Kara JimenezEu senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, dos pés à cabeça, assim que sai da cozinha indo atrás da Cassandra. Eu ainda estava desesperada com choro de Jasmim e corri atrás da mulher para tentar resolver aquela situação.Antes que eu pudesse abrir minha boca para contestar, fui fuzilada com aquele olhar gélido.Cassandra me examinou profundamente, dos pés à cabeça. A profundidade do seu olhar me fez tremer pela segunda vez naquele dia.— Diga-me, desde quando você é amante do Gustavo?Senti meu rosto esquentar instantaneamente assim que ouvi as palavras daquela mulher. Eu sabia eu o meu rosto havia ficado vermelho quando a raiva atingiu o meu coração. Sob qual alegação, Cassandra afirmava aquilo com tanta certeza?— Do que está falando, senhora? – meus olhos estavam arregalados de pavor – como pode pensar que eu teria um caso com o senhor Gustavo se eu mal o conheço?Ela olhou no fundo dos meus olhos e gritou com os dentes apertados, enquanto o meu coração disparava,
Eu fiquei apavorada!Minha respiração ficou pressa em meus pulmões, assim que Antônia comunicou que o expediente dela havia terminado. Marta já havia ido embora e pelo que parecia eu ficaria sozinha naquela mansão a noite inteira.— Tem certeza de que não pode ficar, Antônia? – Eu coloquei às duas mãos juntas em frente ao corpo e implorei – só essa noite.— Eu sinto muito, Kara – eu sei que ela sentiu pena de mim, era possível ver isso na expressão do seu rosto – não está no nosso contrato permanecer na mansão depois do expediente.Segundos se passaram, enquanto eu olhava para o teto da casa com o olhar perdido, imaginando os inúmeros riscos que eu corria em pernoitar sozinha, com jasmim, naquela casa. Por fim, Antônia disse, com a intenção de me acalmar.— Não precisa sentir medo, Kara – ela tinha um sorriso no rosto e eu me sentir uma insensata medrosa – você está em um dos condomínios mais seguros da cidade. Nada acontecerá com você.— Eu nunca estive em um lugar tão grande como es
Rosa dormiu na sala aquela noite. Se recusou prontamente a ir para o quarto de hóspedes por pensa que não tinha direito nem ao menos de estar ali. Eu tentei explicar a ela que o Gustavo não voltaria pelos próximos três dias, devido à final do campeonato. Nem mesmo assim ela conseguiu se acalmar.Deixei-a deitada no sofá da casa e fui para o quarto ficar com Jasmim. Preparei algumas mamadeiras, porque sabia que ela acordaria de madrugada para se alimentar e enquanto ela dormia, eu apenas a admirei em silêncio.Logo peguei no sono e confesso que perdi as contas de quantas vezes tive que levantar-me para alimentá-la. Rosa por vezes batia na porta do quarto para saber se eu precisava de ajuda. Eu negava, embora com bastante sono pedia para que ela fosse descansar.Aquela foi a noite mais longa de toda a minha vida. Despertei assustada com os gritos que vinham da sala. Olhei para Jasmim, que dormia tranquilamente e corri para entender o que estava acontecendo.Me deparei com a Marta segura
Gustavo HenriPerdemos o campeonato. Estavam todos cansados e frustrados no vestiário.Eu estava obviamente aborrecido, como jogador principal desse time deveria ter dado o meu melhor. A responsabilidade daquela derrota corria pelas minhas veias. Lembrei-me dos acontecimentos anteriores da minha vida. Certamente isso estava bloqueando minha mente. Eu sentia que nada seria como antes.Aquela seria a noite mais longa para os imperadores. Ganhar o título era importante para nossa confiança, agora teríamos apenas que lidar com a derrota e seguir.Mas, eu não tinha para onde seguir. Era como se o estado clínico de Bruna me prendesse ao passado e enquanto eu não conseguisse me divorciar dela, não conseguiria ir adiante.Quando chegamos ao hotel, eu liguei para Alexandre. Era estranho perceber que o mais próximo da família que eu tinha, era meu advogado. Eu esperava ouvir boas notícias, já tinha problemas demais, para que aquela garota que cuidava da minha filha, me arrumasse mais confusões.
