Eu esperei por esse beijo desde o dia em que o vi entrando ansioso e desesperado pela porta do quarto do hospital.Eu ansiava estar em seus braços desde o dia em que senti o toque de suas mãos. Eu estava perdida procurando por algo que agora sei que só encontrarei com ele.Eu posso ouvir as batidas do meu coração, como se milhares de tambores estivessem sendo batidos dentro de mim. Minha pele se arrepia ao sentir a ausência de suas mãos, mas quando ele volta a me tocar, é como se labaredas de fogo deixassem um rastro por onde sua mão passou.Sinto uma necessidade desesperada de ser coberta pelo corpo dele. Quero tocá-lo e nunca mais parar, e saber que esta noite ele aceitou quebrar os muros que um dia erguemos me deixa extremamente feliz.— Você tem certeza disso? — Ele pergunta, beijando meu pescoço e me apertando em um abraço maravilhoso. Eu corro minhas mãos pelos seus cabelos macios, eu queria afundar meus dedos nesses cabelos desde o dia em que o vi.— Se você parar, nos briga! —
Acordo com a vibração suave do celular, acendo a luz do abajur e, ao olhar para a tela, vejo que já há duas chamadas não atendidas de Rodolfo. Me amaldiçoo por ter deixado o celular no silencioso.— Já que atendeu, é sinal que não está morto, mas me alegro em saber que provavelmente a noite foi boa — diz Rodolfo do outro lado da linha, e ao fundo ouço a risada de Otávio.Olho para Helena, que dorme agarrada ao travesseiro, ocupando quase 70% do espaço da cama. Seus lindos cabelos negros estão espalhados pelo lençol. Ela dormindo em minha cama é uma visão maravilhosa.— Alexander? — Rodolfo resmunga. — Droga, vai mesmo me deixar falando sozinho?— Que horas são para vocês estarem me ligando? — Meu quarto está todo escuro, exceto pela luz do abajur, então não tenho noção do tempo lá fora.— São nove horas da manhã. — Me sento na cama em um pulo, o que faz Helena se mexer. Droga, quase acordei minha mulher. — Você tem uma reunião às dez, outra antes das uma da tarde, e depois temos um as
— Porra, isso é hora? — Assim que a porta do elevador se abre, escuto a reclamação de Rodolfo, que olha entre mim e o relógio.— Eu tenho prioridades agora. Acho bom você começar a aprender a administrar este hotel ao lado de Otávio, para que eu possa ter um minuto de sossego com minha família.— Não! Nem venha. Nosso combinado foi que eu cuidaria da máfia e você dos hotéis. Eu não sou bom o suficiente quando o assunto é gerenciar hotéis.— Não se auto menospreze, irmão. Você é bom em tudo o que faz, só que nunca percebeu.Ele sorri com aquela cara safada que só ele sabe fazer, e eu já sei que em sua mente diabólica está passando cena de sexo e tortura, porque é só nessas duas coisas que este bastardo pensa.— Porra, Rodolfo, não estrague meu dia. — Digo, já me aborrecendo com ele.Ele sorri. — Como vai Helena? — pergunta. Posso sentir segundas intenções em suas palavras.Ele não quer saber como Helena está, ele quer saber se ela tem alguma coisa a ver com o meu atraso. Sobre minha mu
Eu me sentia encantada pela noite que passamos juntos. Quando ele me contou todo o ocorrido, o jeito que o tratei, o meu pedido para que ele ficasse longe de mim, senti um pouco de medo.Medo de que ele fosse me afastar, alegando que precisaríamos ter outra conversa quando minhas memórias voltassem.Juro que se ele fizesse isso, nós dois iríamos brigar. Depois de ouvir meu pai, eu decidi dar uma chance ao meu casamento. Helena do futuro que entenda as minhas decisões agora, porque todas as decisões da Helena do passado eu enterrei.Quero ele comigo! E depois da noite maravilhosa que passamos juntos, sinto que jamais voltarei atrás nesta decisão.Alexander conseguiu marcar meu coração, minha mente e meu corpo como seu, e por incrível que pareça, estou fascinada com toda a situação.— Cadê os meus amores? — Pergunto descendo as escadas. São exatamente 11:15 da manhã.— Mamãe! — Gritaram em uníssono, o que me faz sorrir. Os dois são lindos juntos. Alice é super carinhosa com o irmão, o q
