ViktorSeguro minha arma com firmeza e abro a porta com cautela. Petrov está logo atrás, colado em mim. Se quisermos sair vivos dessa sala, cada movimento precisa ser calculado. O corredor parece limpo. Faço um sinal para ele me seguir enquanto avanço, cortando o caminho até os fundos do salão. Os tiros ecoam à distância, cada vez mais longe.Chegamos ao último corredor. Mal viro a esquina e um italiano surge na minha frente. O instinto toma conta,se eu disparar, entrego nossa localização. Avanço, desarmo-o com facilidade, mas o desgraçado é rápido. Em segundos, saca uma faca e investe contra mim. Esquivo-me no último instante, sentindo o fio da lâmina cortar o ar ao lado do meu rosto. Ele avança de novo, feroz. Espero, atento, até encontrar a brecha perfeita,agarro seu pulso com força, imobilizo a faca e, com um movimento seco, seguro sua nuca e a trago contra o meu joelho. O impacto é brutal. O corpo dele desaba.Lanço um olhar rápido para Petrov.— Vamos.- digo Petrov ergue a arma
ISABELLAAcordamos com um susto. Felicity, minha bolinha de pelos, rosna ferozmente. Mais feroz ainda, é o grito da minha irmã:— Cala a boca, coisa pulguenta! Isabella, acorda! Vamos pra Rússia!Meu coração dispara. O mundo desacelera por um segundo. Rússia? Agora? Será que aconteceu alguma coisa com o Viktor?— Por quê, Lívia? — pergunto, a voz trêmula.— Viktor mandou mensagem. A guerra começa em três dias. Papai está negociando com a Itália pra se aliar a eles nessa batalha.Ela fala com um brilho no olhar, empolgada com sua primeira guerra como se fosse uma aventura qualquer. Me visto em segundos: camiseta preta justa, calça flexível para lutar, jaqueta de couro que esconde minhas facas e armas. As botas de salto grosso são perfeitas,confortáveis pra mim, dolorosas pra quem leva o golpe. Pego a arma que Viktor deixou comigo no cofre do meu quarto e desço.— Todos prontos? — papai pergunta, a voz firme.Todos assentem. Marcello e os dois soldados escolhidos por Viktor se posiciona
ISABELLAJá se passaram dois dias de um treino exaustivo. Meu corpo está no limite, e minha mente... essa nem mesmo nos sonhos me deixa em paz. Na última noite, Leonardo teve que me acordar três vezes por causa dos meus pesadelos. Eu, ele e Marcello viramos praticamente inseparáveis,até no treino de facas usamos uns aos outros como cobaias. Mas agora, a brincadeira acabou.É hoje.O ataque será de madrugada. Ivan avisou: Petrov reforçou a segurança da mansão. Mais soldados. Mais russos para morrer.Eu e minha irmã saímos do vestiário juntas,estamos totalmente idênticas: cabelos presos em rabos de cavalo soltos, blusas térmicas coladas ao corpo, calças flexíveis, nossas botas preferidas, e o toque final,nosso maravilhoso cintos de couro com strass, onde penduramos nossas facas e armas menores. Muito útil e de sobra muito lindo, nos deixando fabulosas!Assim que saímos, ouvimos os comentários:— Quem é quem? — pergunta um dos italianos, encarando a gente confuso.Rimos juntas.— Meninas
VIKTORTê-la de volta nos meus braços é como recuperar uma parte perdida de mim. Meu abraço é tão apertado que ela ri, quase sem ar, e se afasta só o suficiente para me encarar com aquele sorriso que me desmonta.— Tenho algo que é seu — ela diz, com os olhos brilhando.— É mesmo? — respondo com meu sorriso torto, aquele que sei que ela ama.Ela desliza a mão até o pescoço e retira a corrente com minha aliança, colocando-a de volta em mim com delicadeza.— Espero que isso nunca mais saia de você, mocinho — ela diz, fazendo um biquinho irresistível.Não consigo resistir,beijo sua boca linda, mordendo levemente seus lábios. Claro que os protestos não demoram.— Ei, a gente tá bem aqui! — reclama Oliver.— Que nojo, porra! É a minha irmã, caralho! — Otávio explode.— Você me traiu por uma piranha, seu idiota?! Tinha um harém inteiro à sua disposição — Petrov rosna,irritado.— Eu sei, chefe... Mas você não percebeu? Eu gosto tanto do senhor que resolvi casar com a sua neta — falo com um d
