Samantha estava deitada no quarto esperando o remédio para a dor de cabeça fazer efeito. Toda aquela situação em que ela estava, só piorava a dor de cabeça, pois tinha muita coisa em jogo. Ela não podia mais negar que possuía sentimentos por Dante, pois a cada beijo que ele dava, ela queria mais, mas também tinha o seu trabalho como detetive que terminaria com Dante preso e a pena que ele pegaria não seria pequena. Também tinha Valentina, que era totalmente dependente do pai. A menina iria parar em algum orfanato, se não aparecesse nenhum parente ou alguma pessoa mal intencionada poderia a adotar e tirar proveito de toda a sua fortuna. Samantha sabia muito bem o que era aquilo, pois sua tia fez o mesmo e olha que os pais da detetive não deixaram nem 2% do que Dante possuía. - Deus! O que eu faço? Ela leva as mãos até a cabeça para poder colocar as ideias no lugar. Neste momento, o seu telefone começa a tocar e ela atende sem olhar o identificador de chamadas. - Seja lá quem for,
Dante havia chegado no apartamento de Samantha. Ele estava segurando um vaso de orquídeas amarelas em frente a porta dela, procurando as palavras certas para poder falar. "Ok, entrego as flores, peço desculpas, entrego as flores, se tudo bem e vou embora." Ele pensa enquanto tosse um pouco, pois o perfume enjoado de seu pai estava começando a lhe incomodar. - Não deveria me deixar ir pelas loucuras do meu velho. Ele sussurra enquanto ajeita o seu cabelo. O mafioso pensa em entrar direto, pois as suas digitais continuam cadastradas na fechadura, mas ele para e pensa um pouco. Ela estava zangada com ele e entrar assim pioraria a situação. "Devo mostrar que a respeito." Ele vai e toca a campainha. Ele não ouve os passos dela. Então Dante toca mais uma vez a campainha e nada dela atender. "Merda, esqueci que ela ainda não consegue caminhar sozinha." Dante leva o seu dedo até o leitor biométrico, mas a porta abre. Ele levanta os seus olhos azuis e encontra Samantha o olha
Samantha abre os olhos e percebe que estava abraçada com Dante. Ela olha para cima e o vê dormir completamente relaxado, pois parecia que o mafioso não relaxava desse jeito há séculos. Ela sorri ao se lembrar da noite intensa que os dois tiveram. O italiano era ótimo e isso a fazia sorrir feito boba. Esse sorriso desaparece assim que ela olha as tatuagens no peito dele. "Ele é o terrível Escorpião e você será mais uma vítima dele se não o prender logo." Este pensamento vem em sua cabeça a fazendo se sentir culpada por ter se levado pelos seus sentimentos. Ela senta na cama enquanto leva as suas mãos até a sua cabeça, que agora, começava a latejar com força. Dante abre os olhos assim que sente a cama se mexer. - Você está bem? Ele pergunta preocupado e Samantha olha para ele ainda massageando as têmporas. - É só essa dor de cabeça que não passa. - O médico disse que ela diminuiria com o tempo. Dante levanta e vai até a cozinha buscar um copo d'água. Ele volta se
Dante chega na mansão de seu pai. Ele estava mais leve e até sorrindo depois da noite que teve com Samantha. Parecia que todos os seus problemas haviam desaparecido no momento em que a tinha em seus braços e o mafioso não via a hora de poder repetir aquela noite de amor. Ele sobe as escadas e vai até o quarto que seu pai havia feito para a menina. Lá ele encontra Vicenzo deitado na poltrona reclinável com Valentina no colo e o álbum de fotos no chão. O álbum estava aberto em uma foto antiga onde Annalisa estava segurando ele quando era um bebê. Dante agacha e pega o álbum para poder olhar aquela foto. Ele a toca enquanto lamenta pelo rumo manchado de sangue em que tomou na vida, pois, secretamente, ele desejaria ter seguido por outro caminho longe da máfia. Ele senta em outra poltrona e fica olhando aquelas fotografias. Elas lhe trazem boas lembranças do passado até que uma foto se solta do álbum e revela uma carta escrita por sua mãe. - Mama! Ele suspira enquanto pega a carta
