Christian me olhava e então ele sorriu de leve, eu não entendi qual era o motivo da graça.
– Me desculpe senhorita Marshall, não pense que estou rindo de você, mas de mim mesmo.A garçonete trouxe meu cappuccino e bebi um pouco, estava uma delícia.
– Eu não deveria tê-la julgado do jeito que fiz, as pessoas não são iguais. Eu estava um pouco nervoso naquela manhã e acabei descontando na senhorita, foi muito errado, e sim, eu me arrependi do que lhe disse.Fiquei surpresa em vê-lo admitindo que estava errado, homens machistas e preconceituosos dificilmente o fazem, mas eu não o elogiaria por isso.
– O fato do senhor estar nervoso não significa que pode sair descontando em qualquer um. – alfinetei sorvendo minha bebida.– Eu sei disso, mas quando ouvi a senhorita falar que era jornalista e queria publicar as cartas, eu... Podemos por favor, parar com essa formalidade toda? Eu gosto muito de chamá-la de Jessie.Fiquei surpresa nova
A semana passou tranquila, sem grandes problemas. E finalmente chegou a tão sonhada sexta feira. Bateram na porta e levantei o olhar, era Grey.– Oi, entra.– Oi Jessie, eu queria sua ajuda.– Pra que quer minha ajuda?– Eu queria dar um presente pra Gabby, mas não faço ideia do que dar. Parei de arrumar minha bolsa e olhei pra ele completamente surpresa. Eu sabia que eles tavam saindo, mas já estava tão sério assim? Ela não comentou nada. – Ah a Gabby gosta de flores, chocolates.– Eu queria algo mais simbólico sabe, algo que marcasse. Quanto mais eu ouvia, mais surpresa eu ficava. Desde quando Elliot Greyson é romântico?! – Ela gosta de velas aromáticas, com cheiros marcantes. É algo que ela herdou da avó.– Velas aromáticas, legal. Valeu Jessie, te devo uma. E saiu da minha sala em esperar por resposta. Eu fiquei parada tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Peguei minha bolsa e
Forcei-me a dar um sorriso simpático, quando na verdade queria correr dali.– Boa tarde senhoritas. – Christian disse gentil.– Olá, como vai? – Betthany cumprimentou estendendo a mão. Eu me limite a sorrir e apertar a mão dele também.– Eu estou bem e vocês?– Estamos bem. – Vocês vão almoçar? – Não, nós vamos...– Vamos almoçar sim. – Betthany me interrompeu e tive vontade de lhe dar um puxão de orelha. – Mas a praça de alimentação ta lotada.– Não seja por isso, podem sentar comigo e a minha filha.– Nós adoraríamos não é Jessie? Betty se virou pra mim sorrindo e tive vontade de gritar, mas não ia adiantar. – Sim, adoraríamos. – respondi por fim e Christian abriu um sorriso lindo. Nós o seguimos até a mesa onde a menina tava sentada tomando um sorvete. – Querida essas são as amigas do papai
A semana como sempre foi corrida. Ted queria a minha supervisão para as matérias principais da revista e eu adorava isso, essa confiança que ele depositava em mim. Eu e Christian continuamos nos falando e marcamos o jantar para sábado à noite, eu estava mais que ansiosa, estava uma pilha mesmo. Contei para as garotas que adoraram a novidade. Estava terminando de redigir um artigo sobre mulheres que trabalham fora e ainda cuidam da casa quando bateram na porta. Ergui os olhos do notebook a tempo de ver a minha visitante entrar.– Hola!– Gabby! – exclamei surpresa me levantando para ir abraçá-la. – Mas que surpresa adorável!– Oi, tava passando aqui perto e resolvi subir e dar um beijo em você e no Grey. – Já falou com ele?– Já sim.–
Os olhos de Donna ficaram saudosos e percebi que ela viajava de volta ao passado, recordando suas lembranças.– Eu conheci o Tommy em um dia de domingo quando saímos da missa. Eu cresci em uma família muito religiosa e papai e mamãe sempre nos levavam todo domingo de manhã a igreja, eu e mais três irmãos. Eu tinha dezessete anos na época e já me interessava por rapazes, ia a festas e bailes, mas nunca tinha me apegado, como os jovens de hoje em dia dizem. – Você era namoradeira, diga a verdade. – Dotty comentou e não pude conter a gargalhada.– Ora cale a boca! Que culpa eu tinha de ser a moça mais bonita de toda Tribeca?– Sei. Passar um dia inteiro com aquelas duas era diversão na certa. – Como eu ia dizendo, vi Tommy em um domingo, na saída da missa. Imediatamente aqueles olhos azuis me cativaram. Lembro-me de ficar olhando pra ele e Carolyn, minha irmã
