Caroline
Atualmente. Meu coração ainda acelera perto dele. Dante continua lindo, senão mais do que antes. Sinto seus olhos verdes me perscrutar, mas mantenho a postura. Temo ceder se olhar de volta. Dante me magoou demais, não apenas a mim, como a Manu e o Dominic, mas Dom o perdoou, pois é irmão dele e a Manu… bem, a Emanuele não existe, ela perdoaria conhecendo o Dominic ou não. Ela é assim, mas comigo foi diferente. Ele me fez achar que me amava e que se casaria comigo, porém do nada, Dante descobriu uma paixão louca pela Emanuele e isso acabou comigo e quase acabou com a amizade que ela e eu temos. Não posso me permitir sofrer daquele jeito de novo. Ele continua lindo, mas com certeza, continua imprevisível. — Até mais tarde, volto assim que me hospedar e avisar a mamma que cheguei — ele avisa e, hesitante, se despede e sai. — Já pode respirar, amiga! — Emanuele zomba e seu marido acha graça. — Não riam, ainda é difícil para mim, embora não pareça ser para ele. — Me sento em frente à minha amiga. — Não quero defender, é o Dante afinal de contas, mas é difícil para ele sim, Carol, Dante está pagando o preço — Dominic diz e me olha com compaixão. — Dominic! — Só estou dizendo a verdade, Raio de sol — Dom se defende. — Não é isso, por que não defenderia o seu irmão? — Ele fez burrada, agora vai ter que correr atrás do prejuízo. — Ele a serve. — É, Dante cometeu muitos erros. Mas o clima entre vocês ainda existe. Respeito se não reatarem, mas torço para que aconteça — minha amiga diz e suspira ao se mexer na cadeira. — Precisa de mais almofadas? — pergunto, pronta para me levantar. Seu marido para o que está fazendo. — Não, estou bem, não se preocupem — Manu responde um tanto aborrecida. Olho para Dominic que apenas suspira e continua o seu trabalho servindo a salada para ela. Estamos acostumados às suas mudanças de humor, ela só detesta dar trabalho aos outros. Porém, como eu não me preocuparia? Ela está nessa situação há meses, os médicos disseram que a gestação é um perigo não apenas para os bebês, mas também para ela. Ainda assim, Emanuele e Dominic decidiram levar a gestação adiante. Ela decidiu, na verdade, ele está apoiando, claro. Eu entendo, são os filhos deles. Isso é imensurável. O que me irrita é que nas primeiras consultas disseram que a placenta voltaria, não voltou e é muito arriscado que ela faça qualquer esforço, principalmente se tratando de gêmeos. Então criamos uma rotina para ajudá-los a atravessar esse problema. Felipe me deu férias e está cobrindo as fotografias da Europa sozinho. Ele é um ótimo chefe e companheiro de viagens, nos damos muito bem. Tanto que sinto falta do senso de humor e leveza dele. Começo a me servir em silêncio. — Me desculpem! — Manu solta os talheres e respira fundo, seus olhos estão marejados. — Eu só não gosto que fiquem tão preocupados, acham que não vejo o quanto estão exaustos? — Não é sacrifício nenhum, Raio de sol, fazemos isso porque amamos você e os nossos bebês. — Dominic se abaixa e pega as mãos dela. — Com certeza, e acho bom esses danadinhos obedecerem quando saírem daí! Passamos por muitas bem antes de vocês chegarem, ouviram bem? — Brinco, falando perto da barriga dela. Um movimento leve aponta que eles estão nos ouvindo muito bem. E nos emocionamos. — Ah, é claro que estão ouvindo e serão muito obedientes, não é? — ela diz, alisando a barriga. Depois olha para o seu marido e eu. — Eu sei, também amo vocês! Ao menos a situação trouxe alguma coisa boa. — O quê? — Dom e eu perguntamos em uníssono. — Dante voltou, ué! — Ela pega seus talheres e volta a comer. — Não me faça sentir ciúmes e despachá-lo para o México, Raio de sol! Ela ri. — Sabe que não existe nada disso. — Claro que sei. — Ele beija a sua têmpora e se levanta. — Preciso ir até a empresa, volto em duas horas. Tudo bem? — Pode ir em paz, o Enzo daqui a pouco chega — digo enquanto experimento a foccacia maravilhosa que Dominic fez. — Não sei se paz e Enzo cabem na mesma frase, Carol! — Ele murmura. — Dominic! — Emanuele ralha, ele sorri e sobe em direção aos quartos. Comemos em silêncio por alguns minutos, Manu continua contemplando a barriguinha