Visto o terno enquanto a voz insistente de Francisca tenta prender minha atenção.
— Já está indo? Por que não fica mais um pouco? Você sempre vai embora sem se despedir. — A voz dela me irrita profundamente.
— Você só serve para ser usada, Francisca. Não te devo nenhuma satisfação. — Minha resposta sai fria e cortante, fazendo-a resmungar.
— Porque você é assim, Matt… — Cortou sua frase, agarrando seu pescoço com força e vendo o pânico surgir em seus olhos.
— Não ouse dizer meu nome! Para você, é senhor Muratori! Só porque te uso como qualquer uma, não significa que te dei intimidade para me chamar pelo meu nome. Na próxima vez, arranco sua língua fora. — O medo em seus olhos me dá uma satisfação sádica.
Jogo-a na cama como se fosse lixo. Seu silêncio é a confirmação da minha dominação cruel.
— Na próxima vez que eu te chamar para minha cama, é melhor não ter a ousadia de me chamar pelo nome. — Jogo algumas notas de dólares sobre ela, comprando sua dignidade. — Aproveite seu dinheiro.
Saio do quarto, deixando-a em estado de choque. Meus seguranças estão postados de cada lado da porta, testemunhas silenciosas da minha autoridade.
— Vamos. — Caminho em direção às escadas do cassino, com um olhar gélido que deixa claro que, neste mundo, sou o rei implacável e qualquer desafio seria cruelmente esmagado.
Meu nome é Matteo Muratori, tenho trinta e oito anos e sou conhecido mundialmente. Muitos pensam ser devido ao meu sobrenome, mas estão completamente enganados. O nome Muratori é temido no submundo pelas suas atrocidades, e fiz questão de torná-lo ainda mais aterrorizante.
Algumas gerações anteriores foram fracas, um bando de incompetentes rapidamente dizimados. Fui eu quem trouxe de volta o reconhecimento desse nome, e agora, quando as pessoas ouvem "Muratori", tremem de medo. E é exatamente isso que eu quero.
Meu pai foi um bom líder, mas como marido e pai, foi horrível. Tive doze irmãos, mas apenas um sobreviveu, já que ele se recusou a se envolver nos negócios da máfia. Meu pai nos fez lutar entre nós para determinar quem seria o próximo chefe da máfia. Eu era o segundo filho mais velho e meu pai sabia que todos os meus irmãos eram capazes. Então, nos deu uma missão: matar uns aos outros. Nossa comunidade era imensa, e eu e meus irmãos conquistamos nossos capangas, cada um com seus próprios seguidores.
Foi uma batalha que durou um ano. Desde criança, fomos obrigados a passar por um campo de treinamento, onde sofremos horrores. Meu corpo está marcado por cicatrizes, incluindo uma no lado esquerdo da minha bochecha, resultado de uma luta com meu irmão mais velho, onde lutamos até a morte. Todos os meus irmãos pereceram, exceto o infeliz do Salvatore, que escapou.
Desde aquele dia, não fui mais o mesmo. Meu pai me parabenizou por conquistar o primeiro lugar, e a partir daí, aprimorei ainda mais minha vida, aprendendo todos os tipos de luta, armamentos, técnicas de hacking e administração. Aprendi tudo.
Não, sou alguém muito paciente. Quando ordeno algo, exijo obediência total e respeito absoluto. Não aceito um "não" como resposta; mato impiedosamente qualquer um que ouse me desafiar, e todos sabem disso. Esta é minha cidade, uma terra onde o medo é meu aliado, monitorada incessantemente, e estou de olho em tudo, em cada movimento. Muitos inimigos achavam que, por este país não ter estados, seria fácil de tomar. Mas o que encontraram foi apenas a morte, pois sou o soberano absoluto deste lugar.
E assim será para sempre. Não hesito em eliminar qualquer obstáculo em meu caminho. Desejo ser mais do que conhecido e temido; anseio ser uma lenda de terror que ecoará pelos séculos. Matarei indiscriminadamente para realizar esse sonho, até mesmo aqueles que ousam se chamar de meus amigos. Trairei qualquer um, sem remorso, apenas para infundir ainda mais terror no mundo. Não sou uma pessoa boa e não tenho intenção de ser. Para mim, confiança é uma moeda rara, e apenas os mais cruéis e leais conseguem conquistá-la. Durante anos, apenas os mais sádicos e cúmplices têm desfrutado de minha confiança.
