A raiva ainda pulsa em cada fibra do meu ser. Como alguém ousa me trair? Talvez devesse aplaudir essa pessoa por sua audácia ou, quem sabe, por sua completa estupidez. Ela deveria agradecer a todos os deuses por eu não a ter torturado pessoalmente. Mas agora, tudo o que importa é recuperar aquele dinheiro. Preciso pagar os fornecedores, e as drogas estão acabando. Preciso de mais, sempre mais.
Além disso, estou farto da polícia tentando invadir meus cassinos. Alguns são legalizados, outros não. Mas sempre há esses vermes disfarçados tentando arrancar alguma informação de mim. Se continuarem assim, arrancarei suas cabeças. Não permito que esses imundos interfiram nos meus negócios. Já estou furioso demais.
— Senhor, chegamos à casa de Marco Falcone. Ele está devendo cerca de dez mil dólares. — A voz de Dante me traz de volta ao presente.
— Vamos acabar logo com isso. Minha paciência acabou. — Desço do carro, e ele me acompanha.
Caminho até a porta lentamente. Não há necessidade ir tão rápido. Gosto de me sentir como um predador prestes a atacar sua presa. Bato na porta e ouço um "já estou indo". Mal posso esperar para pegar meu dinheiro de volta ou algo mais.
— Sim? — A porta se abre, revelando o sujeito, que logo arregala os olhos ao nos ver.
Ele tenta fechá-la rapidamente, mas a seguro com força, fazendo-o cair no chão, tremendo de medo.
— Ora, não gostou da visita? Estou me sentindo ofendido com sua falta de educação. — Meu sorriso é um reflexo perverso da satisfação que sinto ao vê-lo assim.
— P-P-Por favor… Tenho família… — Sua súplica é repugnante.
— Por que suplica agora? Você pediu dinheiro emprestado, e eu dei sem pensar duas vezes. Achou mesmo que eu não iria cobrar? Que esqueceria? Não. Nunca esqueço quem me deve. Onde está meu dinheiro?
— P-Por favor… Eu não tenho. — Ele nega com a cabeça, soltando um suspiro.
— Resposta errada. — A ferocidade em minha voz é palpável enquanto acerto um chute certeiro em suas costelas, fazendo-o tossir desesperadamente por ar. — Vou perguntar novamente: onde está meu dinheiro?
— E-E-Eu… Não tenho. — Sua voz vacila, e sua expressão é marcada pela frustração.
Sem dizer uma palavra, me agacho ao seu lado. Num movimento rápido, agarro seus cabelos e empurro seu rosto com força contra o chão da sala.
— Acha mesmo que vou acreditar nisso? — Minha voz ruge, ecoando pela sala. — Não brinque comigo! Não estou com paciência hoje. Quero meu dinheiro de volta ou pegarei sua família como pagamento.
Sua testa está ensanguentada, e alguns dentes quebrados salpicam o chão.
— P-P-Por favor… Piedade… — Implora, sua voz um gemido de desespero.
Meus olhos brilham com malícia ao contemplar sua agonia.
— Vejo que está difícil. Talvez eu deva pegar sua esposa como pagamento, fazê-la trabalhar em meus prostíbulos. O que acha? Tenho certeza de que ela recuperará o dinheiro que você me deve. Sua esposa é muito bonita.
Seus olhos se arregalam em pânico, e ele se arrasta até mim, encostando sua testa no meu sapato.
— N-Não… Por favor… Piedade. — Sua voz é um lamento desesperado. — P-Por favor… Recuperarei o dinheiro.
Me levanto, olhando para ele como se fosse uma formiga, um lixo pronto para ser descartado.
— Você já deveria ter recuperado meu dinheiro. Pedir é fácil, mas pagar, pelo visto, é difícil. — Faço um gesto para Dante se aproximar, e ele me entrega uma faca. — Já que vai recuperar meu dinheiro, vou te dar um aviso.
