Evan avança com passos pesados, cada movimento ecoando pela sala de jantar como uma promessa de violência iminente. Seu olhar é uma tempestade de fúria contida, prestes a explodir. Antes que Hazel tenha tempo de processar o que está prestes a acontecer, os dedos dele se fecham em torno de seu pescoço, apertando com uma força cruel e desumana. O som abafado da respiração sufocada de Hazel se mistura ao caos que agora domina o ambiente, enquanto todos ao redor parecem congelados no tempo.— Tire suas mãos dela! — Grita Kristen, batendo a cadeira com força no chão enquanto se aproxima, o desespero estampado em cada movimento. Seus tapas frenéticos acertam Evan, mas não surtem efeito. Ele parece blindado contra o caos à sua volta, como se o desespero dela não fosse nada além de ruído distante. Eva, completamente paralisada pelo medo, apenas assiste, os olhos arregalados em choque, presa numa impotência esmagadora, incapaz de mover um músculo ou proferir uma única palavra.Evan, movido por
O cenário caótico é rapidamente dominado pelos socorristas. Policiais e paramédicos trabalham em sincronia, movendo-se com precisão em meio à confusão. Quando Eva recobra finalmente a consciência da situação, percebe que já está na ambulância, a sirene ecoando ao longe. O caminho até o hospital é uma jornada silenciosamente angustiante. O ambiente apertado da ambulância se torna sufocante, como se o próprio ar estivesse impregnado com o peso de tudo o que havia acontecido. Cada solavanco na estrada prolonga a tortura, e o som incessante das sirenes, que antes significava ajuda, agora ecoa como um lembrete doloroso da fragilidade do momento. Eva, ainda atordoada, tenta focar em Kristen ao seu lado.Ao chegarem ao hospital, tudo acontece rápido demais. Kristen é levada de imediato para a emergência, desaparecendo em meio à pressa dos médicos e enfermeiros. Eva, mesmo relutante, é conduzida para uma avaliação. A equipe insiste em verificar seu estado, ignorando seus protestos de que est
O médico observa o olhar de Hazel, e o desespero silencioso que transborda de seus olhos o atinge com força. Ela implora por respostas, mas ele sabe que nada que ele disser agora poderá apagar o impacto brutal da revelação. O arrependimento o consome, cada palavra se tornando um peso insuportável. Kristen havia dado a entender que Hazel sabia da doença, que ela só não estava acompanhando-a nas consultas devido ao repouso. Agora, o erro é claro, e a verdade paira entre eles, esmagadora.Hazel sente o pranto subir de sua garganta como um grito sufocado, a dor intensa golpeando seu peito, como se algo a esmagasse por dentro.— Não, isso não é possível. — Sussurra Hazel, sacudindo a cabeça, o mundo ao seu redor se desfazendo. — Ela teria me contado. — Sua voz sai fraca, despedaçada, enquanto tenta, em vão, se convencer de que tudo aquilo é um terrível mal-entendido. A ideia de sua irmã, doente, é uma dor que ela não consegue sequer processar. Cada pensamento sobre a possibilidade de perde
Apenas no dia seguinte, Hazel finalmente consegue visitar a irmã. Sentada ao lado dela na cama, ela observa Kristen, a cabeça enfaixada, o rosto pálido e frágil, deixando clara a gravidade de sua condição, algo que Hazel não havia percebido antes com tanta nitidez. Uma dor silenciosa aperta seu peito enquanto segura a mão de Kristen, seus dedos acariciando com ternura, desesperada para transmitir alguma força, mesmo sabendo que nunca se sentiu tão fraca e impotente como agora, com a gravidez pesando sobre seu corpo e sua alma.— Ela ainda não acordou? — A voz de Eva ecoa pelo quarto, baixa e carregada de ansiedade, ao entrar discretamente.— Ainda não. — Responde Hazel, forçando um sorriso gentil, tentando manter a calma por todos ali. — E você, conseguiu descansar? — Pergunta, preocupada com o bem-estar de Eva.— Sim. — Responde, aproximando-se e beijando levemente a testa de Kristen, repetindo o gesto em Hazel, em um carinho silencioso. — O senhor Zhang está na recepção. — Informa,