linda e franze a testa algumas vezes. Sei que está incomodada, mas não digo nada. — Estou bem, Carol! Apenas preocupada, não quero que nada de mal aconteça aos meus bebês. — Ok, prometo ser menos chata. — Você não é chata, eu sou grata demais pelo que fez, agradeça ao Felipe por mim. — Ela abre um sorriso. — Ele vem para o Brasil mês que vem, talvez possa vir visitá-la e ver os bebês. — Não vejo a hora! — Ela solta um suspiro cansado. — Mas me conte, como está se sentindo com a volta do Dante? — Sobre isso, você não tem jeito, hein! Nos fez vir juntos aqui e não me avisou nada, não vem dar uma de cupido, Manu — reclamo. — Fico lisonjeada por pensar que eu mirabolei todo esse plano, mas não, eu sabia que Dante viria, só não fazia ideia de que seria aqui a sua primeira parada — ela diz com seriedade. — Ok, acredito em você, mesmo assim, não tente nos juntar. Te conheço! — Eu até gostaria de discutir com você sobre isso, mas não vou. Acho que vão se acertar sozinhos, seja para uma coisa ou outra. — Podemos não falar sobre ele, não agora? — peço e ela assente. — Para onde vai depois das férias? — Manu muda de assunto radicalmente. — Não sei, estamos esperando a revista nos enviar as informações, gostaria de visitar as pirâmides de Gizé, seria incrível fotografá-las — me empolgo. — E o Felipe, como é viajar e trabalhar com ele? — Maravilhoso! O Fê é divertido, gentil, inteligente e bonito. Gosto de trabalhar com ele porque aprendi muito. Não é apenas nós dois, temos uma equipe de cinco pessoas, são todos muito bons e gentis. — O que torna o seu trabalho mais fácil. — É, mas tem momentos que eu gostaria que fosse apenas o Felipe e eu, sabe, é mais divertido e sei lá, apenas gosto — fito o vazio e algumas lembranças da Irlanda preenchem minha cabeça. — Gosta dele? — ela manda a pergunta à queima roupa. — Sim, mas não dessa forma. — Sinto a pele do rosto esquentar. — Que forma? — Ela franze a testa, fingindo inocência. — A que você está insinuando, ora — respondo na defensiva. Manu ri. — Não insinuei nada, apenas te fiz uma pergunta inocente — Emanuele Rizzo, se existe uma coisa que você não é, é inocente. Nós duas rimos. Meu telefone começa a apitar desenfreado. — O que é isso? — Mensagens, o Enzo deve estar enchendo o grupo de bobagens de novo. — Pego o aparelho e meu sorriso morre um pouco. — O que houve? — Manu se preocupa. — O Dante está no grupo…DanteEstou no hotel, e ao fechar a porta do quarto, escuto o meu telefone tocar como louco. Me sento na poltrona e abro para ver as mensagens.Missão GêmeosDominic Rizzo Missão Gêmeos adicionou DanteEnzo:Dante?Matteo:É o que parece…Filippo:Qual é o problema, não é nosso irmão também?Enzo:Nenhum, só não entendi, ele está nos Estates,não quer saber da família.Vicenzo:Não diga bobagens, Enzo.Enzo:Menti? Cadê ele agora? E o Dom? Que joga a bomba e sai correndo.Filippo:O Dom tem mais o que fazer, e você já chegou na casa deles para ajudar a Manu?Enzo:Estou a caminho. Já que o Dante está no grupo, cadê ele que não fala nada?Eu:Estou aqui, Enzo.Matteo:Aqui é meio vago, né?Eu:Acabei de chegar ao Brasil, fui ver a Manu e o Dom primeiro,Depois passei na mamma.Filippo:Bem-vindo de volta, mano!Eu:Obrigado, Pipo!Matteo:A Carol já sabe que você voltou?Enzo:Pois é, ela está no grupo…Carol:Gente, fala sério! Não tem problema nenhum o Dante estar no grupo, est
Dante Todos os dias me faço a pergunta que Vicenzo pediu para fazer quando acordasse, e eu ainda não tenho a minha resposta, até hoje. Por essa razão eu fugi, era demais ver a Manu e Carol e não sentir nada. Pensei que desaparecer seria uma ótima saída daquela situação desagradável.Nossa história foi uma grande bagunça! Manu e eu nos tornamos amigos, depois eu me apaixonei por sua melhor amiga, Caroline, porém, quando estava prestes a me casar com a Carol, Manu e meu irmão inventam um noivado falso que se torna real.... aquilo mexeu comigo e notei que sentia algo mais do que amizade pela Emanuele... Agora, parado na sala da casa da Manu e do Dom, vejo os dois juntos, atravessando o momento complicado que estão vivendo, conseguindo ser cúmplices, e acima de tudo, conseguindo sorrir juntos. Isso me faz ter apenas uma certeza, ela nunca foi para mim e não me sinto tão mal em reconhecer isso…, não muito. Fui tão idiota, tão imaturo que me envergonho de estar aqui, mas estou porque o m
