Montar um grande quebra-cabeça, não era uma tarefa fácil, eu já tinha visto casos que nunca foram solucionados, casos de pessoas que chegaram a esperar a vida toda por justiça e ela nunca chegar, mas eu sentia no fundo do meu coração que aquele quebra-cabeça iria finalmente ser montado por completo.— E então? Onde estava o filho da puta do Daylon durante todos esses anos?— O Daylon passou um tempo morando com a Carmem depois da morte da mãe deles, ele estava satisfeito por ter conseguido impedir que o Lion fosse pra Harvard, mas começou a ficar incomodado com a aproximação do Kall com o Lion, embora o Lion no início estivesse preso sem possibilidade de sair da vista do Kall, o simples fato do Daylon ver o irmão precisando do Lion pra tudo, já foi motivo o suficiente pra ele se enfiar dentro da mansão e pedir pra trabalhar com o Kall.— Mas não era ele que queria ter uma vida diferente da família? Uma vida dentro da lei?— O problema do Daylon sempre foi a inveja, o Augusto Bellini,
Estava faltando pouco pra última peça daquele quebra-cabeça, mas já dava pra ter uma boa visão de todo o jogo.— Como o meu avô conseguiu se aproximar do Daylon?— Nosso avô passou alguns anos acompanhando os passos do Daylon, com quem falava, pra quem ligava, mas a maioria das conversas eram codificadas, nós acreditamos que esses códigos estão na pasta verde.— Que tipo de códigos são esses?— Quando existe uma mulher a caminho do país, eles usam a sigla A1, e as outras siglas são especificamente pra dizer onde ela seria levada, e o que iriam fazer com ela, porém existem mais de trezentos códigos, e isso dificulta muito chegar até os culpados, então depois desses anos seguindo os passos do Daylon, o nosso avô mandou o Lion entrar em contato com o Daylon, e dizer que sabia onde ele estava, e que sabia que ele e a sua mãe haviam trocado de nome.— E porque o meu avô pediu pro meu pai fazer isso?— Nosso avô queria que o Lion fizesse um acordo com o Daylon em troca de não entregar o par
Quando eu acordei, a lembrança da longa conversa que tive com o Valente ficou martelando na minha cabeça, por mais surreal que aquilo tudo parecesse, não era nada impossível pra mim, o meu sentimento pelo Kall era real, apesar de eu nunca ter admitido aquilo pra ele, então não seria uma tarefa difícil pra mim, pelo menos foi o que eu pensei.Eu levantei da cama, caminhei com o máximo de cuidado até o banheiro, tomei um banho, escovei os meus dentes e me arrumei com a intenção de ir pra casa do Kall, pra mim não importava o que tinha acontecido no meio tempo em que eu estive dormindo, eu estava decidida a voltar pra casa dele e confronta-lo, mesmo ele tendo dito que não queria mais me ver.Eu abri a porta do quarto e chamei pelo Valente, que apareceu com moletas.— Você jura que eu vou andar com esse negócio?— É melhor do que depender de mim pra te carregar. Se eu não tiver em casa, como vai se virar? — Mas eu não vou ficar aqui Valente, eu vou hoje mesmo pra casa do Kall.— Ana, sob
Todo mundo ficou olhando um pro outro como se tivessem decidindo sobre o que fariam comigo, e àquilo só aumentou a minha raiva.— Se ninguém vai me levar, eu vou sozinha, mesmo que eu leve várias horas pra chegar lá.Falei caminhando até o Valente.— Me dê as chaves do carro.Falei de forma ameaçadora.— O seu pé não está bom pra dirigir.— Não importa, me dá logo esse caralho ou eu vou te dar uma surra Valente.Ele riu na minha cara e apontou pro meu pé.— Você não...Antes que ele pudesse concluir a frase, eu dei um tapa no pé do ouvido dele.— Minha mão tá boa.Ele ficou sério me encarando por alguns segundos, talvez tentando decidir se devolveria o tapa.— Deixa que eu te levo.— Que bom que estamos nos entendendo.— Mas antes vai no ambulatório fazer a limpeza dos pontos, é o tempo que eu levo pra verificar se está tudo certo com o helicóptero.— Então vamos de helicóptero mesmo? Como você é adorável.— Ana, eu vou te levar, mas se você for mesmo inteligente, vai saber que criar
