01-09 Sábado
Ao chegar à universidade para encontrar Benjamin, meu coração ainda estava pesado com tudo o que havia acontecido nas últimas semanas.
Ele me convidou para apoiá-lo em uma palestra, e eu estava grata pela oportunidade de me distrair um pouco da confusão em que minha vida se tornou.
Me acomodei na plateia e logo avistei Benjamin subindo no palco, junto com seu professor e outros alunos.
Seu rosto se iluminou ao me ver ali, o que trouxe um pequeno sorriso aos meus lábios. No entanto, esse sorriso desapareceu quando ele começou a falar sobre o tema da palestra: violência doméstica.
Sem saber bem como responder, dei um passo para o lado, permitindo que ele entrasse. Fechei a porta atrás de nós, sentindo-me estranhamente nervosa com sua presença ali dentro.一 O que você está fazendo aqui? - perguntei, tentando controlar a turbulência de emoções que se agitava dentro de mim.Christian olhou ao redor, como se estivesse buscando por algo, antes de voltar seu olhar para mim.一 Eu preciso falar com você. - ele disse, sua voz soando séria e determinada.Minha mente começou a girar com possibilidades do que ele poderia dizer, mas eu estava despreparada para o que viria a seguir.Respirei fundo, tentando manter a calma enquanto me movia em direção à cozinha para pegar um suco para Christian. A ideia de tê-lo ali, na minha sala de estar, mexia comigo de uma maneira que eu não conseguia entender completamente.Quando voltei com o suco, ele estava sentado no sofá, parecendo um tanto desconfortável, como se estivesse fora de lugar naquele ambiente modesto.Entreguei o copo
Depois de esclarecer as coisas para Christian, ele não me procurou mais. Continuei fazendo o meu trabalho e o que ele tinha para resolver, ia atrás de Marissa. Por um momento achei bom, mas não podia mentir ao dizer que isso não me incomodava. Até hoje, tento entender porque sinto essas coisas, sendo que ele apenas me menosprezou desde o início. Não posso me amolecer apenas porque ele começou a agir um pouco melhor. Thomaz era o melhor homem do mundo para mim antes de começar a ser o meu pesadelo. 04-09 TerçaCheguei no estúdio de luta de Alex e o encontrei sentado em um dos bancos, encarando o celular com uma expressão preocupada. Me aproximei, chamando a sua atenção. Ele guardou o aparelho e me ofereceu o sorriso lindo de sempre. 一 Tudo bem? Você parecia um pouco preocupado enquanto olhava o celular. 一 Está tudo bem, são só algumas pendências sobre a instituição, mas vou conseguir resolver. - Ele veio me abraçar e eu retribui, sentindo o seu perfume masculino. 一 Se precisar d
ChristianQuando estava prestes a ir embora, meu celular vibrou com uma mensagem e ao ler, vi que era Marissa, dizendo que estava me esperando no seu apartamento.Respirei fundo, sabendo que teria que agir conforme planejei, mas que minha paciência para aguentá-la não estava crescendo e sim diminuindo.一 Marissa? Continua se encontrando com ela?Ergui o olhar, vendo a confusão de Alex, já que eu tinha dito a ele que não me encontraria mais com Marissa.Ainda não contei ao meu amigo que o gravador na minha sala, encontrado por Ariel, foi obra de Marissa, que as digitais dela
Rapidamente coloquei os papéis nos braços de Ariel, sentindo uma mistura de emoções e principalmente raiva de mim mesmo.一 Obrigada. - Ariel sussurrou, seguindo em frente e eu logo atrás dela, não conseguindo desviar meus olhos do seu corpo pequeno, mas bem distribuído.Ao chegarmos no corredor que levava a minha sala, meu olhar foi imediatamente atraído para Marissa, que estava sentada em sua mesa, parecendo surpreendida com a minha entrada.No entanto, foi a expressão furiosa de Ariel na direção de Marissa que realmente chamou minha atenção. Nunca a vi tão enfurecida antes, e a maneira como ela bateu a porta com força ao entrar na sala me deixou
ArielEu estava sentada na sala, ainda tentando processar o elogio de Vitória e o reconhecimento que recebi durante a reunião. A sensação de satisfação era diluída pela presença opressiva da situação com Christian e Marissa. Enquanto tentava focar nos documentos à minha frente, a porta se abriu abruptamente, anunciando a entrada de Christian.Seu olhar gélido encontrou o meu, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha. Era o mesmo olhar repleto de raiva que ele costumava me lançar antes, quando as coisas entre nós eram tensas. Uma sensação familiar de desconforto e medo começou a se apoderar de mim, e instintivamente, me encolhi um pouco na cadeira, tentando me proteger daquela intensidade.
