Jayce não foi para casa. Dirigia desnorteado, avançando sinais, quase entrando na contramão em algumas ruas. Ao invés de tomar o rumo de sua casa, acabou indo parar na de Debra. Ficou parado por um tempo dentro do carro, apenas observando o prédio onde ela morava, sem ter coragem de enfrentar o lugar.
Porém, não resistiu às lembranças e preferiu entrar. Por mais que a dor fosse muito intensa, quase física, ele não queria esquecê-la, exatamente porque ela merecia ser lembrada.
Ele tinha uma cópia da chave e pôde abrir a porta. A casa estava exatamente do jeito que ela havia deixado, e ele chorou tentando não imaginar que ela poderia voltar a qualquer momento e pegar aquele pacote de pipoca de micro-ondas que estava caído no ch&ati
Desde que Steve e Jayce tiveram aquele fatídico encontro na delegacia, onde este descobriu que Faith havia previsto a morte de Debra, ninguém soube mais nada sobre ele. A última notícia que recebera dele veio de Faith, que lhe contou que ele esteve na floricultura, aparentando um grande descontrole emocional, o que deixou Steve ainda mais apreensivo. Já fazia uma semana desde que ele sumira do mapa. Não atendia telefonemas, não respondia e-mails e não estava em casa. Só havia um lugar onde ele poderia estar, portanto, Steve bateu à porta do apartamento de Debra, gritando para que Jayce ouvisse que ele não estava disposto a sair dali sem notícias. Porém, mesmo com toda a insistência, o detetive não abriu a porta, e sem alternativa, Steve acabou arrombando-a, e o que viu ali dentro foi o caos total. A primeira
Faith passara o dia todo muito inquieta. Tivera uma boa noite de sono, sem nenhuma interrupção, mas sentia-se intrigada porque sonhara com o mesmo campo vasto de flores. A sensação fora a mesma: paz, liberdade... como se todos os seus sentidos comungassem em harmonia. Durante o devaneio, pôde sentir novamente a brisa gostosa do vento tocando sua face, sua respiração lenta e compassada, o coração batendo tranquilo e todas as emoções em seu lugar. Ela tinha total controle de seus próprios movimentos e, por um momento, desejou não acordar. A única coisa que ela percebeu de diferente nas imagens de seu sonho maravilhoso foi a flor, que era praticamente sua protagonista, não era a mesma planta da outra vez, aquela planta desconhecida. Em seu lugar estava o Amaranto, o mesmo que iniciou a história toda, o mesmo que Lolla lhe pedira para colocar em seu túmulo e que ela usar
Faith estava feliz. Tão feliz que se sentia em um sonho. Estava na casa de sua avó, um lugar que lhe era praticamente sagrado, com as três pessoas que lhe eram mais importantes no mundo: Rowan, sua irmã e sua prima. Cailey ainda tinha uma ferida aberta no peito, uma mágoa enorme, mas Faith tinha esperança que em breve estaria curada. Pelo menos já sorria, já voltava a fazer algumas de suas brincadeiras usuais, o que era um avanço. Tatianna, por sua vez, era pura alegria. Estava prestes a voltar a estudar, que era o que lhe faltava. E Rowan, tão lindo, tão apaixonante, parecia à vontade no meio daquelas mulheres tão complexas. Contudo, ela sabia que ele só ficaria em paz quando descobrisse o autor da morte de sua irmã, aquele impasse que parecia não ter fim. Ele sofria calado por ainda não ter respostas, mesmo depois de tanto tempo.&nbs
─ Adivinhem! — Cailey exclamou animada, assim que entrou na floricultura, depois de levar um lanche para Morris. — Não faço ideia — respondeu Tatianna, que também as estava ajudando, pois havia muito trabalho. — Aceitei o convite de Morris para ir ao cinema amanhã — estava empolgada e contagiou as outras duas. — Que bom, Cailey! — Faith vibrou. Era um grande passo para que ela superasse o trauma do estupro de uma vez por todas. — Faz muito bem, ele é um gato! — completou a prima. — Acho que pode ser legal, não é? Quer dizer... somos praticamente amigos, conversamos sobre tudo, e eu gosto dele — Cailey ainda estava
Cansado, Steve sustentava o peso da cabeça nas mãos, suspirando. Queria estar em casa. Já era quase meia-noite, estava com fome, sem se alimentar direito há dias e desejava passar mais tempo com Emily. Chegava tarde, e ela estava quase sempre dormindo. Sua barriga parecia maior a cada dia, mas ele não conseguia acompanhar a evolução de sua gravidez. Não fora a nenhuma ultrassonografia, e tudo aquilo o estava deixando muito impaciente. Além das dificuldades em casa e com a família, ele não conseguia tirar da cabeça o fato de que Debra não era a primeira colega que via morrer e, com certeza, não seria a última. Presenciar aquelas mortes precoces tornava-se cada dia mais difícil. Ainda respirava fundo quando escutou o barulho do Outlook avisando que um e-mail havia chegado. O remetente era anônimo
Faith acordou cedo, decidida a ir trabalhar normalmente, para colocar sua vida nos eixos. Rowan já tinha saído, mas lhe deixara um bilhete carinhoso e o café da manhã pronto. Aquelas pequenas demonstrações de carinho davam-lhe mais e mais força para ultrapassar as pequenas barreiras que insistiam em se formar ao redor de sua vida. Ela ainda não sabia que havia outra pessoa lhe querendo mal. Rowan não tivera coragem de contar nada, mas seria apenas uma omissão temporária. Logo, Faith precisaria saber o que estava acontecendo. Enquanto tomava café, ela lia as notícias pela Internet no notebook de Rowan. Cada vez que fazia aquilo, tinha medo de se deparar com alguma novidade sobre o serial killer, talvez alguma outra vítima. Após termina
Depois de recuperado da lúgubre missa em homenagem a Debra, mas ainda marcado por suas olheiras e sua morbidez, Jayce acompanhou Steve em sua visita à casa de Elmett Granger. Fizeram, portanto, o mesmo que haviam feito com Anne Palmer; mostraram-lhe o bilhete suicida de Melinda, que também o deixou bastante estupefato, e lhe perguntaram se aquela era a letra de sua ex-namorada. Mais uma vez, tiveram a constatação de que aquela caligrafia ordenada era completamente diferente da de Melinda. Contudo, sua verdadeira intenção não era essa. Sorrateiramente, enquanto Steve fazia algumas perguntas a Elmett, Jayce pegou um papel dentro de sua pasta do trabalho, com um texto manuscrito e assinado por ele. Observou-o com cuidado e o colocou de volta em seu lugar. 
Jayce acordara bem cedo, depois de rolar na cama por horas durante a madrugada, pensando na morte de Melinda e em quem poderia ter cometido aquele crime. Vários nomes passaram por sua cabeça, mas nenhum que lhe despertasse qualquer certeza. Ao menos ainda estava lutando. Mais ainda, ele se sentia vivo, embora não soubesse por quanto tempo. Com uma ideia fixa na cabeça, ele pulou da cama e correu para o telefone. Apesar de seu apartamento estar em pura desordem, ele ainda sabia o local em que havia guardado o telefone do hotel onde Melinda fora encontrada morta. Precisava falar com aquela recepcionista, que não ficou nem um pouco feliz em atendê-lo. — Aqui é o detetive Hernandez, espero que se lembre de mim — foi firme e não demonstrou nenhuma simpatia.