O fim de Abril se estendia com os últimos dias de calor, de aquele era um dia quente como o inferno. Nossa viagem seria curta, de 70 e poucos quilômetros, que mesmo feito em baixa velocidade, tinha tudo para começar e terminar no mesmo dia.
Acordamos com os primeiros raios de sol e ainda Estávamos cansados e aflitos, mas assim que o som de tiro chegou aos nossos ouvidos, um trovejar alto que deram início a um alarme de carro, qualquer resquício de sono dissipou-se de nossos corpos. Havia começado..
Mesmo assim não foi capaz de sentir confiança até que, em questão de minutos, Fábio apareceu, esgueirando-se por baixo do ônibus tombando próximo à casa de Tony. Seu rosto estava suado e respirava pesadamente, mas parecia inteiro. Podíamos somente rezar para que aquele plano garantisse que todos nós também permanecemos inteiros.
Mel, fica!Aproximei me com cuidado dividindo me em manter a postura em guarda com o bastão e mirar a lanterna. Para golpear a criatura eu precisaria abdicar da luz e somente o pensamento da escuridão era sufocante. Calculei rápido a velocidade com a qual ele se aproximava e ergui o bastão no último segundo, desferindo um golpe no escuro com toda minha força.Assim que me recuperei do baque, mirei a lanterna a tempo de ver que somente aquele golpe havia sido suficiente para deixá-lo imóvel no chão. Senti que meus braços começavam a doer, um pouco impressionada com a força que apliquei.Senti minha cabeça sendo puxada para trás por uma força descomunal que nem se quer me permitirá tempo de me recompor. Uma dor aguda perfurou minha cabeça e somente por já ter sentido algo parecido antes entendi que algo puxava uma das minha
Mel, que sem ter mãos para conseguir se segurar, estava vivendo o seu inferno rolando pela caçamba a cada feriadão brusca. A última lançará os seus 50 quilos contra mim, fazendo-me perder completamente o ar. Ouvi a inconfundível risada alta de Alex vinda do carro de trás, pensando que talvez aquela não tivesse sido a melhor das minhas ideias.Ainda que desajeitada e desconfortável, a viagem não estava sendo particularmente difícil mesmo o cachorro rolando o que já era mais do que eu poderia querer. Mesmo assim, agradeci por ela ter previsão de somente poucas horas.As piores partes acabaram quando chegamos na rodovia, depois de uma corrida constante para afastar nos das ruas fechadas da cidade, onde o barulho atraía mortos e corríamos risco de sermos cercados. Ainda assim, precisamos parar duas vezes, comigo,
No fim todos aprovaram a ideia de uma vistoria rápida, mesmo que nem todos quisessem participar. Dividimo-nos em duplas e empenhamos nossas armas novamente.Eu também quero ir. Simon falou, os olhos fixos em Carla.Como assim amor? Claro que não é perigoso demais! Sua mãe disse, nervosa e negando energicamente. Ainda é só o primeiro dia que você está aqui fora. Por enquanto esta tranquilo, mas não sabemos o que pode acontecer.Mas eu não quero só ficar aqui esperando, mãe Simon argumentou virando o rosto novamente para o asfalto.Carla não parecia propensa a aceitar aquilo, tentando explicar para Simon como era algo inconsequente perigoso, e que mesmo se concordássemos, ainda seria preciso que alguém cuidasse dele, o que poderia acabar atrasando tudo.
Você não acha que é sua culpa ou coisa assim, né? Ouvi o garoto ao meu lado quebrar o silêncio...Desviei os olhos da estrada para olhar para Elton que estava logo ao meu lado no banco da frente do Fiorino. A pastor alemão em cima dele esticava o pescoço para fora da janela.Por que a pergunta?Voltei a olhar para estrada sentindo me tensa... depois do acidente com Fábio que obrigou Tony a dar outro tiro resolvemos partir rápido temendo atrair muitos zumbis para lá. Sem muito tempo para organizar uma nova divisão apenas assumi o lugar de Alex como motorista do Fiorino mesmo que fosse um carro completamente diferente do que eu já havia dirigido e todo o peso do porta malas tornasse a tarefa ainda mais desafiadora. Limpei o suor da testa, que agora era proveniente somente do medo que eu tinha de fazer algo de errado com aquele
Tem espaço para doze loteamentos, mais uma área de recreação. Quando viemos no verão só quatro casas estavam prontas incluindo a nossa e outras duas em construção. Tony me informou...Os donos do condomínio se mudaram permanentemente para cá eles ficam na casa maior. Acho que tem chance de ainda estarem aí. Carla completou além deles os operários da construção estavam aqui nas férias. Havia jardineiros, caseiros e dois seguranças na guarita. Parece deserto, mas...Adentramos no condomínio em alerta com Mel grudada em minha perna com os ouvidos atentos. Senti saudades do meu bastão de baseball naquele momento, incapaz de me acostumar a usar somente um facão como proteção. Já havíamos matado zumbis com armas de curto alcance antes, mas era sempre prefer&ia
Assim como o gosto de sorvete ou abraço da minha avó um banho de água quente era uma sensação que eu não esperava poder sentir novamente.Podia ser uma comparação exagerada, mas no momento em que as primeiras horas quentes foram de encontro ao meu corpo cansado, eu pensei que aquele poderia ser o melhor dia da minha vida. Mesmo sabendo que não deveria demorar passei alguns segundos segundos observando o vapor embarcar o vidro sentindo me maravilhada e desenhei uma carinha sorridente nele.Era irritante sentir aquela alegria fútil ao mesmo tempo que meu cérebro ainda lutava para aceitar a perda daquele dia. Do horror em somente imaginar a dor que Fábio sentiu antes de...Não senti quando as lágrimas desceram, pois se misturaram com a água quente do chuveiro, e lavei o rosto com a espuma no sabonete, tentando me concentrar somente no cheiro inebriante de
Apesar de parecerem novos e revigorados, e da brincadeira exagerada de Guga, fingindo sofrer um ataque do coração ao ver meu cabelo novo, toda aquela sensação de tranquilidade era um pouco carregada. Nosso grupo estava a salvo, mais incompleto. E estaria assim para sempre.O clima ficou ainda mais pesado quando chegamos a nova/antiga casa de Tony, onde fomos gentilmente convidados pra uma janta feita por Carla e servida na casa de veraneio do casal. Simon, mesmo tranquilo, tinha marcas aparentes de arranhões cobrindo seus braços, e Alex nem ao menos tinha vontade de abrir a boca. Se para nós já havia sido um baque, só conseguia imaginar o que as pessoas que conviveram com o intercambista por um mês poderiam sentir.Mas aquele clima também era conhecido por mim, assim como o que acontecia a seguir: lentamente, c
Havia algo tranquilizador em poder passear novamente pelas ruas sem ter medo de morrer a cada esquina (mesmo que por ruas eu quisesse dizer os poucos metros asfaltados que dividiam as quadras do condomínio).Ainda que nuvens escuras que se formavam no horizonte anunciado que aquela seria uma noite tempestuosa, durante a tarde os raios de sol aqueceram minha pele. A grama não era exatamente verde e viva, mas a aparência das casas intocadas pelo apocalipse era nostálgica. Tudo parecia perfeito a sua própria maneira.Foram dois dias de trabalho até ali, afinal a pior parte foi limpar os corpos, com seus cheiros nefastos que quase tornavam insuportável o trabalho de carregá-los, mesmo que tenhamos enrolado-os com lençóis ou sacos de lixos. Nunca realmente nenhum de nós havia carregado uma dessas coisas por muito tempo (no máximo arrastar para fora do caminho), mas agora era um novo cen&aacut