Gustavo Henri. Eu fiquei imaginando como a Kara se sentiria ao reencontrar Olivia. Eu poderia estar lá para ver esse momento, mas eu escolhi não participar. Estava satisfeito em proporcionar a ela algum momento de alegria. Perdido em meus pensamentos, não percebi Cassandra se aproximar. Eu até havia esquecido que ela ainda estava na minha casa e a voz estridente dela me fez voltar para minha dura realidade. — Onde está a babá? – Lancei um olhar desanimado até ela, que tinha jasmim nos braços – não posso ficar olhando essa menina o dia todo. Eu me levantei e peguei Jasmim dos braços dela. Soltando um longo suspiro, para que talvez assim Cassandra percebesse o quanto a presença dela me irritava. — Eu dei folga para Kara – respondi e observei ela se irritar com minha decisão – não se preocupe com a jasmim, eu cuidarei dela. — Tenho a impressão de que essa garota tem certos privilégios nessa casa – disse com desdém, evitando a todo custo falar o nome de Kara – mas isso vai terminar
POV. Bruna Sanches. Eu estava tão ansiosa para retornar à minha casa, que mal me aguentava de tanta alegria. Recebi naquela manhã a notícia de que o Gustavo não iria me buscar, preferiu me receber em casa ou talvez estivesse apenas arrumando uma boa desculpa para não ter que me encontrar logo cedo. Ainda que a ausência dele fosse devastadora, eu permaneci contente por voltar para minha casa antiga vida.Mal havia saído do quarto, quando me deparei com o Donovan. Meu coração disparou descontroladamente e Cassandra logo interceptou as investidas dele. — O que diabos você está fazendo aqui? – ela sussurrava, com o rosto contorcido em fúria. — Por favor, Donovan, vá embora – eu disse e logo percebi a decepção estampada em seu rosto. Era claro que eu me lembrava de que ele era o meu amante e, devido a um deslize meu, o Gustavo jamais me perdoaria. — Eu queria ver você de novo – disse e eu revirei os olhos – desde o acidente, eu tenho visitado você. Não sabe como estou feliz em ter voc
Gustavo Henri Eu ouvi os passos apressados de Cassandra vindo atrás de mim e, decidido a não alongar ainda mais aquele momento, parei subitamente, me virando e obrigando Cassandra a parar também. — Eu sei exatamente o que você vai dizer – ela estava furiosa, podia até espumar pela boca – mas essa casa é minha e quem decide onde a Bruna vai ficar serei eu. — Devo lembrá-lo que você ainda é casada com ela? — Por pouco tempo – respondi de imediato – você não vai me obrigar a fingir ser um bom marido para ela. Eu já aceitei que ela ficasse, não exija mais de mim. Virei as costas, voltando a caminhar, mas ela veio atrás, falando sem parar. Eu conhecia a Cassandra tão bem que sabia que ela não desistiria fácil até poder me convencer. — Lembre-se do que o médico disse, Gustavo – dessa vez eu não parei para ouvi-la – a Bruna não pode passar por grandes emoções. Imagine como ela deve estar agora, vendo o marido a desprezar. — Então você terá que voltar lá e explicar tudo a ela – apress
Kara Gimenez. Eu consegui manter o sorriso no rosto até não suportar mais. Quando os meus olhos pousaram nas mãos unidas de Gustavo e Bruna, o sorriso desapareceu, dando lugar a uma dor terrível em meu coração. Do que mesmo eu estava reclamando? Quando eu conheci o Gustavo como figura pública, ele já era casado e apaixonado pela esposa. Eu me sentia uma traidora por tê-lo conquistado em um momento tão delicado de sua vida. Fui para o jardim e me sentei no mesmo banco em que ele havia me pedido em namoro. Inconsequentemente, eu usava a aliança que ele havia me dado. Eu deveria jogá-la fora, assim como qualquer esperança que eu mantinha dentro do meu coração em relação ao Gustavo. Uma lagrima já escorria dos meus olhos quando Afrodite se sentou ao meu lado. Eu tentei disfarçar a tristeza, mas já era tarde demais. Ela ficou do meu lado em silêncio por alguns segundos, sem me olhar, certamente para não me constranger e depois disso: — Está assim devido ao Gustavo. A afirmação dela
