A equipe de Isabella partiu de helicóptero para uma cidade costeira ao norte. Chegaram a noite no ponto marcado para pegar o barco. Ela estava desde cedo sem comer e começava a se sentir fraca, como se adivinhasse, Diego lhe entregou uma barra de cereais enquanto caminhavam em direção ao barco.— Eu sempre soube dos riscos e que o que fazemos é errado e perigoso, as vezes me pergunto porque aceitei participar disso e o que me vem à memória é você fazendo o possível para atingir seus objetivos. Como consegue ignorar toda parte ruim? — Diego perguntou.— É bem simples, nunca ninguém se importou comigo e agora eu sou egoísta, só me importo comigo mesma e com o que eu quero. Talvez eu esteja errada em ser assim, mas eu não ligo. É o sentimento que teve ao decidir salvar sua família, sujou suas mãos por algo importante para você.— Isso não foi egoísmo.— Foi sim, a responsabilidade era do seu pai, mas você queria ser o herói. Você tinha bons motivos, mas não pode negar que o ego falou mai
Eles chegaram à capital por volta das 11 horas da manhã, os homens que os ajudaram foram para casa, mas o casal e Diego passaram num hospital onde foi feito alguns exames em Donatello, precisaram enfaixar seu pulso devido um deslocamento, mas foi rápido e finalmente foram para a casa da avó de Isabella. Leo estava lá e todos concordaram que era mais seguro que voltar para a mansão.Porém, precisavam pegar algumas roupas e verificar se as coisas estavam em ordem. Roman ficou responsável por isso e de fato tudo estava limpo e os corpos dos homens de Catarina já não estavam mais lá. Donatello caminhava com dificuldade, mas acompanhou os dois e ouviu Isabella contar o que aconteceu.Quando chegaram na casa da avó, a primeira coisa que fizeram foi abraçar o filho, que apenas sorria alheio a tudo que tinha acontecido. Marietta abraçou a neta, esteve muito preocupada, sabia que para Isabella mandar o filho para lá, algo grave tinha acontecido e ao ver como Donatello estava, ela entendeu do q
Donatello não queria retornar, mas precisava terminar o que começou, ou seria conhecido como o don fugitivo e definitivamente ele não queria isso. Além disso, não conseguiria viver em paz sabendo que quem tentou matá-lo está vivo e poderia encontrá-lo a qualquer momento.Mesmo após horas de viagem, ele foi direto para o ponto de encontro num dos seus galpões com estoque de armas e carros. Quando chegou, todos já estavam lá, incluindo Enzo que não tinha sido convidado, ele tentou ignorar, mas não conseguiu disfarçar sua cara de insatisfação.— Don... — Roman chamou. — Ele me procurou e disse que você pediu para ele falar comigo, eu desconfiei, mas ele também é um capo então pensei que...— Pensou errado Roman, só espero que dê tudo certo. — ele desviou do capo e seguiu para a mesa improvisada no centro do galpão. — Boa tarde, senhores.— Boa tarde, Don. — responderam e um a um se levantou para cumprimenta-lo com um aperto de mãos.— Bom eu vou direto ao assunto, meu pai está vivo e é e
Pouco mais de dois anos se passaram, Isabella comemorou os dois aniversários do filho com os amigos que fez na cidade, sem notícias do que aconteceu, ela não tinha certeza se podia entrar em contato com a avó. Durante meses, ela acordava e ia até a porta esperando que Donatello fosse aparecer, mas ele nunca estava lá. Até que um dia, ela cansou de esperar, precisava aceitar que as coisas poderiam ter dado errado e apenas ele sabia onde ela estava. Era difícil e ela passou muitas noites chorando e desejando ter o poder de voltrar atrás. A vida no campo era tranquila, ela continuou cuidando da horta e tirava dali o seu sustento, planejava guardar o dinheiro que Donatello deixou para a faculdade do filho. O menino se mostrava inteligente, era curioso e simpático com todos, adorava brincar com seus carrinhos e usar os pés de repolho como bola, mesmo que Isa tenha comprado várias bolas coloridas. Os vizinhos adoravam os dois e sempre os chamava para jantar em datas especiais. Isabella ta
