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4- Matteo Muratori.

Visto o terno enquanto a voz insistente de Francisca tenta prender minha atenção.

— Já está indo? Por que não fica mais um pouco? Você sempre vai embora sem se despedir. — A voz dela me irrita profundamente.

— Você só serve para ser usada, Francisca. Não te devo nenhuma satisfação. — Minha resposta sai fria e cortante, fazendo-a resmungar.

— Porque você é assim, Matt… — Cortou sua frase, agarrando seu pescoço com força e vendo o pânico surgir em seus olhos.

— Não ouse dizer meu nome! Para você, é senhor Muratori! Só porque te uso como qualquer uma, não significa que te dei intimidade para me chamar pelo meu nome. Na próxima vez, arranco sua língua fora. — O medo em seus olhos me dá uma satisfação sádica.

Jogo-a na cama como se fosse lixo. Seu silêncio é a confirmação da minha dominação cruel.

— Na próxima vez que eu te chamar para minha cama, é melhor não ter a ousadia de me chamar pelo nome. — Jogo algumas notas de dólares sobre ela, comprando sua dignidade. — Aproveite seu dinheiro.

Saio do quarto, deixando-a em estado de choque. Meus seguranças estão postados de cada lado da porta, testemunhas silenciosas da minha autoridade.

— Vamos. — Caminho em direção às escadas do cassino, com um olhar gélido que deixa claro que, neste mundo, sou o rei implacável e qualquer desafio seria cruelmente esmagado.

Meu nome é Matteo Muratori, tenho trinta e oito anos e sou conhecido mundialmente. Muitos pensam ser devido ao meu sobrenome, mas estão completamente enganados. O nome Muratori é temido no submundo pelas suas atrocidades, e fiz questão de torná-lo ainda mais aterrorizante.

Algumas gerações anteriores foram fracas, um bando de incompetentes rapidamente dizimados. Fui eu quem trouxe de volta o reconhecimento desse nome, e agora, quando as pessoas ouvem "Muratori", tremem de medo. E é exatamente isso que eu quero.

Meu pai foi um bom líder, mas como marido e pai, foi horrível. Tive doze irmãos, mas apenas um sobreviveu, já que ele se recusou a se envolver nos negócios da máfia. Meu pai nos fez lutar entre nós para determinar quem seria o próximo chefe da máfia. Eu era o segundo filho mais velho e meu pai sabia que todos os meus irmãos eram capazes. Então, nos deu uma missão: matar uns aos outros. Nossa comunidade era imensa, e eu e meus irmãos conquistamos nossos capangas, cada um com seus próprios seguidores.

Foi uma batalha que durou um ano. Desde criança, fomos obrigados a passar por um campo de treinamento, onde sofremos horrores. Meu corpo está marcado por cicatrizes, incluindo uma no lado esquerdo da minha bochecha, resultado de uma luta com meu irmão mais velho, onde lutamos até a morte. Todos os meus irmãos pereceram, exceto o infeliz do Salvatore, que escapou.

Desde aquele dia, não fui mais o mesmo. Meu pai me parabenizou por conquistar o primeiro lugar, e a partir daí, aprimorei ainda mais minha vida, aprendendo todos os tipos de luta, armamentos, técnicas de hacking e administração. Aprendi tudo.

Não, sou alguém muito paciente. Quando ordeno algo, exijo obediência total e respeito absoluto. Não aceito um "não" como resposta; mato impiedosamente qualquer um que ouse me desafiar, e todos sabem disso. Esta é minha cidade, uma terra onde o medo é meu aliado, monitorada incessantemente, e estou de olho em tudo, em cada movimento. Muitos inimigos achavam que, por este país não ter estados, seria fácil de tomar. Mas o que encontraram foi apenas a morte, pois sou o soberano absoluto deste lugar.

E assim será para sempre. Não hesito em eliminar qualquer obstáculo em meu caminho. Desejo ser mais do que conhecido e temido; anseio ser uma lenda de terror que ecoará pelos séculos. Matarei indiscriminadamente para realizar esse sonho, até mesmo aqueles que ousam se chamar de meus amigos. Trairei qualquer um, sem remorso, apenas para infundir ainda mais terror no mundo. Não sou uma pessoa boa e não tenho intenção de ser. Para mim, confiança é uma moeda rara, e apenas os mais cruéis e leais conseguem conquistá-la. Durante anos, apenas os mais sádicos e cúmplices têm desfrutado de minha confiança.

