Capítulo 4
Bom dia, amor! — Elizabeth exclamou ao ver Charles na cozinha, tomando seu café.

A expressão de Charles se fechou ao ver sua ex-namorada. Ele olhou ao redor, se perguntando se ela tinha se confundido e entrado na casa errada.

— Passei a noite com a Sophie. Você queria um pouco de sossego, então não te incomodei — ela explicou, com um sorriso.

— Sente-se.

Elizabeth se acomodou rapidamente ao lado dele. Com a Stella fora da jogada, ela se sentia nas nuvens, acreditando que Charles era dela de novo.

— Marimar, acorde a Stella para o café da manhã.

A mão de Elizabeth parou no ar, incredulidade estampada no rosto enquanto processava as palavras de Charles.

— Senhor, a Sra. Miranda não voltou desde ontem — disse Marimar, hesitante.

Mesmo com a relação tensa, era incomum Stella pular as refeições quando Charles estava em casa.

Charles deixou o garfo cair e lançou um olhar fulminante para Marimar.

— Não fique brava com a Marimar. A Stella saiu correndo ontem, toda animada para ficar com o novo cara dela — Elizabeth defendeu Marimar.

Charles cerrou o punho, empurrando o café da manhã para o lado, e marchou direto para o quarto de Stella. Ele se lembrou de Daniel mencionando que Stella saiu com apenas uma pequena mochila.

— Charles, o que você está fazendo aqui? — perguntou Sophie ao encontrá-lo no quarto de Stella.

Ignorando a pergunta de Sophie, Charles começou a revirar as gavetas de Stella, aliviado ao ver que suas coisas ainda estavam lá.

— Charles, vou pedir para a Marimar pegar suas coisas para a gente ir junto.

— Não se preocupe em tocar nas minhas coisas. Assim que você e Elizabeth terminarem de comer, podem ir embora.

Sophie o olhou, surpresa. — Mas você deu esta casa para a Stella. Você também devia sair.

— Precisamos conversar, então vou esperar ela voltar. Sem mais perguntas; estou sobrecarregado.

Irritada, Sophie se virou. Charles estava distante de novo, e ela sabia que era melhor não o pressioná quando estava assim. Não conseguia entender sua súbita preocupação com Stella.

— Deixa ele pra lá. O importante é que a Stella não está mais aqui — Magda tentou confortar Sophie e Elizabeth enquanto Sophie desabafava suas frustrações.

— A Magda tem razão. Vamos celebrar um pouco mais lá fora — sugeriu Elizabeth, animada.

Marimar estava confusa, sem saber o que fazer. Parecia que Charles não se moveria até Stella voltar, e isso a impedia de tocar nas coisas dela, mesmo sendo dela agora.

Um dia se passou, mas Stella ainda não tinha aparecido. Charles, frustrado, ordenou que seus homens a procurassem.

— Não acho que ela esteja pensando em voltar — comentou Daniel, que estava ali para Charles assinar alguns documentos.

Charles lançou um olhar fulminante para ele. — As coisas dela ainda estão todas no quarto.

— Você está preocupado que ela tenha saído sem nada e sem lugar para ir? — indagou Daniel.

Daniel deu um leve sorriso. Queria perguntar se essa era a única razão, mas sabia que a paciência de Charles estava se esgotando e não queria arriscar irritá-lo.

— Bem, meu trabalho aqui está feito. Se precisar de algo, é só me chamar.

Charles assentiu, instruindo Marimar a acompanhar Daniel até a porta. Assim que o amigo saiu, pegou o celular e tentou contatar Stella mais uma vez, mas ela continuava fora de alcance.

— Só não quero que o vovô descubra sobre isso — respondeu Charles.

— Senhor, o Roy está aqui — anunciou Marimar.

Charles se esticou, antecipando a chegada de Roy com notícias sobre o paradeiro de Stella.

— Senhor, encontrei o taxista que levou a Sra. Miranda. Ele disse que a levou para o hospital, mas não há registro dela lá.

— O quê? Hospital? Por quê? O que aconteceu? — Charles exigiu, visivelmente agitado.

Roy coçou a cabeça, perplexo com a reação intensa do chefe. Charles o interrompeu antes que pudesse terminar a explicação.

— Onde ela está agora? — Charles se levantou, pronto para sair.

— Não conseguimos encontrá-la no hospital. E o nome dela não está na lista de pacientes — informou Roy.

