Kara— Afinal, o que Gustavo pensa que está fazendo?Coloquei as sacolas sobre a cama e joguei meu corpo para trás, me deitando e olhando para o teto acima de mim. Inspirei profundamente, sentindo o ar cortar meus pulmões como lâmina afiada e, quando fechei os olhos, a imagem do Gustavo sorrindo para mim foi a primeira que surgiu em minha mente.Levantei-me rapidamente, reprovando-me por tal atitude. Meu coração gelou quando voltei a olhar para as sacolas e lembrei-me de que em menos de vinte e quatro horas estaria em uma festa ao lado do meu patrão. Pensar nesse momento me causava arrepios.Tentando controlar meu tremor, fui para o banheiro e joguei um punhado de água sobre o meu rosto. Quando vi minha imagem no espelho, percebi o quanto era insano pensar na possibilidade de Gustavo se interessar por mim algum dia. Eu precisava fugir dessa situação antes que fosse tarde demais.— Eu preciso arrumar um namorado — disse a mim mesma, enquanto enxugava o meu rosto — assim eu não dou nenh
Gustavo Mesmo me vendo à beira de um colapso, eu permaneci firme, virando as costas e me afastando da Kara e da sensação que ela causava toda vez que se aproximava de outro homem que não fosse eu. Ouvi os passos apressados dela vindo logo atrás de mim, mas não me virei para olhá-la. — Essa é a Kara, Afrodite — disse para a maquiadora, sem parar, apontando para a Kara, que imediatamente parou de me seguir, mas eu não tive a chance de ver sua reação. Entrei pelo corredor deixando as mulheres a sós e fui para o quarto ver a jasmim. Ela dormia tão tranquilamente que eu a deixei e fui para o meu quarto no andar de cima. Embora estivesse extremamente aborrecido com a cena que presenciei minutos antes, eu tentei ignorar tomando um banho gelado e demorado. Mas meus esforços eram em vão. Eu ainda me perguntava por que me importava tanto com quem a Kara se aproximava ou não. Eu sabia que algo estranho acontecia dentro de mim, mas evitava a todo custo aceitar essa mudança. Me arrumei,
Kara Eu mal podia acreditar, me vendo no espelho. Eu estava irreconhecível. Eu sei que os meus olhos lacrimejaram, mas Afrodite logo gritou, dizendo que eu estava proibida de chorar uma gota sequer. — Embora eu ache que você deveria usar um vestido mais elegante — sugeriu ela – esse estilo combina com você. — Eu sou a babá da Jasmim, Afrodite – lembrei-a, apesar de ser a primeira vez que nos víamos, sentia-me confortável ao lado dela – e também não quero chamar a atenção. — Impossível, Kara, olhe para você – Afrodite segurou meus ombros por trás e me fez voltar a olhar para o espelho. Desviei o olhar depressa e me afastei. Não queria pensar sobre isso, sobre o quanto eu despertaria a atenção ou se eu seria o assunto principal da festa. Ao pensar nos possíveis comentários que poderiam surgir, sentia-me em estado de calafrios. Peguei a bolsa, já com as mãos tremulas, e preparei-me para sair quando vi Afrodite pegar Jasmim no colo. — Você pode persuadir Gustavo a não me levar ne
Kara Eu me sentia um peixe fora da água. Apesar de estar feliz por conhecer uma grande quantidade de jogadores do meu time do coração, não conseguia relaxar por um minuto sequer. Os meus olhos estavam sempre atentos e o meu ouvido aguçado me alertava de que o assunto principal daquela festa era eu. Talvez fosse apenas uma impressão minha ou estivesse imaginando coisas, mas, todas às vezes que ouvia um riso, achava que ele estava se dirigindo a mim. Estava tão distraída que não percebi Allan se aproximar e levei um susto ao ouvir o som da voz dele. — Por que não está se divertindo? – Ele riu quando eu dei um pulo, e minhas bochechas ficaram vermelhas. Eu precisei recuperar o fôlego, antes de conseguir dizer qualquer coisa. — Eu não deveria ter aceitado vir a esse aniversário – fechei os olhos com força quando sentir meu peito arder e me sentei na cadeira que havia em frente à piscina – as pessoas olham para mim como se eu fosse uma intrusa. Não me sinto nada bem estando aqui. —