Olhei-me no espelho pela vigésima vez. Estava nervosa e ansiosa, hoje era o jantar com Christian. Praticamente passei à tarde no salão de beleza, eu queria estar perfeita para essa noite. Alisei o tecido do vestido vermelho com comprimento abaixo do joelho, ele era justo e de alças finas, com detalhe de renda no decote e no babado. Fiz uma maquiagem suave e deixei meus cabelos soltos, presos somente de um lado. Eu estava bonita, e o mais importante, me sentia bem. Peguei a bolsa carteira preta e um casaco também preto e desci. – Estou bonita? – perguntei para Chase que estava deitado no tapete da sala. Ele me olhou com aquela cara fofa e piscou os olhinhos meigos. Meu celular vibrou chegando uma mensagem, eram as meninas perguntando se eu já tinha saído de casa e me pedindo fotos do meu visual, tirei algumas e mandei. Fui até a cozinha beber um pouco de água, estava com a boca seca. Ouvi um carro estacionar do lado de fora e meu coração ac
O garçom veio trazer nossa sobremesa que eu escolhi, um típico doce francês, o Crème Brûlée. Eu já o tinha provado algumas vezes e com certeza era um dos meus doces favoritos.– Você comentou que a Betthany vai pra faculdade, qual curso ela vai fazer? – ele perguntou enquanto comia o doce.– Veterinária. Minha irmã é apaixonada por bichos.– Que ótimo, é uma profissão muito bonita.– Obrigada. Ela vai adorar saber disso. Terminamos a sobremesa saboreando com o vinho e continuamos conversando. Christian começou a falar sobre o casamento dele e eu podia ter pedido pra ele parar, mas eu realmente estava curiosa pra saber, apesar de jamais admitir isso. – Nós sempre fomos mais amigos que amantes no sentido da palavra. Crescemos juntos, estudamos juntos, fizemos faculdade na mesma instituição, enquanto eu fazia direito ela estudava nutrição. Parecia o relacionamento perfeito, e poderia ser
Acordei com um solzinho tímido entrando pela janela do meu quarto. Espreguicei-me e Chase subiu em cima da minha cama percebendo que eu estava acordada. – Bom dia filho. Brinquei com ele e depois fui tomar um banho rápido. Precisava ir ao mercado hoje. O aroma do café feito na hora era extremamente viciante e eu aspirei com prazer aquele cheiro. Coloquei em uma caneca e peguei torradas e requeijão levando pra mesa. Chase estava se divertindo no quintal e aproveitei pra dar uma olhada rápida no celular e repassar minha lista de compras enquanto tomava café, conferir se não estava faltando nada. Entrei no W******p e tinha várias mensagens, Betthany, as garotas, pessoal da empresa e aquele bom dia especial que colocou um sorriso em meus lábios, Christian. Bom dia, dormiu bem essa noite? Mordi uma torrada e digitei uma resposta. Bom dia, dormi bem sim, e você? Omiti a parte que eu tinha tido um sonho er
O filme foi divertido e rendeu boas risadas. Claro que aproveitamos para trocar alguns beijos, nada que chamasse muita atenção. – Quer comer alguma coisa? – ele perguntou quando saímos da sala.– Que tal irmos lá pra casa e eu preparo um lanche gostoso pra nós dois?– Ótima ideia. – disse me dando um beijo. Íamos discutindo o filme enquanto voltávamos pra minha casa. – Eu gostei da Rachel não ter ficado com o Finn e ter ido atrás do Jake. – falei minha opinião e ele me olhou erguendo uma sobrancelha. – O Finn amava ela.– Não to dizendo isso, mas o Jake é amigo de infância e sempre foi louco por ela, ela que nunca percebeu. – comentei o olhando e ele riu. – Não estou julgando, mas esse é o grande problema de muitas mulheres, às vezes o cara perfeito e apaixonado ta ali do lado e elas preferem os “embustes”. – falei fazendo aspas com os dedos.– Embustes? – Christian questionou confuso me olhando.– É