O reino de Hagardia foi em um passado já distante um império muito rico e bonito, era uma terra generosa com seu povo, suas matas e bosques eram invejados pelos outros impérios, belas montanhas e campos cheios de vida e água abundante o que tornava seus territórios um lugar único, povoado por pessoas unidas o que o tornava um império maravilhoso, era formado por nações quase todas pacificas e colaborava em muito com os outros impérios com a exportação de seus produtos agrícolas que tinha de sobra para oferecer, pastores de gados e ovelhas viam seus rebanhos multiplicarem-se extraordinariamente assim como seus ganhos, artesanato, avicultura e tudo o mais que era negociável naquela época, parecia que a abundancia brotava como água naquelas terras abençoada pelos deuses, tinha tudo para ser o mais rico de todos os impérios graças à sabedoria de seu antigo imperador Timorato Séssil!
Há muitos anos atrás um homem chegou a Hagardia prometendo tesouros inimagináveis ao jovem rei Erodente Séssil que acabava de subir ao trono assumindo a coroa no lugar de seu pai o falecido imperador Timorato, o homem misterioso de fala mansa e astuta tinha uma aparência no mínimo sinistra, apesar dos cabelos brancos na altura dos ombros seu rosto pálido não aparentava ter mais de quarenta e cinco anos, seus modos eram muito cordiais e seu sorriso amigo carregava uma aura de cinismo oculta, era alto e tinha um físico definido que passava a imagem de um homem cheio de energia, parecia mais um guerreiro que um erudito, e seus olhos pequenos e pretos tinham certo brilho que destilava uma maldade controlada quase imperceptível, certamente tinha o dom de dominar com sua lábia, muitos foram os conselhos de pessoas mais experientes entre sacerdotes, conselheiros e até da velha imperatriz para o jovem imperador sobre a má índole que o novo conselheiro a certa altura já não fazia questão de esconder, mas seus conselhos mostravam-se ineficazes para uma cabeça já dominada pela ganância e os prazeres da carne que o individuo proporcionava ao imperador, o homem chegou sorrateiro e agora já mandava mais que a velha imperatriz Sifonia Séssil, que a esta altura já não saia mais de seus aposentos acometida de todos os tipos de doenças terríveis, até o dia em que não pode mais oferecer ao seu já perdido filho os conselhos inúteis de sempre, pois sua língua apodrecera junto com toda a sua boca que agora era uma única ferida pútrida, logo morreu de fome por ser impossível se alimentar, então tudo que já estava ruim começou a piorar, por mais que os conselhos da velha imperatriz caíssem no esquecimento do filho ela ainda tinha um pouco de influencia sobre ele e às vezes o impedia de fazer certas loucuras a pedido do bruxo, mas agora com ela fora do caminho tudo se tornara fácil para o influente homem maligno, logo estranhos rituais começaram a ser promovidos pelo bruxo com a participação do imperador, muitas aldeãs jovens eram levadas para um templo secreto que o imperador dera ordens para ser erguido, as garotas nunca mais eram vistas, muitos pais ou maridos iam reclamar suas garotas mas suas queixas eram rechaçadas, com argumentos de que as desaparecidas eram prostitutas e que aceitavam ouro para irem embora, eram expulsos do palácio e os mais insistentes também desapareciam, logo os outros conselheiros e os sábios também começaram a desaparecer, de uma hora para a outra os generais e comandantes do exercito começaram a serem chamados a participarem dos rituais sem terem chances de recusarem, a segurança de suas famílias estavam em jogo caso não aceitassem, quando voltavam eram outros homens, olhos estáticos, cor pálida e movimentos quase robóticos, suas vozes pareciam serem ditadas por outra pessoa, enfim, viravam praticamente zumbis.