Observo meu cassino repleto de pessoas, um sorriso sádico brota em meus lábios, como se estivesse apreciando um espetáculo de horror.
— É tão divertido vê-los desesperados por dinheiro. Gastam tudo o que têm. Incrível a capacidade do ser humano de se tornar um lixo qualquer. Não acham? — Olho friamente para os meus capangas atrás de mim, meu olhar cortante como uma lâmina afiada.
— Sim, senhor. — Respondem em uníssono, cientes de que qualquer deslize seria punido com severidade, o que só alimenta minha satisfação.
Descemos os degraus e o chefe que deixei encarregado deste lugar se aproxima rapidamente, seu rosto transpirando nervosismo.
— Espero que o senhor tenha se divertido, chefe. — Ele fala, referindo-se a Francisca, sabendo que a menção dela poderia despertar meu interesse mórbido.
— Ela já perdeu a graça para mim. Mas ainda serve para alguma coisa. — Digo com um sorriso gélido, sem um pingo de compaixão em minha expressão.
— Agora, quero ouvir os relatórios. — Ordeno, e o vejo engolir em seco, sua mente já antecipando o que viria a seguir.
— O de sempre, senhor. Alguns jornalistas se infiltraram em busca de uma história, assim como alguns policiais. Mas já nos livramos deles.
— E os lucros? — Pergunto, sabendo que a resposta não será satisfatória.
Percebo que ele fica bastante nervoso, seus olhos evitando os meus, sua postura tensa revelando seu medo palpável. Para mim, alguém que trabalha nessa área não deve temer nada. Mas gosto de inspirar medo.
— Diga logo! — Ordeno brutalmente, assustando-o propositalmente, desfrutando do poder que tenho sobre ele.
— Perdemos cerca de um milhão de dólares. — Ele murmura, e eu sinto meu sangue ferver de raiva.
Agarro rapidamente seu pescoço, suspendendo-o no ar com uma força brutal.
— Como assim perderam um milhão de dólares!? Está brincando comigo!? É melhor me explicar direito! — Minha voz é como um trovão, ecoando com brutalidade pelo espaço, enquanto sua expressão de pavor só alimenta minha fúria crescente.
— A-A-Alguém roubou esse dinheiro… N-Nós não sabemos quem é ainda… Por favor…
Minha raiva cresce até um ponto insuportável.
— Eu te coloquei como chefe para ficar de olho nas coisas! Agora perdemos um bom dinheiro que seria para pagar alguns fornecedores de drogas! — Minha voz ressoa com autoridade e crueldade.
— M-M-Me perdoe… — Ele gagueja, o pânico se refletindo em seus olhos.
— Eu não preciso de um inútil trabalhando para mim! — Minha mão aperta ainda mais seu pescoço, sentindo a estrutura frágil se quebrar sob a pressão, um estalo sinistro preenchendo o ar.
Jogo seu corpo já sem vida no chão, sem nenhum traço de remorso em meu olhar impiedoso.
— Encontre esse traidor e mate-o da pior maneira possível!
— Ordeno ao meu segurança, minha voz carregada de desprezo.
— Sim, senhor. Procurarei agora mesmo. — Ele se afasta prontamente, conhecendo a seriedade de minhas ordens.
Os outros seguranças se aproximam para se livrar rapidamente do corpo, suas expressões tensas, cientes de que a falha é punida com ferocidade em meu império.
— Vamos, enquanto Saulo investiga isso, temos que cobrar alguns desgraçados que me devem. Preciso recuperar esse dinheiro para pagar mais fornecedores de drogas e armas.
— Minha voz é dura.
— Sim, chefe. — Meu subordinado responde.
Meu dia será longo, mas cada momento será uma oportunidade para consolidar meu poder e instilar medo naqueles que ousam cruzar o meu caminho.
