O domingo tava tão lindo que liguei para as garotas e fomos ao Queens Botanical Garden, um jardim botânico no bairro de Flushing, há alguns minutos de distância daqui.
– Até agora eu não acredito que ele foi tão grosso assim. – Becca comentou revoltada.Eu contava para elas sobre a visita não tão agradável de Christian Wright-Jones enquanto observávamos sentadas na grama Betty e Chase correndo e se divertindo.
– Pois é, eu não sei como conseguir me controlar e não jogar algum objeto pesado nele.– Deveria ter jogado chica. – Gabby comentou aproveitando os raios de sol e acabamos rindo.– Aí eu seria processada amiga, ele já estava doido para fazer isso. Me ameaçou que faria caso visse alguma publicação sobre a sua família.– Eu avisei, não avisei? Que era melhor deixar isso quieto do que correr atrás.– Gabby!– Deixa Becca, ela tem razão. Eu deveria ter queimado aquelas cartas depois de ler.Mesmo não querendo admitir,
Essa semana foi infernal. Não tive tempo para nada, mal chegava em casa e tomava um banho e me jogava na cama, adormecendo imediatamente. Gabby e Becca tanto insistiram que conseguiram me convencer a ficar no Brooklyn e ir para uma balada com elas na sexta à noite. Já trouxe Chase quando vim trabalhar e deixei na casa dos meus pais, não podia deixá-lo sozinho em casa, não sei que horas chegaria no sábado. Minha mãe não gostou muito, mas ela era voto vencido. No final do expediente, Ted chamou a todos nós para brindar ao excelente trabalho da semana, os resultados foram satisfatórios. Nora teve uma ideia sensacional para a edição de sexta, o que nos salvou, e é claro que ela teve o reconhecimento merecido. Depois do brinde, fui embora e quando entrei no carro, meu celular tocou, era a Becca. Atendi e manobrei pra sair do estacionamento.– Oi doutora.– Já saiu da editora?– Saindo agora. – Ótimo, meu plantão acaba daqui a pouco também
Tentei trabalhar o resto da manhã, mas aquele assunto não saía do meu pensamento, e volta e meia meu olhar caía sobre o buquê vermelho. Fui almoçar e quando voltei, ele ainda estava lá, me deixando inquieta. Já impaciente, decidi pedir uma opinião confiável e liguei para a Becca, talvez ela me ajudasse a resolver esse conflito interno em que eu me encontro nesse momento. Quando eu estava quase desistindo, ela atendeu.– Oi amiga, tudo bem? – sua voz soou alegre.– Oi, tudo ótimo e você? Ta ocupada?– Tudo bem também, tava em uma consulta, mas posso falar agora. – Becca eu preciso de sua opinião.– Se eu puder ajudar, o que houve?– Nesse momento eu estou olhando para um enorme buquê de rosas vermelhas em cima da minha mesa de trabalho.– Quem te deu flores Jessie?! – Becca perguntou surpresa. – Christian Wright-Jones.– Oi? Espera, eu acho que nã
Christian me olhava e então ele sorriu de leve, eu não entendi qual era o motivo da graça.– Me desculpe senhorita Marshall, não pense que estou rindo de você, mas de mim mesmo. A garçonete trouxe meu cappuccino e bebi um pouco, estava uma delícia. – Eu não deveria tê-la julgado do jeito que fiz, as pessoas não são iguais. Eu estava um pouco nervoso naquela manhã e acabei descontando na senhorita, foi muito errado, e sim, eu me arrependi do que lhe disse. Fiquei surpresa em vê-lo admitindo que estava errado, homens machistas e preconceituosos dificilmente o fazem, mas eu não o elogiaria por isso.– O fato do senhor estar nervoso não significa que pode sair descontando em qualquer um. – alfinetei sorvendo minha bebida.– Eu sei disso, mas quando ouvi a senhorita falar que era jornalista e queria publicar as cartas, eu... Podemos por favor, parar com essa formalidade toda? Eu gosto muito de chamá-la de Jessie. Fiquei surpresa nova