Certo dia foi dado uma ordem muito estranha pelo próprio imperador, que a esta altura já não tinha vontade própria, todos os bebes nascidos sob a lua do sétimo dia do sexto mês de até nove meses de idade deveriam ser entregues ao bruxo para serem levadas ao templo secreto a fim de um suspeito ritual de purificação no qual as crianças deveriam ficar por três dias sem saírem ou serem visitadas pelos pais, isto o que disseram, mas tudo durou apenas uma noite e esta noite ficou conhecida como A Noite Das Lagrimas de Sangue, os comandantes fantoches ordenaram aos soldados que fossem a cada cidade, vila e outros pequenos reinos mais próximos a capital do império e pegassem por bem ou por mal todos os bebês que entrassem nas condições pedidas pelo bruxo, como muitos destes reinos eram grandes esta ordem foi dada com antecedência a data esperada pelo bruxo, de forma que as apreensões de crianças demorou três dolorosos meses, mas foi seguida a risca, nem mesmo os filhos dos generais, comandantes e soldados foram poupados, muitos pais e mães não querendo entregar seus inocentes foram assassinados junto com o restante das famílias e tiveram suas propriedades queimadas, mais de trezentos bebês foram levados para o templo secreto, depois de três dias desde o começo da purificação das crianças, um ritual foi imposto sendo obrigatório a participação de todos os responsáveis pela segurança do império, mesmo o mais baixo escudeiro teve que estar presente ao ritual que aconteceria fora do templo, na frente do palácio sete fogueiras esquentavam um liquido vermelho em grandes caldeirões de ferro, sete sacerdotes estavam do lado de cada um com suas túnicas pretas e rostos pintados de vermelho, outro grupo de sacerdotes tocavam em grandes tambores uma musica frenética que entrava na mente dos homens de forma a fazer seus corações acelerarem, o bruxo apareceu em certo momento e começou a entoar um cântico com sua voz grossa do qual ninguém conseguia entender nenhuma palavra, filas foram organizadas em frente aos caldeirões e os sacerdotes começaram a servir a poção escarlate aos soldados um a um, o barulho dos tambores começaram a ficar cada vez mais frenéticos e logo os soldados que bebiam começavam a dançar o que parecia uma dança tribal alucinada, jogavam seus corpos soltos uns contra os outros, caiam e se pisavam, levantavam e começavam tudo de novo como se fossem fantoches controlados por um mestre louco e embriagado, suas faces começaram a mudar, quando terminaram de servir a todos, os sacerdotes entraram no templo e trouxeram outros caldeirões, e nesta hora o nefasto ritual chegou ao clímax do seu diabólico absurdo, começaram a jogar pedaços de carne picada para os alucinados soldados que comiam sem ao menos notar vez ou outra pequenos dedos e pedaços de bracinhos, tripas e órgãos humanos! A ceia infernal continuou enlouquecida então o céu fechou-se em nuvens nescuras e logo trovões soaram e raios furiosos começaram a rasgar o céu como se a própria natureza com a mais indignada repulsa começasse a amaldiçoar aquela terra com fúria enojada, logo começou com pequenos pingos singelos então uma chuva vermelha começou a banhar abundante todo o império, a loucura total se instalou com as batidas agora incessantes dos tambores, voltaram-se para uma grande estatua que até o momento estava coberta por uma grande lona de couro, arrancaram a lona que a escondia e então revelou-se a imagem do puro mal, uma enorme estatua do mais imundo e maligno demônio dos sete infernos, um misto de vários animais, seu corpo era o de um touro, sua cabeça de serpente adornada com grandes chifres, patas de ave, um grande par de asas de morcego e uma cauda de escorpião, esta não era a real forma de NASTIRTH o demônio pelo qual até seus irmãos demoníacos sentiam repulsa, esta imagem era a face de tudo o que ele era, uma perversão da natureza e da vida, mas sua real aparência era desconhecida sabia-se apenas que era a pior manifestação do puro mal e agora era o dono de Hagardia, os campos e florestas começaram a morrer, os lagos, cachoeiras e rios ficaram venenosos, conforme a chuva escarlate ia tomando toda a vida do triste império, toda a população agora não pareciam mais humana, suas peles ficaram pálidas a ponte de se verem as veias negras riscando seus corpos, seus olhos totalmente enegrecidos e fundos, de traz do local onde o mago comandava o ritual foi aberta uma cortina e o imperador estava ali nu dentro de uma grande tina, acima dela penduradas pelos tornozelos de ponta cabeça o corpo de sete garotas com seus pescoços cortados enchiam de sangue a tina banhando o imperador, a cena bizarra não era o suficiente, então os sacerdotes trouxeram arrastada uma menina, uma adolescente que chorava horrorizada aos gritos, jogaram-na dentro da tina e o imperador como se dominado pelo demônio começou a espancá-la arrancando suas roupas e possuindo-a monstruosamente, sob seus gritos terríveis de dor que agora eram inúteis pois