Piso em sua mão esquerda, fazendo-o gritar. Me agacho novamente e, sem pena ou remorso, corto sua mão, arrancando mais gritos de dor. Seu choro e seu desespero são música para os meus ouvidos.
— Vou ficar com sua mão como lembrança. — Digo com um sorriso cruel. — E quanto à sua esposa… bem, ela será uma mercadoria valiosa em meus negócios. Ela não duraria um dia em meu prostíbulo, mas será divertido vê-la tentar.
Seus olhos estão cheios de terror, mas não me comovem. Este é o preço da deslealdade no meu mundo.
— Isso é para você aprender que nunca deve mexer comigo.
Voltarei para buscar meu dinheiro. Até lá. Saio de sua casa, deixando-o no chão da sala, sangrando e soluçando de dor. Não me importo se ele morrer. Se falecer, a esposa terá que pagar a dívida de qualquer jeito. Não me importo se ela acabar vendendo o corpo. Quero meu dinheiro de volta, custe o que custar. Jogo sua mão no meio da rua; não preciso desse pedaço de lixo.
— Para onde agora, senhor? — Dante pergunta assim que entramos no carro.
— Ainda temos muitos lugares para visitar. Mas quero cobrar daqueles que me devem mais dinheiro. Quem é o próximo infeliz? — Cruzo as pernas, esperando sua resposta.
— O próximo é Nicola Porto. Ele está devendo ao senhor cinquenta mil dólares. — Abro um grande sorriso ao escutar isso.
— Excelente, então vamos atrás desse lixo.
— Mas tem um problema, senhor. Ele trabalha numa boate no centro que acabou de abrir. — Reviro os olhos.
— Não quero saber, apenas o levamos para o beco. Vamos agora.
— Ordeno.
— Sim, senhor.
Dante liga o carro e segue em direção à boate.
22:00 — Boate — Sedona.
Por que diabos tivemos que ficar presos nesse maldito engarrafamento? Estou com uma dor de cabeça insuportável. Nem comi nada e já são dez horas.
— Desculpe-me, senhor. — Paro de massagear minha testa. — Eu deveria ter escolhido uma rota alternativa.
— Apenas fique calado. Vamos atrás desse filho da puta. Quero descansar. — Desço do carro, e Dante me segue.
Caminho até a porta da boate, sentindo a irritação crescer a cada passo. A fila está grande, mas minha única preocupação é recuperar meu dinheiro.
— Nicola Porto? — Chamo, e ele arregala imediatamente os olhos em choque e medo. — Vamos conversar em um lugar mais reservado. Não quero ter que matar todos aqui. — Sussurro para ele ouvir.
Ele assente rapidamente, visivelmente assustado.
— Muito bem. Siga-me. — Conduzo-o até um beco nos fundos da boate. — Nicola Porto, você tem uma dívida comigo.
— Eu… sei da dívida, senhor. Mas continuo tentando juntar o dinheiro para pagar. — Sua voz tremula ligeiramente.
