Coral ficou olhando para Maximiliano, pensando em como expressar o que tinha em mente, enquanto ele continuava fazendo o que estava.
—Obrigada —ele parou, hesitando antes de continuar e baixou a voz—. Se por acaso acontecer comigo o que aconteceu da última vez, ligue para Vicencio. Vou deixar o telefone com o número dele aqui; já disse a senha da porta. Não se preocupe, ele é muito sério.—Não se preocupe e durma tranquila —respondeu ele, caminhando em direção à porta do quarto—. Você quer um copo de leite morno?—Não, nunca bebo nada antes de dormir —respondeu ela.—Vou trazer, isso pode te ajudar a dormir melhor. Eu sempre tomo um —respondeu ele, decidido a ajudá-la a descansar.Coral o viu sair do quarto e, sem saber por quê, ficou nervosa. Na verdade, achava Maximiliano um homem muAo terminar, viu como chegavam Maximiliano com seus homens e Coral com Vicencio e outros caras, todos vestidos de preto e correndo.—Você o pegou, Filipo? —perguntou Coral.—Era apenas um mensageiro —explicou Filipo enquanto se preparava para entrar em seu carro, mas virou-se para dizer—. Mas, se quiserem, podem me acompanhar na caça.—Filipo —saudou Maximiliano, que havia ficado para trás conversando com Cristal, pedindo a ela que não saísse do quarto.—Maximiliano —respondeu Filipo friamente.—A rata a que você se refere é Jarret? —perguntou Maximiliano.—Sim, o Darío já o localizou; eles estão saindo de Roma —contestou já ao volante de seu carro. —Vocês vêm?—Então, o que estamos esperando? Vamos! —respondeu Maximiliano, fazendo todos correrem de volta
Todos olham com incredulidade para o Greco, que continua dizendo que Coral havia deixado Luciano em ridículo na escola porque ele puxou seu cabelo e acreditou que poderia zombar dela porque estava sozinha, sem seus irmãos. Isso fez com que Fabrizio, ao ouvi-lo, olhasse para Carlos furioso.—E o que isso tem a ver com Leonel? —interroga Carlos irritado, incapaz de acreditar que estão falando mal de seu melhor amigo.Carlos se sentia desorientado, como se de repente o chão sob seus pés tremesse. A ideia de que Leonel pudesse ter motivos ocultos ao aconselhar sobre a educação de Coral perturbava profundamente seus pensamentos. Leonel havia sido mais que um amigo; quase um irmão em quem ele havia depositado sua confiança.—Bem, Eurípides, meu sócio, é o pai de Luciano. Foi ele quem chantageou Leonel dizendo a todos vocês sobre seu vício em jogos —disse
Gerônimo a apertou forte, assegurando que tinha muitos homens que cuidavam dele. Ele prometeu que nunca mais andaria sozinho para que o que aconteceu hoje não se repetisse.—Você não precisa se preocupar, meu céu —prometeu, beijando sua testa—. E assim que eu sair, enfrentarei seu pai. Nós viveremos juntos à vista de todos. Vamos nos casar como deve ser, meu céu.—Não podemos nos mudar para outro país que não seja a Itália, onde ninguém me conheça? —perguntou ela, buscando escapar desse mundo que a aterrorizava.—Se isso é o que você quer, faremos —respondeu Gerônimo—. Mas não me faz feliz viver longe da minha família. Mesmo assim, estou disposto a fazer qualquer sacrifício.—Sacrifício, amor? —perguntou ela, vendo uma grande tristeza no olhar do marido.