A semana passou tranquila, sem grandes problemas. E finalmente chegou a tão sonhada sexta feira. Bateram na porta e levantei o olhar, era Grey.– Oi, entra.– Oi Jessie, eu queria sua ajuda.– Pra que quer minha ajuda?– Eu queria dar um presente pra Gabby, mas não faço ideia do que dar. Parei de arrumar minha bolsa e olhei pra ele completamente surpresa. Eu sabia que eles tavam saindo, mas já estava tão sério assim? Ela não comentou nada. – Ah a Gabby gosta de flores, chocolates.– Eu queria algo mais simbólico sabe, algo que marcasse. Quanto mais eu ouvia, mais surpresa eu ficava. Desde quando Elliot Greyson é romântico?! – Ela gosta de velas aromáticas, com cheiros marcantes. É algo que ela herdou da avó.– Velas aromáticas, legal. Valeu Jessie, te devo uma. E saiu da minha sala em esperar por resposta. Eu fiquei parada tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Peguei minha bolsa e
Forcei-me a dar um sorriso simpático, quando na verdade queria correr dali.– Boa tarde senhoritas. – Christian disse gentil.– Olá, como vai? – Betthany cumprimentou estendendo a mão. Eu me limite a sorrir e apertar a mão dele também.– Eu estou bem e vocês?– Estamos bem. – Vocês vão almoçar? – Não, nós vamos...– Vamos almoçar sim. – Betthany me interrompeu e tive vontade de lhe dar um puxão de orelha. – Mas a praça de alimentação ta lotada.– Não seja por isso, podem sentar comigo e a minha filha.– Nós adoraríamos não é Jessie? Betty se virou pra mim sorrindo e tive vontade de gritar, mas não ia adiantar. – Sim, adoraríamos. – respondi por fim e Christian abriu um sorriso lindo. Nós o seguimos até a mesa onde a menina tava sentada tomando um sorvete. – Querida essas são as amigas do papai
A semana como sempre foi corrida. Ted queria a minha supervisão para as matérias principais da revista e eu adorava isso, essa confiança que ele depositava em mim. Eu e Christian continuamos nos falando e marcamos o jantar para sábado à noite, eu estava mais que ansiosa, estava uma pilha mesmo. Contei para as garotas que adoraram a novidade. Estava terminando de redigir um artigo sobre mulheres que trabalham fora e ainda cuidam da casa quando bateram na porta. Ergui os olhos do notebook a tempo de ver a minha visitante entrar.– Hola!– Gabby! – exclamei surpresa me levantando para ir abraçá-la. – Mas que surpresa adorável!– Oi, tava passando aqui perto e resolvi subir e dar um beijo em você e no Grey. – Já falou com ele?– Já sim.–
Os olhos de Donna ficaram saudosos e percebi que ela viajava de volta ao passado, recordando suas lembranças.– Eu conheci o Tommy em um dia de domingo quando saímos da missa. Eu cresci em uma família muito religiosa e papai e mamãe sempre nos levavam todo domingo de manhã a igreja, eu e mais três irmãos. Eu tinha dezessete anos na época e já me interessava por rapazes, ia a festas e bailes, mas nunca tinha me apegado, como os jovens de hoje em dia dizem. – Você era namoradeira, diga a verdade. – Dotty comentou e não pude conter a gargalhada.– Ora cale a boca! Que culpa eu tinha de ser a moça mais bonita de toda Tribeca?– Sei. Passar um dia inteiro com aquelas duas era diversão na certa. – Como eu ia dizendo, vi Tommy em um domingo, na saída da missa. Imediatamente aqueles olhos azuis me cativaram. Lembro-me de ficar olhando pra ele e Carolyn, minha irmã
Olhei-me no espelho pela vigésima vez. Estava nervosa e ansiosa, hoje era o jantar com Christian. Praticamente passei à tarde no salão de beleza, eu queria estar perfeita para essa noite. Alisei o tecido do vestido vermelho com comprimento abaixo do joelho, ele era justo e de alças finas, com detalhe de renda no decote e no babado. Fiz uma maquiagem suave e deixei meus cabelos soltos, presos somente de um lado. Eu estava bonita, e o mais importante, me sentia bem. Peguei a bolsa carteira preta e um casaco também preto e desci. – Estou bonita? – perguntei para Chase que estava deitado no tapete da sala. Ele me olhou com aquela cara fofa e piscou os olhinhos meigos. Meu celular vibrou chegando uma mensagem, eram as meninas perguntando se eu já tinha saído de casa e me pedindo fotos do meu visual, tirei algumas e mandei. Fui até a cozinha beber um pouco de água, estava com a boca seca. Ouvi um carro estacionar do lado de fora e meu coração ac