VIKTORFicamos na Itália por mais três dias para comemorar o aniversário das gêmeas e do playboy do Joshua. Minha mulher estava radiante, cercada pelos irmãos, pela nova família e por mim. O brilho nos olhos dela ao ver Nikita e Ivan chegando, exigência dela e de Livia , valeu cada segundo. Arriscamos deixar o conselho no comando da máfia por algumas horas,só para vê-la sorrir daquele jeito.A despedida foi uma verdadeira choradeira. A família, mais uma vez, se divide: parte fica na Itália, parte volta pra Nova York. E eu, junto com minha mulher, meus irmãos e Aleksandr, retornamos à Rússia. Sem data de volta, pelo menos até o casamento de Otto e Mariana.Rússia — MoscouO vento frio nos recepciona assim que descemos do avião. Minha mulher se encolhe, estremecendo. Suas bochechas coram rapidamente, e eu sorrio. Puxo ela pra perto, a envolvo com meu corpo, tentando aquece-la com meu calor. Os carros já nos esperam. Entramos e seguimos para nosso novo condomínio, finalmente todo finaliz
ISABELLA— Tá, agora me explica. O que você tá aprontando? — pergunto, cruzando os braços assim que Viktor se afasta.Alek suspira, cabisbaixo.— Cunhada… sua irmã é a melhor sniper, luta, mata, dança, canta, tem carisma, é linda… ela é simplesmente perfeita. E eu? Nem bom no meu trabalho eu sou. O pouco que melhorei foi graças ao Viktor, e ainda assim, ele tava fingindo quando me treinou em Nova York. Porque já era aliado de vocês. Eu realmente… não sei o que a Lívia viu em mim.Vejo a dor na voz dele, mas também a honestidade.— Alek, minha irmã nunca amou ninguém. Nunca se encantou por alguém de verdade. Essa é a primeira vez que vejo ela assim: vulnerável, apaixonada. Você fez minha irmã, Lívia Mancini, falar em casamento... sem ela vomitar, ter um surto, ou sair matando alguém. Isso é um milagre. Você é especial pra ela. Mesmo que não se sinta assim ainda.Ele sorri de canto, com os olhos marejando.— Eu só quero ser bom o suficiente pra protegê-la.Mesmo todos sabemos que ela não
VIKTOR Estamos há horas trancados nesse maldito escritório, tentando evitar mais uma guerra. Já vimos sangue demais, perdas demais. E agora, se essa merda realmente explodir, não será três máfias contra um homem. Será uma aliança sombria, liderada por um psicopata sanguinário, com outras facções se alinhando por medo ou ganância. As perdas seriam incalculáveis. A destruição... total. Rafael, Guilherme e nós... precisaríamos de cada aliado possível. E mesmo assim, não sei se seria suficiente.— Ronaldo, seu acordo foi com Petrov. Assim que assumi, qualquer trato com aquele desgraçado morreu junto com ele. — Ivan diz, sua voz fria, firme, olhando direto para o escroto da máfia escocesa pela videoconferência.— Então você está dizendo que não tem palavra, pequeno Ivan? — Ronaldo rebate com aquele olhar que congelaria qualquer um. Qualquer um, menos a mim. Em mim, ele desperta vontade de arrancar seus olhos com minhas próprias mãos. — Seu pai fez um acordo. Melissa me foi prometida. Ela
ISABELLA— Irmã, estamos indo. Mas pelo amor de Deus, me conta isso direito. Como assim meu cunhado mandou o pau no cu do Ronaldo pro inferno?! — Livi pergunta com uma animação que beira o entusiasmo. Nem parece que é da próxima guerra que estamos falando.É assim que conseguimos nos manter conectadas: chamadas de vídeo, todo santo dia.— Ele não falou exatamente com essas palavras, Livi — reviro os olhos, sabendo que não adianta brigar com ela por estar animada com mais uma confusão. — Mas, sério, deixa isso pra lá. A gente precisa se concentrar. O Alek, seu namorado, está longe,muito longe,de estar pronto pra isso.— Relaxa, irmã. Já pensei em tudo! — diz ela, como se estivesse planejando uma viagem de férias.— Pensou no que, Livia Mancini? — sempre que ela fala assim, meu coração dá um salto. É a voz da encrenca.— Simples. Vou prender ele num baú com ventilação, jogar dentro de um avião e mandar pra bem longe dessa merda toda! — ela fala pulando pela casa, como se fosse a ideia m
