Capítulo 45 Conselhos.

Dante chega ao apartamento de Samantha. Ele estaciona na vaga destinada ao apartamento dela.

- Pronto. Agora vamos lá para a cima.

Ele sai do carro e corre na direção da porta do passageiro para ajudar sua secretária a sair do carro.

Samantha já estava achando aquilo tudo um tremendo exagero e, somado aquela dor de cabeça latejante a deixava irritada.

Dante abre a porta do carro e estende a sua mão para a ajudar a sair.

- Eu não preciso dessa atenção toda, sabia?

Ela reclama o olhando séria enquanto é ignorada pelo mafioso. Dante trava o seu carro e a pega no colo. Samantha solta um grito de surpresa e depois o encara zangada.

- Já disse que não precisa de tudo isso.

- Você ainda tem vertigem e pode cair. Agora fique caladinha e aproveita o passeio.

- Até parece que sou uma donzela indefesa. Me põe no chão!

Samantha começa a se debater e Dante apenas suspira dizendo:

- Continue se debatendo e estará despedida.

- Como?

- É isso mesmo que você ouviu. Se tem amor ao seu emprego, fique quietinha e aproveite o passeio.

- Aproveitador!

Samantha fecha ainda mais a cara enquanto Dante caminha sorrindo todo vitorioso. Eles passam o caminho todo em silêncio até que Dante chega ao apartamento dela.

Ele coloca o seu dedo no leitor biométrico e a porta destrava.

Samantha o olha surpresa enquanto Dante suspira dizendo:

- Ainda não removi o meu cadastro, mas não se preocupe que farei isso quando voltar.

Ele abre a porta e a coloca no chão.

- Pronto! Agora você já está em casa.

- Ótimo, agora o senhor já pode ir, pois quero ficar sozinha.

- Infelizmente não posso te deixar sozinha. Você terá que se acostumar a minha presença.

Samantha caminha na direção do quarto com raiva. Ela cambaleia um pouco devido a forte vertigem e Dante corre na sua direção e a abraça para evitar a sua queda.

- Já veio se aproveitar.

Ela o encara zangada e Dante a ajuda a se equilibrar.

- Quem disse que estou me aproveitando? Você não consegue caminhar sem cair.

- Toda essa sua falação já está me dando nos nervos. Agora quero ficar um tempo sozinha.

- Já disse que você não pode ficar sozinha.

Dante estava calmo olhando para Samantha. Ela estava vermelha de raiva. Então a detetive se afasta do mafioso e o encara séria dizendo:

- Quem disse que o senhor manda aqui? Se esse apartamento é realmente meu, então exijo que...

Dante já estava farto de toda aquela discussão, então em um movimento rápido. Ele avança e a cala com um beijo apaixonado.

Samantha resiste por um tempo, mas acaba sedendo.

Havia algo em Dante que a atraía e ela não sabia explicar. Está certo que sempre amou flertar com o perigo, tanto que nem pensou duas vezes em se juntar ao FBI quando soube dos riscos que correria.

Aquela sensação de perigo fazia seu coração bater mais forte e se envolver com Dante, multiplicava e muito essa sensação; mas a razão volta a gritar em seus ouvidos. Então ela o empurra e o esbofeteia duas vezes, tão forte que o som ecoava no ambiente.

- Seu abusado, aproveitador de merda! O senhor está pensando que é quem em ficar me beijando quando lhe dá na telha?

- Não se faça de ofendida, pois sei que você estava gostando.

Samantha fecha a cara e volta tentar esbofetear Dante, mas ele é mais rápido e consegue segurar o pulso dela e a puxa para mais perto, a encarando sério.

- Vamos? Diga que não gostou.

Ele a olhava em desafio e ela não se deixa intimidar.

- Eu cuidei das suas feridas e da sua filha, mas isso não significa que temos alguma coisa. Volte a me beijar e serei obrigada a te processar por assédio.

Ela puxa o seu braço com força e caminha na direção do quarto.

Dante fica ali parado sem esboçar nenhuma reação. Ele não sabia o que fazer ou o que falar.

