Galpão.
— Ainda acha que pode me desafiar, irmãozinho? — Pergunto, com desdém na voz.Com um movimento brusco, retiro a pêra de sua boca, permitindo que ele solte um grito de dor intensa. Seus olhos estão cheios de lágrimas, e sua boca sangra profusamente.— Por favor, Matteo... — Ele choraminga, com a voz rouca e entrecortada. — Pare, eu imploro...Ignorando suas súplicas, vou até a mesa de ferramentas e pego um "quebra-joelhos", uma ferramenta medieval usada para esmagar as articulações. Posiciono-o em seu joelho direito e começo a girar o parafuso, aplicando uma pressão crescente. O som dos ossos se partindo é acompanhado pelos gritos de Salvatore, que ecoam pelo galpão.— Onde está sua coragem agora, Salvatore? — Pergunto, continuando a aplicar pressão até que seu joelhoQuatro meses depois.Quatro meses se passaram desde aquela noite infernal. A tortura de Salvatore ainda ecoa em minha mente, mas agora meus pensamentos estão voltados para Scarlett e nosso bebê. Ao voltar para casa naquela noite e vê-la dormir tranquilamente, senti que havia feito a coScarlett certa. Desde então, minha vida se concentrou em cuidar dela e do nosso filho.Cada manhã começava com a mesma rotina: ajudá-la a tomar banho, trocar seus curativos e garantir seu conforto. A ferida de Salvatore cicatrizou bem, e ver o brilho voltar aos seus olhos era uma recompensa indescritível. As mãos que antes causavam dor agora ofereciam carinho e conforto.Acompanhava Scarlett em check-ups regulares para assegurar que ela e o bebê estavam bem. Taylor sempre nos dava boas notícias, o que trazia um alívio imenso. Havia deixado as obrigações da máfia
09:20 — Casa do Matteo. — Quarto. — Sedona.Acordo com um pequeno barulho e viro a cabeça para o lado, vendo Scarlett comer o pudim como se a vida dependesse disso. Ri, não conseguindo segurar a risada. Ela se assusta um pouco com o som.— Eu estava com fome. — Diz ela, fazendo um bico adorável. Continuo rindo e me aproximo dela, deitando minha cabeça em seucolo.— Você me faz chegar aqui às cinco da manhã e te encontrodormindo feito um bebê.Ela dá uma risada fraca e se inclina para baixo, beijando meus lábios em um selinho rápido.— Eu te amo. Obrigada por comprar um pudim para mim. Apenas sorrio e beijo a barriga dela com carinho.— Eu também te amo. Temos que nos arrumar para irmos ao hospital.Ela concorda, e eu a olho.— Suas amigas vêm? — Pergunto.
10:40 — Hospital. — Sedona.Chegando ao hospital, Dante estaciona o carro com precisão. Ele desce para abrir a porta, e eu saio primeiro. Com um gesto cuidadoso, seguro a mão de Scarlett, ajudando-a a sair do carro e a se equilibrar.Seguimos para dentro do hospital e caminhamos em direção ao consultório de Taylor.Ao chegarmos à porta do consultório, dou uma pequena batida e a abro sem esperar permissão. Taylor, que está organizando alguns papéis em sua mesa, levanta-se rapidamente e faz uma reverência respeitosa.— Seja bem-vindo, meu senhor. — Diz ele, com formalidade e simpatia evidentes em sua voz.— Estamos aqui para o ultrassom. — Anuncio, minha voz firme, mas carregada de expectativa.Taylor acena com a cabeça, mantendo um sorriso acolhedor.— Por favor, deite-se na maca. — Ele pede sua
Quatro meses depois.A cada dia que passa, parece que o tempo voa. Já se passaram quatro meses desde que descobrimos que o nosso bebê é um garoto. Esses meses têm sido mágicos, como um sonho encantado que eu nunca quero que termine.Matteo tem sido incrível, cuidando de mim com um carinho e dedicação que ultrapassaram tudo o que eu poderia imaginar. Sempre pronto para atender a qualquer exigência que tivesse, seja grande ou pequena, ele é o pilar que sustenta toda a nossa pequena família. Durante a gravidez, meus hormônios estiveram em alta, e a nossa intimidade não só se manteve, como se intensificou.Meu amor por Matteo cresceu a cada dia, assim como o amor que sinto por nosso filho. Cada semana, ele se tornou mais presente, mostrando sua preocupação e seu carinho com cada detalhe. Ele contratou uma equipe para organizar o quarto do n
