Anastasio engoliu em seco, ciente de que qualquer palavra mal dita poderia custar caro diante do temperamento impaciente do Greco. No entanto, sabia que seu dever o obrigava a falar, independentemente das consequências.—O senhor me pediu para vigiar seus filhos Maximiliano e Agapy —começou a falar com hesitação.—Sim, aconteceu algo com eles? —perguntou imediatamente o Greco ao ouvir o nome de seus filhos.—Bem…, não com eles precisamente. É sobre o Garibaldi —disse, muito sério.—Qual deles? —O Greco bateu na mesa, furioso; odiava essa maneira de falar do seu segundo, à conta-gotas.—Gerônimo, chefe —respondeu Anastasio e explicou—. Ontem à noite, os homens de Jarret armaram uma emboscada e quase o mataram; ele ficou gravemente ferido e foi mandado para o hospital dos Garibaldi. Maximiliano e Agapy correram para lá, e ela ainda não saiu do hospital. Maximiliano, por outro lado, voltou para seu apartamento com uma garota.O Greco olhou para ele em silêncio, sua mente atormentada por
Anastasio olha para seu chefe enquanto nega com a cabeça, assegurando que não colocaram novamente microfones e que todos os vidros instalados nas janelas impedem de ouvir algo.—Acho que é hora de esclarecermos tudo com os Garibaldi —diz finalmente.—Está bem. Retire-se e não esqueça de mandar cuidar do hospital dos Garibaldi; não quero que algo aconteça à minha filha —disse pensativo—. Uma última coisa, você conseguiu localizar o tal Jarret?—Ainda não, chefe, mas estou perto —respondeu enquanto se afastava, deixando o Greco imerso em seus pensamentos.O Greco permaneceu um momento refletindo sobre a sala que presenciou tantas decisões. Embora as rivalidades entre famílias mafiosas fossem complexas, ele reconheceu que, em tempos de incerteza, às vezes era necessário construir pontes com inimigos.A rela&cce
Enquanto esperava que uma enfermeira viesse em sua ajuda, Gerônimo pensava nas conversas não ditas, nos pactos de lealdade e amor selados em olhares silenciosos. A intimidade desses momentos roubados em uma clínica tornava-se mais importante do que qualquer rivalidade ou jogo de poder das famílias mafiosas que assolavam seu cotidiano.—Bom dia, como você se sente, Gerônimo? —entrou a chefe de enfermeiras com um sorriso e começou a examiná-lo.—Bom dia, senhorita. Estou me sentindo um pouco tonto —respondeu imediatamente.À medida que a enfermeira o assistia, Gerônimo se acomodou, sabendo que, com Cristal ao seu lado, o caminho para a recuperação pessoal e familiar seria menos solitário.—É normal que você se sinta tonto —disse ela, medindo sua pressão—. Você é Cristal? Tem um garoto lá fora
Coral ficou olhando para Maximiliano, pensando em como expressar o que tinha em mente, enquanto ele continuava fazendo o que estava.—Obrigada —ele parou, hesitando antes de continuar e baixou a voz—. Se por acaso acontecer comigo o que aconteceu da última vez, ligue para Vicencio. Vou deixar o telefone com o número dele aqui; já disse a senha da porta. Não se preocupe, ele é muito sério.—Não se preocupe e durma tranquila —respondeu ele, caminhando em direção à porta do quarto—. Você quer um copo de leite morno?—Não, nunca bebo nada antes de dormir —respondeu ela.—Vou trazer, isso pode te ajudar a dormir melhor. Eu sempre tomo um —respondeu ele, decidido a ajudá-la a descansar.Coral o viu sair do quarto e, sem saber por quê, ficou nervosa. Na verdade, achava Maximiliano um homem mu
Ao terminar, viu como chegavam Maximiliano com seus homens e Coral com Vicencio e outros caras, todos vestidos de preto e correndo.—Você o pegou, Filipo? —perguntou Coral.—Era apenas um mensageiro —explicou Filipo enquanto se preparava para entrar em seu carro, mas virou-se para dizer—. Mas, se quiserem, podem me acompanhar na caça.—Filipo —saudou Maximiliano, que havia ficado para trás conversando com Cristal, pedindo a ela que não saísse do quarto.—Maximiliano —respondeu Filipo friamente.—A rata a que você se refere é Jarret? —perguntou Maximiliano.—Sim, o Darío já o localizou; eles estão saindo de Roma —contestou já ao volante de seu carro. —Vocês vêm?—Então, o que estamos esperando? Vamos! —respondeu Maximiliano, fazendo todos correrem de volta
Todos olham com incredulidade para o Greco, que continua dizendo que Coral havia deixado Luciano em ridículo na escola porque ele puxou seu cabelo e acreditou que poderia zombar dela porque estava sozinha, sem seus irmãos. Isso fez com que Fabrizio, ao ouvi-lo, olhasse para Carlos furioso.—E o que isso tem a ver com Leonel? —interroga Carlos irritado, incapaz de acreditar que estão falando mal de seu melhor amigo.Carlos se sentia desorientado, como se de repente o chão sob seus pés tremesse. A ideia de que Leonel pudesse ter motivos ocultos ao aconselhar sobre a educação de Coral perturbava profundamente seus pensamentos. Leonel havia sido mais que um amigo; quase um irmão em quem ele havia depositado sua confiança.—Bem, Eurípides, meu sócio, é o pai de Luciano. Foi ele quem chantageou Leonel dizendo a todos vocês sobre seu vício em jogos —disse
Gerônimo a apertou forte, assegurando que tinha muitos homens que cuidavam dele. Ele prometeu que nunca mais andaria sozinho para que o que aconteceu hoje não se repetisse.—Você não precisa se preocupar, meu céu —prometeu, beijando sua testa—. E assim que eu sair, enfrentarei seu pai. Nós viveremos juntos à vista de todos. Vamos nos casar como deve ser, meu céu.—Não podemos nos mudar para outro país que não seja a Itália, onde ninguém me conheça? —perguntou ela, buscando escapar desse mundo que a aterrorizava.—Se isso é o que você quer, faremos —respondeu Gerônimo—. Mas não me faz feliz viver longe da minha família. Mesmo assim, estou disposto a fazer qualquer sacrifício.—Sacrifício, amor? —perguntou ela, vendo uma grande tristeza no olhar do marido.
O burburinho em frente ao luxuoso hotel dividia-se entre murmúrios, risos e exclamações, mas nada, absolutamente nada, podia competir com a imagem de uma mulher vestida de noiva a correr descalça, com as saias do seu vestido enroladas nas mãos. O seu longo véu voava no ar enquanto ela virava a cabeça para trás para ver se estava a ser perseguida, enquanto a sua mente lhe repetia uma e outra vez que devia escapar, devia fugir agora ou não iria conseguir! —Pára, amor! Pára…! Vou contigo, amor, vou contigo…! —gritou com todas as suas forças. As suas palavras cortaram o ar como um impacto direto no peito de qualquer pessoa que a ouvisse. Era um grito de socorro, um apelo que parecia conter toda a força de quem tenta salvar a sua vida ou... recuperar algo que não quer perder. —Não me deixes…! Não me deixes…! Não me casarei com outro que não sejas tu…! —gritou novamente, rompendo a monotonia do lugar—. Amo-te! Amo-te! Espera por mim! A multidão, que a princípio mal prestou atenção,