KALL..Beijar a Aysha depois de tantos anos me deu a sensação de que era outra boca, ou talvez a minha vontade era que realmente fosse.Meus instintos estavam gritando dentro de mim enquanto a língua dela se entrelaçava na minha, não demorou muito até eu ficar de pau duro e desejando estar dentro dela.As minhas mãos desceram até a bunda dela, e eu a apertei enquanto a trazia pra mais perto de mim.Ela mordeu os meus lábios e levou a mão dela até o meu pau e o apertou por cima da roupa, e por alguma razão eu parei de beijá-la e a encarei.— O que foi? Não gostou?Eu tirei as minhas mãos da bunda dela, segurei os ombros dela e a afastei de mim.— Eu não posso te dar o que você quer.— Porque não?— Eu só não quero, deu pra entender?— Como você não quer Kallyon? Você está duro, está pronto pra mim.— Eu vou voltar pro meu quarto.Falei caminhando em direção a porta.— A gente pode pelo menos conversar?Eu me virei pra olhar pra ela novamente, e embora eu soubesse que a intenção da co
Eu entrei no carro e olhei pra Ana que estava sentada do meu lado, ela estava olhando pela janela do carro evitando fazer contato visual comigo.— Valente, use o carro do Félix pra ir com os outros, eu vou sozinho nesse com a Ana.— Tudo bem.Quando o Valente se distanciou, eu voltei a olhar pra ela.— Você está bem?Ela balançou a cabeça, mas continuava sem olhar pra mim.— Você quer olhar pra mim, por favor?— Eu acho bom a gente sair logo daqui.— Olha pra mim, Ana.Ela finalmente olhou, e os olhos dela estavam vermelhos, como se ela estivesse tentando segurar as lágrimas a todo custo.— Eles te machucaram?— Não mais do que você.— Você acha que está sendo fácil pra mim descobrir que fui enganado por pessoas que eu tinha toda a confiança? E que você preferiu fugir a ser sincera comigo? Eu fico me perguntando até que ponto você sabe Ana, porque eu estou lutando contra um dever meu por você, se você fizesse isso com qualquer outro mafioso, você estaria morta.— E qual é a diferença
KALL..Eu não poderia mais fugir das mentiras que me cercavam, eu estava diante da única pessoa que eu fui capaz de amar na vida, e ela não poderia estar mentindo pra mim, não quando o olhar dela revelava que ela também nutria sentimentos por mim, aquele olhar revelava o que a boca dela ainda não havia sido capaz de admitir, alguém que não nutria nenhum sentimento por mim, jamais ficaria tão magoada com a possibilidade de eu ter transado com alguém, então qualquer coisa que ela falasse pra mim, eu tinha certeza que era real, talvez fosse esse o meu receio, de perguntar tudo o que eu não sabia, e receber uma pancada tão forte que me deixasse incapaz de levantar, mas mesmo correndo o risco, eu tinha que perguntar, eu precisava ouvir da boca dela todas as mentiras que me cercavam.— Porquê você está falando assim do meu pai? Que tipo de mentira ele contou? Qual a história que te contaram que te fez falar isso com tanta convicção?Em uma questão de segundos, a tensão entre nós multiplic
ANA..Eu pensei que ver o Kall fosse um delírio, mas quando senti os braços do Valente me segurando, eu percebi que os dois realmente estavam lá.Eu olhei pro lado e vi o Kall esmurrando o empresário, e o Valente gritando pra ele parar, ele estava furioso.— Ana, peça pra ele parar, nós precisamos dele vivo, ele tem informações importantes.Mesmo sem forças, eu pedi, e como num passe de mágica, ele parou.Talvez o Valente tivesse razão quando escolheu a mim pra contar toda a verdade, pois eu vi com os meus próprios olhos o quanto eu tinha influência sobre as atitudes do Kall.Quando já estávamos no carro, o Kall pediu pro Valente e os outros irem em outro carro, e logo eu entendi que ele queria ficar sozinho comigo.Apesar dele ter me salvado, eu não conseguia olhar pra ele, tudo o que eu conseguia pensar era que ele havia trepado com outra no meu quarto, na minha cama, e nem ao menos havia pensado no quanto aquilo iria me afetar.Com a insistência dele, eu o encarei, sem conseguir