Conhecendo Mia

MAITÊ NARRANDO

Já faz quase uma semana que estou aqui na casa da dona Margareth. Ela chega depois das oito horas da noite, e já teve um dia em que ela dormiu no serviço, mas ligou para casa informando e pediu para que eu trancasse bem todas as portas.

Nesse dia, eu quase não consegui dormir de medo; até levei uma faca da cozinha e coloquei embaixo do meu travesseiro.

Todos os dias, quando a dona Margareth chega, a comida já está pronta e tudo já está feito na casa. Cresci trabalhando nas instalações, as freiras nos ensinam como cuidar de uma casa e cozinhar. Aprendemos tudo em relação a serviços domésticos, hortaliça, jardinagem. Essas coisas básicas, elas nos preparam para enfrentar o mundo fora dos muros. Todos os internos têm consciência de que, ao completar 18 anos, vão sair do convento e aprender a voar sozinhos.

Eu tenho saído todos os dias para procurar trabalho. O dinheiro que a freira Maria me deu na saída do convento me ajudou a tirar fotos e fazer os currículos. Eu não vou muito longe porque tenho medo de me perder.

Mas está muito difícil, eles pedem experiência, curso e eu só tenho 18 anos. Passei a vida no convento, não tenho como ter experiência e nem curso avançado. No convento, a gente vive com o básico do básico.

Já não aguento mais ouvir coisas desagradáveis dos donos de lojas e das pessoas que trabalham nos estabelecimentos comerciais. O segurança de um posto de gasolina falou que, se eu o "mamasse", ele me garantiria um serviço.

— Mamar? Não sabia que você dava leite — perguntei curiosa.

— Sim, vai lá no quartinho que eu te mostro o meu leite — o jeito que ele falou me deu um embrulho no estômago. Ainda bem que tinha outro rapaz perto, que mandou o homem criar vergonha na cara, senão iria contar ao patrão.

O jeito que o homem começou a me olhar me causou arrepios, então eu corri para chegar mais rápido na casa da tia Margareth.

Acordei cedo, fiz a minha rotina matinal, fiz uma trança, coloquei uma roupa mais confortável e vou limpar a casa, deixando tudo arrumado para quando a tia Margareth chegar poder descansar. Ela me falou que passa os finais de semana em casa.

Fiz um café e preparei algumas torradas e ovo mexido. Esse é o meu café da manhã favorito, como isso há anos desde que entrei no convento. Quando terminei de tomar o café e estava pegando os materiais de limpeza, o telefone da casa tocou e eu corri para atender. Só a dona Margareth liga para cá ou, às vezes, a freira Maria.

Quando atendi, recebi uma notícia maravilhosa: o patrão da dona Margareth me contratou para ter uma experiência como babá.

Aceitei a proposta e a dona Margarete me pediu para arrumar uma mochila que vamos passar alguns dias na mansão onde ela trabalha, me arrumei tranquei todas as portas e fiquei esperando o motorista.

Quando de repente apareceu um carrão enorme muito luxuoso parou na frente da casa da tia Margareth, o moço desceu muito educado e abriu a porta para mim, me senti dentro daqueles filmes que eu assistia quando eu estava no convento

Durante o caminho ele se apresentou como Henry é um homem muito legal, não é velho e também não é muito jovem. Fomos conversando até chegar na mansão que não é muito longe. Passamos por um portão enorme de ferro, onde tinha muitas casas lindas que pareciam castelos.

Fiquei boba olhando pela janela até que parou na frente de uma casa linda.

— chegamos Maitê, Só Vou estacionar na garagem — Henry falou e dirigindo até a garagem.

Assim que descer do carro vi muitos homens vestidos de terno, Eu sei que eles são seguranças. Tivemos que dar a volta na casa para entrar pela cozinha. Assim que eu entrei com a mochila nas costas meus olhos foram em uma menininha de pele clara, cabelinho cacheado e os olhos bem acesos.

Os meus olhos brilharam vendo aquela princesa, minha joelhei na frente dela para ficar da sua altura e me apresentei

— Oi princesa, eu sou a Maitê e como é o seu nome — falei sorrindo e ela correu e se escondeu atrás da dona Margareth.

— Maitê Essa é a Mia a sua nova patroinha, o patrão viajou e pediu para que eu conseguisse uma babá ele não sabe quanto tempo vai ficar fora então aproveite e conquiste a menina, conquistando esse pequeno coraçãozinho o emprego é seu — Dona Margareth falou e eu sorri.

Lavei minhas mãos e tirei a jaqueta, me abaixei do outro lado das pernas a tia Margareth. E comecei a brincar de esconde-esconde com a Mia

Não demorou muito e a gente já estava brincando, correndo pela cozinha e deixando a tia maluca.

— Tem anotações sobre ela? O que ela pode ou não comer, os horários? Estou perguntando porque geralmente criança tem horário para tudo — perguntei à tia Margareth. Mas quem respondeu foi uma mulher alta, magra, com cara de enjoada.

— Sim, a Mia tem horário para tudo, ela tem regras. Sou Emma Parker, noiva de Bryan e tia da Mia. E você, posso saber quem é? — A mulher me olhou da cabeça aos pés enquanto falava, me deixando envergonhada.

Abaixei a cabeça envergonhada e falei o meu nome. Ela me mandou olhar em seus olhos, então levantei a cabeça, olhei dentro dos olhos dela e repeti meu nome.

— Maitê Smith — falei encarando-a.

O clima estava muito tenso. Dona Margareth explicou para dona Emma que eu sou a nova babá da Mia, e que foi o próprio senhor Bryan quem mandou me contratar.

— Engraçado, o Bryan não me falou nada sobre isso, nem sobre essa viagem. Porque a vida dele é viver viajando. Nem falou sobre contratar uma babá — ela disse, me olhando de um jeito como se eu não fosse ninguém, e saiu da cozinha.

Me arrepiei inteira enquanto a mulher falava. Dona Margareth me mandou tomar cuidado com ela. Disse que ela é perversa e, na frente do patrão, finge ser boa moça.

— Bom saber. Pode deixar, eu vou me cuidar e vou cuidar dessa pequena aqui.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo