Acordo com o despertador tocando. É hora de tomar os remédios e, hoje, preciso ir à empresa conversar com o gerente geral. Tentarei, ao menos, amenizar a bronca quando meu tio voltar; afinal, sou responsável por ter esquecido totalmente a recomendação dele. Levanto-me devagar, tentando não acordar o Hayden, e vou até o banheiro. Preciso de um bom banho. A noite passada foi uma delícia, mas, como ainda estou um pouco limitada, não pude exagerar na dose. Então, fizemos amor de uma forma mais convencional. Assim que entro embaixo do chuveiro, fecho os olhos e sinto a água quente caindo sobre os meus músculos, que estão até que bastante relaxados, acredito que por conta dos dias sem praticar as malditas lutas. Enquanto estou ali, curtindo o meu banho delicioso, sinto mãos me abraçando pelas costas. Sorrio ao saber a quem elas pertencem e sinto ele se aconchegando em mim...—Bom dia, minha linda. Por que não ficou comigo na cama? Podíamos ter aproveitado mais um pouco e depois tomar esse b
RichardEstou conversando com o Chefe e com meu grande amigo Renzo sobre a possibilidade de irmos à Calábria para dar uma sondada no que realmente está acontecendo. Quando escutamos uma intensa troca de tiros, junto com o Renzo, pegamos as armas que estavam em cima da mesa e seguimos na direção de onde ouvimos os tiros. Nos deparamos com quatro carros pretos indo em direção ao nosso paiol, e nossos homens reagiram, trocando tiros com alguns que estavam parcialmente protegidos dentro dos carros. Quando os carros passaram bem em frente ao paiol, jogaram algo dentro e aceleraram. Não demorou muito e ouvimos as explosões; não foram uma ou duas, foram cinco grandes explosões em nosso paiol, e isso foi o suficiente para destruir o nosso arsenal. Tentamos seguir os carros, mas ao virar duas esquinas, eles simplesmente desapareceram. Agora estamos aqui, em meio aos destroços do que antes era o nosso arsenal, muito bem equipado e tão bem organizado, que agora não passa de destroços e cinzas.
Gosto de ser sempre o melhor. Treino meus homens pessoalmente; claro que tenho outros que me ajudam, mas em algumas coisas apenas eu faço. Tenho os meus braços direito e esquerdo, que me ajudam da melhor maneira que podem. Foi graças a eles que conseguimos as pistas de onde as minhas amadas e preciosas irmãs estavam. A Emily, apesar de terem trocado o nome, foi fácil de encontrar. Com certeza, meu avô, Don Giorgi Montanaro, só não a encontrou antes porque o meu pai não queria preocupá-lo com o sequestro dela. Infelizmente, ele não conseguiu encontrá-la antes de morrer. Já a Chloè deu trabalho para encontrar; eles dificultaram de todas as formas, mas, graças às viagens do crápula do Richard, eu desconfiei e finalmente a encontrei. Porém, a minha garotinha linda já estava crescida e sofrida, e eu não pude fazer nada para ajudá-la. Ahhhh, mas eles pagarão caro por cada lágrima derramada por ela. Ahhh, se eu os farei pagar…Já estou fazendo o meu nome aqui na Calábria. Aqui, sou conhecido
SavannahAs horas vão passando e eu continuo tentando falar com o meu tio, mas sem sucesso. Notei, é claro, que o Hayden está a cada minuto mais ansioso. Sei que ele não confia no meu tio e que sabe de mais coisas do que realmente me conta, mas eu gosto dele e quero fazer essa viagem. Mesmo que o meu tio não deixe, eu vou. Sinto que preciso ir, preciso sair um pouco desse ambiente de mentiras. Talvez, dessa forma, eu encontre um pouco de paz para o meu interior. Sei que sou uma patricinha mimada, até fútil, se preferir, mas algo em mim é vazio. Sempre tentei preencher esse vazio com amizades, compras, namorados, sexo, mas nada disso me completa realmente. É um vazio na alma, como se algo faltasse dentro de mim. Quando eu era mais nova, contava aos meus amigos e cheguei a falar com um psicólogo da escola, mas nada explica essa sensação que sinto, esse vazio na alma. Por isso, com o passar dos anos, deixei essa sensação de lado.Durante estes dias que estou na casa do Hayden, me deu von
