Cap 02- Dante Moretti

Sicília, Itália

Galpão de Tortura da Cosa Nostra

— Eu te avisei, seu filho de uma puta, se me roubasse novamente eu não teria misericórdia. — Dizia Dante enquanto torturava um dos seus empregados.

— Dante, eu juro que não fui eu! — sussurrava o homem com dificuldade sentindo o sangue escorrer de seus ferimentos.

— Você é descarado demais. Ainda tem coragem de mentir na minha cara, seu PUTO! — o loiro gritava enquanto apunhalava o homem mais uma vez.

Henrico estava ao lado do amigo apenas observando-o atentamente, Dante era um torturador que adorava brincar com suas vítimas antes de matá-las, as suas seções de tortura era um verdadeiro espetáculo aos olhos de qualquer mafioso, a maneira fria e cruel que o jovem trabalhava dava medo até mesmo nos antigos torturadores da Cosa Nostra.

Depois da morte de sua esposa, todas as atenções de Giacomo voltaram-se a seu filho, transformando-o num homem forte, poderoso e cruel. Selecionou seus melhores homens para treiná-lo. Desde os oito anos, Dante vivia e respirava a máfia. Sua infância foi regada por disciplina, estudos e muitas mortes. Aos dez anos, Giacomo o levou a uma sessão de tortura e o jovem garoto não piscou em momento algum, naquele momento, soube que o filho era um verdadeiro Moretti. Cresceu ouvindo que deveria ser fiel à máfia e a família acima de qualquer coisa e que jamais deveria se apaixonar porque o amor era um sentimento capaz de destruir o mais poderoso dos homens.

— Você tem coragem de olhar nos meus olhos e dizer que não se aliou aos meus inimigos Franchesco? Não insulte a minha inteligência!

— Dan.. Dante, eu..eu..

—Basta! Já cansei de você, vou mostrar a todos o que faço com aqueles que escolhem trair a minha família! — sem hesitar, Dante saca a arma e coloca no meio da testa do homem que apavorado súplica:

— Por favor, eu…

— Nosso próximo encontro será no inferno!

Bang

O som de tiro ecoa pelo ambiente. O líquido vermelho carmesim espirra, manchando as paredes e o chão do local. Dante sorri ao ver o homem morto diante de si. Henrico se aproxima do amigo fumando seu cigarro e diz:

— Vai precisar se trocar.

— Porra, olha só o que esse miseravel fez? Dante olhou para a camisa branca que vestia abaixo do terno italiano feito sob medida, a mesma encontrava-se suja de sangue. — Vou precisar passar no meu quarto, quando chegar em casa, antes de aparecer para os convidados.

— Sabe que Dom Giacomo detesta atrasos.

— Meu pai não falará nada, Henrico. Ele sabe exatamente o que estava fazendo e vai gostar de saber que dei um fim nesse rato traidor.

Dante encara um dos seus soldados na porta.

— Marco, peça para Luiggi recolher o corpo e jogar em qualquer vala, quero que a polícia veja o que fazemos com delatores.

— Sabe que seu pai não aprovaria…

— Henrico, meu pai precisa entender que alianças com a polícia devem ser desfeitas. Não confio naqueles filhos da puta fardados, eles comem às nossas custas, vivem em suas mansões e trepam com suas mulheres com o nosso dinheiro, por isso nos devem obediência e não o contrário. A polícia precisa entender que a Cosa Nostra é quem dita as regras, então isso será apenas um aviso do que somos capazes de fazer, caso eles pensem em nos trair.

✲ ✲ ✲

Uma festa acontecia na casa de Dom Moretti. Todos os membros da Cosa Nostra estavam reunidos para discutirem as futuras alianças que deveriam ser feitas. O governo estava cada vez mais forte e a Cosa Nostra precisava de aliados para manter a soberania, os tempos estavam mudando e a cada dia estava mais difícil manter os acordos com a polícia e com os homens poderosos que comandam a Itália, eles exigiam cada vez mais enquanto Giacomo queria pagar cada vez menos.

O Dom da Cosa Nostra, sabia que um acordo matrimonial entre as máfias era necessário e estava disposto a discutir com os demais membros sobre quem seria.

— Enzo, onde está Dante? Ele deveria ter chegado há muito tempo.

— Giacomo, ele foi resolver aquele “pequeno problema”. — Giacomo sorriu. Sabia que nenhum traidor passava despercebido pelo filho e todos imploraram pela vida, mas Dante não tinha misericórdia.

— Ótimo, vou até o escritório com os membros, assim que ele chegar, mande-o entrar.

Giácomo se afastou do seu conselheiro e caminhou com os demais membros para o escritório onde aconteceria a reunião que definiria as alianças futuras. Enzo suspirou fundo, sabia o teor do que seria discutido naquela sala e que acenderia a ira de seu afilhado, só ansiava que seu amigo fosse sábio em sua escolha.

✲ ✲ ✲

Dante acabava de chegar no local onde acontecia a reunião. Henrico, seu melhor amigo e braço direito, foi ao encontro do seu pai, atual general da Cosa Nostra que informou ao jovem herdeiro que Giacomo o esperava na sala de reuniões, junto com Enzo.

Após cumprimentar os convidados, Dante dirigiu-se ao local onde acontecia a reunião, estava concentrado quando seus olhos captaram uma mulher que circulava no meio de todos.

Ela tinha o rosto delicado, cabelos negros, usava uma roupa de criada e servia os convidados. Dante nunca a tinha visto por ali, ficou estático analisando a mulher atentamente quando, de repente, ela o encarou. Os olhos verdes esmeraldas deixaram o mafioso encantado, era a personificação da beleza e pureza em um único ser. Ele sentiu algo dentro de si, um misto de ansiedade e desejo tomaram conta do seu corpo, precisava saber mais sobre ela.

Caminhava em sua direção, mas teve seu ombro segurado pelo padrinho. Enzo desviou o olhar para onde o afilhado encarava e percebeu a mulher se encolhendo e se afastando. Enzo olhou para Dante que observava enquanto a mulher se afastava e conhecendo o garoto disse:

— Não Dante, não pense nisso!

O jovem olhou o padrinho nos olhos e perguntou:

— Quem é ela?

— A filha mais nova de Antonieta. Terminou os estudos e veio ajudar a mãe.

Dante desviou os olhos novamente até onde a garota tinha desaparecido e disse:

— Eu a quero!

— Dante…

— Enzo…

O jovem mafioso encarou o padrinho fixamente. Enzo suspirou fundo, conhecia o afilhado mais do que o próprio Giacomo, sabia que quando Dante desejava alguma coisa, ele ia atrás até conseguir. Suspirou fundo e disse:

— Dante… ela é uma boa garota.

O mafioso encarou o padrinho, pegou o copo de bebida de suas mãos e com um sorriso nos lábios disse:

— Eu também. — ingeriu o líquido de uma única vez e continuou: — Vamos logo terminar com isso!

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