Gustavo HenriPerdemos o campeonato. Estavam todos cansados e frustrados no vestiário.Eu estava obviamente aborrecido, como jogador principal desse time deveria ter dado o meu melhor. A responsabilidade daquela derrota corria pelas minhas veias. Lembrei-me dos acontecimentos anteriores da minha vida. Certamente isso estava bloqueando minha mente. Eu sentia que nada seria como antes.Aquela seria a noite mais longa para os imperadores. Ganhar o título era importante para nossa confiança, agora teríamos apenas que lidar com a derrota e seguir.Mas, eu não tinha para onde seguir. Era como se o estado clínico de Bruna me prendesse ao passado e enquanto eu não conseguisse me divorciar dela, não conseguiria ir adiante.Quando chegamos ao hotel, eu liguei para Alexandre. Era estranho perceber que o mais próximo da família que eu tinha, era meu advogado. Eu esperava ouvir boas notícias, já tinha problemas demais, para que aquela garota que cuidava da minha filha, me arrumasse mais confusões.
Kara JimenezEu fique paralisada. Gustavo havia me empurrado e aquilo parecia inacreditável para mim. Tive vontade de sair correndo daquele lugar e nunca mais voltar, quando Antônia me agarrou pelo braço e me levou de volta a mansão.— Eu nunca vi o patrão agir daquela forma – ela estava em negação. Balançava a cabeça descontroladamente sem parar, enquanto enchia um copo com água e me oferecia.Segurei o copo, vendo a água tremular. Meu coração ainda estava disparado e eu tentava aceitar o que havia acontecido.— Os últimos acontecimentos estão deixando-o nervoso, não há outra explicação – eu continuava ouvindo Antônia colocar para fora sua indignação, me questionando se ela conhecia realmente o Gustavo, como dizia – o senhor Donovan não deveria ter vindo aqui, depois de tudo o que ele fez?Eu sabia quem era o Donovan Moretti, o empresário responsável pela carreira do Gustavo. Os motivos que levavam eles a brigarem, eu desconhecia. A sensação que eu tinha é que havia um mistério naque
Gustavo HenriDevo confessar, a coragem de Kara era admirável. Assim que Antônia me comunicou que ela havia saído da mansão e deixado Jasmim no quarto, só para não me encontrar, percebi que minha atitude em empurrá-la havia a assustado.Embora no primeiro momento eu tivesse um pouco de arrependimento por tê-la tratado tão mal, logo passou quando percebi que Kara havia saído sem me avisar.Eu já havia planejado todo aquele dia, contra a minha vontade, de ir ao hospital visitar a Bruna e saber do real estado da sua saúde. Até aquele momento não havia nenhum sinal de que ela acordaria e, no fundo, não havia nada que eu desejasse mais do que a recuperação da minha mulher.Eu precisava me divorciar dela, e não havia nada que eu pensasse tanto em fazer, quanto aquilo. Caminhei para fora da casa, pensando sobre isso, com Jasmim envolvida em meus braços. Ela era a razão que me fazia permanecer naquele estado de espera, se não fosse pela existência dela, eu já teria abandonado a Bruna naquele
Kara JimenezEu sou pior que ele imaginava?Uma pontada de dor atingiu o meu coração ao ouvir as palavras do Gustavo. Eu havia voltado para mansão um pouco mais cedo do que ele havia ordenado, por não suportar ouvir a Rosa falar da minha mãe o tempo todo. Embora não fosse a intenção dela me magoar, eu sair dali devastada em saber que eu já não tinha minha mãe ao meu lado para me apoiar.Eu ainda tentava me recuperar da decepção quando ouvir Gustavo me ofender. Surpresa, eu forcei um sorriso para ele, tentando não demonstrar fraqueza.— Eu não entendi o que o senhor quis dizer com isso – eu fui atingida por um turbilhão de emoções conflitantes e confusas.— Não se faça de desentendida, Kara – franziu o cenho, expressando o seu descontentamento – eu sei que você trouxe uma estranha para dentro da minha casa e que ela roubou alguns pertences da mansão.Minha boca se abriu em espanto e indignação. As palavras de Gustavo e as acusações que ele fazia, causaram mais dores do que espinhos per
