— Porra, isso é hora? — Assim que a porta do elevador se abre, escuto a reclamação de Rodolfo, que olha entre mim e o relógio.— Eu tenho prioridades agora. Acho bom você começar a aprender a administrar este hotel ao lado de Otávio, para que eu possa ter um minuto de sossego com minha família.— Não! Nem venha. Nosso combinado foi que eu cuidaria da máfia e você dos hotéis. Eu não sou bom o suficiente quando o assunto é gerenciar hotéis.— Não se auto menospreze, irmão. Você é bom em tudo o que faz, só que nunca percebeu.Ele sorri com aquela cara safada que só ele sabe fazer, e eu já sei que em sua mente diabólica está passando cena de sexo e tortura, porque é só nessas duas coisas que este bastardo pensa.— Porra, Rodolfo, não estrague meu dia. — Digo, já me aborrecendo com ele.Ele sorri. — Como vai Helena? — pergunta. Posso sentir segundas intenções em suas palavras.Ele não quer saber como Helena está, ele quer saber se ela tem alguma coisa a ver com o meu atraso. Sobre minha mu
Eu me sentia encantada pela noite que passamos juntos. Quando ele me contou todo o ocorrido, o jeito que o tratei, o meu pedido para que ele ficasse longe de mim, senti um pouco de medo.Medo de que ele fosse me afastar, alegando que precisaríamos ter outra conversa quando minhas memórias voltassem.Juro que se ele fizesse isso, nós dois iríamos brigar. Depois de ouvir meu pai, eu decidi dar uma chance ao meu casamento. Helena do futuro que entenda as minhas decisões agora, porque todas as decisões da Helena do passado eu enterrei.Quero ele comigo! E depois da noite maravilhosa que passamos juntos, sinto que jamais voltarei atrás nesta decisão.Alexander conseguiu marcar meu coração, minha mente e meu corpo como seu, e por incrível que pareça, estou fascinada com toda a situação.— Cadê os meus amores? — Pergunto descendo as escadas. São exatamente 11:15 da manhã.— Mamãe! — Gritaram em uníssono, o que me faz sorrir. Os dois são lindos juntos. Alice é super carinhosa com o irmão, o q
— Isto é um absurdo! Vocês estão acabando com as regras da Cosa Nostra e querem que nós, os anciãos, fiquemos calados?Estamos há mais de 20 minutos discutindo o cancelamento deste noivado, e neste exato momento me pergunto por que eu ainda não dei um tiro na cabeça desse velho.— Jonas tinha razão quando disse que você, Alexander, não tinha pulso firme para comandar a organização. — Sorrio satisfeito com suas palavras. — Casamentos arranjados sempre aconteceram, e ninguém morreu por causa disso. Como querem se fortalecer se casando com qualquer uma que aparece?“Qualquer uma que aparece?” Acho que não ouvi direito, só pode.— Você está se referindo a Helena ou a Sônia? Ou a ambas? — Pergunto, levantando com uma vontade imensa de matá-lo.— Paola era para ser sua esposa, mas você preferiu Sônia. Depois da morte dela, por que não assumiu a sua responsabilidade com minha filha?— Escute bem, Leopoldo. — Saquei minha arma com silenciador e dei um tiro que passou a milímetros da sua cabeç
Havia trigo, chocolate, manteiga, açúcar e leite derramado no balcão. Eu tinha acabado de fazer uma panela de brigadeiro e iria começar a limpar a bagunça, só que o bolo assou e, para minha tristeza, não parecia nada com um bolo.— O que a senhora fez de errado? — Pergunta Samanta, como se eu soubesse onde errei. — A senhora seguiu o vídeo certinho.Suspiro triste, olhando para a massa que mais parecia uma borracha queimada. Sim, eu segui a receita do vídeo certinho, pausei e despausei várias vezes. Onde foi que eu errei?— Eu não vou comer isso. — Diz Alice, me olhando com seus lindos olhos azuis esbugalhados. — Não parece ter um gosto bom.— Ninguém irá comer este bolo, querida. — Digo, me preparando para jogá-lo fora.— O que temos por aqui? — Dou um pulo, me assustando ao ouvir a voz de Rodolfo, que entra na cozinha acompanhado de Otávio e Alexander.— Essa coisa é comestível, cunhada? — Ele vem para o meu lado, colocando as mãos grandes no meu bolo.— Não! Não é. — Puxo a forma p
