Saímos do nosso apartamento e caminhamos tranquilamente até o elevador. Logo, as portas se abriram, entramos e ela apertou o botão da garagem. Gosto muito deste prédio porque é bem calmo, sem vizinhos brigando ou com som alto; é uma maravilha. Aqui, todo mundo se respeita, e eu aprecio essa tranquilidade.
— Amor, seus pais falaram alguma coisa? — Perguntou de repente.
— Não, nunca mais me encheram com ligações ou mensagens.
Agradeço muito por isso.
— Que bom, porque, se continuassem, eu os denunciaria. — Disse, bem séria.
— Sei que sim, mas fico feliz que eles não estejam mais me incomodando.
Desde que vim morar com a Gabi, meus pais insistem para que eu volte para a casa deles. Quem precisa de inimigos ao ter pais assim? Mas quando a Gabi os ameaçou, dizendo que os denunciaria, eles pararam rapidamente de me ligar e enviar mensagens. As portas do elevador se abriram, e descemos, indo em direção ao carro dela. Ela destravou a porta assim que nos aproximamos, entramos no carro e já colocamos o cinto.
— Se você quiser chamar seus amigos do trabalho para irem também, aceito. Conhecer novas pessoas sempre é bom. — disse, assim que deu a partida no carro.
— Vai ser um caos total, meu Deus. Você não pode ir apenas com eles? — perguntei.
— Claro que não, quero que você também vá. Ficar vinte e quatro horas em casa não é saudável, mesmo que você não goste muito de sair.
— Está bem, vou perguntar a eles se querem ir conosco. — Ela sorriu animada, como se tivesse ganhado mais uma vez.
Observei as ruas da nossa linda cidade, Sedona. Muitos pensam que essa cidade é calma e pacífica, mas estão completamente enganados. De fato, a cidade é deslumbrante, com prédios enormes, parques maravilhosos e shoppings incríveis, repletos de coisas que não se encontram em outros lugares. O clima é sempre quente, mas não insuportavelmente quente, graças a Deus. Aqui não neva, e o mais intrigante é que este país não possui estados, ao contrário de muitos outros. Nossa cidade é simplesmente chamada Sedona, e é assim que permanece.
Ela é verdadeiramente atraente, mas o que ninguém imagina é haver muitas coisas erradas aqui. Taxas altas de roubos, mortes e tráfico de drogas são apenas algumas delas. Graças a Deus, nunca ouvi falar de tráfico humano, mas sempre há rumores de que um mafioso mora aqui e que ele é o líder deste país. Sinceramente, estou em dúvida, não sei se acredito. Nunca houve uma notícia concreta sobre ele; apenas dizem que existe um mafioso aqui e que todas essas atividades de tráfico de drogas são controladas por ele. Mas se ele realmente existe, por que os policiais ainda não o prenderam? Ele seria tão poderoso assim?
É uma incerteza que me assombra.
— Chegamos. — disse sua voz, interrompendo meus pensamentos.
— Certo, te vejo mais tarde, Gabi. Bom trabalho. — Beijei sua bochecha.
— Bom trabalho também, amor. Se cuida. — Desci do carro, olhei ao redor e atravessei a rua.
Muitos dos meus amigos já pensaram que Gabi era minha namorada por causa desse carinho que temos. Mas Gabi é mais hétero do que eu.
Observei a lanchonete; para uma lanchonete, ela é bem grande. Estamos sempre tentando mantê-la bem organizada para os clientes voltarem. Caso contrário, nosso chefe nos mataria.
— Sua esposa te trouxe novamente? — perguntou meu amigo Tom, em tom brincalhão.
Esse é o Tom, um homem de trinta anos, alto, moreno, bem musculoso, com cabelos castanhos claros que combinam perfeitamente com seus olhos da mesma cor. No geral, ele é uma pessoa muito amigável. Quando comecei a trabalhar aqui, ele foi o primeiro a me ajudar, fazendo com que eu me sentisse confortável com o trabalho. Até mesmo assumia as mesas quando eu tinha dificuldades para me comunicar. No entanto, o ponto negativo é que ele é um verdadeiro mulherengo. E, para complicar ainda mais, está interessado na Gabi.
