe, ele vê nesta crise uma chance para assegurar que sua linhagem tenha direito a receber uma herança em títulos no nosso império, você me conhece Beltran, sabe que mesmo nestes tempos de guerras constantes sempre mantive a todo custo ser o mais justo possível, como eu poderia agora forçar minha filha a uma união que talvez ela não queira? Como posso ser justo com todos que estão sob o jugo de meu império e não o ser para minha filha, meu sangue?
--Mas majestade, talvez todos os impérios unidos estejam à beira do caos e ruína, talvez o mundo todo! A ganância e loucura de Anothron são gigantescas e incontroláveis, e se agora realmente ele estiver controlando os dragões do fogo seu poderio tornou-se imbatível!
--Eu sei amigo, é certeza de que toda a família de Warlen foi morta na investida?
--As noticias que temos são estas, mas mandamos espiões para apurarem os fatos, só teremos certezas quando retornarem! Desculpe por ter que tratar do pacto agora meu imperador, visto que o senhor e Warlen eram grandes amigos e sabendo que sempre foi de sua vontade e da vontade da princesa que se casa-se com o príncipe Warren, mas temos que ser realistas, Lorde Anothron não deixaria que alguém da família imperial sobrevivesse sobre tudo sabendo que a família de Warlen carregava a bandeira de lealdade a Hyperion, ele sabe que somente um Hanzor de sangue puro poderia usar a lagrima do dragão da terra, é chegado o momento majestade é à hora de selarmos o pacto entre os impérios e com a morte da família da linhagem do imperador Warlen só nos resta os dragões do ar da linhagem da família de Mariel Frost, sabemos que os dragões do fogo são os mais poderosos. Somente uma aliança entre os dragões do ar e da água poderiam detê-los, afinal o rei dos dragões do fogo, Diamond é o primogênito de Algron, ele é indestrutível.
--Muito bem general Beltran, não vejo outra solução a não ser atender ao pedido de Mariel, a estas horas Anothron já deve estar jogando seus dados, temos que reforçar nossas defesas e fronteiras, precisamos enviar de imediato uma mensagem para Mariel anunciando que aceitamos o pacto e que mandaremos Agatha minha filha para fecharmos o matrimonio o quanto antes, peço que se encarregue da viagem dela agora!
--Senhor! Temo que não tenhamos um homem a altura desta missão, uma viagem agora seria muito arriscado, afinal se Anothron descobrir que a princesa esta indo de encontro a Mariel ele certamente tentara raptá-la e certamente a matará para impedir o pacto entre nossos impérios, nossos melhores homens estão agora divididos entre as fronteiras para repelir um possível ataque de Anothron.
--Não se preocupe com isto Beltran, quero que mande um emissário para Yomon-son agora, diga ao Décimo Cavaleiro Dragão que se apresente atendendo ao meu chamado.
--Majestade o Décimo Cavaleiro? Mas ele é imprevisível, e sabemos do ódio que ele carrega contra o senhor, o lugar de onde ele sobreviveu, só haveria uma forma de sair de lá... Todos acreditam que somente com a ajuda do próprio demônio um homem poderia voltar!
--Não há tempo para histórias supersticiosas Beltran, se a alguém capaz de cumprir esta missão no império inteiro, este é Eliel o Décimo Cavaleiro aquele que carrega a lagrima do dragão! Diga a ele que eu, o imperador Arion de Hyperion, do império dos dragões da água mandou convocá-lo! Não se esqueça Beltran, eu e você somos os responsáveis por toda esta desgraça, quero que faça mais que isto, quero que chame agora todos os melhores rastreadores que existirem em todo o nosso império, em cada província, precisamos encontrar a Dragonesa desaparecida!