Kara JimenezEu fique paralisada. Gustavo havia me empurrado e aquilo parecia inacreditável para mim. Tive vontade de sair correndo daquele lugar e nunca mais voltar, quando Antônia me agarrou pelo braço e me levou de volta a mansão.— Eu nunca vi o patrão agir daquela forma – ela estava em negação. Balançava a cabeça descontroladamente sem parar, enquanto enchia um copo com água e me oferecia.Segurei o copo, vendo a água tremular. Meu coração ainda estava disparado e eu tentava aceitar o que havia acontecido.— Os últimos acontecimentos estão deixando-o nervoso, não há outra explicação – eu continuava ouvindo Antônia colocar para fora sua indignação, me questionando se ela conhecia realmente o Gustavo, como dizia – o senhor Donovan não deveria ter vindo aqui, depois de tudo o que ele fez?Eu sabia quem era o Donovan Moretti, o empresário responsável pela carreira do Gustavo. Os motivos que levavam eles a brigarem, eu desconhecia. A sensação que eu tinha é que havia um mistério naque
Gustavo HenriDevo confessar, a coragem de Kara era admirável. Assim que Antônia me comunicou que ela havia saído da mansão e deixado Jasmim no quarto, só para não me encontrar, percebi que minha atitude em empurrá-la havia a assustado.Embora no primeiro momento eu tivesse um pouco de arrependimento por tê-la tratado tão mal, logo passou quando percebi que Kara havia saído sem me avisar.Eu já havia planejado todo aquele dia, contra a minha vontade, de ir ao hospital visitar a Bruna e saber do real estado da sua saúde. Até aquele momento não havia nenhum sinal de que ela acordaria e, no fundo, não havia nada que eu desejasse mais do que a recuperação da minha mulher.Eu precisava me divorciar dela, e não havia nada que eu pensasse tanto em fazer, quanto aquilo. Caminhei para fora da casa, pensando sobre isso, com Jasmim envolvida em meus braços. Ela era a razão que me fazia permanecer naquele estado de espera, se não fosse pela existência dela, eu já teria abandonado a Bruna naquele
Kara JimenezEu sou pior que ele imaginava?Uma pontada de dor atingiu o meu coração ao ouvir as palavras do Gustavo. Eu havia voltado para mansão um pouco mais cedo do que ele havia ordenado, por não suportar ouvir a Rosa falar da minha mãe o tempo todo. Embora não fosse a intenção dela me magoar, eu sair dali devastada em saber que eu já não tinha minha mãe ao meu lado para me apoiar.Eu ainda tentava me recuperar da decepção quando ouvir Gustavo me ofender. Surpresa, eu forcei um sorriso para ele, tentando não demonstrar fraqueza.— Eu não entendi o que o senhor quis dizer com isso – eu fui atingida por um turbilhão de emoções conflitantes e confusas.— Não se faça de desentendida, Kara – franziu o cenho, expressando o seu descontentamento – eu sei que você trouxe uma estranha para dentro da minha casa e que ela roubou alguns pertences da mansão.Minha boca se abriu em espanto e indignação. As palavras de Gustavo e as acusações que ele fazia, causaram mais dores do que espinhos per
Gustavo Eu mal havia percebido o momento em que Alexandre havia entrado na casa. Ainda estava perdido nas últimas palavras da Kara e na maneira como ela havia me desafiado. — Está tudo bem, Gustavo? – tocou em meu braço, e quando levantei o olhar até ele, percebendo que Alexandre estava confuso. — Preciso de um favor – eu disse, olhando nos olhos dele e sabendo que o pedido iria parecer estranho - entregue a Jasmim para a Kara. Depois volte para podermos conversar. Inclinei o corpo e coloquei Jasmim no colo dele. Alexandre gaguejava, mas dos seus lábios não saia nenhuma palavra a qual eu pudesse entender. Embora confuso, ele me obedeceu. Pegou jasmim desajeitadamente e formulou um sorriso forçado no rosto. Eu sabia que a intenção dele era me perguntar muitas coisas, mas eu não dei nenhuma chance. Virei as costas e fui para o andar de cima. Me tranquei no quarto e fui para o banheiro. Eu precisava me enfiar debaixo daquele chuveiro para que água fria acalmasse os meus nervos. Eu t