— Sim, minha linda esposa me trouxe. — Entre na brincadeira, fazendo-o rir.
— Que inveja, queria uma esposa daquela. — Revirei os olhos.
— Você? Um mulherengo? Conta outra, Tom. — Ele bufou.
— Por ela, me torno um homem decente. — Acabei rindo.
— Se quer mesmo tentar algo, ela está querendo ir…
— Eu vou!
— Deixe-me terminar! — Suspirei. — Ela me convenceu a ir a uma festa que terá no centro, hoje à noite. Pediu que eu convidasse os meus amigos do trabalho.
— Minha resposta continua sendo sim. Ver aquela gostosa dançando, minha nossa. — Dei um tapa em seu braço. — Ai!
— Respeite a minha amiga!
— Mas estou falando com respeito. Ela é gostosa mesmo. Farei de tudo para conquistá-la, por ela me torno tudo. Até um padre.
— Padre não pode ter um relacionamento, senhor espertinho.
— Não quero saber, por ela eu me torno tudo.
Apenas o ignorei e fui para a sala dos funcionários me trocar. Ao entrar, vi a Sophia.
— Bom dia, Scarlett. — Cumprimentou suavemente, me fazendo retribuir.
— Bom dia, Sophia.
Sophia é uma mulher de vinte e quatro anos, absolutamente deslumbrante. Ela é um pouco mais alta do que eu; enquanto tenho um metro e sessenta e cinco, ela possui um metro e setenta de altura. Seus cabelos são longos, de um rico tom castanho escuro, que emolduram delicadamente seu rosto. Seus olhos azuis parecem hipnotizar quem os observa, contrastando lindamente com sua pele branca imaculada. Com um corpo esguio e elegante, digno de uma modelo, ela é verdadeiramente uma visão irresistível.
Ela me ajudou muito, assim como o Tom. Tem sido uma boa amiga, sempre me socorrendo quando preciso de ajuda. Agradeço imensamente pela paciência dela e do Tom.
— O Tom viu sua amiga? — perguntou, me fazendo rir; ela sabe que o Tom está caidinho por ela.
— Sim. É capaz de a Gabi apenas ter uma noite com ele e depois dar um pontapé. Ela não quer um relacionamento agora; o que mais deseja é aproveitar sua vida de solteira enquanto ainda não tem filhos.
— Concordo com ela. Temos que aproveitar nossas vidas de solteiras. Até você. — Suspirei.
— A Gabi me convenceu a ir a uma boate que abriu no centro; ela mandou convidar vocês, se quiserem.
— Sim, eu quero ir. Preciso beber e dançar; esses dias foram um inferno. Quero relaxar minha mente.
Comecei a me trocar rapidamente; é possível que já haja clientes, já que esse estabelecimento é bem movimentado.
— Pronta para mais um dia de trabalho? — perguntou, me fazendo resmungar.
— Não. Mas o bom é que hoje é sexta-feira, não precisaremos trabalhar sábado e domingo.
— Exato. Por isso mesmo quero beber e dançar. Agora vamos à nossa luta constante.
Que esse dia acabe logo.
Visto o terno enquanto a voz insistente de Francisca tenta prender minha atenção.— Já está indo? Por que não fica mais um pouco? Você sempre vai embora sem se despedir. — A voz dela me irrita profundamente.— Você só serve para ser usada, Francisca. Não te devo nenhuma satisfação. — Minha resposta sai fria e cortante, fazendo-a resmungar.— Porque você é assim, Matt… — Cortou sua frase, agarrando seu pescoço com força e vendo o pânico surgir em seus olhos.— Não ouse dizer meu nome! Para você, é senhor Muratori! Só porque te uso como qualquer uma, não significa que te dei intimidade para me chamar pelo meu nome. Na próxima vez, arranco sua língua fora. — O medo em seus olhos me dá uma satisfação sádica.Jogo-a na cama como se fosse lixo. Seu silêncio é a confirmação da minha dominação cruel.— Na próxima vez que eu te chamar para minha cama, é melhor não ter a ousadia de me chamar pelo nome. — Jogo algumas notas de dólares sobre ela, comprando sua dignidade. — Aproveite seu dinheiro.