Vicenzo estava sentado com Valentina no colo mostrando o álbum de fotografias para ela. A menina ria enquanto batia palmas. Do outro lado da sala, Dante olhava para os dois enquanto pensava no quanto que sua filha gostava do avô. Ele vai até a janela e vê as orquídeas amarelas no jardim. Imediatamente o mafioso começa a pensar em Samantha, especialmente na noite que passaram juntos. Esse pensamento o faz sorrir feito um bobo e Vicenzo já percebe isso vendo o seu reflexo pelo vidro. - Parece que você está mesmo gostando dessa ragazza. Dante para de sorrir enquanto olha para o seu pai. - Não precisa me olhar assim. Eu sei muito bem quando uma mulher mexe com a cabeça de um homem. - Estar com ela me traz um pouco de paz. Só sentia isso quando estava com a Giulia. - Te entendo, filho. Valentina pega o paletó de Vicenzo e o abraça. Dante vai até ela e faz um carinho em seus cabelos. - Ela está sentindo falta do ursinho. Vicenzo a ajeita em seu colo. - Bem, já ia levar ela para c
Dante estava abraçado com Valentina tentando fazer a menina se acalmar, mas ela chorava e soluçava sem parar. A última vez que ele havia a escutado chorar deste jeito foi durante o seu castigo. "- Calma filhinha. Ninguém irá machucar o papai." Ele deposita alguns beijos em sua bochecha enquanto a menina soluçava. Vicenzo chega no quarto com seu avental sujo de farinha. - Ela continua assustada? - Está, sim, mas daqui a pouco passa. Dante responde a seu pai sem tirar os olhos de Valentina. A menina vê o avô e parece se acalmar. Vicenzo faz um carinho de leve nos cabelos dela antes de ir até o armário e pegar um vestido laranja com flores brancas para ela. Dante se surpreende ao ver a quantidade de roupas que seu pai havia comprado para a menina. Parecia que a menina morava ali. - Acho que ela irá ficar linda com este vestido. Vicenzo mostra o vestido para Dante e ele concorda com um leve aceno. Valentina para de chorar, então Dante a leva para o banheiro onde Vice
Samantha estava sentada na cama recapitulando tudo que havia descoberto sobre Dante e a máfia. Ela precisava descobrir algo e rápido ou estaria fora do caso. - Deus! O que eu faço? Ela esfrega o rosto em busca de alguma iluminação divina, pois ainda estava difícil pensar com clareza. "… sei muito bem que você já deve estar dando para ele. Vai usar esse seu rabo infértil para ajudar o FBI?" Essas palavras de Brian não saiam da cabeça dela. - Filho da puta! Ela fecha a cara ao se lembrar de seu ex marido. Até que algo passa por sua cabeça. "Vou fazer o que esse palhaço disse." Ela olha para o seu reflexo decidida, pois ela conseguiria avançar nas investigações ao mesmo tempo, em que irritava o seu ex. - Você vai se arrepender de ter dito isso. Ela vai até o espelho e começa a pentear os seus cabelos. Depois pega o telefone da casa e liga para Dante. Após alguns toques, ele atende. - Alô? - Olá, senhor, Savoia. Acho que ainda temos alguns assuntos pendentes.
A claridade ainda incomodava os olhos de Samantha, mas ela não desperdiçaria aquela chance de se infiltrar na família Savoia. Ela sabia que a polícia italiana suspeitava de que a Famiglia Cosa Fiera havia sido fundada pelos Savoia, coisa que eles nunca conseguiram provar devido a uma investigação cheia de furos e provas que "desapareceram" de maneira misteriosa. Miranda suspeitava de que eles possuíssem aliados infiltrados tanto na polícia quanto na política do país e foi por isso que ela fez de tudo para que a polícia italiana não soubesse sobre essa investigação do FBI. Dante olha para ela quando chega na rua e percebe o seu incomodo com a luz do dia. - Tem um óculos escuro no porta-luvas. Samantha olha para ele e depois pega o óculos e o coloca dizendo: - Muito obrigada. Ele a sente um pouco desconfortável e imagina ser devido à relação dos dois. - Quer discutir a nossa relação? "Sempre direto." Ela pensa enquanto suspira. - Eu... nem sei se temos algum tipo de relaciona