HaydenEu não consegui aguentar ver a cena da minha Savannah ali na escada, escutando o que o homem que a vida inteira ela chamou de tio estava falando ao telefone. Ao notar ela querendo dar um passo para descer a escada, optei por puxá-la de volta para o quarto. Não posso simplesmente deixar que a descoberta que ela fez venha colocar os nossos planos a perder. Claro que eu também escutei os planos maquiavélicos do nojento do chefe do Richard, mas se para mim, que sei que o homem não presta, foi horrível de ouvir, para a minha garota foi uma faca cravada no coração. Ele sempre soube qual seria o destino dela e, mesmo assim, ele nada fez para impedir. Estou impressionado com a frieza com a qual ele agiu; criou a garota para entregar ao inimigo quando ela crescesse, apenas para ferir um avô já tão machucado. Desde o desabafo que ela escutou na noite passada e agora essa conversa, tenho certeza de que é o momento certo para tirá-la dessa casa, mas preciso apenas deixar ele sair. Dessa fo
**Los Angeles****Richard**Saí de casa muito cedo, mal consegui falar com a minha menina. Ela gosta de correr de manhã e, como estava com o namorado, eu não quis interromper. Mas notei que ela estava meio distante; vai saber o que aconteceu. Deve ter brigado com aquele fedelho, mas ao menos ela não estará sozinha enquanto eu não estou em casa. Ao menos para isso, esse filhote de cruz credo me serve. Eles saem e, pouco depois, eu também. Entro no carro e ligo o som para tentar esfriar a cabeça. A noite passada não foi nada fácil; lembranças que eu gostaria de verdade poder esquecer estavam bastante presentes em minhas memórias. Eu nunca esquecerei aquele olhar...Volto à realidade. Hoje tenho uma reunião muito importante, apesar das perdas que, segundo o meu gerente geral, não são tão alarmantes, mas que precisam de atenção. Tenho um investidor querendo injetar renda e, se estou perdendo dinheiro, não posso me dar ao luxo de me negar a aceitar um investidor em minha empresa. Vesti-me
As horas passam e eu não tenho nenhum retorno da minha Savannah. Volto a ligar e, desta vez, o telefone está dando que não existe. Começo a ficar preocupado e decido que o melhor é ir para a minha casa. Saio da empresa vendo todos os funcionários me olhando, provavelmente querendo saber alguma declaração sobre as notícias que já estão rolando na mídia, e nem eu faço ideia de como as informações vazaram tão rapidamente. Com a cabeça cheia, chego ao meu carro disposto a ir para casa. O trânsito, como sempre, estava infernal na Sunset Boulevard, e parece que nunca vou chegar em casa. Mas, depois de um bom tempo dirigindo e tentando ligar para o imprestável do Hayden e para a minha Savannah, e sem conseguir, finalmente chego em casa.Assim que estaciono, entro correndo em casa na esperança de que minha menina esteja talvez dormindo, mas tudo está na mais perfeita ordem que eu deixei de manhã. Sinto que tem algo errado. Vou até o quarto dela, abro o guarda-roupa e está tudo normal. Procuro
TerniAssim que entro no bordel, o cheiro de perfume barato começa a tomar conta do meu nariz. Tento disfarçar o máximo que consigo. Estou vestindo uma camisa polo preta e calça jeans também preta. Meu bom porte e corpo chamam a atenção de imediato. Apenas abaixo um pouco a cabeça, virando-a de lado. Sei exatamente onde estão as câmeras deste salão, mas, por enquanto, não quero chamar a atenção de ninguém. Vou em direção ao bar e, pelo canto do olho, vejo mais dois dos meus homens entrarem, de terno escuro, para ficar de igual para igual com os caras do O Monopólio. Acendo um cigarro e fico ali jogando fumaça fora. Não costumo fumar; esse treco faz um mal danado para a saúde, mas aqui preciso manter a aparência.Durante a vida inteira, treinei para cada situação. Já no bar, uma bela moça que nunca vi aqui me atende de um jeito tímido. Peço uma garrafa de Royal Salute e a moça me olha de forma exageradamente estranha, o que, por um instante, me faz refletir, pois, apesar de nunca a ter