Uma conversa franca (II)

- Não quero nada. – Mariane disse.

- Nós viemos tentar fazer com que nos dê uma chance, Chain. – Haroldo foi direto, fazendo-me engolir em seco.

Fiquei em silêncio, pensando no que dizer-lhes naquele momento.

Merliah levantou-se e falou, propositalmente:

- Vou verificar se a comida já chegou. E pôr a mesa. Fiquem a vontade, por favor.

Achei que Mariane fosse acompanhá-la. Mas não. Ela ficou ali, os dois com os olhos fixos em mim. Merliah me deu um beijo no rosto e abraçou-me por trás, dizendo:

- Amo você.

Apertei suas mãos, que me envolviam carinhosamente, e afirmei:

- Também te amo, Liah.

Assim que ela saiu, fiquei frente a frente com o homem e a mulher que me conceberam, que me geraram a vida. E depois me largaram num orfanato, entre desconhecidos, pouco se importando com quem me levaria para casa e me criaria.

- Você não é obrigado a nos aceitar como seus pais – Mariane disse – Ainda assim, eu vou lhe contar tudo que aconteceu no nosso passado, que também faz parte da sua história,
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