Gustavo Eu mal havia percebido o momento em que Alexandre havia entrado na casa. Ainda estava perdido nas últimas palavras da Kara e na maneira como ela havia me desafiado. — Está tudo bem, Gustavo? – tocou em meu braço, e quando levantei o olhar até ele, percebendo que Alexandre estava confuso. — Preciso de um favor – eu disse, olhando nos olhos dele e sabendo que o pedido iria parecer estranho - entregue a Jasmim para a Kara. Depois volte para podermos conversar. Inclinei o corpo e coloquei Jasmim no colo dele. Alexandre gaguejava, mas dos seus lábios não saia nenhuma palavra a qual eu pudesse entender. Embora confuso, ele me obedeceu. Pegou jasmim desajeitadamente e formulou um sorriso forçado no rosto. Eu sabia que a intenção dele era me perguntar muitas coisas, mas eu não dei nenhuma chance. Virei as costas e fui para o andar de cima. Me tranquei no quarto e fui para o banheiro. Eu precisava me enfiar debaixo daquele chuveiro para que água fria acalmasse os meus nervos. Eu t
Gustavo Henri Foi difícil observar o Allan e ver os olhos dele brilhando em direção a Kara. Havia um fascínio no rosto dele, de modo que eu não gostei do que vi e nem mesmo sabia explicar por quê. Pigarreei para chamar ele de volta a realidade. Embora não entendesse o que ele havia enxergado de tão especial nela, eu tinha certeza de que não queria vê-lo envolvida com a babá da minha filha. — Está tudo bem? - me coloquei na frente dele para que ele parasse de olhar para o nada – a Kara disse algo a você? — Por que está perguntando isso? - sorriu para mim, um sorriso bobo e prepotente. — Se pudesse ver o seu rosto no espelho agora, perceberia o quanto está patético, olhando para essa garota. Alan olhou para mim e um sorriso debochado atravessou seu rosto. Ele se sentou na poltrona logo a frente e tentou disfarçar que eu estava certo. — Você precisa ir ao oftalmologista, urgentemente – continuou zombando - não consegue enxergar o quanto a Kara é encantadora. Soltei uma sonora g
Kara JimenezEu entrei no quarto com tanta presa, que acabei batendo meu joelho fortemente na quina da mesa. Eu quase gritei de dor e a sensação de desespero se misturou com o joelho, que latejava e sangrava ao mesmo tempo.Caminhei com dificuldade até a cama e me sentei, fechando os olhos e tentando não chorar de dor. Aquele joelho mal havia se recuperado do último acidente e já estava me causando dores novamente. A sensação que eu tinha era que eu nunca mais voltaria aos meus dias felizes. A amargura tomou conta do meu coração quando eu pensei que dali a alguns minutos, Gustavo entraria naquele quarto, furioso comigo.Por que tive a brilhante ideia de sair desse quarto para tomar água? Tive tanta presa de saciar minha sede que não vi aquele maldito jarro de flores e me esbarrei nele. Não foram os cacos espalhados no chão que decretou minha ruína, mas certamente o que eu ouvi naquela sala.Bruna traiu o Gustavo com o empresário dele? Aquilo era horrível e alguma coisa me dizia que eu
Gustavo HenriOlhei para a camisa manchada de sangue e fiquei pensando sobre o que eu havia feito. Decerto, Alexandre tinha razão quando dizia que eu estava me permitindo ser afetado pelo que a Bruna havia feito comigo. Eu não tinha nenhum motivo para odiar a Kara, mas nem eu mesmo entendia os meus próprios sentimentos.Foi uma enorme falha ter saído do quarto dela sem exigir minhas condições. Obrigá-la a se manter calada em relação aos meus segredos, mas eu não conseguir reagir. Ouvi-la dizer que não me trairia como a Bruna fizera, me fez baixar todas as minhas defesas.O que afinal estava acontecendo comigo?Me levantei e joguei a camisa ensanguentada no lixo do meu banheiro. A camisa era nova e havia sido um presente dado pela Bruna no meu aniversário. Eu era um homem totalmente desapegado das coisas e não teria nenhuma dificuldade em me desfazer de objeto ou pessoas.Mas, eu não conseguia me desfazer da Kara. Embora soubesse que bastaria dizer que eu estava à procura de uma babá e