não haviam naquele lugar seres humanos, terminado o ato mais que viu o rei sem alma tomou na mão uma adaga e abrindo o peito da jovem tomou seu coração e o devorou ao som dos gritos do exercito sem alma e dos tambores, aquela repugnante cena não havia sido preparada ao acaso, era o teste final para que o bruxo tivesse certeza de que todos ali já haviam perdido sua humanidade, o imperador então saiu da tina coberto de sangue, ergueu o braço em comando de ordem e o exercito saiu, carregavam os caldeirões e indo em todas as casas das cidades aos campos arrancavam seus moradores que eram impedidos de fugirem por uma força invisível e poderosa, os homens, mulheres e os jovens de até dez anos eram obrigados a tomarem da poção maldita perdendo suas almas quase que instantaneamente, as crianças menores que dez anos tinham seus corações arrancados e em seguida devorados, assim foi feito nos quatro cantos do império, mesmo os reis dos reinos menores não escapavam, tudo o que era vivo morreu naquele pais, até o solo se tornou duro como rocha, tudo secou e o dia nunca mais raiou, o sol também abandonou aquelas terras, Anothron o bruxo reinou com mão de ferro em nome de Nastirth, destruiu todos os pequenos reinos ao redor de Hagardia aumentou seu exercito enormemente a cada conquista condenava os povos conquistados ao mesmo destino que condenara o povo de Hagardia, com um grande exercito invadiu o litoral de Hyperion tendo o imperador sem alma Erodente Séssil como o comandante de suas tropas, agora só um fantoche do bruxo maligno, mas foram combatidos por Eliel e os nove Cavaleiros de Hyperion, teve seu exercito quase que aniquilado pela Dragonesa Nina e Crison o Nono Cavaleiro Dragão, que neste dia sacrificou sua vida
Porem este foi apenas a jogada inicial no tabuleiro de Anothron, o verdadeiro golpe seria desferido em certo local que foi escolhido para ser preparado da forma mais terrível até que se enchesse de energia contraria a vida, lá muitas das pessoas que não serviam para compor o exercito de Anothron eram cruelmente dilaceradas em rituais demoníacos tendo seus restos descartados de cima do monte, este lugar foi chamado de “Monte Morte” e tornou-se um lugar tão horrendo que quase ninguém conseguia chegar até ele sem passar mal ou até morrer do coração devida a grande energia negativa que permeava seus arredores, quando a energia negativa já estava no auge era chegado o dia do Deshi-Barack ou a noite dos mortos, Lorde Anothron tencionava trazer seu mestre demoníaco em corpo vivo para o mundo e juntos dominá-lo. Com sangue de sacrifício humano, magia negra e um corpo para o demônio habitar, isto seria irremediavelmente certo se a Dragonesa Nina e o mago Etriel segundo protetor do circulo dourado, perante a ameaça do bruxo, não tivesse aberto mão de uma jogada arriscada levada a cabo pela maior força do exercito imperial, os Dez Cavaleiros de Hyperion tiveram a missão de invadir o inferno que se tornara Hagardia e destruir os planos de Anothron e Nastirth, liderados pelo Cavaleiro Dragão Eliel Ravencroft e a Dragonesa Nina, os bravos guerreiros sob a bandeira da liberdade e da justiça divina expulsaram o mais odiado demônio deste mundo sob um preço terrível que um deles teria que carregar pelo resto de sua vida.
Em algum lugar no mar do leste: A primeira coisa que escutou foi o barulho incessante das gaivotas, os gritos estridentes logo despertaram em sua cabeça uma dor insistente, abriu os olhos e as primeiras imagens eram apenas um clarão que o cegava, depois de piscar muitas vezes seguidas distinguiu o sol, olhou ao redor e não via nada apenas a grande extensão do mar em todas as direções, começou a sentir primeiro um ardor no corpo todo e uma dor mais forte no tórax, onde os dentes do dragão perfurarão a armadura e seu corpo, agora um calor insuportável por conseqüência da exposição da armadura preta ao sol forte, toda a sua pele ardia seu rosto parecia pegar fogo na sua boca um gosto insuportável de sal, seus lábios ressecados partiam-se causando tantas feridas que já estavam em carne viva, às gaivota
A deriva no meio do mar, Daholk separava uma pedra branca das demais que estavam em uma pequena bolsa de couro presas a sua cintura, o príncipe Warren acordou e aturdido assustou-se com a situação que se encontravam, estava deitado enrolado em um pedaço do que antes era o pano da vela do navio destruído pelo dragão, Daholk lhe ofereceu uma pequena cuia com água do mar na qual colou a pedra branca e falou: --Pode beber sem se preocupar com o sal! O príncipe sorveu o liquido e para sua surpresa a água estava realmente potável, Daholk sempre tinha alguma coisa útil naquela sua bolsa de couro que sempre carregava consigo, o príncipe olhou ao redor começou a se desesperar quando entendeu que estavam no meio do nada, a culpa por ter chamado a atenção da fera para eles pesou na sua consciência então