— Isto é um absurdo! Vocês estão acabando com as regras da Cosa Nostra e querem que nós, os anciãos, fiquemos calados?Estamos há mais de 20 minutos discutindo o cancelamento deste noivado, e neste exato momento me pergunto por que eu ainda não dei um tiro na cabeça desse velho.— Jonas tinha razão quando disse que você, Alexander, não tinha pulso firme para comandar a organização. — Sorrio satisfeito com suas palavras. — Casamentos arranjados sempre aconteceram, e ninguém morreu por causa disso. Como querem se fortalecer se casando com qualquer uma que aparece?“Qualquer uma que aparece?” Acho que não ouvi direito, só pode.— Você está se referindo a Helena ou a Sônia? Ou a ambas? — Pergunto, levantando com uma vontade imensa de matá-lo.— Paola era para ser sua esposa, mas você preferiu Sônia. Depois da morte dela, por que não assumiu a sua responsabilidade com minha filha?— Escute bem, Leopoldo. — Saquei minha arma com silenciador e dei um tiro que passou a milímetros da sua cabeç
Havia trigo, chocolate, manteiga, açúcar e leite derramado no balcão. Eu tinha acabado de fazer uma panela de brigadeiro e iria começar a limpar a bagunça, só que o bolo assou e, para minha tristeza, não parecia nada com um bolo.— O que a senhora fez de errado? — Pergunta Samanta, como se eu soubesse onde errei. — A senhora seguiu o vídeo certinho.Suspiro triste, olhando para a massa que mais parecia uma borracha queimada. Sim, eu segui a receita do vídeo certinho, pausei e despausei várias vezes. Onde foi que eu errei?— Eu não vou comer isso. — Diz Alice, me olhando com seus lindos olhos azuis esbugalhados. — Não parece ter um gosto bom.— Ninguém irá comer este bolo, querida. — Digo, me preparando para jogá-lo fora.— O que temos por aqui? — Dou um pulo, me assustando ao ouvir a voz de Rodolfo, que entra na cozinha acompanhado de Otávio e Alexander.— Essa coisa é comestível, cunhada? — Ele vem para o meu lado, colocando as mãos grandes no meu bolo.— Não! Não é. — Puxo a forma p
Saio do meu quarto e entro no quarto de Alexander. Eu ainda não levei minhas coisas para o quarto dele, provavelmente farei isso esta semana, e quanto a este quarto, não sei o que ele fará.Tranco a porta e o vejo folheando alguns papéis em sua escrivaninha. Não sei por que tem uma mesa de trabalho dentro do quarto deste homem.Ele está com os cabelos bagunçados e aparentemente ainda molhados, e o pior de tudo: vestindo somente a calça do pijama. É uma tentação vê-lo assim; já disse que esse homem deveria ter sido proibido de nascer.Ele largou os papéis assim que me viu e veio ao meu encontro, sério e silencioso. O que me faz pensar no que provavelmente aconteceu.— Você está bem? Você parece…Me calo ao sentir seus lábios tocarem os meus de uma maneira possessiva. Ele me agarra pela cintura, me tirando do chão e me levando para a cama.Ele arranca minha camisola e minha calcinha com uma urgência que me surpreende. Sua mão desce lentamente pela minha barriga até chegar na minha intim
Eu vivi uma intensidade de acontecimentos improváveis nesses últimos dois anos;A morte da minha primeira esposa;O sequestro da minha filha orquestrado por meu pai;A guerra contra a minha própria máfia;A briga com Yakuza e a Camorra;Toda a história conturbada com Helena;O seu acidente aéreo;Sua perda de memória;E a descoberta da existência de Lucas.Eu simplesmente não sei o que pensar quando paro para refletir sobre tudo isso. Não estou 100% em paz, mas sinto que já posso respirar um pouco aliviado por pelo menos ter 70% desses problemas resolvidos.Hoje, o Gran Hotel comemora 20 anos de sucesso. Foram vinte anos de trabalho árduo que começou com meu pai e, desde que eu tinha 15 anos, veio parar nas minhas mãos. Era minha responsabilidade transformar um único e exclusivo hotel em uma rede imensa e poderosa, assim obteríamos vantagens na máfia, driblando qualquer obstáculo que aparecesse, pois como dizia meu pai:“Todos vão pensar que nossa maior riqueza vem dos hotéis. Nunca s