A raiva ainda pulsa em cada fibra do meu ser. Como alguém ousa me trair? Talvez devesse aplaudir essa pessoa por sua audácia ou, quem sabe, por sua completa estupidez. Ela deveria agradecer a todos os deuses por eu não a ter torturado pessoalmente. Mas agora, tudo o que importa é recuperar aquele dinheiro. Preciso pagar os fornecedores, e as drogas estão acabando. Preciso de mais, sempre mais.Além disso, estou farto da polícia tentando invadir meus cassinos. Alguns são legalizados, outros não. Mas sempre há esses vermes disfarçados tentando arrancar alguma informação de mim. Se continuarem assim, arrancarei suas cabeças. Não permito que esses imundos interfiram nos meus negócios. Já estou furioso demais.— Senhor, chegamos à casa de Marco Falcone. Ele está devendo cerca de dez mil dólares. — A voz de Dante me traz de volta ao presente.— Vamos acabar logo com isso. Minha paciência acabou. — Desço do carro, e ele me acompanha.Caminho até a porta lentamente. Não há necessidade ir tão
Um sorriso sádico se forma em meus lábios enquanto me aproximo dele. Meu olhar transmite pura ameaça.— Tempo é algo que você não tem mais, Nicola. — Minha mão encontra seu pescoço, apertando com força suficiente para deixá-lo sem ar. — Você me deve, e não aceito desculpas.Sua expressão é de puro desespero, e eu posso saborear o medo que emana dele.— P-P-Por favor… Senhor… Prometo que conseguirei o dinheiro.— Suas palavras saem entrecortadas enquanto ele luta para respirar.Solto seu pescoço com um empurrão brusco, fazendo-o cambalear para trás.— Você teve sua chance, Nicola. Agora é hora de enfrentar as consequências. Dante, coloque-o de joelhos. — Ordeno friamente.Dante age rapidamente, fazendo-o ajoelhar-se diante de mim.— Sabe, eu acho muito engraçado que todos peçam dinheiro, mas na hora de pagar, não têm. Quero o meu dinheiro. — Minha voz sai gelada, provocando lágrimas em seus olhos.— V-Vou pagar, senhor. Prometo… Por favor, me dê alguns meses.— Solto uma gargalhada cru
— Graças a Deus que todas as sextas o chefe fecha cedo. Eu já não estava aguentando. — Diz Tom, enquanto organizamos as coisas.— Você nunca reclamou, está reclamando agora porque vai encontrar a sua deusa. — Fala Sophia em tom provocativo.— Estou ansioso mesmo. — Ele me olha. — Você acha que ela me dará uma chance?Apenas suspiro, minha energia esgotada após atender tantos clientes hoje.— Não fale comigo, estou exausta. — Volto a varrer o chão.— Esqueci que você fica assim. Mas apenas acene com a cabeça, ela me dará uma chance? — Pergunta, ansioso.— Não sei, me deixe em paz. Pergunte quando formos a essa maldita boate. — Termino de varrer o chão.Levo as coisas para o armário onde os produtos de limpeza ficam. Como já terminei minha parte, posso ir embora. Vou para a sala dos funcionários, abro meu armário e começo a retirar meu uniforme para colocar minha própria roupa. Estou exausta demais, e ainda tenho que comparecer àquela boate. Só quero chegar em casa e dormir, apenas isso