VIKTOR Como minha mulher costuma chamar, os furacões Mancini e Ferrari chegaram em nossa casa. Fazendo o máximo de barulho que conseguem. Eu até poderia me irritar... e muito, sabe? Barulho, bagunça, gritos, risadas altas que mais parecem hienas… Mas ver o sorriso da minha garota, tendo a família dela aqui, com ela, não tem preço. Os olhos de Isabella brilham enquanto ela abraça o pai, vendo os irmãos, Oliver e Otávio, brincando de lutinha como se fossem crianças. Livia é a juíza, dando porrada quando ninguém escuta ela, e Owen, o fiel escudeiro de Ollie, enquanto Josh, o babaca, assume o papel de treinador de Otto. Sim, Joshua está aqui. To feliz com isso? Óbvio que não. Ele pode ser atingido pelas costas no meio dessa guerra? Não sei, quem sou eu para prever o futuro ou calcular as probabilidades. Estou sentado no banco lateral com meus irmãos, observando a luta dos gêmeos, esperando minha vez. Mas, claro, não tiro os olhos de Isabella nem por um segundo. Muito menos deixo de prest
VIKTOR Todos voltamos pra casa. Eu e Isabella nos trancamos no quarto,única forma de garantir um pingo de privacidade naquele hospício coletivo que virou nosso lar. Amo minha nova família, amo ver meus irmãos cercados de sobrinhos e minha mulher com seus irmãos pra dividir e criar o caos... mas ter todo mundo na minha casa por tempo indeterminado é demais pra qualquer um.E o pior? O babaca do Joshua escolheu justo o quarto do lado do nosso pra dormir.Seis quartos nessa mansão. Repito Seis. Mais uma sala de jogos com sofá-cama que parece uma nuvem fofinha. Temos duas salas de estar com sofás gigantes, e até uma maldita biblioteca cheia de poltronas. E mesmo assim... o imbecil do Josh escolhe o quarto colado no nosso.— Amor, vou tomar um banho rápido e depois vamos dormir um pouquinho? A Livia vai fazer a gente virar a noite naquela festa. — Isabella me arranca do turbilhão mental com sua voz doce.— Claro, meu amor. Só vou mandar uma mensagem pro Ivan e já vou com você. — dou um be
ISABELLAO treino começou brutal hoje. Eu, Livia e Aleksandr estamos num intensivão, preparando ele para a guerra contra Ronaldo e seus aliados. Eu e Livia somos os alvos. A regra é simples: ele precisa nos vencer. Minha irmã o treina na mira. Eu, na luta corporal e no combate com facas.— VAMOS, BORISOV! MAIS RÁPIDO! — grito, enquanto ele tenta me atingir com uma faca. Livi, sem dó, atira bolas de tênis na cabeça dele pra desconcentrar.— Você tá focando em desviar das bolas, amor. O alvo é a Isabella! Concentra! — Livia rosna, firme.— De novo! — ele responde, determinado, o suor escorrendo pelo rosto.Já estamos nisso há horas. O almoço passou faz tempo. A única coisa que comemos foi o café da manhã às cinco. A exaustão já tomou conta do corpo dele, mas os olhos... os olhos ainda estão em chamas. Então continuamos.— Aleksandr, seu pé de apoio tá escancarado. Você vai morrer desse jeito no campo de batalha! — rosno, irritada, a fome fazendo cada palavra sair como veneno.Mas ele nã
VIKTOR— Vai, sogrinho, mostra do que é capaz! — provoco Rafael, rindo, depois de tirar 100% no simulado de tiros.— Vai à merda, garoto! Antes de você sair das fraldas eu já era o melhor atirador, porra! — ele resmunga, visivelmente irritado com a minha pontuação.— Pois é... aí eu nasci e virei o melhor. — digo, com um sorriso debochado.Provocar Rafael é um dos meus esportes favoritos. Ele sempre cai. Mas a verdade é clara: eu sou melhor, e ele sabe disso.Ele atira. Vinte tiros, três raspam perigosamente perto dos alvos civis. Resultado: 70%. A cara dele de ódio é o melhor prêmio.— Eu avisei, Rafa. Eu sou o melhor! — digo, abrindo os braços como se tivesse acabado de ganhar uma olimpíada.— Vai pro inferno, Ivanov! — ele sai da sala pisando forte, visivelmente puto da vida.O celular vibra no bolso. Quando vejo o nome dela na tela, meu sorriso se alarga. Mal posso esperar pra contar da minha vitória. Mas quando atendo...A voz dela.Cheia de medo.A alegria evapora. Meu coração d