Primeiro dia

MAITÊ NARRANDO

Depois que a dona Emma foi embora, o clima melhorou novamente e eu continuei brincando com a Mia. Eu queria ajudar a tia Margareth, mas a menina queria brincar, e ela falou que não precisava de ajuda, que o meu trabalho ali era só cuidar e dar atenção à pequena.

— Mas não custa nada ajudar a senhora, não tem outras pessoas na casa? — falei, e ela me corrigiu, dizendo que o patrão não gosta que chamem as pessoas de empregadas.

— Para o sr. Bryan, nós somos colaboradores. Ele nos trata com muito respeito e atenção, diferente da dona Emma — tia Margareth e eu apenas concordamos com a cabeça.

Ela foi me mostrar a casa, que é muito grande e linda. Tem várias salas. Perguntei quantas pessoas moravam na casa, e ela respondeu que, além dos colaboradores, só tem o patrão, que é o senhor Bryan, e a Mia.

— A dona Emma não mora aqui? — perguntei, curiosa, porque ela já chegou dando ordens como se fosse dona da casa.

— Não, ela é a noiva do patrão. Às vezes dorme aqui, mas não é sempre. Dona Emma mora com os pais dela na mansão dos Parker — tia Margareth falou, me mostrando o escritório.

Subimos as escadas para a parte de cima, onde tem vários quartos. Ela mostrou uma porta enorme de madeira escura e falou que o quarto do Senhor Bryan, só quem pode entrar é a arrumadeira. Eu concordei.

Depois, entramos em um quarto branco com rosa, cheio de pelúcias, tão lindo que parece que eu entrei em um conto de fadas. O quarto da Mia é perfeito.

— Você vai dormir aqui com a Mia. O patrão gosta que as babás passem 24 horas com a menina — ela começou a me explicar como cuidar da Mia.

É muito simples, ela não é alérgica e gosta de comer. Também gosta muito de brincar e conversar. Só tem que ter cuidado com os horários, que o pai dela não gosta que ela passe do horário de dormir.

Como a gente tinha brincado muito e resolvi dar um banho nela, antes do almoço vesti uma roupinha na Mia que não parava de conversar, tem palavras que ela fala e eu não entendo direito então só faço sorrir e concordar.

Quando a gente saiu do quarto dela fiquei com medo de me perder no corredor cheio de portas, Ainda bem que ela é inteligente e me levou direto para sala de jantar.

Deixei ela escolher tudo que queria comer, coloquei no prato e foi esfriando e colocando na boquinha dela. Quando a tia Margareth viu, me repreendeu, falando que a Mia come sozinha e se a Dona Emma ver, eu dando comida na boca da menina, vai me dar uma bronca.

Deixei a Mia comer sozinha. Quando ela terminou e tomou o suquinho, lavei suas mãos e a sua boquinha, e foi a minha vez de almoçar com a tia Margareth na cozinha.

Aqui tem muita comida, e ela me falou que a gente come da mesma comida que os patrões, que o senhor Bryan não faz distinção.

— Você vai comer na cozinha por enquanto, mas quando o patrão voltar, e for fazer as refeições em casa, você vai ter que sentar na mesa junto com ele e a Mia — ela falou e segurou a minha mão me ensinando a segurar o garfo da forma correta.

Arrumou a minha postura. Tia Margareth começou a me ensinar algumas etiquetas dos ricos, prestei bastante atenção em tudo que ela me falou. Depois do almoço, fui colocar a Mia para cochilar um pouquinho, deitei na outra cama e acabei dormindo.

— Tia, eu tô com fominha — acordei com a Mia batendo no meu rosto falando que estava com fome.

Arrumei o meu cabelo e o dela, e a gente desceu novamente. Assim que desci a escada, me deparei com a dona Emma sentada em uma poltrona que fica de frente.

— Não sabia que o Bryan estava pagando a empregada para dormir — ela falou bem séria me encarando, e a Mia abraçou as minhas pernas como se estivesse com medo.

— Me desculpe, senhora, isso não vai mais acontecer — ela levantou a mão como se estivesse mandando eu me calar.

Pedi licença, peguei a Mia no colo, e fomos para cozinha. A dona Emma veio atrás de mim. Dona Margareth me pediu para fazer uma vitamina de frutas para a Mia.

Quando eu estava colocando a última fruta, perguntei para Dona Margareth se era para colocar açúcar ou adoçante, e a dona Emma me gritou.

— Que espécie de babá é você que vai dar açúcar a uma criança, muito menos adoçante artificial. A fruta já é doce o suficiente, pelo amor de Deus, onde o Bryan foi encontrar essa garota — apenas concordei, coloquei o leite, e bati as frutas.

A Mia tomou a vitamina toda, E eu chamei ela para a gente ir brincar no quarto. Quando eu estava chegando na sala de jantar ouvi a dona Emma dizer que vai ficar na casa até patrão voltar. Tomara que ela não me prejudique eu preciso muito desse trabalho.

Brinquei com a Mia até a hora do jantar, quando a dona Margareth veio nos chamar. Antes de sair do quarto, porém, ela me pediu para sentar à mesa com a dona Emma e arrumar a minha postura, mostrar para ela que eu posso sim ser uma babá elegante.

— Eu não sei se vou conseguir, tia. Aquela mulher é muito arrogante, ela fala comigo como se eu fosse ninguém — falei, me sentindo um pouco triste.

— Dona Emma é difícil, mas só faça o seu trabalho. Quem vai determinar tudo é o senhor Bryan. E se ela falar alguma coisa com você no quarto, não revide, não responda — fiquei sem entender e perguntei o porquê.

A tia Margareth falou que todas as babás que saíram foi porque não aguentaram as humilhações da dona Emma dentro do quarto, porque os quartos e os banheiros são os únicos lugares que não têm câmera.

Então, é onde ela vai pegar pesado, vai humilhar bastante.

— Se ela fizer isso com você, não responda, deixe ela falar sozinha e depois venha falar comigo. Eu sei como conversar com o senhor Bryan — Dona Margareth falou, e eu concordei.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo