Stavri observa com atenção, notando a sinceridade na voz de Gerônimo, e troca um olhar com seu marido, que parece suavizar-se diante das palavras do jovem.
—A única coisa que posso prometer é que farei tudo o que estiver ao meu alcance para mantê-la a salvo e feliz —afirma Gerônimo—. Sei que isso não muda o passado, nem apaga meus erros, mas estou disposto a fazer o que for necessário por ela. Ela é minha família agora.O Greco baixa um pouco a guarda, compreendendo o peso das palavras do jovem Garibaldi. As rivalidades entre famílias mafiosas não são assuntos menores, mas agora eles são família.—Você sabe quem te armou essa cilada? —pergunta o Greco novamente.—Acho que são os homens de Jarret, o ex da Cristal —responde, olhando para seu sogro—. Digo isso porque eram parecidos com os que estavaJarret sorri enigmaticamente enquanto assegura que os Garibaldi são apenas fama, e ele verá. Ele os conhece e os estudou muito bem.—Se os estúpidos dos seus homens tivessem seguido minhas ordens, a essa altura Gerônimo Garibaldi seria história —diz com raiva contida.—O que você pensa em fazer? Você tem um plano? —pergunta o segundo, percebendo que não conseguirá mudar a ideia do chefe.—Eu sempre tenho um plano —responde, olhando pelo retrovisor, sem ver ninguém—. Você se esqueceu da noiva de Gerônimo. Tenho certeza de que ela me ajudará a sequestrar Cristal.—Você sabe, mas não acho que seu pai Vittorio ficará feliz ao ver o carro que enviou para seu irmão —observa o segundo, olhando para a estrada.—Mas meu irmão ficará, e muito em breve papai será história
Fabrizio desligou e ligou para o doutor Rossi, que atendeu imediatamente. Ele o colocou a par da situação e garantiu que resolveria tudo com o Don da Cosa Nostra. No entanto, chamou vários de seus homens para que guardassem o quarto de Gerônimo enquanto entrava em contato com o Greco.A cada ação, Fabrizio se aprofundava mais no perigoso emaranhado de seu mundo. A proteção de Gerônimo era sua prioridade, e a segurança de Cristal não ficava para trás.—Olá, Fabrizio —saudou o Greco, estendendo a mão.—Yiorgo, preciso da sua ajuda —disse Fabrizio enquanto estreitava a mão dele—. Os mãos negras da Cosa Nostra querem seu genro e temo que tentem capturar sua filha. Você tem um bom esconderijo onde colocá-los?—Um esconderijo? —perguntou o Greco, preocupado.—Sim, eles têm seguido Gerô
Nesse momento, as sombras de suas preocupações pareciam se dissipar; seu amor era tão grande e puro que parecia que podiam conquistar tudo.—Mas, querido, olha, você está todo enfaixado, e quando eu durmo, sempre acabo em cima de você. Você me acostumou muito mal —Cristal fez bico enquanto o censurava.—Não fiz isso; eu gosto que você durma em cima de mim, querida —e colocou a cabeça entre os seios de Cristal, que ficou completamente vermelha.—Não faça isso, querido! —exclamou, tentando se afastar.Apesar de querer continuar com essa intimidade, Cristal sabia que não podiam fazer isso enquanto ele estivesse ferido. Gerônimo, ainda sentado na cama, não permitia que Cristal, que estava entre suas pernas, se afastasse.—Por que não? —perguntou, voltando a enterrar o rosto no peito dela—. Você &ea
O doutor Luigi, com a ajuda de Enzo, rapidamente começou a examinar Cristal, com o rosto cheio de concentração e preocupação.— Não, tio, revise-a aqui mesmo. Céu, amor, Céu, acorde — chamou Gerônimo, aterrorizado pela primeira vez em sua vida, fazendo todos olharem para ele.Luigi guardou silêncio diante do olhar de terror de Gerônimo e, com a ajuda de Enzo, procuraram entre a espessa cabeleira de Cristal até encontrar uma leve ferida. O tempo parecia ter parado. A família permanecia imóvel, esperando, temendo.O profundo amor que unia Gerônimo e Cristal sublinhava a urgência de cada segundo que passava, enquanto Luigi atendia Cristal com a dedicação própria de alguém que sabia que cada vida era preciosa e única.— Não é nada, a bala só a roçou — disse finalmente —.
O burburinho em frente ao luxuoso hotel dividia-se entre murmúrios, risos e exclamações, mas nada, absolutamente nada, podia competir com a imagem de uma mulher vestida de noiva a correr descalça, com as saias do seu vestido enroladas nas mãos. O seu longo véu voava no ar enquanto ela virava a cabeça para trás para ver se estava a ser perseguida, enquanto a sua mente lhe repetia uma e outra vez que devia escapar, devia fugir agora ou não iria conseguir! —Pára, amor! Pára…! Vou contigo, amor, vou contigo…! —gritou com todas as suas forças. As suas palavras cortaram o ar como um impacto direto no peito de qualquer pessoa que a ouvisse. Era um grito de socorro, um apelo que parecia conter toda a força de quem tenta salvar a sua vida ou... recuperar algo que não quer perder. —Não me deixes…! Não me deixes…! Não me casarei com outro que não sejas tu…! —gritou novamente, rompendo a monotonia do lugar—. Amo-te! Amo-te! Espera por mim! A multidão, que a princípio mal prestou atenção,
A claridade da janela faz com que abra os olhos. Está sozinho no hotel que reservaram no dia anterior para a celebração da sua graduação, sem saber como regressaram nem a que horas. —Raios! Por que tive de beber tanto ontem? A minha cabeça está a matar-me —diz, enquanto procura na mala por um analgésico. A ressaca é muito forte, mal se lembra de nada. Após tomar o comprimido, dirige-se à casa de banho e entra no duche, deixando que a água bem fria o ajude a despertar. Passado algum tempo sente-se um pouco melhor. Sai e começa a preparar-se para fazer a barba, quando algo no seu dedo chama a sua atenção. Sim, é um anel de casamento. E as imagens da mulher mais bonita que viu na sua vida a dizer-lhe “Sim, aceito”, numa cerimónia de casamento, chegam à sua mente. —Com quem raio me casei?! —pergunta desesperado, gritando a plenos pulmões enquanto sai a correr da casa de banho. Procura respostas enquanto revira a cama, só para garantir, mas não, não há ninguém nela. Sai disparado pel
O peso do vestido é a primeira coisa que sente antes de abrir os olhos. A seda roça a sua pele e o corpete aperta-lhe a cintura. Não precisa olhar para saber que ainda o está a usar. O seu corpo está rígido, como se o tecido fosse uma prisão que lhe nega o fôlego. A cabeça parece prestes a explodir, tamanha é a dor intensa que parece impossível de suportar. Abre os olhos e a claridade faz com que os feche de imediato, soltando um leve gemido. Tenta novamente, desta vez com mais calma, até que a sua visão começa a clarear. Olha à sua volta e reconhece o lugar de imediato: o seu pequeno apartamento número dois. Esse refúgio secreto que o seu irmão lhe comprou há tempos, para aqueles momentos em que tudo desmoronasse e precisasse desaparecer. Como é que vim parar aqui? A pergunta ecoa na sua mente confusa enquanto tenta reorganizar as suas últimas memórias. Senta-se na beira da cama, com a cabeça entre as mãos, tentando encontrar algum alívio. —Meu Deus, como dói a minha cabeça! —e
Cristal leva uma mão à boca, lutando para controlar o tremor que ameaça denunciá-la. Introduzi-lo na minha família? A sua mente tenta processar o que ouve enquanto o diálogo avança cada vez mais descarado. —Foi uma sorte descobrires que ela era sobrinha do chefe daquela organização em Roma —continua Jarret com tom triunfal—. Percebeste? Eles têm um grande território, Estela. É exatamente o que preciso para me consolidar! —Sérgio, se o teu pai descobrir isto, vai voltar a castigar-te —adverte Helen com doçura, como se quisesse protegê-lo de si mesmo—. Não te lembras do que ele te fez da última vez que cometeste uma loucura por outra rapariga? Não te basta ficarmos juntos? —Não me importa o que ele me fez! —rosna Jarret, já sem um pingo de controlo—. Todos eles mereceram! Rejeitar-me, a mim?! A mim?! Sabes quem eu sou? Não quero saber do que dizem ou pensam. Cristal sentia que o chão se desfazia debaixo dos seus pés. Cada palavra que saía da boca de Jarret era como uma faca a cr