Era verdade que a morte de sua esposa o transformado em um monstro sanguinário que não se saciava enquanto o último culpado estivesse abaixo de sete palmos, mas o carinho de sua secretária estava despertando aquele sentimento bom que ele não se achava digno de poder sentir.

Giulia era a única pessoa que conseguia o fazer se sentir assim. Dormir nos braços dela sempre lhe dava paz.

Paz essa que havia desaparecido há meses e agora parecia voltar com Samantha.

"Devo estar confundindo as coisas."

Dante pensa desanimado enquanto vira na direção da saída.

Ele vai embora pensando em alguma maneira de poder se desculpar com sua secretária e, também, tentar conseguir fugir do "feitiço" dela.

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Vicenzo caminhando pelo jardim de sua mansão com Valentina no colo. Ele mostrava algumas plantas para ela e a menina se divertia muito com seu avô.

Dante chega de cabeça baixa e vê aquela cena. Agora, sim, estava escancarado para ele o quanto que sua filha gostava do avô e ele temia por isso.

"A Famiglia Cosa Fiera faz parte dos Savoia e ela deve ser preservada pelas nossas gerações."

Dante volta a se lembrar das palavras que seu pai disse quando ele matou pela primeira vez.

"Ela jamais fará parte da Famiglia."

Ele pensa com determinação e caminha na direção de seu pai para poder levar a menina.

Vicenzo nota a sua presença e abre um largo sorriso.

- É ótimo em te ver, filho. Eu estou mostrando as flores do jardim para ela.

Vicenzo pega uma flor e entrega para seu filho.

- Essa era a flor favorita de sua mãe.

Dante pega a flor e fica olhando para ela enquanto se lembra de sua mãe.

Annalisa Savoia não concordava com as atividades criminosas de seu marido, mas o amava tão cegamente ao ponto de não o censurar por seus crimes. Vicenzo a amava da mesma forma.

Eles se conheceram quando ela cuidou dele após o mafioso ter levado um tiro na perna. Naquela época ele já era o Capo da Famiglia. Annalisa foi tão carinhosa com ele que Vicenzo jurou que a tornaria sua esposa.

- A mama era tão boa. Dante suspira lembrando dos bons momentos em que havia passado com ela e Vicenzo parece compartilhar esses mesmos pensamentos.

"- Ela era um anjo que veio iluminar a minha vida sombria."

Vicenzo suspira pegando outra flor e a colocando no cabelo de Valentina e a menina ria com as cócegas que ele fazia nela.

- A nossa princesinha não parece uma fadinha?

- Ela parece sim.

Dante faz um carinho na bochecha de sua filha e depois tenta pegar a menina no colo, mas a menina começa a se debater enquanto chia.

- Nós precisamos ir.

Ele insiste, mas estava claro que Valentina queria ficar com o seu avô.

- Filho, deixa ela ficar mais um pouco?

Vicenzo sorri olhando para sua neta.

- Está com saudade do nono?

Ele faz mais algumas cócegas nela e a menina ri. Dante suspira olhando para os dois antes de ir para a varanda vencido.

O Escorpião estava com a cabeça cheia e precisava espairecer um pouco.

Vicenzo, sempre ágil, percebe que seu filho estava com problema. Ele vai até a área e senta no banco ao lado dele.

- Está tendo algum problema com a sua secretária?

Dante o olha surpreso enquanto Vicenzo ri.

- Não precisa me olhar assim, pois te conheço muito bem e aquela toda aquela sua preocupação com ela já deixa bem claro que a relação entre vocês dois é mais do que profissional.

Dante suspira de maneira pesada antes de falar:

- Você está certo, pois já trocamos alguns beijos.

- Só? Mas você é muito devagar. Se eu estivesse no seu lugar, aquela ragazza já estaria vendo estrelas enquanto pensava nas próximas vezes.

- Pai!

Dante o censura olhando para Valentina e Vicenzo ri.

- Vamos fazer a nossa fadinha dormir para eu poder te dar alguns conselhos de homem.

Vicenzo levanta já cantando a canção de ninar que Annalisa cantava para Dante.

Dante suspira olhando para seu pai já se preparando mentalmente para os certos "conselhos" receberia de seu pai.

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