Kristen se ajeita na cama, seus olhos seguindo Hazel e Eva enquanto saem do quarto. Ela passa as mãos pelas pontas do cabelo, tentando se arrumar, mesmo que de forma tímida, para parecer apresentável. Quando a maçaneta da porta se move, seu coração dispara, e, ao ver Liang entrar, um sorriso largo ilumina seu rosto. Ele se aproxima rapidamente, sem hesitar, e seus lábios encontram os dela em um beijo intenso e urgente.— Como você está? — Pergunta Liang, ofegante, segurando o rosto dela entre as mãos, seus dedos acariciando sua pele enquanto deposita beijos suaves em seus lábios.— Estou bem. — Responde Kristen, sorrindo entre os beijos, como se a presença dele aliviasse todo o peso do mundo. — E você, como está?— Agora estou melhor, com você nos meus braços. — Responde, baixando a cabeça para beijar levemente sua testa, os olhos repletos de ternura e alívio. — Fiquei tão apavorado quando soube do que aconteceu. — Confessa, acariciando sua bochecha com o polegar, como se precisasse s
Evan segue absorvendo as palavras de Liam, cada uma corroendo sua mente. A situação em que se encontra é mais sombria do que jamais imaginou. Ele havia perdido o controle no dia anterior, mas nunca, em sua vida, cogitou matar alguém. Agora, uma risada amarga se arranca de sua garganta, cheia de desespero e ironia. Ele, um fugitivo, procurado por tentativa de assassinato. — Posso fazer isso, mas quero uma negociação melhor. — Propõe Evan, consciente de que está prestes a mergulhar em um abismo do qual não há retorno. Mas a ideia de ser preso o enoja.— Você não pode negociar. — Rebate Liam, despreocupado, quase entediado. — Então, nem pen...— Cale a porra da boca, Liam. — Corta com uma fúria controlada, sua voz grave e carregada de autoridade. — Se eu for para a prisão, você vai junto, porque eu não cairei sozinho. E a última coisa que você quer é me ver abrindo a boca. — A ameaça desliza de seus lábios como veneno, cada palavra impregnada de uma frieza letal, o gosto da traição amar
Em Veneza, o primeiro raio de sol começava a romper o horizonte, enquanto Hunter estava apoiado no parapeito da sacada, uma xícara de café quente entre as mãos, observando o amanhecer com olhos distantes. A cidade parecia acordar lentamente, mas dentro dele, a inquietude não dava trégua. Não importava o quanto se mantivesse ocupado durante o dia, era nas noites e nas manhãs silenciosas que a ausência de Hazel o esmagava com mais força. Esses momentos de quietude, em que o mundo ao redor desacelerava, eram os mais cruéis. Eram as horas em que ele mais sentia falta dela, quando o vazio parecia consumir tudo ao seu redor. Era sempre nesse intervalo, entre a escuridão e a luz, que ele fraquejava, a vontade de pegar o telefone e ouvir a voz dela se tornando quase insuportável. Mas ele se segurava, lutando contra o impulso, sabendo que ouvir Hazel o faria afundar ainda mais naquela saudade que o devorava a cada dia.O telefone de Hunter vibra na mesa, quebrando o silêncio e o arrastando de
Ao ouvir a voz dela, Hunter congela. Por um momento, é como se o mundo ao seu redor parasse. Ele não consegue acreditar que ela realmente atendeu. As palavras, que antes lhe pareciam urgentes, se dissipam na garganta, sufocadas pela surpresa e pela incredulidade. Sua mente, num caos, grita para ele desligar, para fugir antes que tudo desmorone de vez. Mas seus dedos permanecem imóveis, firmes no celular, incapazes de obedecer. O silêncio que preenche a linha é carregado de tensão, cada segundo se arrasta enquanto ele tenta encontrar desesperadamente o controle perdido. Seu coração b**e acelerado no peito, as mãos trêmulas, e todas as emoções que ele passou tanto tempo tentando sufocar agora explodem com força, prendendo-o num nó impossível de desatar.— Te acordei? — Pergunta Hunter, finalmente, quebrando o silêncio que o sufocava. Sua voz está tensa, quase trêmula, e ele força um sorriso patético, como se ela pudesse vê-lo, como se isso pudesse disfarçar a intensidade do momento. Sent