Império de Morgoth: Ao longe a imensa nuvem de fumaça e o clarão do fogo enchiam o peito de Warren Hanzor de dor, sentia agora a brisa marinha gelar as lagrimas que escorriam de seu rosto e agora molhavam seu peito, as torres outrora gloriosas de Calatar a capital de Morgoth acabavam de ruir uma a uma, mesmo o navio estando à distância considerável a brisa marinha trazia consigo o cheiro da fumaça misturado ao odor forte de carne humana queimada, ora ou outra podia ouvir gritos abafados de terror e morte, mas pior do que isto eram as imagens que permeariam sua mente para sempre, as silhuetas das grandes feras que rodeavam o palácio dando vôos rasantes, graciosas e terríveis, extremamente belas e terrivelmente mortais, soltando de suas bocas escancaradas labaredas de chamas por entre dentes grandes e pontiagudos, entre elas o olhar de um gravou-se no seu ser,
Musicas tocadas em instrumentos de corda e cantadas a plenos pulmões misturava-se aos gritos denunciando a distancia uma festa acalorada na taberna de Mariah, a velha guerreira aposentada fora uma grande combatente que se enchera de glória na sua juventude, agora beirando seus sessenta e cinco anos investira o ouro que não gastara nas tabernas de antes em sua própria taberna que se tornara a mais procurada pelos guerreiros errantes de Hyperion e dos países e províncias que constituíam o império, a velha guerreira era de baixa estatura, mas de braços e corpo fortes, cabelos grisalhos curtos, e rosto redondo sempre alegre, esta aparência em parte inofensiva já custara muitos dentes e ossos quebrados para os mais desavisados, pois apesar da aposentadoria Mariah não perdera nada da força e maestria nas lutas corpo a corpo nem no manejo da espada que usava de bom grado contra qua
O reino de Hagardia foi em um passado já distante um império muito rico e bonito, era uma terra generosa com seu povo, suas matas e bosques eram invejados pelos outros impérios, belas montanhas e campos cheios de vida e água abundante o que tornava seus territórios um lugar único, povoado por pessoas unidas o que o tornava um império maravilhoso, era formado por nações quase todas pacificas e colaborava em muito com os outros impérios com a exportação de seus produtos agrícolas que tinha de sobra para oferecer, pastores de gados e ovelhas viam seus rebanhos multiplicarem-se extraordinariamente assim como seus ganhos, artesanato, avicultura e tudo o mais que era negociável naquela época, parecia que a abundancia brotava como água naquelas terras abençoada pelos deuses, tinha tudo para ser o mais rico de todos os impérios graças &agra
Em algum lugar no mar do leste: A primeira coisa que escutou foi o barulho incessante das gaivotas, os gritos estridentes logo despertaram em sua cabeça uma dor insistente, abriu os olhos e as primeiras imagens eram apenas um clarão que o cegava, depois de piscar muitas vezes seguidas distinguiu o sol, olhou ao redor e não via nada apenas a grande extensão do mar em todas as direções, começou a sentir primeiro um ardor no corpo todo e uma dor mais forte no tórax, onde os dentes do dragão perfurarão a armadura e seu corpo, agora um calor insuportável por conseqüência da exposição da armadura preta ao sol forte, toda a sua pele ardia seu rosto parecia pegar fogo na sua boca um gosto insuportável de sal, seus lábios ressecados partiam-se causando tantas feridas que já estavam em carne viva, às gaivota
A deriva no meio do mar, Daholk separava uma pedra branca das demais que estavam em uma pequena bolsa de couro presas a sua cintura, o príncipe Warren acordou e aturdido assustou-se com a situação que se encontravam, estava deitado enrolado em um pedaço do que antes era o pano da vela do navio destruído pelo dragão, Daholk lhe ofereceu uma pequena cuia com água do mar na qual colou a pedra branca e falou: --Pode beber sem se preocupar com o sal! O príncipe sorveu o liquido e para sua surpresa a água estava realmente potável, Daholk sempre tinha alguma coisa útil naquela sua bolsa de couro que sempre carregava consigo, o príncipe olhou ao redor começou a se desesperar quando entendeu que estavam no meio do nada, a culpa por ter chamado a atenção da fera para eles pesou na sua consciência então
Um pedido desesperado do inimigo O grande castelo de Hyperion em Sina sua capital se destacava a quilômetros de distância, a gloriosa estrutura com quatro grandes torres brancas ao seu redor impressionava pela sua imponência, suas muralhas eram conhecidas por serem intransponíveis e sua aparência era de riqueza e poder, na grande muralha dezenas de catapultas, balestras e milhares de soldados e vigias incansáveis espalhados estrategicamente, garantiam a proteção ao poderoso império dos dragões da água dia e noite. O jovem soldado Lester estava satisfeito em seu novo posto, agora cuidava da entrada principal da fortaleza junto com outro guerreiro de nome Heidi, os dois tinham a mesma idade vinte anos, e suas posições eram invejadas. Para Lester ter chegado até ali era uma grande honra, um so
(13 anos atras) Já havia mais que duas horas que a menina estava parada em frente ao lago de águas cristalinas e repleto de vida que cantava um canto continuo calmante com sua correnteza ininterrupta, transmitia uma paz serena só encontrada ali naquela floresta, toda dia ela ia para lá e ficava toda a manhã enfeitiçada pela melodia das águas que era acompanhada pelos cantos dos pássaros que se colocavam a servir de percussão, serpente cristalina que vinha de algum lugar desconhecido e corria para outro mais ainda, neste momento ela sentia até o mais sutil bater de asas do mais ínfimo inseto alado ou o chamado dos grilos, mesmo o coaxar de um sapo era poesia para ela, o sol já começava avançar e seu calor era acolhedor e fortalecedor, Layla tinha nesta época sete anos e sempre acordava antes do monge Basílio para vir
Já era tarde da noite quando ela entrou na casa de Tarcilio em Hyperion, devia ter chegado ali cedo logo pela manhã, mas a curiosidade a instigara a conhecer o novo mundo a sua volta, conhecia muito bem a terra onde fora criada desde os sete anos de idade, Ymar-in terra de campos, mares, pradarias e templos, onde seu norte era forrado por florestas e campos abertos e o sul banhado pelo oceano misterioso, a natureza possuía poder e gloria e a magia era quase palpável, pois Ymar-in não havia sido corrompido pelo poder e ganância dos homens civilizados, lá era o lugar escolhido para abrigar o templo da vida, para cultivar e manter viva as tradições dos antigos mestres da magia e dos mistérios da natureza, onde o tempo e a ganância pelo poder e o ouro não valiam nada, lá onde era protegido o ultimo elo entre os dragões anciões, onde os sábios druidas ensinav