Um sorriso sádico se forma em meus lábios enquanto me aproximo dele. Meu olhar transmite pura ameaça.— Tempo é algo que você não tem mais, Nicola. — Minha mão encontra seu pescoço, apertando com força suficiente para deixá-lo sem ar. — Você me deve, e não aceito desculpas.Sua expressão é de puro desespero, e eu posso saborear o medo que emana dele.— P-P-Por favor… Senhor… Prometo que conseguirei o dinheiro.— Suas palavras saem entrecortadas enquanto ele luta para respirar.Solto seu pescoço com um empurrão brusco, fazendo-o cambalear para trás.— Você teve sua chance, Nicola. Agora é hora de enfrentar as consequências. Dante, coloque-o de joelhos. — Ordeno friamente.Dante age rapidamente, fazendo-o ajoelhar-se diante de mim.— Sabe, eu acho muito engraçado que todos peçam dinheiro, mas na hora de pagar, não têm. Quero o meu dinheiro. — Minha voz sai gelada, provocando lágrimas em seus olhos.— V-Vou pagar, senhor. Prometo… Por favor, me dê alguns meses.— Solto uma gargalhada cru
— Graças a Deus que todas as sextas o chefe fecha cedo. Eu já não estava aguentando. — Diz Tom, enquanto organizamos as coisas.— Você nunca reclamou, está reclamando agora porque vai encontrar a sua deusa. — Fala Sophia em tom provocativo.— Estou ansioso mesmo. — Ele me olha. — Você acha que ela me dará uma chance?Apenas suspiro, minha energia esgotada após atender tantos clientes hoje.— Não fale comigo, estou exausta. — Volto a varrer o chão.— Esqueci que você fica assim. Mas apenas acene com a cabeça, ela me dará uma chance? — Pergunta, ansioso.— Não sei, me deixe em paz. Pergunte quando formos a essa maldita boate. — Termino de varrer o chão.Levo as coisas para o armário onde os produtos de limpeza ficam. Como já terminei minha parte, posso ir embora. Vou para a sala dos funcionários, abro meu armário e começo a retirar meu uniforme para colocar minha própria roupa. Estou exausta demais, e ainda tenho que comparecer àquela boate. Só quero chegar em casa e dormir, apenas isso
Ela estaciona o carro e logo descemos. Observo a fila e vejo que há muitas pessoas.— Só iremos entrar à meia-noite. — Digo ao ver aquela quantidade de gente.— Apenas vamos. — Pega o meu pulso e atravessamos a rua.— Scarlett! — Tomo um susto ao ouvir meu nome sendo chamado. Vejo Tom no meio da fila acenando para nós.— Que bom que seu amigo já está na fila, pouparemos tempo. — Ela novamente pega meu pulso e me arrasta pela multidão.Ah, só quero dormir.Passamos pelas pessoas que reclamam e nos lançam olhares raivosos. Finalmente chegamos perto de Tom e Sophia; os dois estão deslumbrantes. Tom usa uma calça jeans escura rasgada nos joelhos, uma blusa branca e uma jaqueta de couro, combinando perfeitamente. Sophia veste um vestido preto acima dos joelhos, curto na frente e longo atrás, mostrando bem suas coxas esbeltas. Os dois irradiam confiança e estilo, e é impossível não notar o olhar de admiração que muitos lançam em sua direção.— Que bom que chegaram, estávamos com medo de ent
Sinto um calafrio percorrer minha espinha ao encontrar seu olhar, tão profundo e penetrante, como se pudesse enxergar através de mim. Sua presença é sufocante, envolvendo-me em um véu de incerteza e medo. Eu vou morrer! Por que tive que ser tão curiosa, meu Deus?— P-Por favor… N-Não me mate. — Minha voz sai trêmula, uma súplica desesperada em meio ao caos ao meu redor.O desespero toma conta de mim, cada batida do coração ecoando como um eco assustador em meus ouvidos.— Diga-me, preciosa. Qual é o seu nome? — Tremem minhas pernas ao ouvi-lo me chamar de preciosa, sua voz carregada de uma aura sombria que me deixa arrepiada.Ele vai me matar! O pensamento ecoa em minha mente, enquanto luto para conter as lágrimas que ameaçam transbordar.— S-Scarlett Smith. — Respondo, minha voz mal passando de um sussurro.— Scarlett Smith. — Ele repete meu nome, como se saboreasse cada sílaba, uma nota de poder em sua voz grave e profunda.Meu coração bate descontroladamente no peito, uma sinfonia