A raiva ainda pulsa em cada fibra do meu ser. Como alguém ousa me trair? Talvez devesse aplaudir essa pessoa por sua audácia ou, quem sabe, por sua completa estupidez. Ela deveria agradecer a todos os deuses por eu não a ter torturado pessoalmente. Mas agora, tudo o que importa é recuperar aquele dinheiro. Preciso pagar os fornecedores, e as drogas estão acabando. Preciso de mais, sempre mais.Além disso, estou farto da polícia tentando invadir meus cassinos. Alguns são legalizados, outros não. Mas sempre há esses vermes disfarçados tentando arrancar alguma informação de mim. Se continuarem assim, arrancarei suas cabeças. Não permito que esses imundos interfiram nos meus negócios. Já estou furioso demais.— Senhor, chegamos à casa de Marco Falcone. Ele está devendo cerca de dez mil dólares. — A voz de Dante me traz de volta ao presente.— Vamos acabar logo com isso. Minha paciência acabou. — Desço do carro, e ele me acompanha.Caminho até a porta lentamente. Não há necessidade ir tão
Um sorriso sádico se forma em meus lábios enquanto me aproximo dele. Meu olhar transmite pura ameaça.— Tempo é algo que você não tem mais, Nicola. — Minha mão encontra seu pescoço, apertando com força suficiente para deixá-lo sem ar. — Você me deve, e não aceito desculpas.Sua expressão é de puro desespero, e eu posso saborear o medo que emana dele.— P-P-Por favor… Senhor… Prometo que conseguirei o dinheiro.— Suas palavras saem entrecortadas enquanto ele luta para respirar.Solto seu pescoço com um empurrão brusco, fazendo-o cambalear para trás.— Você teve sua chance, Nicola. Agora é hora de enfrentar as consequências. Dante, coloque-o de joelhos. — Ordeno friamente.Dante age rapidamente, fazendo-o ajoelhar-se diante de mim.— Sabe, eu acho muito engraçado que todos peçam dinheiro, mas na hora de pagar, não têm. Quero o meu dinheiro. — Minha voz sai gelada, provocando lágrimas em seus olhos.— V-Vou pagar, senhor. Prometo… Por favor, me dê alguns meses.— Solto uma gargalhada cru
— Graças a Deus que todas as sextas o chefe fecha cedo. Eu já não estava aguentando. — Diz Tom, enquanto organizamos as coisas.— Você nunca reclamou, está reclamando agora porque vai encontrar a sua deusa. — Fala Sophia em tom provocativo.— Estou ansioso mesmo. — Ele me olha. — Você acha que ela me dará uma chance?Apenas suspiro, minha energia esgotada após atender tantos clientes hoje.— Não fale comigo, estou exausta. — Volto a varrer o chão.— Esqueci que você fica assim. Mas apenas acene com a cabeça, ela me dará uma chance? — Pergunta, ansioso.— Não sei, me deixe em paz. Pergunte quando formos a essa maldita boate. — Termino de varrer o chão.Levo as coisas para o armário onde os produtos de limpeza ficam. Como já terminei minha parte, posso ir embora. Vou para a sala dos funcionários, abro meu armário e começo a retirar meu uniforme para colocar minha própria roupa. Estou exausta demais, e ainda tenho que comparecer àquela boate. Só quero chegar em casa e dormir, apenas isso
Ela estaciona o carro e logo descemos. Observo a fila e vejo que há muitas pessoas.— Só iremos entrar à meia-noite. — Digo ao ver aquela quantidade de gente.— Apenas vamos. — Pega o meu pulso e atravessamos a rua.— Scarlett! — Tomo um susto ao ouvir meu nome sendo chamado. Vejo Tom no meio da fila acenando para nós.— Que bom que seu amigo já está na fila, pouparemos tempo. — Ela novamente pega meu pulso e me arrasta pela multidão.Ah, só quero dormir.Passamos pelas pessoas que reclamam e nos lançam olhares raivosos. Finalmente chegamos perto de Tom e Sophia; os dois estão deslumbrantes. Tom usa uma calça jeans escura rasgada nos joelhos, uma blusa branca e uma jaqueta de couro, combinando perfeitamente. Sophia veste um vestido preto acima dos joelhos, curto na frente e longo atrás, mostrando bem suas coxas esbeltas. Os dois irradiam confiança e estilo, e é impossível não notar o olhar de admiração que muitos lançam em sua direção.— Que bom que chegaram, estávamos com medo de ent
