Seul, Coreia do Sul. Casa de Kwan Shin, Distrito de Gangnam, 05-12-2018.
Hyun Shik havia tentado dormir, assumia, mas, vendo que não conseguia adormecer por toda a situação que estava e não confiar no seu anfitrião, levantou-se da cama após dormir aquele tempo. E, por ter a certeza de que Hae Ri não apareceria até que sua energia estivesse minimamente mais estável, parou frente à janela e observou a paisagem noturna de Seul. Era a sua primeira vez ali desde que iniciara o século vinte e um e, se comparasse à quando foi da última vez, no meio do século passado, era ainda mais deslumbrante.
E começou a se sentir incômodo pela agulha mais uma vez. Se sentia vulnerável, fraco e imponente, nas mãos de alguém que poderia ser seu inimigo.
També
Seul, Coreia do Sul. Casa de Kwan Shin, Distrito de Gangnam, 06-12-2018. Hyun Shik traçava vários pontos no mapa depois de ter verdadeiramente acordado e tido uma boa refeição. Seus ferimentos já não o incomodavam muito e estava animado com a ideia de pôr fim aos planos da Nova Ordem, apesar do medo do que viria a seguir. Não sabia o que lhe esperava, mas planejava dar um fim há tudo e, se tivesse sorte, encararia seus amigos e imploraria por seu perdão, por ter feito o que fez, por não ter conseguido ser um líder, por ter sido fraco, patético. Mas não sabia se tinha coragem para fazer isso. Não sabia se aceitariam o que tinha a dizer sobre aquela noite. Mas, pensando que não deveria pensar num futuro que talvez nem chegasse a acontecer, focou na tarefa à sua frente.
Seul, Coreia do Sul. Casa de Kwan Shin, Distrito de Gangnam, 06-12-2018. Era noite e ambos estavam cansados. Após Hyun Shik acordar, In Su trocou com ele a busca de informações por não ter dormido devidamente há alguns dias e estar exausto. Passaram a tarde toda procurando por qualquer coisa que fosse útil naquele livro, mas, por algumas coisas estarem escritas em linguagem antiga, fora um pouco demorado, já que apenas Hyun Shik conhecia o suficiente do idioma para entender e traduzir. Kwan Shin avisara à In Su que não iria voltar para casa e que, se quisesse, poderia cozinhar com o que achasse nos armários, então, como um bom cozinheiro, começou a preparar uma sopa. Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 07-12-2018. Eram cerca de três da tarde quando In Su chegou no Bloco 109, encontrando uma enorme agitação, um completo caos e um frenesi descontrolado, que o fez pensar que as coisas já haviam chegado aos ouvidos do esquadrão. Min Sun chegou perto dele, puxou suas roupas para lhe chamar a atenção e o levou em particular. Juntos, seguiram até o escritório, sem trocar palavras. Ao chegar, Min Sun se jogou em sua cadeira, suspirando pesadamente e gesticulando para que ele sentasse. — Sabe qual a situação? — Min Sun perguntou, levando em consideração que In Su esteve fora desde o dia anterior.  Capítulo 11 - Parte 1
Hwaseong, Coreia do Sul. Floresta aos redor de CheonSung, 07-12-2018. Era noite quando alcançaram a costa e, silenciosamente, adentraram a floresta. Quando já estavam há alguns metros da clareira atrás do castelo de CheonSung, todos ouviram um som de estática nos comunicadores e a voz de Min Kyu pôde ser captada em um baixo sussurro. — Nossa desvantagem numérica é a nossa principal fraqueza. Somos dezesseis contra no mínimo cem deles — relatou enquanto se esgueirava atrás de uma árvore, escondido pelas poucas folhas que restavam nos galhos e pela escuridão noturna, vislumbrando o batalhão inimigo armado, ao que parecia ser uma pausa tática. — Algum palpite, In
Hwaseong, Coreia do Sul. Floresta atrás de CheonSung, flanco direito, 07-12-2018. No outro lado do confronto estava Hyun Shik, de braços cruzados, quando um velho aliado tomou sua visão. “Porque logo você Min Kyu...” pensou, tentando não mudar sua expressão neutra. Não poderia empunhar sua espada contra ele. Não contra um dos maiores afetados pela morte de Ju Hee. Aquele que compartilhava o amor dela. Continuou apenas parado e engoliu em seco quando viu o semblante de ódio de Min Kyu, que avançou contra ele, demonstrando completo desgosto por vê-lo. Hyun Shik não mudou sua expressão completamente
Hwaseong, Coreia do Sul. Castelo de CheonSung, 07-12-2018. Antes do confronto. — Min Sun? — alguém, o qual Hyun Shik não conseguiu identificar a voz, indagou beirando ao escárnio, enquanto seguia para a floresta. — A magia dela é forte demais, seria um estorvo. — Então, vai descartar a benção de Haenim por causa dessa luta estúpida? — outro inquiriu, este reconheceu de pronto, era Chae Song. — Isso é ridículo, Kwan Sook Hyung. — Ela vai interferir nos nossos planos! Melhor que seja eliminada — retorquiu, levantando a voz. — Uma força como a dela não deveria ser tocada de forma
Seul, Coreia do Sul. Bloco 109, 08-12-2018. Min Sun, pensativa, foi até o escritório retirando todo o seu armamento e jogando no sofá, seguindo até sua mesa e golpeando-a com um soco forte, fazendo um som grave ecoar por todo o cômodo. Deixou seu corpo cair sobre a cadeira e pressionou suas têmporas, com os cotovelos sobre a mesa, apoiando a cabeça entre as mãos. Já tinha presenciado inúmeros surtos de In Su, já esteve lá para acalentar cada um, mas nunca um deles lhe incomodou tanto quanto aquele. A forma que ele tentou lutar para manter a sanidade, o desespero por não conseguir controlar e a frustração quando foi dominado lhe atingiu mais do que gostaria de assumir.
Hwaseong, Coreia do Sul. Interrogatório do Castelo de CheonSung, 08-12-2018. Tinha uma breve lembrança da madrugada, em seus lapsos de consciência, quando foi forçado a se levantar e arrastado entre alguns tropeços e gritos de dor, tentando não forçar o ferimento em seu pé que continuava a sangrar depois de Young Soo ter aumentado propositalmente o corte com o intuito de não permitir que andasse. Nem ao menos conseguia mostrar resistência, apenas tentava não magoar os inúmeros cortes abertos e, quando foi jogado em uma sala fria, bateu forte a cabeça, sentindo sua consciência vacilar mais uma vez. Foi então que acordou verdadeiramente, com uma pressão em seu corpo e cabeça, seguido à uma intensa picada no pescoço. &