A expressão de Charles escureceu enquanto ele se afundava de volta na cadeira. — Descubra onde ela está e a traga de volta antes que o vovô saiba do divórcio.

Roy concordou. Embora seu chefe parecesse distante, estava claramente motivado pelo desejo de não decepcionar o avô.

— O Sr. McWell está aqui — Alex avisou Stella, que estava deitada na cama. Ela não conseguia se mover e passava a maior parte do tempo descansando.

Stella suspirou, sabendo que não poderia evitar a família por mais tempo. Quando a porta rangeu ao abrir, seu pai, Lauro McWell, entrou, com o rosto carregado de raiva.

— Por que você deixa que te tratem assim? Eu não te criei para ser maltratada por ninguém! — a voz de Lauro ecoou pelo quarto.

Stella fechou os olhos, sentindo-se oprimida pela raiva do pai. Se os responsáveis estivessem ali, ele teria dado uma bronca neles.

— De jeito nenhum! Você ainda ama aquele cara depois do que ele fez com você? — a voz de Lauro se elevou em indignação. — Você realmente acha que seu avô não vai descobrir?

Os olhos de Stella se abriram abruptamente, a ansiedade tomando conta dela. — Pai, por favor, não...

— Tarde demais — Lauro interrompeu. — Ele já sabe que você está aqui.

Os ombros de Stella caíram enquanto se preocupava com a criança que crescia dentro dela.

— Não posso mudar o que está acontecendo agora. Eu tentei de tudo para evitar que ele soubesse sobre o cara que você ama — Lauro acrescentou.

Stella apertou os lábios, tentando se acalmar. Sempre que ficava ansiosa, sua barriga começava a doer. Seu bebê sentia cada emoção que ela sentia.

— Ele vem e eu não posso mais te esconder.

Lágrimas escorriam pelo rosto dela enquanto ela segurava a barriga. A raiva do avô era aterrorizante, e ele poderia exigir que ela se livrasse do bebê. Momentos depois, a porta rangeu novamente.

O quarto caiu em silêncio quando Fausto McWell entrou, os olhos frios enquanto avaliava a neta na cama.

— Vovô... — ela gaguejou, sem conseguir olhar para ele.

— Eu trouxe um médico. Não quero um filho ilegítimo na minha família — disse ele.

— Pai, estou bem. Deixe-me lidar com isso quando eu estiver mais forte — ela implorou, mantendo os olhos fechados na esperança de acalmá-lo.

Stella se sentiu ainda mais enjoada ao ouvir isso. Ela olhou para Lauro, esperando que ele a ajudasse, mas ele apenas a encarou seriamente.

— Vovô, por favor, deixe meu bebê viver. Eu prometo que, assim que eu melhorar, farei tudo o que você pedir.

Fausto continuou a olhar para ela, parecendo muito sério. Então seu olhar se moveu para a barriga dela e ele pensou por um momento. — Tudo bem, mas em cinco anos você fará tudo o que eu disser. E eu escolherei seu marido.

Stella sentiu um alívio ao ouvir isso e concordou com os termos. — Mas se algo acontecer a este bebê, nosso acordo está encerrado.

Fausto sorriu um pouco, admirando esse traço na neta, ela tinha sua inteligência. Queria ter certeza de que tudo estava certo antes de concordar. Ele sabia que ela não revelaria quem era o pai. Por enquanto, deixaria assim para manter o acordo.

— Vou arranjar um bom médico para cuidar de você e do bebê. Não vou te incomodar até depois que ele nascer.

Stella sentiu uma onda de alívio pelo bem do bebê. Ela havia se afastado de Charles para proteger sua criança. Agora, não podia deixar que seu avô machucasse o bebê também.

Stella era secretamente a única herdeira do império empresarial de Fausto, mantida oculta desde pequena.

Ela costumava pensar que ele a escondia por ser mulher, então se rebelou ao descobrir quem realmente era. Pensava que a mulher que cuidava dela era apenas uma amiga da família, quando, na verdade, era a empregada. E achava que Fausto e Lauro estavam sempre fora por causa do trabalho, mas isso não era verdade.

— Cinco anos... — Fausto acenou, contando nos dedos. — Vamos fazer um grande evento para escolher seu marido.

Lauro balançou a cabeça, observando seu pai. Não estava feliz com isso. Sentia que Fausto não conseguiu controlá-lo antes, então agora Fausto estava fazendo o mesmo com Stella.
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