Donatello Puzzo chamou em seu escritório Enzo Fuzzari, algo incomodava o sr. Puzzo há uns dias e após pensar ele teve uma idéia do que fazer, mas gostaria de ouvir a opinião de seu conselheiro. — George LeBlanc pagou hoje o que me devia. — comentou calmamente, o conselheiro nada respondeu, esperando que seu chefe completasse o que dizia. — Não gosto disso, Enzo, se eu empresto um dinheiro, espero receber na data combinada. LeBlanc está rindo da minha cara há meses. — Podemos mandar um cobrador pressioná-lo no próximo pagamento, senhor. — Enzo respondeu, cruzando as pernas. — Mas soube que ele está perto de falir. — Não, LeBlanc não é confiável, quero acabar de vez os meus negócios com ele, mas um dos sócios é amigo dele e não iria gostar, isso sem mencionar Santini. Preciso de um motivo, Enzo, por isso quero que o procure e diga que se a filha dele for virgem, eu me caso com ela e em troca a dívida será quitada. Quero que garanta que ela terá uma vida de princesa, isso fará com que
O dia marcado para noite de Donatello e Amanda chegou. Flora foi levada logo cedo para o salão e recebeu um tratamento digno de realeza, mas ela sabia que tudo aquilo era apenas para que ela ficasse o mais parecida possível com sua prima. Saiu de lá com as unhas feitas, depilação completa, uma maquiagem em tons de preto e o batom vermelho que a deixou irreconhecível, por fim lhe colocaram uma peruca com enormes fios loiros como os de Amanda, modelaram e enfim ela estava pronta.— Oh! Quase posso dizer que é você, Amanda. — comentou a tia ao vê-la. — Só tem um problema, Amanda é mais baixa sem os sapatos de salto. — E você já viu a Amanda andar sem saltos? — brincou George e as duas riram, apenas Flora não viu graça alguma. Na verdade, tudo que saía da boca de seu tio era nojento para ela. Também não se importou em se olhar no espelho, sabia que aquela não era ela de verdade. — Vamos Flora, está na hora de ir até o hotel. — ela acompanhou a tia até o carro e ambas seguiram para o hot
Quando a manhã chegou, Flora percebeu que era cedo e aproveitou que ainda tinha tempo para tomar um longo banho, lavou seu cabelo com o shampoo e creme disponibilizado pelo hotel, percebendo que até isso era melhor do que o que tinha em casa. Retirou tudo que ficou da maquiagem e finalmente pôde se reconhecer no espelho, apesar de não gostar da imagem refletida. Colocou o vestido vermelho e guardou a camisola de renda na sacola em que veio. Quando ia descer para esperar o táxi que a família iria enviar, a porta se abriu e Donatello entrou sem aviso. Flora se assustou, não esperava pelo homem, pensava que aquela seria a última noite que o veria e deu um passo para trás, com medo de que ele teria voltado para puni-la. — Te levarei para sua casa apenas para que pegue suas coisas, você virá comigo. — informou ele, Flora entendeu que era uma ordem, mas não entendia o que ele queria. — Por que? — questionou. — Você será minha esposa. — respondeu e se virou saindo para o corredor. Flora
Flora não sabia até onde ia sua liberdade, mas estava genuinamente feliz. Seu quarto era grande o suficiente até para dar uma festa, a cama de casal era macia e confortável, os lençóis limpos cheiravam amaciante de roupas. Tinha um banheiro com chuveiro e banheira e um closet vazio. As roupas que trouxe jamais seriam o suficiente para encher o closet, mas no chão estava sua sacola. Ela retirou os documentos e guardou as roupas no closet, aproveitou para tirar o vestido vermelho que em nada combinava com ela e colocar uma de roupas usuais. Vestiu calça jeans e camiseta rosa, ambas peças que eram de Amanda e ficavam largas, colocou tenis All Star e desceu novamente. Se sentia estranha, não sabia o que fazer, nem mesmo se sentia parte daquele lugar. Não conhecia ninguém, não sabia onde ficavam as coisas e nem o que lhe era permitido fazer. Esperava que Branca pudesse lhe dizer. — Que roupas são essas? — ouviu a voz de Donatello atrás de si e parou de caminhar. Se virou lentamente para