Um pedido desesperado do inimigo O grande castelo de Hyperion em Sina sua capital se destacava a quilômetros de distância, a gloriosa estrutura com quatro grandes torres brancas ao seu redor impressionava pela sua imponência, suas muralhas eram conhecidas por serem intransponíveis e sua aparência era de riqueza e poder, na grande muralha dezenas de catapultas, balestras e milhares de soldados e vigias incansáveis espalhados estrategicamente, garantiam a proteção ao poderoso império dos dragões da água dia e noite. O jovem soldado Lester estava satisfeito em seu novo posto, agora cuidava da entrada principal da fortaleza junto com outro guerreiro de nome Heidi, os dois tinham a mesma idade vinte anos, e suas posições eram invejadas. Para Lester ter chegado até ali era uma grande honra, um so
(13 anos atras) Já havia mais que duas horas que a menina estava parada em frente ao lago de águas cristalinas e repleto de vida que cantava um canto continuo calmante com sua correnteza ininterrupta, transmitia uma paz serena só encontrada ali naquela floresta, toda dia ela ia para lá e ficava toda a manhã enfeitiçada pela melodia das águas que era acompanhada pelos cantos dos pássaros que se colocavam a servir de percussão, serpente cristalina que vinha de algum lugar desconhecido e corria para outro mais ainda, neste momento ela sentia até o mais sutil bater de asas do mais ínfimo inseto alado ou o chamado dos grilos, mesmo o coaxar de um sapo era poesia para ela, o sol já começava avançar e seu calor era acolhedor e fortalecedor, Layla tinha nesta época sete anos e sempre acordava antes do monge Basílio para vir
Já era tarde da noite quando ela entrou na casa de Tarcilio em Hyperion, devia ter chegado ali cedo logo pela manhã, mas a curiosidade a instigara a conhecer o novo mundo a sua volta, conhecia muito bem a terra onde fora criada desde os sete anos de idade, Ymar-in terra de campos, mares, pradarias e templos, onde seu norte era forrado por florestas e campos abertos e o sul banhado pelo oceano misterioso, a natureza possuía poder e gloria e a magia era quase palpável, pois Ymar-in não havia sido corrompido pelo poder e ganância dos homens civilizados, lá era o lugar escolhido para abrigar o templo da vida, para cultivar e manter viva as tradições dos antigos mestres da magia e dos mistérios da natureza, onde o tempo e a ganância pelo poder e o ouro não valiam nada, lá onde era protegido o ultimo elo entre os dragões anciões, onde os sábios druidas ensinav
No porto conhecido como canal dos mares Eliel checava pessoalmente as cargas que iam ser levadas no grande navio imperial, estava agitado mais que o normal, dava ordens, apressava os mais moles, nada escapava a sua visão. A distancia Ninrood, Valéria, Jessi e Elder olhavam para o líder e falavam entre eles: --Ele parece estressado! --E quando ele não parece Ninrood? --Quando esta no bar bebendo! Falou Jessi. E apontando para frente falou de novo: --Olhem só, o que diabos é aquilo? Mais a diante uma grande liteira carregada por doze homens e toda enfeitada com véus e bordados parou e dela desceu uma bela jovem vestida em um espalhafatoso vestido colorido, cabelo loiro encaracolado, olhos azuis claros, pele banca leitosa aparentando seus dezoito anos e um je
Leal acordou desnorteado, estava em um quarto grande com paredes brancas nas quais não existiam divisas de tijolos como as construções normais, o ar parecia muito úmido, estava deitado em uma grande cama e tudo era branco mesmo o chão, não havia nenhuma decoração costumeira, era estranha a falta de quadros, tapetes e cortinas, as janelas eram redondas a porta em arco, sentou-se na cama e ouviu passos na direção da porta que se abriu devagar deixando entrar uma jovem mulher, vestia-se com um grande vestido branco de mangas compridas transparentes, ela tinha um rosto tão suave que pensava nunca ter visto alguém de traços tão delicados e simétricos, seus olhos eram azuis muito fortes, era esguia e de cabelos loiros, dirigiu-se a ele carregando uma bandeja com uma jarra de vidro cristalino, se tinha algo dentro devia ser tão puro que não dava para pe
Algum tempo atras: O taberneiro Barda estava contente, este mês para ele havia sido bastante rendoso, as muitas guerras e disputas de território havia lhe rendido bons lucros, sua taberna vivia movimentada graças aos viajantes e seu segundo negócio estava lhe rendendo alto, afinal com a destruição de muitas vilas o numero de jovens famintas que migravam sem destino era alto, com sua taberna conseguia atrair as vitimas com promessas de alimento um teto e depois algum trabalho com seus amigos, na verdade escravagistas que lhe pagavam alto por poupar para eles o trabalho de raptar as vitimas, mulheres, jovens e crianças eram seu alvo principal, já planejava abrir uma casa de acolhimento, com comida e muitas camas poderia expandir seu negócio, ter uma clientela rica fixa alem dos escravagistas nômades, mas neste momento o seu dia terminava e decidiu fechar mais cedo por que tinha uma nova acolhida, uma jovem mãe que enviuvara