Saio do meu quarto e entro no quarto de Alexander. Eu ainda não levei minhas coisas para o quarto dele, provavelmente farei isso esta semana, e quanto a este quarto, não sei o que ele fará.Tranco a porta e o vejo folheando alguns papéis em sua escrivaninha. Não sei por que tem uma mesa de trabalho dentro do quarto deste homem.Ele está com os cabelos bagunçados e aparentemente ainda molhados, e o pior de tudo: vestindo somente a calça do pijama. É uma tentação vê-lo assim; já disse que esse homem deveria ter sido proibido de nascer.Ele largou os papéis assim que me viu e veio ao meu encontro, sério e silencioso. O que me faz pensar no que provavelmente aconteceu.— Você está bem? Você parece…Me calo ao sentir seus lábios tocarem os meus de uma maneira possessiva. Ele me agarra pela cintura, me tirando do chão e me levando para a cama.Ele arranca minha camisola e minha calcinha com uma urgência que me surpreende. Sua mão desce lentamente pela minha barriga até chegar na minha intim
Eu vivi uma intensidade de acontecimentos improváveis nesses últimos dois anos;A morte da minha primeira esposa;O sequestro da minha filha orquestrado por meu pai;A guerra contra a minha própria máfia;A briga com Yakuza e a Camorra;Toda a história conturbada com Helena;O seu acidente aéreo;Sua perda de memória;E a descoberta da existência de Lucas.Eu simplesmente não sei o que pensar quando paro para refletir sobre tudo isso. Não estou 100% em paz, mas sinto que já posso respirar um pouco aliviado por pelo menos ter 70% desses problemas resolvidos.Hoje, o Gran Hotel comemora 20 anos de sucesso. Foram vinte anos de trabalho árduo que começou com meu pai e, desde que eu tinha 15 anos, veio parar nas minhas mãos. Era minha responsabilidade transformar um único e exclusivo hotel em uma rede imensa e poderosa, assim obteríamos vantagens na máfia, driblando qualquer obstáculo que aparecesse, pois como dizia meu pai:“Todos vão pensar que nossa maior riqueza vem dos hotéis. Nunca s
O evento estava simplesmente perfeito. Na entrada, tivemos que parar para que Alexander respondesse a alguns repórteres, que curiosamente perguntaram sobre o nosso casamento.Dentro do salão havia muita gente, e o ruim de tudo foi ter que cumprimentar alguns deles.O meu cérebro ficava gritando: "Sorria e acene", igual aos pinguins de Madagascar. Acho que estou assistindo muito desenho com Alice.Chegamos à mesa onde ficaríamos, e eu me sentei entre Rodolfo e Alexander, com Otávio na minha frente. Muitas mulheres não tiravam os olhos da nossa direção, algumas até cochichavam entre si, provavelmente idolatrando os irmãos Gambino, já que os três juntos eram uma bela exposição para se ver.A festa rolou tranquilamente, com músicas, bebidas, comidas e algumas apresentações, até que chegou a hora que eu mais aguardava: o discurso de Alexander. Eu desejava tanto ver o meu homem em cima do palco e sua voz atraente ecoando pelo salão. Olho à minha volta e percebo que não sou só eu que anseio
Estou quase adormecendo nos braços de Alexander. Estamos na mesma posição há quase uma hora. Ele se ajeitou no sofá da sala, me aconchegando em seus braços, uma de suas mãos acariciando meus cabelos de forma suave e gostosa.Minha cabeça já não dói mais como antes. Alguns minutos atrás, Rodolfo me trouxe um remédio, e Otávio pediu para não sairmos por enquanto. Ele quer ter certeza de que estaremos seguros lá fora.– Como você se sente? – Olho para Alexander e posso ver a preocupação em seu olhar.– Com sono.Ele beija minha testa, um hábito gostoso que ele adquiriu. – Vamos para casa. Você precisa descansar.Olho para a porta, temerosa. Eu não me sinto segura para sair desta sala.– Helena. – Volto minha atenção para ele. – Vai ficar tudo bem, não se preocupe.Olha só como as coisas são. Eu sempre tenho uma palavra de conforto para lhe entregar, sempre digo a ele que, não importa o que aconteça, no final tudo ficará bem. E agora estou aqui, recebendo dele as palavras de conforto, só