Gustavo Henri Eu tentei me manter longe da Kara a festa inteira, permanecendo calmo e indiferente a ela, embora soubesse estarmos em um covil de pessoas maldosas, que fariam qualquer coisa para humilhá-la por estar na minha companhia. Mantinha-me sempre atento, de longe. Tirávamos uma foto, por um instante, fiquei de costas para a piscina e o barulho da água se agitando me alertou. Quando me virei, não avistei a Kara e corri, pulando na piscina logo em seguida. Ela afundava lentamente, de olhos fechados, agarrei-a no colo e emergir. O Allan me ajudou, fazendo os primeiros socorros, quando Kara acordou assustada. Kara olhou para mim e uma lagrima caiu dos seus olhos. Eu voltei a pegá-la no colo, levando-a até o meu carro. Peguei Jasmim e quando estava pronto para partir, Abigail agarrou o meu braço dizendo. — Eu sinto muito, Gustavo – gaguejava, mas eu não conseguia avistar nenhum arrependimento na sua voz – foi um acidente, a babá perdeu o equilíbrio e caiu. Eu olhei para ela i
Kara Jimenez Acordei com batidas na porta. Minha cabeça doía como se um caminhão tivesse passado por cima. Me levantei com dificuldade, sentindo meu corpo fraco, quase desfalecendo. Quando abri a porta, Antônia estava parada com Jasmim no colo. Instintivamente, peguei ela, a abraçando, tentando disfarçar o quanto me sentia mal, mas era inevitável. Logo Antônia, colocando as mãos na cintura, olhou para mim desconfiada e disse: — Vou fazer um chá para você, menina – voltou a pegar a Jasmim do meu colo, colocando-a no carrinho de bebê, e me arrastou com ela para a cozinha. Ao ouvir a voz de Marta vindo da cozinha, eu retraí o corpo, embora sem força nenhuma para impedir Antônia, eu implorei para ela parar imediatamente. — Eu estou bem, Antônia – ela parou e olhou para mim. Lentamente, sua mão esquerda avançou até o meu rosto – você está queimando em febre, Kara. Afinal, o que aconteceu naquela festa ontem à noite, para que você acordasse nesse estado? Eu fiz uma careta quando me
Gustavo — Como a Kara está? – foi a primeira coisa que o Allan falou quando me viu. Eu tentei disfarçar meus ciúmes, mas foi inevitável. — Não sei por que se preocupa tanto com ela – formulei um sorriso no canto da boca, quando o Allan me observou com desdém – ela está bem. — E eu não sei por que você reage mal todas às vezes que pergunto por ela – virou o rosto para o outro lado enquanto terminava seu alongamento – vou começar a acreditar no que dizem por aí. Que você realmente tem um caso com ela. Meu semblante pesou como um dia nublado e o Allan percebeu certamente o quanto a afirmação dele havia me deixado irritado. Eu engoli a seco, quando me levantei, pegando uma garrafa de água e bebendo, antes de dizer. — Se eu tiver um caso com ela, você vai ser o primeiro a saber – meu comentário o fez rir, quebrando o clima estranho entre nós dois – sabe que o meu casamento com a Bruna acabou, me sinto um homem livre. — Eu sempre desconfiei que você tinha uma atração pela Kara – zo
Gustavo Henri — O que você acha que está fazendo, Gustavo? – Eu levava Kara para dentro do carro que eu havia abandonado no caminho, quando Cassandra veio correndo atrás de mim. Deixei-a no banco de trás e me virei para olhar nos olhos da minha sogra. — Como ousa expulsar a Kara da minha casa? – Meu tom de voz fez ela se encolher. O caminho inteiro de volta para casa, eu havia remoído o que Cassandra havia feito. Eu estava no meu limite. — Essa casa não é só sua, mas da minha filha também – indeferiu ela, aparentemente certa do que dizia. Embora meu corpo estivesse tremulo, eu soltei um riso, incrédulo com o que ouvia. — Ainda que fosse verdade o que a senhora afirma, não dava a você o direito de expulsar a baba da minha filha. — Por que não confessa de uma vez que ela é sua amante? – Cassandra inclinou o corpo para frente e bateu à porta do passageiro com força, colocando para fora toda a sua indignação – espere ao menos a Bruna acordar para envergonhá-la em público. Eu nã