Ele desce rapidamente com a mala nas mãos e a entrega a Dante, depois volta para o topo da escada e me pega no colo. Desce as escadas calmamente enquanto eu beijo seu pescoço carinhosamente. Ao chegarmos ao lado de fora, Dante abre a porta do carro e Matteo me ajuda a entrar com cuidado. Em seguida, ele entra, ficando ao meu lado. Assim que Dante entra no carro, Matteo ordena:— Vamos para o hospital.Dante acena com a cabeça e liga o carro, indo em direção ao hospital. Matteo pega minha mão e a beija calmamente, me fazendo sorrir pelo seu carinho. Sinto um calor reconfortante se espalhar pelo meu corpo e, enquanto olho pela janela, minha mente viaja pelo meu passado.Lembro-me do dia em que fui traída pelo meu namorado com minha prima, a dor e a sensação de abandono que me consumiram. Em seguida, vem à tona o momento em que decidi sair da casa dos meus pais manipuladores, finalmente me libert
Quatro dias depois.Passaram-se quatro dias e Scarlett e nosso filho finalmente estão voltando para casa. Durante esses dias, mal saí do lado deles. Scarlett estava exausta, então aprendi a cuidar do nosso filho com a ajuda das enfermeiras. Elas me ensinaram a trocar fraldas, a dar banho, e eu estava determinado a ser o melhor pai possível, mesmo sendo completamente inexperiente.Foram momentos assustadores e, ao mesmo tempo, maravilhosos. Assustadores porque eu nunca imaginei que estaria trocando fraldas de alguém. Pensava que, se tivesse filhos, uma babá cuidaria de tudo. Mas agora, com nosso filho, não me importo de fazer essas coisas. Cada erro que cometi foi uma lição aprendida e cada acerto, uma pequena vitória.Além de cuidar do nosso filho, também ajudei Scarlett. O parto foi difícil e ela continua se recuperando. Scarlett precisava de ajuda par
Já faz uma semana que estou em Nova Jérsei. Vim visitar minha tia e também meu namorado. Estamos juntos desde que eu tinha quinze anos. Hoje tenho dezoito; faz três anos que estamos juntos, e ele tem sido um homem maravilhoso. Mas há um problema: sinto que algo está acontecendo com Thiago. Desde que cheguei, ele mal tem tempo para mim, sempre dizendo que está ocupado, que tem trabalhado demais e que precisa descansar.Sinto que ele não é o mesmo de antes. Thiago é dois anos mais velho e trabalha como segurança em uma empresa famosa de Nova Jérsei. Tento não desconfiar dele, pois nem avisei que passaria minhas férias aqui. Queria fazer uma surpresa. Implorei muito aos meus pais para que me permitissem vir, mesmo sendo maior de idade. Eles são muito protetores e rígidos.Neste exato momento, estou na porta da casa dele. Tenho a chave reserva que me deu no nosso primeiro aniversário. Quero conversar seriamente com ele; desejo entender por que ele está me evitando tanto.Destranco a porta
Dois anos depois.Hoje faz dois anos desde que voltei para minha cidade natal. Estou com vinte anos e, no início, enfrentei uma grande dificuldade ao lidar com a dor da traição. Cheguei até a considerar o suicídio ao descobrir que até minha própria tia sabia do caso entre minha prima e meu ex- namorado. Minha vida estava em completo caos, tudo porque não quis fazer sexo com ele. Mentalidade de merda. Meus pais só vieram para me dar sermões, dizendo que eu havia sido ingênua por namorar alguém à distância, que a culpa era minha por ter sido traída. Não me matei por causa da minha amiga da escola, que agora é minha colega de quarto.Ela sempre foi uma mulher independente, vivendo sozinha desde os quinze anos, e devo minha vida a ela. Sou imensamente grata por sua ajuda; se tivesse permanecido na casa dos meus pais, talvez não estivesse mais aqui. Minha adorável amiga sempre esteve ao meu lado, inclusive me ajudando a encontrar um emprego em uma lanchonete como garçonete, algo que jamais