Ela estaciona o carro e logo descemos. Observo a fila e vejo que há muitas pessoas.— Só iremos entrar à meia-noite. — Digo ao ver aquela quantidade de gente.— Apenas vamos. — Pega o meu pulso e atravessamos a rua.— Scarlett! — Tomo um susto ao ouvir meu nome sendo chamado. Vejo Tom no meio da fila acenando para nós.— Que bom que seu amigo já está na fila, pouparemos tempo. — Ela novamente pega meu pulso e me arrasta pela multidão.Ah, só quero dormir.Passamos pelas pessoas que reclamam e nos lançam olhares raivosos. Finalmente chegamos perto de Tom e Sophia; os dois estão deslumbrantes. Tom usa uma calça jeans escura rasgada nos joelhos, uma blusa branca e uma jaqueta de couro, combinando perfeitamente. Sophia veste um vestido preto acima dos joelhos, curto na frente e longo atrás, mostrando bem suas coxas esbeltas. Os dois irradiam confiança e estilo, e é impossível não notar o olhar de admiração que muitos lançam em sua direção.— Que bom que chegaram, estávamos com medo de ent
Sinto um calafrio percorrer minha espinha ao encontrar seu olhar, tão profundo e penetrante, como se pudesse enxergar através de mim. Sua presença é sufocante, envolvendo-me em um véu de incerteza e medo. Eu vou morrer! Por que tive que ser tão curiosa, meu Deus?— P-Por favor… N-Não me mate. — Minha voz sai trêmula, uma súplica desesperada em meio ao caos ao meu redor.O desespero toma conta de mim, cada batida do coração ecoando como um eco assustador em meus ouvidos.— Diga-me, preciosa. Qual é o seu nome? — Tremem minhas pernas ao ouvi-lo me chamar de preciosa, sua voz carregada de uma aura sombria que me deixa arrepiada.Ele vai me matar! O pensamento ecoa em minha mente, enquanto luto para conter as lágrimas que ameaçam transbordar.— S-Scarlett Smith. — Respondo, minha voz mal passando de um sussurro.— Scarlett Smith. — Ele repete meu nome, como se saboreasse cada sílaba, uma nota de poder em sua voz grave e profunda.Meu coração bate descontroladamente no peito, uma sinfonia
Três dias depois. — Ainda vai continuar escapando de mim, preciosa? — Sua voz, carregada de uma sedução inegável, ecoa ao meu redor, fazendo-me tremer involuntariamente.— F-Fique longe de mim… Você é perigoso. — Meu tom vacila, enquanto eu tento manter a compostura diante da sua presença dominadora.— Acha que não percebo que você está excitada? — Ele me prende contra a parede, sua respiração quente e sensual acariciando minha pele, enviando arrepios por todo o meu corpo. — Seu perfume é hipnotizante, preciosa. Tudo em você é tão… perfeito.A noção do perigo deveria me afastar, mas, ao invés disso, minha excitação cresce a cada segundo que passa.— N-Não… Ah. — Um gemido involuntário escapa de meus lábios quando seus lábios encontram os meus.Seu beijo é feroz, selvagem, mas incrivelmente magnético. Ele me levanta sem esforço, minhas pernas instintivamente envolvendo sua cintura, enquanto nos afundamos naquele abismo de desejo.Apesar de saber que é errado, não posso negar a ele, ne
Três dias depois.Estou tão imerso em minhas atividades nos últimos dias que mal tive tempo para olhar o relatório que Dante fez sobre minha encantadora rainha. Mas hoje, convoquei todos os membros confiáveis da máfia, incluindo Dante, para uma conversa séria. Preciso saber tudo sobre ela: seus gostos, onde mora, seus relacionamentos passados, tudo. A ideia de convidá-la para um jantar me fascina; quero revê-la, mesmo que sua expressão revele certo temor por minha presença. Pretendo demonstrar que meu interesse não é causar-lhe mal, mas sim tê-la como minha companheira.O engraçado disso tudo é que nunca pensei em me casar. Sempre acreditei que poderia garantir herdeiros através de uma barriga de aluguel a qualquer momento. Mas agora, tudo o que quero é tê-la ao meu lado.Ela pertence a mim.— S-Senhor? — A voz trêmula da empregada ecoa através da porta do meu quarto, interrompendo meus pensamentos sombrios.— Sim? — Levanto-me da cama com uma determinação fria.— O-Os seguranças já e