Observo meu cassino repleto de pessoas, um sorriso sádico brota em meus lábios, como se estivesse apreciando um espetáculo de horror.

— É tão divertido vê-los desesperados por dinheiro. Gastam tudo o que têm. Incrível a capacidade do ser humano de se tornar um lixo qualquer. Não acham? — Olho friamente para os meus capangas atrás de mim, meu olhar cortante como uma lâmina afiada.

— Sim, senhor. — Respondem em uníssono, cientes de que qualquer deslize seria punido com severidade, o que só alimenta minha satisfação.

Descemos os degraus e o chefe que deixei encarregado deste lugar se aproxima rapidamente, seu rosto transpirando nervosismo.

— Espero que o senhor tenha se divertido, chefe. — Ele fala, referindo-se a Francisca, sabendo que a menção dela poderia despertar meu interesse mórbido.

— Ela já perdeu a graça para mim. Mas ainda serve para alguma coisa.  — Digo com um sorriso gélido, sem um pingo de compaixão em minha expressão.

— Agora, quero ouvir os relatórios. — Ordeno, e o vejo engolir em seco, sua mente já antecipando o que viria a seguir.

— O de sempre, senhor. Alguns jornalistas se infiltraram em busca de uma história, assim como alguns policiais. Mas já nos livramos deles.

— E os lucros? — Pergunto, sabendo que a resposta não será satisfatória.

Percebo que ele fica bastante nervoso, seus olhos evitando os meus, sua postura tensa revelando seu medo palpável. Para mim, alguém que trabalha nessa área não deve temer nada. Mas gosto de inspirar medo.

— Diga logo! — Ordeno brutalmente, assustando-o propositalmente, desfrutando do poder que tenho sobre ele.

— Perdemos cerca de um milhão de dólares. — Ele murmura, e eu sinto meu sangue ferver de raiva.

Agarro rapidamente seu pescoço, suspendendo-o no ar com uma força brutal.  

— Como assim perderam um milhão de dólares!? Está brincando comigo!? É melhor me explicar direito! — Minha voz é como um trovão, ecoando com brutalidade pelo espaço, enquanto sua expressão de pavor só alimenta minha fúria crescente.

— A-A-Alguém roubou esse dinheiro… N-Nós não sabemos quem é ainda… Por favor…

Minha raiva cresce até um ponto insuportável.

— Eu te coloquei como chefe para ficar de olho nas coisas! Agora perdemos um bom dinheiro que seria para pagar alguns fornecedores de drogas! — Minha voz ressoa com autoridade e crueldade.

— M-M-Me perdoe… — Ele gagueja, o pânico se refletindo em seus olhos.

— Eu não preciso de um inútil trabalhando para mim! — Minha mão aperta ainda mais seu pescoço, sentindo a estrutura frágil se quebrar sob a pressão, um estalo sinistro preenchendo o ar.

Jogo seu corpo já sem vida no chão, sem nenhum traço de remorso em meu olhar impiedoso.

— Encontre esse traidor e mate-o da pior maneira possível!

— Ordeno ao meu segurança, minha voz carregada de desprezo.

— Sim, senhor. Procurarei agora mesmo. — Ele se afasta prontamente, conhecendo a seriedade de minhas ordens.

Os outros seguranças se aproximam para se livrar rapidamente do corpo, suas expressões tensas, cientes de que a falha é punida com ferocidade em meu império.

— Vamos, enquanto Saulo investiga isso, temos que cobrar alguns desgraçados que me devem. Preciso recuperar esse dinheiro para pagar mais fornecedores de drogas e armas.

— Minha voz é dura.

— Sim, chefe. — Meu subordinado responde.

Meu dia será longo, mas cada momento será uma oportunidade para consolidar meu poder e instilar medo naqueles que ousam cruzar o meu caminho.

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