VIKTORJá faz uma semana desde que voltamos para Nova York. Meus irmãos deram início à reconstrução da antiga mansão, agora sob ordens firmes de Isabella e minha cunhada: querem transformar aquele lugar sombrio em um verdadeiro lar para o pequeno Ivan. E, como ninguém tem coragem de contrariar aquelas duas, os novos tios aceitaram a missão... mesmo resmungando.Enquanto isso, eu e Nikita começamos a erguer duas novas mansões no terreno da família,a ideia é simples: criar nosso próprio condomínio, no mesmo estilo do que temos em Nova Iorque . Nosso próprio império.Mas nem tudo são comemorações. Rafael anda cabisbaixo desde que Isabella contou que se mudaria para Moscou. Minha cunhada continuará em Nova York, mas passará o máximo de tempo possível conosco. Olho para ela agora, minha Bella, parada diante do espelho, avaliando o vestido prata colado ao corpo,um reflexo de pura perfeição. As curvas, a postura, a leve tensão no olhar… tudo nela me hipnotiza.Chego por trás, enlaço sua cint
ISABELLATRÊS MESES DEPOISA mansão principal em Moscou está finalmente reformada. Eu e minha irmã conseguimos concluir tudo e minha casa com Vitto já está pronta. Moramos lá há um mês, e tudo parece encaixar perfeitamente. Felicity, claro, virou dona do pátio inteiro. Ela corre livre, feliz, e tem seu quartinho todo decorado só pra ela. O melhor de tudo? Nem deu tempo de sentir saudade da família. Nosso grupo no WhatsApp vive fervendo de fofoca.Hoje, porém, estamos na minha amada Itália. O jantar de noivado do meu irmão Otávio com Mariana vai finalmente acontecer e nós vamos conhecer nossa futura cunhada.Livia e eu fomos juntas comprar nossos vestidos. Surpreendentemente, dessa vez ela escolheu algo mais… comportado. O meu? Um vermelho escuro, simples e longo. Busto quadrado, mangas levemente bufantes, cintura justa e uma saia esvoaçante que parece flutuar quando caminho. Perfeito.Minha aliança brilha discretamente no dedo. No pescoço, um colar de diamantes,presente do meu noivo,c
VIKTOREu preciso entender por que diabos eu nunca ouvi falar de um tal de Josh “melhor amigo” da minha mulher. Isabella sempre me contou sobre todas as pessoas importantes da vida dela. Todas. E esse Joshua nunca apareceu nem como coadjuvante. Será que ela também o amou? Porque, pela forma como ele olha pra ela… é óbvio que ele a ama. Será que eles já ficaram? Foram namorados? Merda. Esse pensamento só está me deixando mais furioso.Não. Se Isabella não falou nada, é porque não era importante. Ponto. Ou… porque ela escondeu de propósito.— Vitto? — a voz dela me arranca do turbilhão de pensamentos assim que sentamos à mesa reservada com nossos nomes dourados. — Fala — respondo, tentando parecer menos bravo do que me sinto.— A gente precisa conversar. Se fechar não vai resolver nada — ela fala baixo, só pra mim, com a voz que ela usa quando quer acalmar uma tempestade.Mas não adianta. A pergunta explode da minha boca antes que eu consiga respirar:— Por que caralhos você nunca me co
ISABELLAAssim que Viktor sai bufando pro banheiro, vejo Josh subindo as escadas. Me levanto e vou atrás, o coração acelerado. Conheço essa casa como a palma da minha mão,mas por algum motivo, o pai dele sempre foi um fantasma nessa casa. Paro em frente ao quarto. Bato três vezes.— Entra — ele responde lá de dentro, a voz abafada.Quando abro a porta, ele tá deitado na cama, o braço cobrindo o rosto como se quisesse desaparecer dali.— Josh...? — chamo. Ele me olha e se senta, devagar. — A gente precisa conversar.— Agora quer conversar, Isabella? — a voz dele vem carregada de mágoa.— Joshua, somos melhores amigos. Prometemos ficar juntos, sempre. Um pelo outro em tudo.jamais brigar, Lembra disso?— Promessas que perdem o valor quando você me esconde a coisa mais importante da sua vida. Caramba, Izzy. A gente é praticamente irmão! Você devia ter me contado.— Eu sei... você tá certo. Eu só queria te contar pessoalmente, sabe? Queria te ver, te abraçar, ouvir você dizendo que é uma l