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5- Matteo Muratori.

A raiva ainda pulsa em cada fibra do meu ser. Como alguém ousa me trair? Talvez devesse aplaudir essa pessoa por sua audácia ou, quem sabe, por sua completa estupidez. Ela deveria agradecer a todos os deuses por eu não a ter torturado pessoalmente. Mas agora, tudo o que importa é recuperar aquele dinheiro. Preciso pagar os fornecedores, e as drogas estão acabando. Preciso de mais, sempre mais.

Além disso, estou farto da polícia tentando invadir meus cassinos. Alguns são legalizados, outros não. Mas sempre há esses vermes disfarçados tentando arrancar alguma informação de mim. Se continuarem assim, arrancarei suas cabeças. Não permito que esses imundos interfiram nos meus negócios. Já estou furioso demais.

— Senhor, chegamos à casa de Marco Falcone. Ele está devendo cerca de dez mil dólares. — A voz de Dante me traz de volta ao presente.

— Vamos acabar logo com isso. Minha paciência acabou. — Desço do carro, e ele me acompanha.

Caminho até a porta lentamente. Não há necessidade ir tão rápido. Gosto de me sentir como um predador prestes a atacar sua presa. Bato na porta e ouço um "já estou indo". Mal posso esperar para pegar meu dinheiro de volta ou algo mais.

— Sim? — A porta se abre, revelando o sujeito, que logo arregala os olhos ao nos ver.

Ele tenta fechá-la rapidamente, mas a seguro com força, fazendo-o cair no chão, tremendo de medo.

— Ora, não gostou da visita? Estou me sentindo ofendido com sua falta de educação. — Meu sorriso é um reflexo perverso da satisfação que sinto ao vê-lo assim.

— P-P-Por favor… Tenho família… — Sua súplica é repugnante.

— Por que suplica agora? Você pediu dinheiro emprestado, e eu dei sem pensar duas vezes. Achou mesmo que eu não iria cobrar? Que esqueceria? Não. Nunca esqueço quem me deve. Onde está meu dinheiro?

— P-Por favor… Eu não tenho. — Ele nega com a cabeça, soltando um suspiro.

— Resposta errada. — A ferocidade em minha voz é palpável enquanto acerto um chute certeiro em suas costelas, fazendo-o tossir desesperadamente por ar. — Vou perguntar novamente: onde está meu dinheiro?

— E-E-Eu… Não tenho. — Sua voz vacila, e sua expressão é marcada pela frustração.

Sem dizer uma palavra, me agacho ao seu lado. Num movimento rápido, agarro seus cabelos e empurro seu rosto com força contra o chão da sala.

— Acha mesmo que vou acreditar nisso? — Minha voz ruge, ecoando pela sala. — Não brinque comigo! Não estou com paciência hoje. Quero meu dinheiro de volta ou pegarei sua família como pagamento.

Sua testa está ensanguentada, e alguns dentes quebrados salpicam o chão.

— P-P-Por favor… Piedade… — Implora, sua voz um gemido de desespero.

Meus olhos brilham com malícia ao contemplar sua agonia.

— Vejo que está difícil. Talvez eu deva pegar sua esposa como pagamento, fazê-la trabalhar em meus prostíbulos. O que acha? Tenho certeza de que ela recuperará o dinheiro que você me deve. Sua esposa é muito bonita.

Seus olhos se arregalam em pânico, e ele se arrasta até mim, encostando sua testa no meu sapato.

— N-Não… Por favor… Piedade. — Sua voz é um lamento desesperado. — P-Por favor… Recuperarei o dinheiro.

Me levanto, olhando para ele como se fosse uma formiga, um lixo pronto para ser descartado.

— Você já deveria ter recuperado meu dinheiro. Pedir é fácil, mas pagar, pelo visto, é difícil. — Faço um gesto para Dante se aproximar, e ele me entrega uma faca. — Já que vai recuperar meu dinheiro, vou te dar um aviso.

Piso em sua mão esquerda, fazendo-o gritar. Me agacho novamente e, sem pena ou remorso, corto sua mão, arrancando mais gritos de dor. Seu choro e seu desespero são música para os meus ouvidos.

— Vou ficar com sua mão como lembrança. — Digo com um sorriso cruel. — E quanto à sua esposa… bem, ela será uma mercadoria valiosa em meus negócios. Ela não duraria um dia em meu prostíbulo, mas será divertido vê-la tentar.

Seus olhos estão cheios de terror, mas não me comovem. Este é o preço da deslealdade no meu mundo.

— Isso é para você aprender que nunca deve mexer comigo.

Voltarei para buscar meu dinheiro. Até lá. Saio de sua casa, deixando-o no chão da sala, sangrando e soluçando de dor. Não me importo se ele morrer. Se falecer, a esposa terá que pagar a dívida de qualquer jeito. Não me importo se ela acabar vendendo o corpo. Quero meu dinheiro de volta, custe o que custar. Jogo sua mão no meio da rua; não preciso desse pedaço de lixo.

— Para onde agora, senhor? — Dante pergunta assim que entramos no carro.

— Ainda temos muitos lugares para visitar. Mas quero cobrar daqueles que me devem mais dinheiro. Quem é o próximo infeliz? — Cruzo as pernas, esperando sua resposta.

— O próximo é Nicola Porto. Ele está devendo ao senhor cinquenta mil dólares. — Abro um grande sorriso ao escutar isso.

— Excelente, então vamos atrás desse lixo.

— Mas tem um problema, senhor. Ele trabalha numa boate no centro que acabou de abrir. — Reviro os olhos.

— Não quero saber, apenas o levamos para o beco. Vamos agora.

— Ordeno.

— Sim, senhor.

Dante liga o carro e segue em direção à boate.

22:00 — Boate — Sedona.

Por que diabos tivemos que ficar presos nesse maldito engarrafamento? Estou com uma dor de cabeça insuportável. Nem comi nada e já são dez horas.

— Desculpe-me, senhor. — Paro de massagear minha testa. — Eu deveria ter escolhido uma rota alternativa.

— Apenas fique calado. Vamos atrás desse filho da puta. Quero descansar. — Desço do carro, e Dante me segue.

Caminho até a porta da boate, sentindo a irritação crescer a cada passo. A fila está grande, mas minha única preocupação é recuperar meu dinheiro.

— Nicola Porto? — Chamo, e ele arregala imediatamente os olhos em choque e medo. — Vamos conversar em um lugar mais reservado. Não quero ter que matar todos aqui. — Sussurro para ele ouvir.

Ele assente rapidamente, visivelmente assustado.

— Muito bem. Siga-me. — Conduzo-o até um beco nos fundos da boate. — Nicola Porto, você tem uma dívida comigo.

— Eu… sei da dívida, senhor. Mas continuo tentando juntar o dinheiro para pagar. — Sua voz tremula ligeiramente.

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