Sinto um calafrio percorrer minha espinha ao encontrar seu olhar, tão profundo e penetrante, como se pudesse enxergar através de mim. Sua presença é sufocante, envolvendo-me em um véu de incerteza e medo. Eu vou morrer! Por que tive que ser tão curiosa, meu Deus?— P-Por favor… N-Não me mate. — Minha voz sai trêmula, uma súplica desesperada em meio ao caos ao meu redor.O desespero toma conta de mim, cada batida do coração ecoando como um eco assustador em meus ouvidos.— Diga-me, preciosa. Qual é o seu nome? — Tremem minhas pernas ao ouvi-lo me chamar de preciosa, sua voz carregada de uma aura sombria que me deixa arrepiada.Ele vai me matar! O pensamento ecoa em minha mente, enquanto luto para conter as lágrimas que ameaçam transbordar.— S-Scarlett Smith. — Respondo, minha voz mal passando de um sussurro.— Scarlett Smith. — Ele repete meu nome, como se saboreasse cada sílaba, uma nota de poder em sua voz grave e profunda.Meu coração bate descontroladamente no peito, uma sinfonia
Três dias depois. — Ainda vai continuar escapando de mim, preciosa? — Sua voz, carregada de uma sedução inegável, ecoa ao meu redor, fazendo-me tremer involuntariamente.— F-Fique longe de mim… Você é perigoso. — Meu tom vacila, enquanto eu tento manter a compostura diante da sua presença dominadora.— Acha que não percebo que você está excitada? — Ele me prende contra a parede, sua respiração quente e sensual acariciando minha pele, enviando arrepios por todo o meu corpo. — Seu perfume é hipnotizante, preciosa. Tudo em você é tão… perfeito.A noção do perigo deveria me afastar, mas, ao invés disso, minha excitação cresce a cada segundo que passa.— N-Não… Ah. — Um gemido involuntário escapa de meus lábios quando seus lábios encontram os meus.Seu beijo é feroz, selvagem, mas incrivelmente magnético. Ele me levanta sem esforço, minhas pernas instintivamente envolvendo sua cintura, enquanto nos afundamos naquele abismo de desejo.Apesar de saber que é errado, não posso negar a ele, ne
Três dias depois.Estou tão imerso em minhas atividades nos últimos dias que mal tive tempo para olhar o relatório que Dante fez sobre minha encantadora rainha. Mas hoje, convoquei todos os membros confiáveis da máfia, incluindo Dante, para uma conversa séria. Preciso saber tudo sobre ela: seus gostos, onde mora, seus relacionamentos passados, tudo. A ideia de convidá-la para um jantar me fascina; quero revê-la, mesmo que sua expressão revele certo temor por minha presença. Pretendo demonstrar que meu interesse não é causar-lhe mal, mas sim tê-la como minha companheira.O engraçado disso tudo é que nunca pensei em me casar. Sempre acreditei que poderia garantir herdeiros através de uma barriga de aluguel a qualquer momento. Mas agora, tudo o que quero é tê-la ao meu lado.Ela pertence a mim.— S-Senhor? — A voz trêmula da empregada ecoa através da porta do meu quarto, interrompendo meus pensamentos sombrios.— Sim? — Levanto-me da cama com uma determinação fria.— O-Os seguranças já e
Ela entrou numa depressão profunda, quase se suicidando. Se não fosse a amiga Gabriella, teria se matado. Seus pais eram controladores, sempre queriam uma filha perfeita e com boas notas. Scarlett não entrou em nenhuma faculdade, por não ter dinheiro suficiente e por falta de tempo. Por causa da traição, se tornou ainda mais reservada. Sempre foi uma pessoa introvertida, mas a traição a tornou ainda mais reclusa.Ela gosta muito dos seus cabelos cacheados e sempre compra cremes bons para mantê-los saudáveis. Não gosta muito de prendê-los, para não desmanchar os cachos. Se importa muito com seus amigos, mas odeia trabalhar em um ambiente que exige simpatia constante. No entanto, faz isso pelo dinheiro e para ajudar a amiga com o aluguel do apartamento.E ela é virgem.Saber que minha amada é pura aumenta ainda mais meu desejo de tê-la para mim. Mas estou considerando a possibilidade de eliminar aqueles desgraçados que fizeram minha rainha sofrer, especialmente seus pais controladores.