DanteDia em que conhece a Manu.— Eu quelo papai! — Escuto a minha sobrinha, Giovanna, pedir ao meu irmão uma boneca que passa em um comercial de televisão, durante o almoço na casa dos nossos pais.Vicenzo apenas sorri, meu irmão ainda anda entristecido depois da perda da minha cunhada, Antonella. Foi uma perda horrível para toda a família. Antonella se foi após uma batalha contra o câncer e deixou meu irmão e a Gio.Desde então, é difícil para ele, temos a nossa família que o apoia em tudo, no entanto, sei que mesmo escondendo a sua dor, Vicenzo ainda sofre com a ausência da esposa.Bato levemente no seu ombro.— Pode deixar que eu compro a boneca — falo e Vicenzo ergue a sobrancelha.— Eu não faria isso se fosse você! — Ele olha de novo para Gio que agora brinca com a Paola, nossa irmã caçula.— Por que não? Ela pediu com aqueles olhos brilhantes, como consegue negar algo para ela? — Cruzo os braços.Meu irmão ri alto.— Que coração mole, você esconde ele bem, hein! — Ele dá uma
DanteAo sair do shopping, ligo para Vicenzo, vencido. Meu irmão gargalha às minhas custas e diz para eu ligar para o Dominic, a boneca é italiana e lá não é tão popular quanto por aqui.Tenho uma ideia imediatamente, só preciso pedir ao meu irmão mais velho para mandar duas bonecas e não apenas uma.— Por que quer duas do mesmo modelo, Dante? Vai presentear outra criança? — ele pergunta quando ligo para pedir.— Isso não importa, apenas saiba que é imprescindível que mande duas, o quanto antes, por favor, Dom!— Imprescindível?! O que está tramando, hein?! Certo, se eu for para o Brasil, levo, caso não, mando como encomenda, vai chegar antes do Natal — ele responde tranquilamente.— Não, mano! Mande o quanto antes, preciso mesmo dessas bonecas aqui, as duas e mande para a minha casa — insisto e meu irmão suspira.— Ok, Dante. Deve chegar em dois dias, no máximo.— Perfeito, quando você volta?— Não sei, estou esperando a Lívia decidir se vai ou não passar o Natal aí comigo, porém,
Dante Atualmente. — Dante… Dante! — Dom me sacode pelos ombros. — Oi, o que foi? — digo, atordoado. — Eu é que pergunto, está com aquela cara… — Dom abre um sorriso. — Que cara? Do que está falando? — Olho ao redor e vejo que Manu não está mais ali, provavelmente, subiu com a Carol. — A mesma da qual nossos irmãos me acusaram de fazer quando eu olhava para a Emanuele. — Ele caminha até a cozinha da casa. A casa deles é ampla e clara, os móveis são simples e modernos. A sala é ligada à cozinha, e sei que Dom pensou nisso por conta do tamanho da nossa família que dobrou depois que ele e Manu se casaram. — Quer comer alguma coisa? Sei que chegou hoje de viagem — ele oferece. — Fiz uma foccacia de alecrim e cebola, a preferida de Raio de sol. — É, eu sei. Aceito um pedaço, estou faminto. Me sento no banco à sua frente, me apoiando na bancada de mármore claro. Ele retira a perfumada foccacia do forno e nos serve, pegando um vinho da safra da família para acompanhar. — A Carol e
Caroline Momento em que conhece o Dante Corro ao sair de casa após mais uma discussão com a minha mãe. Confesso que estou farta dessa situação e no momento, a minha falta de emprego não ajuda. Eu preciso trabalhar para conseguir alugar uma kitnet, apartamento ou qualquer coisa que dê para ficar que não seja perto dela. Nosso relacionamento nunca foi muito bom e depois do fim do meu noivado, só piora. Só a Manu para me fazer sair no meio da semana para me mostrar o seu dentista. Minha amiga tem um enorme apego a esse amigo dela, mas ao que tudo indica, o relacionamento é de amizade apenas. Ela diz que o consultório é lotado e de modelos, já que o tal dentista é um homem lindo… Suspiro e sigo até a praça onde marcamos, ela está me aguardando em seu carro que ela não se desfaz de jeito nenhum. Aquilo parece que vai se desintegrar a qualquer instante. — Oi, desculpe o atraso, amiga! — Entro e afivelo o cinto. — Não se preocupe, lá é lotado, vamos chegar a tempo. Manu dá a partida