Gustavo Henri. Da varanda do quarto, eu via Afrodite conversando com a Kara e fiquei curioso para saber qual era o teor daquela conversa. Dez minutos depois, alguém bateu na porta e me surpreendi com a habilidade que Afrodite obtinha de se locomover de um lugar para outro tão rapidamente. — Podemos descer para conversar? – ela estreitou os olhos para dentro do cômodo como se procurasse algo – eu não quero ser inconveniente e entrar no seu quarto. É algo íntimo demais para mim. Eu ri da sinceridade dela. Se havia algo que eu amava em Afrodite, era a sua espontaneidade. — O assunto é tão importante assim? – ela revirou os olhos em um gesto brincalhão – provavelmente a conversa é sobre a Kara, acertei? — Anda nos espionando? – deu um leve tapa no meu ombro – certamente por aquela janela do seu quarto que dá de frente para o Jardim. Eu saí do quarto, fechando a porta logo atrás de mim. Jasmim estava com a Bruna no andar de baixo e, embora reclamasse bastante por ter que cuidar da m
Kara Apesar de todos os seus esforços, de todas as suas palavras e gestos, Gustavo não conseguiu me convencer de que valeria apenas lutar por aquele amor, enquanto ele ainda estivesse ao lado da Bruna. Eu chorei silenciosamente por algum tempo e depois que o choro cessou, eu me deitei para dormir. Aquilo não importava mais, a partir do momento em que ele se recusou a se divorciar, Gustavo se tornava um capítulo temporário em minha vida. O que ninguém sabia, além de Afrodite e eu, era que minha vida mudava naquele dia. Quando o dono da revista, que não era muito conhecida no país, colocou os olhos em mim, me contratou como modelo sem nem pensar. Eu havia explicado a ele minha situação atual, de que era a babá de um jogador de futebol que vivia viajando e que tinha apenas uma folga na semana para fazermos as sessões de foto, mas Joaquim, um português determinado, não recuou em sua decisão. Ele vinha em mim um grande potencial e eu começava a acreditar que sim. Eu cuidava de jasmim
Kara Jimenez Eu abri meus olhos lentamente. Eu não conhecia aquele lugar, muito menos as pessoas que me rodeavam. Quando percebi estar em um hospital, entrei em desespero. Me levantei apressadamente, quando duas mãos me seguraram, voltando a me deitar novamente. Era Afrodite e eu me senti aliviada por ver um rosto familiar. — O que está acontecendo? – eu disse, ainda sentindo a cabeça girar – por que eu estou aqui? — Não se lembra? – ela estava assustada e extremamente preocupada comigo – você desmaiou no meio do evento. Trouxemos você as pressas para o hospital. Tudo pareceu fazer sentido. Eu me recordava dos enjoos e da cabeça girando lentamente até a escuridão me dominar. Fechei os olhos com força, me lamentando por ter passado mal no dia do lançamento da revista. Era para ser o dia mais importante nessa nova fase da minha vida, mas eu estraguei tudo. — Eu lamento – disse, sussurrando, sentindo um choro preso na garganta – eu arruinei o lançamento da revista. — Não deve se pr
Kara Jimenez Eu corri atrás dele. Dessa vez, as coisas não ficariam assim e o Gustavo me explicaria por que estava agindo daquela forma comigo. Eu o alcancei já no estacionamento, quando segurei seu braço e o impedi de prosseguir. Eu não tinha força contra ele e ele poderia facilmente se livrar de mim, mas não foi o que ele fez. Ao sentir o meu toque, ele parou, encostou no carro e esperou pacientemente que eu dissesse tudo o que precisava. — Por que está agindo assim? – minha respiração entrecortada dificultava minha fala, mas o que fez meu coração quase parar de bater foi o modo como o Gustavo olhou para mim. — Por que não me contou que havia aceitado um emprego de modelo? – ele fugia do assunto principal e aquilo me incomodou um pouco. — Qual foi a última vez que eu o vi, Gustavo? – a pergunta o pegou de surpresa – você raramente vai à mansão. Como queria que eu te contasse, se você vive fugindo de mim? — Não é exatamente de você que eu estou fugindo – ele girou o pescoço p