O burburinho em frente ao luxuoso hotel dividia-se entre murmúrios, risos e exclamações, mas nada, absolutamente nada, podia competir com a imagem de uma mulher vestida de noiva a correr descalça, com as saias do seu vestido enroladas nas mãos. O seu longo véu voava no ar enquanto ela virava a cabeça para trás para ver se estava a ser perseguida, enquanto a sua mente lhe repetia uma e outra vez que devia escapar, devia fugir agora ou não iria conseguir! —Pára, amor! Pára…! Vou contigo, amor, vou contigo…! —gritou com todas as suas forças. As suas palavras cortaram o ar como um impacto direto no peito de qualquer pessoa que a ouvisse. Era um grito de socorro, um apelo que parecia conter toda a força de quem tenta salvar a sua vida ou... recuperar algo que não quer perder. —Não me deixes…! Não me deixes…! Não me casarei com outro que não sejas tu…! —gritou novamente, rompendo a monotonia do lugar—. Amo-te! Amo-te! Espera por mim! A multidão, que a princípio mal prestou atenção,
A claridade da janela faz com que abra os olhos. Está sozinho no hotel que reservaram no dia anterior para a celebração da sua graduação, sem saber como regressaram nem a que horas. —Raios! Por que tive de beber tanto ontem? A minha cabeça está a matar-me —diz, enquanto procura na mala por um analgésico. A ressaca é muito forte, mal se lembra de nada. Após tomar o comprimido, dirige-se à casa de banho e entra no duche, deixando que a água bem fria o ajude a despertar. Passado algum tempo sente-se um pouco melhor. Sai e começa a preparar-se para fazer a barba, quando algo no seu dedo chama a sua atenção. Sim, é um anel de casamento. E as imagens da mulher mais bonita que viu na sua vida a dizer-lhe “Sim, aceito”, numa cerimónia de casamento, chegam à sua mente. —Com quem raio me casei?! —pergunta desesperado, gritando a plenos pulmões enquanto sai a correr da casa de banho. Procura respostas enquanto revira a cama, só para garantir, mas não, não há ninguém nela. Sai disparado pel
O peso do vestido é a primeira coisa que sente antes de abrir os olhos. A seda roça a sua pele e o corpete aperta-lhe a cintura. Não precisa olhar para saber que ainda o está a usar. O seu corpo está rígido, como se o tecido fosse uma prisão que lhe nega o fôlego. A cabeça parece prestes a explodir, tamanha é a dor intensa que parece impossível de suportar. Abre os olhos e a claridade faz com que os feche de imediato, soltando um leve gemido. Tenta novamente, desta vez com mais calma, até que a sua visão começa a clarear. Olha à sua volta e reconhece o lugar de imediato: o seu pequeno apartamento número dois. Esse refúgio secreto que o seu irmão lhe comprou há tempos, para aqueles momentos em que tudo desmoronasse e precisasse desaparecer. Como é que vim parar aqui? A pergunta ecoa na sua mente confusa enquanto tenta reorganizar as suas últimas memórias. Senta-se na beira da cama, com a cabeça entre as mãos, tentando encontrar algum alívio. —Meu Deus, como dói a minha cabeça! —e
Cristal leva uma mão à boca, lutando para controlar o tremor que ameaça denunciá-la. Introduzi-lo na minha família? A sua mente tenta processar o que ouve enquanto o diálogo avança cada vez mais descarado. —Foi uma sorte descobrires que ela era sobrinha do chefe daquela organização em Roma —continua Jarret com tom triunfal—. Percebeste? Eles têm um grande território, Estela. É exatamente o que preciso para me consolidar! —Sérgio, se o teu pai descobrir isto, vai voltar a castigar-te —adverte Helen com doçura, como se quisesse protegê-lo de si mesmo—. Não te lembras do que ele te fez da última vez que cometeste uma loucura por outra rapariga? Não te basta ficarmos juntos? —Não me importa o que ele me fez! —rosna Jarret, já sem um pingo de controlo—. Todos eles mereceram! Rejeitar-me, a mim?! A mim?! Sabes quem eu sou? Não quero saber do que dizem ou pensam. Cristal sentia que o chão se desfazia debaixo dos seus pés. Cada palavra que saía da boca de Jarret era como uma faca a cr
Como é que tudo se complicou tanto assim? Estava à espera que Guido trouxesse o carro, alguém lhe disse que o estavam a chamar, e viu aquela rapariga lindíssima, que o tinha beijado no casamento dos seus primos, na casa do tio Rossi, em Roma, e com quem esteve a sonhar durante todo o último ano. Que loucura é esta? Como é que posso ter casado com ela se nem a conheço? E, se realmente casei, onde é que ela se meteu? Por que não está aqui comigo? Olha para o anel no seu dedo. De onde saiu este anel que me serve? Por que é que ela tinha anéis de noivado com ela? Talvez não seja nada, Gerónimo, tens de te acalmar. Pode ser que tenhamos apenas simulado o casamento e tudo seja mentira, que eu não esteja casado. Sim, deve ser isso. Como é que me casaria num iate? Foi só uma bebedeira, e ainda há a possibilidade de ser uma piada dos meus primos. Com esse pensamento vai-se tranquilizando. De certeza que tudo isto não passou de uma brincadeira de bêbedos, ou talvez uma partida dos seus prim