Três dias depois. — Ainda vai continuar escapando de mim, preciosa? — Sua voz, carregada de uma sedução inegável, ecoa ao meu redor, fazendo-me tremer involuntariamente.— F-Fique longe de mim… Você é perigoso. — Meu tom vacila, enquanto eu tento manter a compostura diante da sua presença dominadora.— Acha que não percebo que você está excitada? — Ele me prende contra a parede, sua respiração quente e sensual acariciando minha pele, enviando arrepios por todo o meu corpo. — Seu perfume é hipnotizante, preciosa. Tudo em você é tão… perfeito.A noção do perigo deveria me afastar, mas, ao invés disso, minha excitação cresce a cada segundo que passa.— N-Não… Ah. — Um gemido involuntário escapa de meus lábios quando seus lábios encontram os meus.Seu beijo é feroz, selvagem, mas incrivelmente magnético. Ele me levanta sem esforço, minhas pernas instintivamente envolvendo sua cintura, enquanto nos afundamos naquele abismo de desejo.Apesar de saber que é errado, não posso negar a ele, ne
Três dias depois.Estou tão imerso em minhas atividades nos últimos dias que mal tive tempo para olhar o relatório que Dante fez sobre minha encantadora rainha. Mas hoje, convoquei todos os membros confiáveis da máfia, incluindo Dante, para uma conversa séria. Preciso saber tudo sobre ela: seus gostos, onde mora, seus relacionamentos passados, tudo. A ideia de convidá-la para um jantar me fascina; quero revê-la, mesmo que sua expressão revele certo temor por minha presença. Pretendo demonstrar que meu interesse não é causar-lhe mal, mas sim tê-la como minha companheira.O engraçado disso tudo é que nunca pensei em me casar. Sempre acreditei que poderia garantir herdeiros através de uma barriga de aluguel a qualquer momento. Mas agora, tudo o que quero é tê-la ao meu lado.Ela pertence a mim.— S-Senhor? — A voz trêmula da empregada ecoa através da porta do meu quarto, interrompendo meus pensamentos sombrios.— Sim? — Levanto-me da cama com uma determinação fria.— O-Os seguranças já e
Ela entrou numa depressão profunda, quase se suicidando. Se não fosse a amiga Gabriella, teria se matado. Seus pais eram controladores, sempre queriam uma filha perfeita e com boas notas. Scarlett não entrou em nenhuma faculdade, por não ter dinheiro suficiente e por falta de tempo. Por causa da traição, se tornou ainda mais reservada. Sempre foi uma pessoa introvertida, mas a traição a tornou ainda mais reclusa.Ela gosta muito dos seus cabelos cacheados e sempre compra cremes bons para mantê-los saudáveis. Não gosta muito de prendê-los, para não desmanchar os cachos. Se importa muito com seus amigos, mas odeia trabalhar em um ambiente que exige simpatia constante. No entanto, faz isso pelo dinheiro e para ajudar a amiga com o aluguel do apartamento.E ela é virgem.Saber que minha amada é pura aumenta ainda mais meu desejo de tê-la para mim. Mas estou considerando a possibilidade de eliminar aqueles desgraçados que fizeram minha rainha sofrer, especialmente seus pais controladores.
Estou completamente exausta, e ainda nem é meio-dia. Desde cedo, minha mente está obcecada por aquele homem. Por que estou me sentindo assim? Deveria simplesmente esquecê-lo, mas sempre que paro para descansar, sua imagem invade meus pensamentos. Seus olhos negros pareciam penetrar na minha alma, e a sensação de sua mão áspera na minha bochecha, combinada com seu tom que era ao mesmo tempo sedutor e aterrorizante, me perturba profundamente.Estou começando a achar que estou louca. Quem em sã consciência sentiria atração por um assassino? Alguém que pode muito bem ser um mafioso. Oh, meu Deus, preciso urgentemente de um amparo espiritual.— Scarlett? — A voz de Tom, muito perto do meu ouvido, me faz saltar.— Que susto. — Coloco a mão sobre o coração, que está acelerado. — Por que falou tão perto do meu ouvido? — Dou um passo para longe dele.— Você parecia tão distante, como se estivesse fora da realidade.— Suspiro fundo.— Apenas estou cansada. — Ele me olha com desconfiança. — Fal