Eu observei ansiosamente enquanto Christian inseria o pen drive no computador, sentindo um nó se formar em minha garganta. Não sabia o que esperar, mas meu coração acelerou quando vi sua expressão se tornar séria ao examinar os arquivos.Sua voz soou firme quando ele se virou para mim, exigindo uma explicação. 一 O que é isso? Por que você está com isso?Engoli em seco, me sentindo cada vez mais desconfortável com a situação. 一 Eu já disse, Christian. Eu só peguei os documentos na minha mesa que Marissa deixou e o pen drive estava em cima deles. Eu pensei que fosse dela. - expliquei, tentando manter a calma.No entanto, Christian não parecia convencido. Seus olhos estavam cheios de desconfiança e raiva quando ele se aproximou de mim, tirando o pen drive com força do computador. Seu olhar penetrante me fez recuar instintivamente, sentindo-me assustada com sua reação intensa.一 Por que está mentindo e jogando a responsabilidade em Marissa? Acha que sou idiota?Sua voz, tão autoritária
一 Ariel.. Você está com muita febre, tem que ir ao hospital. - A voz dele parecia aflita. 一 O que… você está fazendo aqui? - Senti ele tocando minha bochecha de uma forma tão delicada que mais parecia um sonho. 一 Jessica me disse que você amanheceu com muita febre e que estava sozinha aqui… eu… não podia te deixar sozinha desse jeito. Vamos ao hospital. 一 Eu… já tomei um remédio agora a pouco e… como você entrou aqui? Por que… está aqui?Christian ficou em silêncio, preferindo não me responder. Minha mente estava uma confusão e eu acreditava ser por causa da temperatura elevada do meu corpo. Ele colocou o termômetro e murmurou um 39°c , reclamando que a febre não estava diminuindo e em como eu era teimosa em não ir ao hospital. Ele então se afastou e ouvi baixinho sua conversa ao telefone, mas não entendia suas palavras. Ele então saiu do quarto e não voltou mais, foi quando me convenci de que foi apenas uma ilusão da minha cabeça. 一 Ariel… Ouvi sua voz novamente, mas agora eu
Nova YorkJunho, 16 Cheguei em casa e me joguei no sofá, sentindo uma vontade de chorar e gritar para todos ouvirem. A pressão no meu peito era insuportável. — Amiga, aconteceu alguma coisa? — Jéssica, minha melhor amiga, perguntou, se aproximando com a expressão preocupada. Levantei o rosto, vendo-a terminar de arrumar o cabelo antes de voltar ao trabalho.— Fui demitida. — A resposta saiu como um sussurro, quase um lamento.A expressão de curiosidade de Jéssica se transformou em susto. Ela calçou os saltos e se sentou ao meu lado no sofá, com um olhar preocupado.— Foi o seu chefe? — Ela perguntou, a voz tremendo. — Sim. — Respirei fundo, sentando-me. — Ele disse que se eu não cooperasse com ele, iria me demitir. E quando ele veio com aquelas mãos imundas na minha perna, eu não aguentei e gritei, chamando a atenção do escritório inteiro. — Ele tocou em você? — A raiva dela era nítida.— Não deu tempo. Eu levantei e saí. Mas ele me alcançou e disse uma coisa que eu já sabia.— O